A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 21
Resolvendo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! To passando aqui correndo, para
Responder os comentários, e to indo pra escola nesse momento, mas a Claro cortou o meu 3G .-. Desgraçada...
Quero dar as boas-vindas a Myrea Soares, seja bem-vinda, querida! E a todos que começaram a acompanhar a fic entre o último capítulo e esse.
Gostaria de agradecer a todos e todas que comentaram no capítulo anterior, e mais uma vez, me desculpem por não ter respondido tudo. To respondendo os mais curtos, depois voooolto tudo, e respondo os mais longos, que espero terminar de responder até o fim de semana. Essa semana voou! Uau!
Bem, é isso... Espero que gostem, e mais uma vez, me perdoem por não responder os comentários. Várias coisas estão acontecendo na minha vida, em casa, na escola, e ta palha.
Ta ai, boa leitura, pessoaaaal! :D
Ps.: GEORGIA, EU AMEI TUA MENSAGEM! MUITO OBRIGADA MESMO PELO CARINHOOO! ❤️❤️❤️❤️



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Eu gosto de pastel. Sabe... Eu amo pastel, na verdade, e acho a coisinha mais deliciosa que existe no mundo... - Hey! Katniss! - a mãe do Peeta disse, estalando os dedos na minha frente, e eu levei um susto, e ela deu uma risada baixa - No que estava pensando?

– Hã? Eu... É... - Pastel de queijo - No meu trabalho... Muitos novos edifícios para serem construídos, entende? - ela sorriu, e olhando com muita atenção para seu rosto, notei uma marca na sua bochecha, que a maquiagem não foi capaz de cobrir. Não foi um tapa, foi algo muito pior e pesado - Que marca é essa? - perguntei levantando minha mão para tocar, e ela na mesma hora fechou a cara, voltando a se sentar no sofá, enquanto Peeta estava com o pai no quarto, conversando coisas nada agradáveis, com certeza, e as meninas nervosas, no meu quarto.

– Não interessa. - respondeu simplesmente, mexendo nas mãos nervosamente, e eu me lembrei do que Peeta escreveu na carta, contando que via sua mãe apanhar todos os dias. Ela é loira, alta, com curvas lindas, e maravilhosos olhos castanhos escuros, marcantes, e com algumas poucas sardas, bem menos que Peeta ou Rye, mas são um toque incrível, único. Os lábios vermelhos, mais carnudos em baixo, a dão um ar de superioridade, de modelo, e seu sorriso é tão lindo e majestoso quanto o de seus filhos, todos eles.

– Eu sei a razão das marcas. - escorregou pelos meus lábios em alto e bom som, e ela me olhou assustada - E acho que deveria se separar dele. Isso não é amor, e sim masoquismo.

– Você não sabe de nada... - disse baixo, colocando uma mecha atrás da orelha, como um gesto nervoso, e aquela é apenas uma comprovação

– Sei mais do que imagina. - eu disse no mesmo tom, olhando para ela - A senhora tem filhos maravilhosos. - tentei aliviar o clima...por que não consigo me manter calada?

– É, eu tenho sim. - sorriu torto, e vi de quem Peeta puxou as covinhas também

– Quantos anos a senhora tem? Peeta fez 24 a dois meses... Mas parecem ser irmãos! - ela riu, e sua risada é linda e encantadora. Se uma pessoa com câncer a escutasse rir, provavelmente seria curada, por acreditar que a vida pode valer a pena, e voltar a ser boa. Peeta puxou o lado bom da família, pelo visto.

– Obrigada, muito gentil de sua parte. Tenho 43. Me casei bem nova, aos 18, e fiquei grávida 10 meses depois, aos 19. - sorri - E não me arrependo de ter tido um filho tão cedo. Tive a Jane com 26, Taylor com 28, e Katy com 29. Elas eu acho que tive meio velha. - fez uma careta engraçada e eu ri - Quando Jane tiver 20 anos, eu vou ter 46!

– Tive Rye aos 25. - dei de ombros - Acho que é uma idade boa. Ele vai ter 10 quando eu tiver 35, e 20 quando eu tiver 45. Parece uma boa idade para se pensar em netos, e tudo mais. - ela riu, junto comigo.

– Seu filho tem uma ótima mãe. - ao passar os olhos pela sala, viu em cima da mesinha uma foto minha e do Biscoitinho no natal. - E... Ai meu Deus! Que bebê perfeito! - na outra foto, Peeta estava com ele no colo, e eu de braços cruzados, chateada pela cumplicidade deles dois em tão pouco tempo - Ele...

– Péssima maneira de dizer que a senhora é avó... - murmurei, mas como eu poderia contar? "Hey, eu e seu filho fizemos amor, e disso gerou seu neto, Rye"

– Nem tanto, não há outro jeito de dizer que sou avó e realizei um sonho que pensei que só aconteceria aos meus 50 anos! - olhou para mim - Peeta nunca quis ter filhos. - disse bem baixo - Nunca. Eu li um caderno dele, enquanto arrumava as coisas para levar para a faculdade. Não falei nada com ele, foi proibida de fazer isso, mas eu sei que ele nunca quis porque tem medo de falhar, tem medo de acabar chegando irritado algum dia, e acontecer como foi com ele. - seus olhos ficaram cheios d'água, mas não se abalou, não na voz - Quando soube que Prim estava grávida, animou-se com a ideia, mas ainda tinha medo. Ele sempre foi medroso. Sei lá qual é a história de vocês, e sei que você não é uma qualquer, mas ele é muito medroso com relação a quase tudo. Eu compartilhei em segredo com as meninas a minha empolgação de ser avó tão nova, e Prim era maravilhosa - sorriu triste ao se lembrar da nora - Mas eu sabia em seus olhos, ao escutar as meninas falarem com ele, que ainda tinha medo, de quando o bebê nascer, ele ser um péssimo pai, mas não fugiu das obrigações.

– Todo mundo me diz que ele é medroso - bufei, cruzando os braços na frente do corpo - E que eu deveria pegar leve.

– Você deve dar um tapa na cara dele, eu sou a mãe daquele homem, que mais parece uma mulher, muitas vezes, e mandar ele tomar jeito, porque... - antes que terminasse, uma coisa se caiu no chão, e um barulho foi ouvido, um barulho de algo bem grande cair no chão, e levar consigo muitas coisas

"EU TE ODEIO!" Peeta berrou, e eu sabia que ele estava chorando, então ouvimos um barulho de tapa, um bem alto e forte, porque as paredes são grossas, e depois uma conversa tensa, muito tensa, e de algo cair no chão. Silêncio. Depois passos apressados, e a presença do pai do Peeta na sala - Cadê as meninas, Lana? - ah, então esse é o nome dela? Lana Mellark. Que chique. - Vamos embora, agora mesmo.

– Mas acabamos de chegar! - ela disse, sendo repreendida pelo olhar, e eu senti um beliscão na espinha pelo o que provavelmente vai acontecer quando estiverem a sós.... - Ok, vou chamá-las. - ela disse serenamente, guardando para si as lágrimas, e se levantou como uma rainha com certeza faria.

– KATNISS! KATNISS! - Peeta gritou, e eu fui correndo saber aonde ele estava, e quando o vi, puxei ar com força, indo para o seu lado - Pega gelo, e as chaves do carro. Agora. - ordenou, chorando, com Rye desacordado em seus braços, e com sangue saindo pelo nariz, muito, muito, muito sangue. Não foi preciso mais nada, apenas obedeci, derrubando diversas coisas no chão, sem nem querer saber a razão.

Peeta me seguiu, mas antes chamou as meninas, e Peter tentou impedir - Se você encostar um dedo nelas, eu não vou deixar que tenha mais algum para tocar em mais porcaria nenhuma. - ouvi ele dizer, apenas, enquanto eu soluçava, com Rye nos meus braços, sua manta azul ficando meio roxa por causa do sangue - Jane, vai pra delegacia com as meninas. Não preciso dizer o que precisam denunciar. - jogou as chaves do seu carro para a irmã mais alta, que também chorava, e desceu as escadas com Taylor e Katy soluçando atrás dela, e pegou nosso filho nos braços novamente.

– PEETA! PEETA! - seu pai gritou, correndo em direção ao elevador, mas a porta se fechou.

...

Mesmo sendo um neurocirurgião, Peeta não foi permitido entrar na emergência com Rye, deixando-o ainda mais devastado, e eu ainda estava sem entender a razão de tudo, dirigindo o carro com as mãos trêmulas até aqui, enquanto ele mexia no nosso filho, que nem se moveu. - Você pode por favor se aquietar e me dizer o que está acontecendo? - eu perguntei com a voz embargada, contendo meu tremor, e ele se sentou ao meu lado, cobrindo o rosto com as mãos, e eu nunca o vi chorar tanto - O que levou o Rye a ficar naquele estado?

– Ele chorou, e eu sai do quarto de hóspedes, aonde estávamos conversando, para ver o que tinha acontecido, mas as meninas já estavam lá. Ele só queria ficar no colo. - disse fungando - E ele me seguiu. Começou a dizer coisas ofensivas, como por exemplo, que Taylor sentiu vergonha de escutar as pessoas a chamarem de prostituta, e isso o que ela é. - fechou os olhos, como se para evitar se lembrar da cena - Taylor é líder de torcida, e tinha um namorado até seis meses atrás. Terminou com ela, só porque ela se recusou a ter relações com ele, e o idiota espalhou que terminou com ela porque tem DST, que pegou de um dos seus clientes. Hoje em dia o errado tá certo, e o certo como errado... - suspirou profundamente - Katy ouviu as mesmas coisas ofensivas de sempre, que é feia, burra, retardada... Mas só porque algo é frequente, não significa que seja normal. Disse para Jane que ela não tinha um futuro promissor, apenas se limpasse o que os outros sujassem, e disse para mim que eu era igual a ele. Me estressei, e o empurrei, com muito ódio, e gritei, apenas falando a verdade, depois que disse que as minhas irmãs eram vagabundas como nossa mãe. Eu não aguentei. Ele fica anos sem falar comigo e me diz uma coisa dessas?! - pude sentir o peso de suas palavras - Ele se levantou e me deu um tapa, expulsando as meninas do quarto, quando aconteceu. Colocaram Rye no berço, para ver se acalmava as coisas. Pois bem... - chorou mais, cobrindo-lhe o rosto - Rye estava querendo sair do berço, eu estava notando, enquanto ele falava mais coisas ofensivas, quando ele abriu um sorriso que... Droga. - soluçou, com a voz sendo abafada pelas mãos - Ele ajudou o Rye a sair, o que foi antes de mim poder fazer alguma coisa - eu estava imediatamente formulando a imagem na minha cabeça, e chorei mais, angustiada por não ter respostas - Então Rye caiu de cabeça no chão, e foi na hora. Não tinha nada para fazer, a não ser colocar gelo e trazê-lo para operar. Ele é bebê, e nem o crânio está todo formado, ai pode acontecer uma série de coisas.

– Quais os efeitos? - perguntei me sentindo sufocada com aquelas emoções todas, sem chorar mais. Não tem ar em meus pulmões suficientemente para mais nada.

– Desde uma recuperação sem problemas à morte. Muitas coisas podem acontecer. - ele sabia o que estava falando, e parecia que não queria saber tanto.

Pus me de pé, puxando ar com força pelo nariz e soltando pela boca, esfregando os olhos - Eu não vou te acusar de nada, você não teve culpa. - eu disse me abaixando, coloquei um joelho no chão, e com o outro eu apoiava meu braço, como se fosse pedir alguém em casamento - Você poderia ter feito mais alguma coisa para ele acordar, ou sei lá? - negou, e a dor estava estampada em seus olhos, como se quisesse trocar de lugar com nosso filho, da mesma maneira que eu queria, embora não entendesse muito bem o que estava acontecendo. Meu filho,eu Rye, está em uma mesa de cirurgia, desacordado, e com sangue saindo pelo nariz, aos seis meses de vida!

– Eu me odeio. - sussurrou, e tenho absoluta certeza que ele não queria que eu ouvisse - Rye está lá dentro pela minha maldita culpa. Não deveria ter ido embora. - olhou dentro dos meus olhos, fungando, e não chorava, mas podia notar que estava se segurando - E mesmo se eu tivesse ido, era para eu estar lá dentro, e não ele. Por que toda vez que eu tento me redimir com você uma coisa terrível acontece, que só piora tudo? - suspirei profundamente, porque é verdade.

– Talvez seja para provar se o que eu sinto por você vale o esforço. - sussurrei - Você deve odiar o seu antigo eu, da mesma forma que eu odeio, e ame o seu novo. Um pai presente, que realmente se importa, e bem mais do que eu um dia esperei para mim em todos os aspectos. Seu novo eu me surpreende a cada instante.

– A questão é que eu não mudei, e sim você. - disse abaixando a cabeça - Começou a olhar as pessoas com mais cuidado, a olhar o coração, ao invés de meras aparências depois que eu fui embora. Não consigo mudar, e parar de ser um grande idiota medroso, é a minha natureza. Fugir quando as coisas ficam insuportáveis.

– Mas você está aqui agora. - levantei-me e me assentei ao seu lado, entrelaçando nossas mãos - Mesmo que eu saiba que seja apenas pelo Rye, está aqui, e não parece que vai embora.

– E eu não vou. - respondeu, olhando em meus olhos - Já cometi esse erro uma vez, e não sou nem louco para cometê-lo de novo. Eu preciso de você, eu preciso do Rye... Preciso que nós seja real - suspirou - Agora sei pelo menos uma parte do que está sentindo....

– Uma parte está lá dentro, não é? E mesmo que ele saia de lá sem problemas, uma parte fica, e te deixa mais forte, como ao mesmo tempo mais fraco. Depende, mas uma parte fica lá dentro e não pode ser recuperads ou sequer recinquistada. Perda total. - eu estava olhando para os meus pés, cobertos por um all-star preto. Sinto meu peito apertado, e está ficando mais, e mais... Tirei a minha mão da de Peeta, me abanando

– O que foi? - perguntou franzindo o cenho

– Ar... Ar... - eu disse tossindo, sentindo minha pele arder, assim como meus olhos e meus pulmões. - Não... Consigo...

– Oh, droga! - ele disse se levantando em um pulo, correndo em algum lugar que não me interessa, e eu já estava enxergando pontinhos pretos e coloridos na minha vista "ótimo", pensei, "se Rye morrer, vou ficar ao seu lado aonde quer que vá sua alma", mas logo senti meu corpo ser erguido, as vozes ficando distantes, e vozes bem altas.

Peeta colocou-me em uma maca, e logo aplicou as doses necessárias para resolver minha asma - Shhh, hey, está tudo bem.... Você vai ficar bem - seus olhos azuis estão tão azuis, que me deixaram intimidada, o que foi uma das razões para eu fechar o olho, depois de puxar várias vezes ar com a bombinha, enquanto meu pulmão ardia como se tivesse sido posto em brasas. Apaguei, e a última coisa que ouvi foram os soluços desesperados de Peeta.

...

– Ele está estável, mas vai ficar na UTI por mais alguns dias. Sabe como ninguém que a situação para uma pessoa da nossa idade é horrível e perigosa, para um bebê, nem se fala. - pude ouvir a voz de Delly

– Valeu, D, de verdade. - ouvi a voz de Peeta, bem ao meu lado, e um carinho na minha mão esquerda, um calor e eletricidade atravessa nossos corpos interligados por tão pouco contato, e voltei aquela noite em que nos amamos.

~Flashback On~

Seus beijos vinham debaixo para cima, da minha cintura, para a minha barriga, para minhas costelas, para meus seios, e a cada beijo, era como um choque bom de se sentir. Nós dois poderíamos iluminar Vegas em uma noite sem lua ou estrelas, de tão cheios de energia que nós estamos. - Você me quer, Katniss? - sussurrou no meu ouvido, beijando o mesmo, e eu virei meu rosto para observar melhor, sendo iluminado pelo abajur ao lado da minha cama

– Eu quero - respondi no mesmo tom, e ele sorriu, puxando a cordinha, e apagou as luzes, não deixando nada iluminar nossos corpos, mas isso não era necessário. Juntos tínhamos fogo o suficiente.

~Flashback Of~

– Ele está bem? - perguntei, esfregando os olhos, depois de, com o flashback, ter dormido - Peeta? - olhei para ele, que dormia serenamente, com a cabeça sobre a minha mão, fazendo cócegas boas, devido a maciez de seus cabelos loiros. - Hey, Peeta. - balancei-o com muito cuidado, mas ele levou um susto. Sei as consequências de ter um filho bebê... A qualquer momento é preciso estar atento.

– Hã? O que foi? - perguntou esfregando o olhos, e passando a língua rapidamente pelos lábios, e depois passou as mãos no cabelo. Por que tudo o que ele faz é sexy?

– Como está o Rye? - perguntei com a voz rouca, assim como a dele, ocasionada pelo sono. Bocejou, quase se jogando ao meu lado na cama, e disse

– Está bem, graças a Deus... Não interessa o diagnóstico. Ele já está bem, Finn está olhando ele na UTI, quando pode, e eu voltei de lá a uns... - olhou no celular, afastando do rosto pela claridade - Duas horas. Nossa. Dormi muito... - bocejou de novo, e como estava olhando pra ele, bocejei de volta - Não sabe-se os efeitos que isso causou, então ele vai ficar em observação, só que vai ficar tudo bem. - garantiu, com os olhos fechando, e eu não saberia dizer quem é adulto e quem é bebê. Ele é tão infantil sem sentir! E isso é tão positivo! Sorri.

– Posso dormir tranquilamente na minha cama larga de hospital sozinha - ele me olhou chateado. Esse é o meu objetivo. - Ele está realmente bem? - assentiu, suspirando

– Uhum, e se não está totalmente, vai ficar. Não coloquei qualquer pessoa para cuidar dele, Katniss. É meu filho também. - suas palavras mexeram comigo. Eu sei que ele é o pai, mas vendo-o aqui, ao meu lado, adquirir uma expressão de dor, de prepotência tão grande, somada a frustração, pude finalmente notar que é real. Suas conversas com Rye nunca foram falsas, da maneira que imaginei. Pensei que tudo fosse por minha causa, mas não. Ele estava agindo de maneira carinhosa e amorosa porque ama nosso filho, e está disposto a ir contra os seus medos por ele. - Eu quero deitar na sua cama. - disse colocando os cotovelos no colchão e o rosto sobre a palma das duas mãos, olhando bem nos meus olhos

– O que é isso? - perguntei corando com a intensidade de seu olhar dentro dos meus, de forma que eu não conseguia virar o rosto

– Isso o que? - perguntou sorrindo torto, talvez percebendo seu efeito sobre mim

– Fica ai, me despindo com os olhos, sei lá, desvendando os segredos do meu coração...

– Se eu quero conquistar a parte que não se foi definitivamente quando eu fui embora, tenho que pelo menos tentar. - não tinha planejado as suas palavras, de modo que mexeu na minha mão, corando muito - Me desculpe. Sei que tenho que superar você, mas não sei como fazer isso. Rye pode ter a minha aparência, e a minha personalidade, porém, não muda o fato que tem sangue seu nas veias dele. Ok, mais meu do que seu,!3 foi por isso que eu precisei doar sangue para ele e...

– Você doou sangue para o Rye? - assentiu - Quando foi isso?!

– Pouco depois de quase cair dura feita uma jaca no chão... - deu de ombros - Odeio agulhas. Pode anotar nos meus maiores medos também. Agulhas. - ri - É muito sério! Mas pior do que agulha... É aquela maldita fitinha que amarra meu braço. Quando a enfermeira passa o algodão com álcool, eu já tô sofrendo. - eu cai na risada, sem conseguir imaginar um Peeta chorando pra tirar sangue - Minha mãe me comprava sorvete. Ganhei um biscoito água e sal e um café. - bufou, cruzando os braços e se jogando pra trás na poltrona - E eu odeio café.

– Prefiro chocolate quente.

– E eu um chá.

– Isso soa muito estranho para um homem, sabia? - ele assentiu, dando de ombros

– Ah, nem ligo. Gosto mesmo de chá. - sorri - Estou me sentindo melhor por ter colocado um sorriso no seu rosto. - meu sorriso se aumentou

– Você disse na carta... Que não era o que eu preciso, que eu precisava de mais do que você. - ia dizer algo, mas impedi - Deveria ter reli-do tudo, e veria o quanto de fato você é um idiota. Eu amo você, Peeta. Tudo o que eu quero e preciso, é amor. O seu - destaquei a palavra "seu", para 100% absorção da intensidade de minhas palavras - Amor é o que eu preciso. Não preciso de uma pessoa com a pele perfeita, ou a alma de algodão. Eu preciso de uma pessoa que me entenda, me escute e que me aceite do jeito que eu sou, da mesma forma que eu devo aceitar essa pessoa. Defeitos não é o que nos iguala, e sim o que nos destaca. - eu estava olhando para o teto, e afundei o rosto no travesseiro, com um silêncio tenso entre nós dois.

– E o que isso significa? - perguntou baixo, com esperança

– Que eu ainda amo você. - me sentei novamente, virando-me para ele rapidamente, e pude notar que estava com as roupas que cheguei - Droga, por que você é sempre tão lerdo?! - já estava me estressando com essa coisa toda, e ele riu

– Me desculpe, mas coisas assim não acontecem todos os dias. - deu de ombros - Vai aceitar minha proposta? - sorri torto, abaixando a cabeça

– Não, isso não. Mas eu faço uma proposta. Pegar ou largar.

– Faça.

– A minha proposta é de sermos amigos. Amigos de novo. - olhei para ele, que me olhava cheio de expectativas - E com isso, veremos se formamos um bom casal.

– Eu aceito qualquer coisa que me deixe mais perto de você e do nosso filho. - e me abraçou.

...

Dentre todas as coisas boas que a vida me deu, ser mãe é a melhor delas.

Acariciei a bochecha gordinha do Rye, depois de meus dedos sentirem a maciez de seus cabelos e sobrancelha, enquanto ele mama em meu seio, me deixando com um sorriso bobo no rosto, assim como ele, que não desvia os olhos de mim. - Eu te amo. - sussurrei para ele, mesmo sabendo que não entende - E você quase matou a mamãe e o papai de susto, sabia? Não pode fazer isso! - ele continuou me olhando, sem entender nada, mas parecia querer entender.

– É um crime interromper isso, esses momentos mãe e filho, mas a foto ficou realmente linda. - Peeta disse sorrindo de orelha a orelha, e eu retribui o olhar - Viu? Uma semana passou voando. E hoje vai levar ele pra casa.

– Uhum... E eu fico muito feliz que ele já esteja bem. - arrumei meu sutiã, com muito cuidado por Rye ainda estar no meu colo - E as meninas? - ele fechou os olhos, com as mãos no bolso do jaleco branco, e suspirou profundamente

– Estão em Nova Iorque já, e o delegado disse que não há nada que se possa provar, mas deram um susto no meu pai. Ele não está falando com elas, e a mamãe tá mal. - nessa última semana, voltamos a conversar como amigos, bons amigos, e ele contou o que as meninas não se sentiam à vontade comigo.

Elas foram na delegacia aquele dia, da briga, dos pais lá, e que eu quase castrei o pai do Peeta, mas não o fiz por só ter descoberto quando estava no hospital, e pelo meu filho estar operando a cabeça, então ele não descobriu o que é uma mãe com ódio. É pior do que uma mulher traída ou abandonada. É... Sentiu que a coisa é doida...

Denunciaram o pai por maus tratos, e por ele ser culpado do Rye ter vindo as pressas para o hospital, mas não foi provado nada no corpo de delito, e as meninas não podiam denunciar o pai por mais nada se ele as agride verbalmente, e não fisicamente. Elas não possuem algum tipo de sequela por causa disso, então o delegado as retiraram de lá, e as mandou para Nova Iorque. Peeta ficou claramente devastado com a notícia, e como uma boa amiga, eu disse que ele nunca mais veria o filho se não fosse pra casa descansar e conversar com elas. Em dois minutos estava nas ruas do Novo Arizona indo para casa.

Pela marca de tapa na bochecha esquerda, sei que aquele tapa que ouvi realmente forte, tanto que eu preciso cobrir com base para ele não assustar os pacientes ou sei lá, mas com seus casacos não posso ver se houve mais agressões, o que eu tenho certeza que aconteceu pela careta de dor que fez quando eu segurei seu braço. Ele não quer me contar sobre, não vou pressionar. As vezes concordo que é melhor saber pouco sobre ele, não para não me decepcionar, e sim para evitar que vá embora. Eu sei que ele vai me contar, quando se sentir à vontade, mas se ele me contar com uma carta, eu JURO QUE MATO ELE!

– Mamãe gostou de você... Não conversaram sobre mim, certo? - perguntou pegando Rye nos braços, e o pequeno balançou as perninhas, com um sorriso sem dentes, apenas gengiva, no rosto. Sorri, arrumando a minha blusa.

– Sobre o que mais conversaríamos? perguntei sorrindo torto

– Sei lá, né? Sobre o Biscoitinho? - perguntou arqueando um sobrancelha - O que conversaram sobre mim?

– Nada demais... - coloquei uma mecha atrás da orelha, e quando ia dizer algo, Finnick apareceu - DELÍCIA! - eu disse sorrindo largamente, e meu amigo olhou para mim, sorrindo do mesmo jeito

– GOSTOSA! - levantou os braços para cima, em comemoração, e eu corri para ele - E aí, como está o pedaço de gente? - sorri, e caminhamos abraçados pela cintura, até aonde Peeta estava com nosso bebê.

Naquele dia, onde descobri aonde Peeta estava trabalhando, vi Finnick rindo com ele, e aquilo me deixou magoada, mas no mesmo dia, no final de seu expediente, apareceu na minha porta, com um olhar de desculpas, que eu nem liguei, apenas me joguei em seus braços, soluçando, com meu coração apertado no peito, e voltamos a relação de antes. Somos assim. É impossível magoarmos um ao outro. Posso viver sem Peeta, mas não sem ele, porque é meu amigo. Agora não posso mais viver sem Peeta, porque é meu amigo. Pode-se viver sem namorado, amante, mas não sem um amigo.

– BÁÁÁÁÁÁÁÁ! - Rye gritou, estendendo os braços para o tio, e Finn sorriu, pegando ele

– Heeeeey! Não acredito que a minha companhia vai embora... - ele disse triste, e Rye pareceu ficar triste também, fazendo biquinho, e eu dei uma cotovelada no Peeta, para ele ver o que estava acontecendo - Ta triste? Não fique. Vou ir na sua casa, e levar a Lotte. - meu bebê realmente estava com uma expressão triste, mas quando ouviu o nome da afilhada do meu amigo, sorriu novamente, gerando uma risada minha e de Peeta - Ele me ama, viu? - Finn olhou para mim - Johanna disse que é para ficar essa semana em casa, porque não tem nenhuma reunião e seus trabalhos estão adiantados. - sorri aliviada

– Como ela está, aliás? - Peeta perguntou, sentando-se, e eu o acompanhei. Ser mãe multiplicou meu tempo em pé.

– Está bem, só meio triste, sei lá porque. Ela está toda melancólica. - Finnick disse batendo sua mão na de Rye, olhando para os movimentos das mãos, e meu filho parecia que só havia aquilo no mundo, completamente alheio a tudo, divertindo-se e muito. - A Kat ficou feliz, exceto quando via fotos, ai era aqueeeela depressão - olhou para Peeta - E não teve revolta por não caber na roupa, só com três pra quatro meses. Johanna tá toda deprimida mesmo. Chega em casa e vai pra sala, e fica chorando de soluçar por nada. Nada! - passou as mãos nos cabelos - A obstetra disse que é normal, cada uma reage diferente, mas ta me estressando! Eu estou ficando triste! Nem balinha ela quer mais! Nem balinha! E ela parece uma formiga, de tão fascinada com doces. - mordi o lábio inferior, enquanto Peeta segurava a risada, cobrindo a boca com três dedos - Que foi?

– Johanna tá te estressando porque não vão mais pra cama nessa altura do campeonato, e não porque está deprimida com nada, cara. - eu disse cruzando os braços, encostando-me no sofá do quarto do hospital - Só dê um tempo. Ela está grávida de cinco meses, Finn.

– Nem quero saber quando for de oito. - bufou - Não é por causa disso! É que eu acho que tem alguma coisa incomodando ela, mas me conta?! Nããããããooooo! Ela não me conta! - estava revoltado - A Charlotte mesmo estava reclamando com ela por isso, querendo saber se tínhamos feito algo de errado, e ela chorou mais, se trancando no banheiro!

– Cada mulher reage de uma forma, seu lerdo - Peeta interveio - Ela só está mal por causa do peso, e tal. Só diga que ela está e é linda.

– Acha que eu não fico dizendo a verdade por onde passo?

– Diga mais. Beije-a. Abrace-a. - Peeta tem razão, tanto que assenti concordando com suas palavras - Ela tem o direito de se sentir mal e deprimida. - ele assentiu

– Valeu, gente. Se isso não resolver, ela deve querer o divórcio ou está morrendo. - me entregou Rye, e se arrepiou de forma exagerada, fazendo eu e Peeta rir - Vou nessa. - e saiu.

...

Corri pelas calçadas, sem me preocupar com a roupa ficando cada vez mais colada ao corpo - PEETA! - gritei, mas ele não me ouviu - PEETA! - gritei de novo, mais alto, e ninguém notou. Não tinha mais ninguém nas ruas, apenas eu, minhas lágrimas e a chuva intensa

– QUE FOI?! - perguntou se virando, com as roupas já coladas ao seu corpo incrível, moldado pelos deuses, com certeza - VAI ME DIZER O QUE?! QUE NÃO ERA NADA DEMAIS VOCÊ E SEU EX-NOIVO SOZINHOS PRÓXIMOS UM DO OUTRO EM UM QUARTO NA CAMA? - ele não chorava, embora parecia.

Gale veio para minha casa, com Annie e Dylan, e notou que eu estava meio mal, então me chamou para o quarto, para que pudéssemos conversar, e eu fui.

Contei para o meu amigo o que eu não conseguia contar nos olhos, falei sobre a proposta do Peeta, sobre a minha proposta, falei sobre meus sentimentos, falei sobre tudo! Tudo mesmo, e ele me ouviu, assentindo, suspirando, revirando os olhos, dando de ombros, mas nunca me interrompendo. Gale sempre foi um bom ouvinte, e é cômico ver suas reações conforme eu vou falando. - Você deve deixar ele se aproximar mais, Catnip. - tocou minha bochecha, tirando algumas lágrimas que insistiam em cair

– Mas e meu coração? Eu não quero que ele vá embora. - eu disse e chorei mais, ao notar o peso das minhas palavras

– Ele não vai. Vi o jeito que te olha, desde quando te conhece, mas mais apaixonado por você, ele é pelo Rye. Não é mais você e ele, tem o Biscoito no meio disso, que é apenas a certeza de que ele te ama, e que nunca mais vai embora. Aprenda a acreditar nas pessoas, Catnip. - olhei em seus olhos cinzas, que passavam amizade e carinho para mim - Sério. Você sabe que ele te ama.

– Sim, eu sei, mas e se ele for embora?! - minha voz estava fina, para ver se não me abalava, chorava menos, mas não. Continuei soluçando, e ele segurou meu rosto com as duas mãos

– Peeta. Não. Vai. Embora. Ele sabe que da última vez perdeu um dos momentos mais incríveis na vida de um homem, que é a primeira gravidez da mulher que ele ama e não tem como voltar. Rye não vai voltar para a sua barriga. Ele só vai crescer agora. - Assenti, fungando - Vai falar que o ama?

– Ele já sabe disso.

– Ok... Hm... - pensou por um instante, colocando uma mão de apoio ao seu lado, enquanto a outra estava na sua cabeça, em busca de uma solução - Dê a ele mais uma chance. A última. - estávamos próximos, mas a uma distância respeitável, embora nossas respirações estivem se convergindo - Vai fazer isso? Dar uma chance ao amor? Vai fazer bem para os dois, dou minha palavra.

– Ok. Eu dou. - meu coração batia mais forte ao imaginar Peeta dizendo mais uma vez qe me ama, me beijando, me amando... Então, quem entra no quarto?

– Peeta... Foi um mal entendido... Me escuta, por favor. - pedi me aproximando, e minhas lágrimas se misturavam a chuva que caia forte sobre nós

– Comece. - disse simplesmente, com os cabelos loiros cobrindo os olhos azuis, que me olhavam magoados. Contei o que aconteceu, que não tinha nada demais, e nisso a chuva ficou mais intensa

– Você chegou no meio da conversa... Não estava rolando um clima entre Gale e eu. Ele ama a Annie, e eu amo... Você. - Peeta não parecia esperar minhas palavras, e o vi se desarmar, quase, diante de mim - Eu amo você, era isso o que ele estava dizendo para eu fazer, te dar uma segunda chance, porque você não vai embora, não mais.

– O que quer que eu diga? - eu dei mais um passo a sua direção

– Afirme olhando nos meus olhos, que nunca, nunca, nunca mais vai embora. Não importa o que aconteça, não existirá mentira ou segredo entre nós. - a chuva ficou ainda mais forte, e nós enxergávamos um ao outro de forma embaçada, então ele me puxou pela cintura, e eu estava toda molhada pela chuva, assim como ele, levantou meu rosto com a ponta dos dedos e disse

– Eu nunca mais vou embora, e entre nós não haverá mentira ou segredo. - olhou dentro dos meus olhos, então me beijou, e eu fechei os olhos.

Born To Die tocou em minha cabeça, e sorri em meio ao nosso encostar de lábios, mas eu queria mais. Dois meses sendo amiga dele, desde o acidente com nosso filho, observando ele falar, mas não poder tocar. Credo.

Como se lesse meus pensamentos, aprofundou o beijo, pedindo permissão, que eu cedi, abrindo um pouco a minha boca.

Nossos corpos pareciam ímãs. Eu era positivo, e ele negativo, ou seja, a conexão perfeita. Não era possível nos separarmos, não agora, apenas ficarmos mais juntos. Gemi em sua boca quando me levantou pela cintura, e eu coloquei as mãos ao redor de seu pescoço, e começamos a rir, afastando nossos lábios - Você, Katniss Cresta Everdeen, aceita namorar comigo? - seus braços envolviam minha cintura, para não me deixar cair, e os meus envolviam seu pescoço, e a ponta de meus dedos acariciavam delicadamente sua nuca, com a chuva bem forte, de machucar nossos corpos, mas não nos importávamos

– Não posso recusar. - ele sorriu - Todos os sims que você quiser. - e o beijei novamente


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Foi muito rápido? Soou muito de repente? Adoraria saber nos comentários! Valeu, gente!