Tentadora escrita por Ina Oliveira


Capítulo 3
Ótimo, tem uma garota morta no meu quarto.


Notas iniciais do capítulo

Bom, vamos a leitura...
Jesse PDV



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Ótimo, tem uma garota morta no meu quarto.

 

Vou te explicar. Eu não sou como qualquer cara de 19 anos.

Quer dizer, eu pareço normal. Não uso drogas, nem bebo, nem fumo – tirando aquela vez que o Jake me pegou. Não tenho piercing, nem orelha furada, não tenho nenhuma tatuagem e nunca pintei o cabelo – nem pretendo. No final das contas, pareço um adolescente perfeitamente normal e comum.

Só que eu falo com os mortos.

Talvez não devesse dizer dessa forma. Não é como se eu saísse por ai caçando gente morta para conversar. Então, o termo correto é, os mortos é que falam comigo. O saco é que às vezes eles não saem do meu pé.

Me refiro aos fantasmas, lógico.

Eu não me considero louco. Não mais do que qualquer adolescente de 19 anos. As pessoas do bairro que eu morava achavam isso. Que eu sou completamente louco. Seria tão mais fácil se eu simplesmente concordasse com eles e deixassem que me trancafiassem.

Mas até mesmo no manicômio eles me achariam. Eles sempre me acham!

Ainda me lembro do primeiro, não com tanta clareza quanto poderia já que eu tinha cerca de dois anos de idade.

Também me lembro de ter brincado com um rato. Eu achava divertido.

Ah, qual é? Dá um desconto, eu tinha dois anos. Claro que na época eu não sabia que deveríamos ter medo de ratos – afinal eles transmitem doenças. E muito menos de fantasmas.

O fantasma que eu vi era como o camundongo, pequeno e cinzento. É claro que eu tentei alguma comunicação, mas com toda a certeza ele não entendeu o meu idioma de bebê. Nem os fantasmas nem ninguém entendem essa língua, é por isso que até hoje não sei quem era. Ele ficou me olhando tristemente do topo da escada do nosso prédio. Fiquei com pena dele, queria ajudá-lo. Eu só não sabia como. Eu era uma criança de dois anos, lembra? Por isso, apenas corri para a minha mãe.

Então, aprendi a minha primeira lição sobre fantasmas: sou o único capaz de vê-los.

Bom, não literalmente o único, já que existem histórias de fantasmas e casa mal assombradas e tudo mais. Mas o fato é, eu sou o único que pode ver todos eles e ainda se comunicar com eles.

Eu tenho uma sorte, não?! Todas as pessoas mortas que estejam andando por ai, por algum motivo, alguma pendência, sei lá. Eu as vejo. E infelizmente, isso significa muito mais fantasmas do que eu gostaria. Sem dúvida.

Eu pensei que talvez minha ame pudesse vê-los também, mas não. Eu só eu. O estranho.

Então, eis aqui a segunda coisa que eu aprendi no mesmo dia sobre fantasmas: é sempre melhor e mais seguro nunca dizer que pode vê-los.

Claro que minha mãe não entendeu o que eu falei. Na verdade, eu estava apontando para aquela coisa cinzenta na escada e falando algo incompreensível. Mas ela nunca suspeitou. Não mesmo. Ela só ficou me olhando descontraidamente enquanto me perguntava o que eu iria querer para o jantar. E eu tenho que dizer, foi uma coisa bem idiota de se perguntar. Porque, pelo amor de deus! Eu tinha dois anos. Eu não sabia nem o que era um fantasma... Como saberia o que é atum? Ela só podia estar desequilibrada no momento. O que é no mínimo curioso. Já que depois daquela visão quem deveria estar desequilibrado era eu.

Claro que ela teve uma reação mais estapafúrdia – E até mesmo esperada – com o camundongo. Ela gritou tão alto, mas tão alto que até hoje me pergunto como é que ela não me deixou surdo. O fato é, ela arrancou o camundongo tão depressa dos meus braços que eu não pude nem protestar.

E quando mais tarde eu fui lhe explicar que o camundongo era o meu carrinho de corrida, ela me ignorou. Só agora que eu percebo que ela não entendeu nada do que eu falei. E provavelmente, foi por causa disso também que ela não teve nenhuma reação ao fantasma. Por que além dela não tê-lo visto, ela não sabia que eu estava apontando para ele e perguntando o que era aquela massa cinzenta flutuando no degrau da nossa escada.

O engraçado é que com o decorrer da nossa vida, vamos crescendo e nos educando. Pra tudo que vemos, pra tudo que perguntamos, ganhamos uma resposta diferente. Porque o céu é azul? Da onde vem os bebes? Porque crianças dormem cedo? Porque temos que ir a escola? O que é travesti? – ta ok. Concordo que essa não é uma pergunta muito comum, mas o que posso fazer se assistia programas de comédia na TV? Minha mãe trabalhava, meu pai também e quem ficava comigo em casa era meu irmão mais velho. Então, vocês já viram aonde eu aprendia esses termos absurdos para crianças.

Ainda me lembro do dia que perguntei isso a ele.

- Irmãozão, o que é travesti? – nem preciso dizer que ele gargalhou tanto que chegou a cair do sofá. Hoje em dia eu percebo que definitivamente ele era uma má influencia pra mim.

- Ok, ok. Onde você ouviu isso? – ele perguntou ainda em meio a gargalhadas. Lembro-me vagamente que tinha cerca de seis ou sete anos e fiz um bico engraçado enquanto sentava do seu lado no sofá e resmungava por ele rir da minha cara.

- Ué, onde seria? Naquele programa de TV que você tanto gosta de assisti.

- Um maluco no pedaço. – ele disse sorrindo. – Você também gosta.

Ele afirmou enquanto passava a mão pelos meus cabelos e os bagunçava. Na época eu odiava, mas agora sinto falta. Mas é claro que eu nunca admitiria isso para ele.

- Ta, pode ser. – eu disse fazendo cara feia enquanto tirava suas mãos enormes do meu cabelo. – Mas você não respondeu a minha pergunta.

- É simples, um travesti é um homem que se veste de mulher ou uma mulher que se veste de homem. Normalmente é um homem que se veste de mulher. – ele me explicou pensativo. Na época eu fiquei horrorizado e achei que se alguma menina me desse algum presente, eu ficaria igual a ela. Da onde eu tirei isso? Duas palavras: Meu irmão. Ele me disse que se eu aceitasse algum presente de alguma menina, eu viraria uma também. Hoje em dia eu percebo a sorte que eu tive. Afinal de contas foi uma sorte enorme eu não crescer traumatizado ou psicologicamente abalado com o irmão que eu tinha, mas se os fantasmas não fizeram isso, ele não faria.

Com toda a certeza não faria.

Bom, vamos nos ater aos fatos. O que eu estava tentando explicar é que crianças tem milhões de perguntas e normalmente os adultos ficam bastante felizes de respondê-las. As explicações variam de porque aquele prédio é azul a, o que é um hidrante e porque temos isso no meio da rua. Confesso que até hoje não entendi muito bem a explicação que meu irmão me deu. Mas quem pode me culpar? O cara era psicologicamente perturbado. Nem ele mesmo se entendia às vezes. O que eu quero realmente dizer é, porque depois de todas aquelas explicações nem um pouco esclarecedores ou sequer produtivas, ninguém tinha a decência ou a capacidade de me explicar sobre os fantasmas que vinham constantemente visitar o meu quarto? Foi nesse momento da minha vida que eu descobri. Ninguém que eu conhecia me dava uma explicação, porque ninguém que eu conhecia conseguia vê-los.

Mas estranhamente, eu percebi apenas com os meus dois anos de vida que eu nunca deveria comentar sobre isso. Nunca mesmo. E foi o que eu fiz. Nunca comentei com ninguém. Para falar a verdade nem tinha nada o que comentar. Eles apareceram pra mim durante anos e anos – E ainda aparecem. A maioria vinha, falava alguma coisa que eu não entendia, se entediava e ia embora. E foi assim. Por muitos anos. Pra ser sincero, sinto saudade dessa época. Era mais fácil simplesmente não entender o que eles queriam de mim do que ter que me aventurar pela madrugada a fora só pra ter a satisfação de voltar pra casa e perceber que o seu quarto esta vazio de qualquer presença sobrenatural e você pode finalmente dormir em paz.

Na verdade as coisas teriam continuado a ser visitas, conversas, tédio e bye bye, se meu pai e meu irmão não tivessem morrido.

Foi uma coisa chocante e abrupta. Uma hora estava meu pai, chegando do trabalho e brincando comigo na sala. Na outra, ele e meu irmão tinham sofrido um acidente de carro fatal. Tudo que eu sei até hoje é que meu pai foi buscar meu irmão na escola naquele dia, mas nenhum dos dois chegou em casa.

Mas sabe o que foi pior? Na semana seguinte a morte deles, minha mãe se trancou no quarto e por um longo tempo ela desistiu de viver. Eu tinha que fazer tudo. Eu cozinhava para ela e arrumava as roupas e me arrumava para a escola, além de inventar inúmeras desculpas esfarrapadas para as milhares de pessoas que ligavam para dar os pêsames por tudo, mas ao invés de serem atendidas pela minha mãe, ouviam as minhas desculpas no telefone.

A minha reação eu não sei dizer se foi pior ou melhor do que a dela. Eu ainda estava vivendo, mas tinha a estranha fantasia de que era tudo um sonho, um pesadelo ruim. E todo o final de tarde eu me sentava na varanda em frente ao nosso prédio e esperava. Esperava inutilmente que o carro do meu pai dobrasse a esquina a qualquer momento e meu irmão saltasse de lá e gritasse pra mim: E aí, piralho? Como ele sempre fazia, mas de algum jeito, eu sabia que isso nunca ia acontecer.

Durante toda aquela semana que minha mãe passou trancada no quarto e eu passei esperando na varanda, ouvi um milhão de explicações diferentes sobre o que tinha acontecido com o meu pai e o meu irmão e mais um milhão de declarações dizendo que eles nunca voltariam. Mas mesmo no frio, eu não desisti. Mesmo na chuva, eu ainda tinha a esperança de que eles voltariam.

Afinal de contas, quem ia me perturbar por assistir desenhos pela manhã mesmo já tendo doze anos? Quem iria me dizer como beijar uma garota ou o que dizer a ela? Tudo isso era papel do meu irmão. Sem falar nas inúmeras broncas que só o meu pai poderia me dar. Porque esta chegando a essa hora mocinho? Ele me perguntaria quando eu chegasse de fininho em casa às três da manhã. Claro que em nenhuma das possibilidades dele, ele levaria em conta nunca que eu estaria na rua até àquela hora resolvendo problemas para fantasmas malucos me deixarem dormir.

Por mais que todos dissessem que eu nunca mais os veria, eu sabia que eles estavam errados. Eu os veria, sem sombra de dúvida.

E no final, eu estava certo. Mas como vocês podem perceber, é ai que todas aquelas pessoas se enganaram. Meu pai e meu irmão estavam mortos, mas eu realmente voltei a vê-los.

Na verdade, penso que os vejo muito mais hoje em dia do que na época em que estavam vivos. Já que quando estavam vivos tinham que ir ao trabalho e a escola. Então agora que não tem nada para fazer eu os vejo sempre. Bom, meu pai nem tanto. Mas ele tem o estranho hábito de aparecer absolutamente do nada e na hora que eu menos espero. É bem chato.

Já o meu irmão, o que eu posso dizer? Ele praticamente virou a minha sombra. Está comigo sempre que preciso e até mesmo quando não preciso.

E tenho que dizer que particularmente ele não ficou muito feliz quando soube que nos mudaríamos.

- Mas nós não podemos ir. – foi o que ele me disse quando o comuniquei.

- Você não precisa ir conosco. – não que eu não o quisesse comigo, mas não queria prendê-lo a mim, afinal de contas, ele tinha morado ali a sua vida inteira. Talvez devesse passar a morte ali também. Mas ele apenas gargalhou e me respondeu com uma pergunta.

- E pra onde mais eu iria?

Eu dei de ombros e deixei pra lá. Afinal de contas, quem eu queria enganar? Eu precisava dele. Eu não sei se já disse isso, mas se meu irmão não tivesse morrido, eu nunca teria entendido esse negócio todo. Digo, de ver os mortos. Ele foi a primeira pessoa a me explicar isso.

Não, risque isso. Na verdade, a primeira vez que eu ouvi sobre isso foi da boca de uma cartomante. É, eu sei. Muito clichê. Foi numa festa que teve na minha escola. Eu particularmente não queria ir, mas Gina me obrigou. Você deve estar de perguntando, mas quem diabos é Gina? Bom, ela é minha amiga, quer dizer, a única amiga que eu tinha em Nova York.

O fato é que ela não queria ir aquela estúpida festa sozinha, por isso me intimou a ir com ela. Disse que era meu dever acompanhá-la na posição de melhor amigo. O que posso dizer? Não tinha como eu escapar. Em minha defesa, juro que ela usou a carinha mais fofa e desesperada que qualquer garota poderia usar. A carinha era tão fofa que deveriam exigir uma licença para qualquer pessoa que quisesse usá-la.

A mulher – Zara, médium vidente – leu as cartas da Gina e disse absolutamente tudo que ela queria ouvir. E assim que terminou, eu queria meter o pé dali.  Mas Gina insistiu para que eu fizesse uma consulta.

Você pode imaginar o que aconteceu. Madame Zara leu as cartas umas milhares de vezes até que virou-se para mim.

- Você fala com os mortos. – disse ela.

Nem preciso dizer que Gina ficou agitada. Ela me encarou euforicamente.

- Ai meu deus, Jesse! Você é médium.

- Médium não. – corrigiu madame Zara. – Mediador.          

Me deu vontade de perguntar: O que? Que diabo é isso?

Mas eu sabia. Meu irmão tinha me explicado e posto as coisas num termo bem parecido. Mas eu entendi: eu sou o contato de todo mundo que esticou as canelas e deixou as coisas... incompletas. E quando posso, eu conserto tudo. O que acaba sendo um total saco.

Imagina só ser assombrado em todos os segundos de todos os minutos da sua vida por milhares de fantasmas. Não é agradável.  Você vai numa lanchonete tomar um refrigerante... opa! Falecido na esquina. Alguém o baleou. E se puder ajudar os tiras a chegarem no cara que fez aquilo, ele poderá descansar em paz.

E você só queria uma droga de refrigerante.

E esses são só os caras que sabem por que ainda estão aqui. A maioria deles não tem nem a mais remota idéia do porque ainda não partiram para qualquer tipo de vida – ou não – que os espera após a morte. Então vem a parte que o idiota aqui tem que ajudar todos eles. Por quê? Eu te pergunto, por quê?

Eu sou o mediador.               

Essa droga de destino eu não desejaria a ninguém.

A única coisa que me conforta é poder ajudar verdadeiramente as pessoas.

Mas na maioria das vezes eu penso que isso é um pé no saco total. Porque vou te contar, tem uns fantasmas chatos pra valer. Esses são normalmente os que fazem burrices e querem ficar. Alguns sabem que não foram exatamente santinhos e que seus comportamentos nessa vida não vão levá-los a um lugar muito bom depois da morte, então preferem continuar atormentando aqui. E é a velha ladainha de fantasmas...

Mas quando eles tentam machucar alguém. De propósito. Aí, as coisas tendem a ficar ruins, porque eu fico danado da vida e tenho a súbita vontade de chutar os traseiros deles.

Era exatamente isso que a minha mãe queria dizer com “Ah, Jesse, outra vez?!”. Quando eu chuto a bunda de algum fantasma, as coisas ficam... complicadas. Ela sempre achou que meus surtos de quebrar tudo fossem por conta de algum problema que eu desenvolvi com a morte do meu pai e do meu irmão. Claro que não era isso, mas eu sempre a deixei pensar que sim.

Mas eu não tinha a menor intenção de bagunçar o meu novo quarto, por isso me limitei a dar as costas ao fantasma que estava sentado na minha janela e disse:

- Deixa pra lá, mãe. Está tudo bem. O quarto é ótimo. Obrigado.

Eu percebi que não a tinha convencido, mas ela deixou pra lá.

- Que bom que você gostou. – disse ela. – Eu estava meio... preocupada. Sabendo que você não gosta de lugares antigos.

Lugares antigos são os piores pra mim. Porque quanto mais antiga for uma construção, mas provável de ter um morto por ali. Sei lá, vagando, esperando justiça ou tentando transmitir alguma mensagem. Vocês nem podem imaginar quanto problema isso já me causou.

- Na boa, mãe. É ótimo. Eu adorei. – disse pra ela.

Depois que ouviu isso, Andy começou a zanzar pelo quarto me dizendo como tudo no quarto funcionava. Eu dizia que adorava e o seguia por todo o quarto, mas eu tomei muito cuidado para não olhar para ela. A fantasma.

Depois de um certo tempo, Andy finalmente saiu do quarto e me deixou sozinho com a minha mãe. Quer dizer, tão sozinho quanto à situação permite.

- Esta tudo bem mesmo, Jesse? – minha mãe perguntou.

- Está tudo bem.

- Estou querendo dizer que foi egoísmo da minha parte pedir pra você deixar Nova York. Sei que as coisas não estão fácies pra você, bem... desde a morte do seu pai e do seu irmão.

Minha mãe gostava de pensar que o motivo por eu não ser um garoto, um adolescente normal, era a morte de metade da minha família. Eu até podia entendê-la. Meu irmão quando era vivo era um adolescente modelo. Teve dúzias de namoradas, era jogador de basquete e muito popular e já eu... bom, meu ciclo social é um dos piores existentes em toda a história. Mas é claro que ela não podia saber os reais motivos por trás de tudo isso. Eu não tinha tempo para me relacionar com os vivos. Eu tinha que descobrir a pendência dos mortos.

E eu entendo perfeitamente que pra uma pessoa que não conhece a verdade, alguns dos meus atos passados podem ter sido extremamente... bizarros. Já fui pego em milhares de lugares onde não deveriam estar. Por isso já fui levado pra casa pela policia várias vezes. Por isso que eu digo que conheço muito bem o banco detrás de uma viatura da policia.

Acho que os filhos de Andy ouviram sobre tudo isso. Daí a pergunta se eu faço parte de uma gangue. Bom, faz sentido, mas não é a verdade.

Parecia muito estranho ela falar tudo isso com aquele fantasma nos observando a alguns passos. Mas pareia ser importante pra ela afirmar como as coisas seriam melhores pra mim ali na Califórnia.

Se ela queria que eu fosse melhor ali, era isso que eu faria. Tinha decidido que não faria nada para parar na cadeia. Isso já era um começo.

- Bom. – disse minha mãe sem fôlego depois de falar por vários minutos como deveria ser simpático para conseguir novos amigos. – Se você não precisa de ajuda aqui com as malas... eu vou ajudar o Andy com o jantar.

Além de ser um ótimo carpinteiro, Andy tem uma mão cheia para cozinhar. Minha mãe e eu tínhamos sorte nesse quesito. Eu acenei e disse:

- É isso ai, mãe. Eu só vou ajeitar as coisas aqui e já desço.

Minha mãe concordou e eu a acompanhei até a porta.

- Você acha que vai se feliz aqui, Jesse?

Eu dei um abraço nela. Bom, pelo menos tentei. Já que quando estou com as minhas botinas fico bem maior que ela. Aliás, eu sou bem maior que ela de qualquer jeito. Por isso sua cabeça ficou na altura do meu peito.

- Claro, mãe. Eu vou se feliz aqui. – disse a ela. – Já estou até me sentindo em casa.

Eu não estava mentindo. Se já tinha até um fantasma no meu quarto...

Ela saiu e fechou a porta. Eu esperei até não poder mais ouvir seus passos no corredor.

- Ok. – eu disse me virando para aquele ser na minha janela. – Quem diabos é você?


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Notas finais do capítulo

Me deixem feliz.
Não esqueçam das minhas reviews...