Any Other Day escrita por Orquídea


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Gente, nessa madrugada trevosa estou de volta e mais uma vez com dois capítulos! Aproveitei essa sequência de feriados e dei uma arrancada na escrita, espero que vocês gostem ;) ♥



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Paz, aquela palavra que todo mundo ouve e a ação que todo mundo quer e a que eu consegui com a minha mulher, a paz, eu estou em paz deitado com ela em um sofá afagando seus cabelos enquanto sinto seus dedos deslizarem pelo meu peito, eu não poderia querer desfecho melhor para o nosso desentendimento, quer dizer, poderíamos estar transando, né, mas como ela está fazendo doce esse jeito também é bom.

— O que você acha de eu, você e John viajarmos?
— Pra onde?
— Não sei um lugar calmo, um lugar em que possamos ficar a vontade.
— Ah, então vamos para o polo norte?
— É, aproveitamos a época pra ver se encontramos o Papai Noel. - ironizo também e ela me sorri. - Sempre tem um lugar onde podemos ir sem sermos incomodados, vamos olhar uns lugares e aí a gente decide pra onde vai.
— Tá bom. - ela responde beijando o meu pescoço em seguida. - Nós podemos ir para América do Sul é verão por lá nessa época do ano. - ela sugere e me beija outra vez o pescoço. - Ou podemos continuar aqui na Europa e fazer um tour. - mais uma vez ganho um beijo molhado no pescoço e ela vai descendo a medida que sugere um destino.
— O que você tá fazendo?
— Abrindo sua camisa. - ela responde ao ir abrindo os botões aos poucos, para cada botão aberto um beijo ou uma mordida me era dado e eu não nego que estava gostando, mas tive de pará-la quando ela abriu a minha calça.
— Seu quarto. - digo pra ela que me puxando pelos lados da camisa aberta me guia pela casa desconhecida e me leva ao quarto, não reparei em detalhes Pepper estava me ocupando demais pra eu pensar nisso.

Ajoelhada diante de mim, quebrando seus tabus e me proporcionando um prazer descomunal era assim que minha esposa estava, Pepper tinha várias versões uma delas era o seu lado devasso, eu adorava quando ela assumia esse lado, eu adorava quando ela deixava de se reprimir e se libertava de todas as formas, mesmo casada comigo há tanto tempo Pepper ainda tem suas vergonhas e julgamentos uma delas era o sexo oral, ela só fez isso em mim duas vezes e eu nunca a forcei a tentar gostar, mas nunca entendi como ela não pode gostar de algo que ela faz tão bem.

— Ah, foda! - ela me chupou os testículos e quando fez aquele "ploc" meus dedos dos pés enrijeceram, fui ao céu por alguns segundos, sua língua vagueou por meu membro, uma lambida, duas, três, quatro, uma sequência que ela seguia para então passar ponta de sua língua sobre a cabeça do meu pênis, eu tava desejando, querendo e me perguntando quando ela finalmente me chuparia até que senti sendo abrigado por sua boca morna e molhada pela saliva. - Hm... Isso, Pep, assim. - a instruo e logo sua mão surge para auxiliá-la enquanto a outra está espalmada sobre meu abdômen. - Mais forte, pode ser mais forte. - a direciono e ela me atende, mãos e boca trabalham em função do meu prazer e eu me delicio sobre ela. - Assim, amor, continue assim. - vez ou outra sou eu em que se movimenta, mas na maioria das vezes é ela, seus atos me fazem juntar seus cabelos em um "penteado" sem jeito, seus olhos se mantém em mim quase que o tempo todo, ela gosta de me ver assim, ela gosta de me ouvir abafando gemidos embora ela me diga que acha sexy me ouvir gemer, por alguns segundos perdi o controle e pressionei ainda mais sua cabeça contra meu membro e ela me levou a sua garganta por alguns segundos, se libertou de mim, recuperou o fôlego e tornou a fazer mais uma e outra vez. - Foda, Pepper! - exclamo sentindo cada vez mais prazer, quando não consigo mais conter eu gozo e acabei fazendo isso dentro da boca dela, de novo, ela não surtou, apenas baixou a cabeça e quando voltou a olhar para mim já não tinha mais vestígio de nada e nem cara de brava como ela ficou das outras vezes. - Não tá com raiva?
— Isso aconteceu das outras duas vezes, digamos que não foi surpresa. - ela responde com um tom de voz normal e pegando em seu queixo lhe dou a dica para que se levante.
— O que te deu para fazer isso?
— Vontade. - ela responde mordendo meu lábio inferior. - Muita vontade. - ela diz em um tom rouco e afastando se um pouco de mim ela se desfaz sensualmente de sutiã e calcinha, mas fica com a última peça na ponta de seu indicador, tomo a calcinha de sua mão e a jogo em qualquer lugar, seu corpo eu colo ao meu e a giro para em seguida derrubá-la na cama.
— Eu disse que ia te dobrar, não disse?
— Não cante vitória, senhor Stark, do mesmo jeito que a vontade veio ela vai embora. - ela ameaça e eu foco em seu olhar, seus olhos tremem ao me encarar, sua respiração é mais profunda e excitante ao me ter sobre si, é assim que eu gosto que ela me veja, é assim que eu gosto de senti-la, a beijo o pescoço, mordisco sua pele, seu colo, seus seios os sugo, os aperto, os estímulo e ela geme adoro esse som, sinto sua barriga estremecer ao me ter descendo, arranhando sua pele com minha barba, ela sabia para onde eu ia e talvez o tremor fizesse parte da sua ansiedade e excitação e isso também me deixava da mesma forma, quando ela sentiu meus dedos deslizando por seu sexo molhado eu senti ela prender a respiração por alguns segundos então a fiz soltar ao esfregar seu clitóris com o meu polegar, mais um gemido, a satisfação entra por meus ouvidos. - Tony! - meu nome dito entredentes por ela ao me ter deslizando a língua por seu ponto sensível me instiga e assim como ela fez comigo passo também a usar a mão para ajudar em nossa satisfação. - Oh, Tony! Amor! - seu sexo pulsa cada vez mais rápido, suas pernas tremem, Pepper treme, eu a empurro cada vez mais para seu ápice até que ela o alcança chamando por mim. - Agradeço a retribuição. - ela me diz ainda ofegante e eu sorrio.
— Ainda tem mais. - sussurro em seu ouvido e ela me mordisca a orelha.
— E eu quero mais. - ela sussurra maliciosa.
— Eu também, vira. - ordeno e ela me atende.

Pepper estava empinada para mim, daqui eu tinha a visão das suas costas, das suas sardas que se estendiam por seus ombros, das suas curvas, do seu quadril que tantas vezes contribuiu para me enlouquecer e é claro do seu bumbum, para alguns isso pode ser uma visão bem "seca", mas para mim é uma das visões mais excitantes que eu tenho da minha mulher.

Seus cabelos caíam para um lado expondo uma parte de seu pescoço, ele era sempre meu alvo, me inclinei sobre ela apenas para roçar minha barba e lhe dar um beijo sei que ela se arrepia, como resposta tenho ela contorcendo o pescoço e empurrando seu corpo para trás inconstando-se em meu membro tão necessitado para tê-la, levantei meu corpo e apoiado em um de seus ombros a penetrei, um maravilhoso "Ah!" escapou de seus lábios, mais uma, lenta, dura, firme, seu corpo vai a frente e eu a acompanho, mais uma e outra vez até que eu mesmo não aguento com o ritmo que estou e o aumento, seu corpo sacoleja e nossos quadris se chocam, uma tapa, duas, três, ela choraminga, me xinga, mas não pede que eu pare, cercando o meio de seu corpo com um de meus braços e puxando-a pelos cabelos a trago até mim, suas costas suadas grudam em meu tronco, ela vira o rosto para que eu a beije e a beijo com ardor ela me morde ao sentir minhas mãos trabalhando para satisfazê-la, enquanto uma alterna entre seus seios, a outra está em seus clitóris massageando-a.
— Não pare, não pare!- ela ordena e eu continuo, mas logo a coloco na antiga posição e de repente paro pra que ela faça, Pepper rebola e me leva a loucura, eu me sentia inteiramente nela, apertado, abrigado, pulsando e queimando, lutava contra mim mesmo para não ir antes da hora e estava ficando cada vez mais difícil controlar. - Tony. - ela rosna e eu volto a me movimentar. - Puxa, Tony. - ela pede ao me sentir afrouxando o aperto e no mesmo segundo me inclino sobre ela.
— Você gosta, não é?
— Uhum. - sua resposta sai quase inaudível, mas eu atendo o seu pedido e volto a puxar e bater vez ou outra.

O som dos nossos corpos se chocando e seus gemidos vão ficando cada vez mais altos, sinto suas paredes se contraindo e me apertando cada vez mais, ela está próxima e eu também, meu pênis pulsa, ele também precisa se libertar, entro e saio cada vez mais forte e quase que ao mesmo tempo gozamos, Pepper se agarra nos lençóis e eu dou mais duas estocadas antes de cair, controlando o meu peso óbvio, junto com ela, lhe afasto os cabelos e lhe beijo a nuca ouço ela proferir palavras contra o travesseiro e caio ao lado olhando agora para o teto.

— Olha, a cama tem dossel. - digo ao perceber a longa madeira que se estende dos pés da cama.
— Só percebeu agora? - ela pergunta virando a cabeça para mim olhar.
— Digamos que eu estava um pouco ocupado para perceber algumas coisas. - ela sorri.
— Por que vocês homens gostam tanto que a gente fique de quatro? - Pepper está deitada de bruços, seus braços estão cruzados sob sua cabeça, o cabelo bagunçado cai sobre seu rosto e ombros sardentos, eu adoro aquelas sardas... Tony! - ela interrompe meu pensamento me chamando a atenção e eu volto a encará-la. - Tava no mundo da lua?
— Ham... O que você perguntou mesmo?
— Por que vocês homens gostam tanto que a gente fique de quatro?
— Há quem diga que é biológico, mas eu prefiro a minha teoria que é por que ela é muito excitante, gostosa e uma em que eu mando. - respondo e lhe desfiro um tapa em sua bunda exposta.
— Você quer fazer o favor de parar? Tá dolorido e você já bateu demais aqui, aliás, a minha cabeça também tá doendo.
— Foi você quem pediu pra eu puxar.
— Eu pedi pra você puxar meus cabelos e não pra tentar me deixar careca. - ela reclama e eu rio. - Você tá rindo agora, mas se eu ficasse careca você não ia achar graça nenhuma.
— Na verdade eu ia sim, só ia tentar me conter na sua frente, mas nós dois sabemos que eu não ia conseguir. - ela me estapeia o braço, mas depois encosta a cabeça e o beija, arrasta o corpo um pouco mais acima e me beija a boca, ainda beijando-a passo o meu braço por baixo de seu corpo e a trago para cima de mim.
— Por que mesmo quando tem uma parte minha com raiva a outra só quer você cada vez mais perto e de todas as maneiras que eu puder te ter?
— Por que esse lado seu sabe que seu marido é irresistível.
— Sempre presunçoso.
— E sempre certo. - ela revirou os olhos e rolou seu corpo de volta para seu lado da cama.
— Senti sua falta quando estávamos separados. - ela diz em um tom mais baixo e eu deixo de olhar o teto para olhar pra ela que estava deitada de costas para mim.- Todos os dias. - ela complementa.
— Era só ter voltado, as portas de casa sempre estiveram abertas pra você. - respondi inclinando meu corpo sobre o dela que estava de olhos fechados.
— As portas de casa sempre estiveram abertas para qualquer uma.
— Nunca levei mulher pra lá, não nego que fiquei com muitas, mas quando eu dormia com alguma eram em motéis ou na casa delas.
— Que conversa interessante pra se ter com seu marido. - ela ironiza.
— Foi você quem começou. - acuso e ela resmunga alguma coisa. - Que é, já vai ficar com raiva? Pensei que tínhamos superado isso e que íamos fazer cada segundo do nosso tempo ser suficiente e pra mim nós não estamos aproveitando nosso tempo discutindo sobre isso.
— Tem razão, Tony. - ela responde ainda de costas após um longo suspiro e cobre seu corpo nu com o lençol.
— Eu estava apreciando a vista, Peps.
— Faz tempo que você não me chama assim.
— É verdade, mas é que você foi ganhando outras formas de ser chamada aí eu me esqueci desse.
— Que outras formas? Só tem Ginny e Pepper.
— E chata, esquentadinha, irritante, controladora...
— Eu não vou ficar aqui ouvindo isso. - ela se irrita e antes que saia eu a prendo na cama.
— E mãe, minha esposa, amor, mulher da minha vida! - falo a última em um tom mais alto e mais uma vez recebo tapas em meu braço. - Não bate que eu gamo.
— Tu é um cachorro, Tony. - ela diz olhando para mim com os olhos semi cerrados e eu contenho o riso.
— Sou o que você quiser que eu seja. - ela revira os olhos e eu lhe mordisco a orelha. - Não importa quem passou por nossas vidas nenhuma delas se compara a nós dois. - sussurro em seu ouvido e minha resposta é uma risada roucamente sexy de concordância em meu ouvido.
— Eu, eu e apenas eu. - ela me diz após eu virar e a tê-la sobre mim outra vez. - Fui clara?
— Não o suficiente.
— Ah, não?
— Não. - ela morde o lábio e me sorri maliciosamente, eu adoro esse sorriso.
— Então acho que vou ter de te ajudar com isso. - ela espalma as mãos em meu peito e eu me deixo ser conduzido por ela.

Pepper me esgotou e o que me lembro antes de apagar é que eu queria dormir até ter uma dor de cabeça que me fizesse acordar e o meu desejo foi realizado, só me acordei quando a cabeça começou a doer, como eu já esperava não havia nem sinal dela no quarto e sem ter roupas minhas novas nesse quarto, tive que após o banho, vestir aquelas que usava quando cheguei e desci pra ver se alguém poderia me dizer pelo menos que horas eram.

— Pepper? Pepper? - sussurrei seu nome algumas vezes até achá-la deitada no sofá da sala que estávamos antes de irmos para o quarto, pensei que ela estava dormindo, mas quando me aproximei ela abriu os olhos e se sentou no sofá. - Que horas são?
— 7:12 da manhã. - ela respondeu após consultar o relógio de um celular e isso me tira da cabeça qualquer cálculo que eu tenha feito para saber quantas horas eu dormi. - É meu, Tony, foi eu que comprei. - ela responde e eu nada falo apenas me sento no sofá.
— Só tem nós dois acordados?
— Não, sua mãe e John também estão acordados.
— O que você está fazendo acordado uma hora dessas, Tony?
— O que a senhora está fazendo arrumada uma hora dessas?
— Preston chegou ontem à noite, vão desligar as máquinas dela às 8:30.
— Sinto muito, Maria, sei que ela era muito querida pra você.
— Era sim, era uma grande amiga e a última que o tempo me permitiu ter. Era pra ela ser sua madrinha meu filho, mas Howard implicou tanto com isso que eu deixei pra lá toda essa questão de batismo, porém mesmo assim sempre que nos falávamos ela perguntava sobre você.
— Sinto muito, mãe.
— Quer que eu ou Tony a acompanhe?
— Não precisa, querida, Robin vem me buscar, mas acho que vou querer que um de vocês me busque pra não incomodar tanto a família.
— Quem é Robin? - pergunto.
— É meu sobrinho. Um de vocês vai poder ir?
— Se não for um de nós dois iremos os dois, melhor dizendo nós três já que não vamos deixar John sozinho.
— O problema é saber como ir já que estamos em outro país.
— Eu tinha me esquecido disso, deixem pra lá qualquer coisa eu pego um táxi.
— Nada disso, Maria, quando tudo terminar ligue pra cá e peça a esse seu sobrinho pra passar o endereço, ponho no GPS e tudo resolvido. - é sério? Não importa qual obstáculo eu coloque ela vai arrumar um jeito de contornar.
— Por que não vai com o velho, mãe?
— Seu pai foi embora. - mamãe responde ríspida e de cara fechada.
— Como, se eu estou com as chaves do carro que alugamos?
— Gust o levou, ele não queria passar nem mais um segundo aqui e eu não o queria nem mais um segundo aqui, então juntou a fome com a vontade de comer e ele foi embora.
— Quem é Gust?
— Meu motorista, por falar nisso, eu dispensei ele e Adheleide confio neles, mas Howard também confiava no Stane e nós vimos o que deu, não quero arriscar que eles por querer ou não fale sobre Tony e John e ponha em risco a segurança e o bem estar dele.
— Tudo bem e obrigada por isso.
— Não tem o que agradecer. - nós ouvimos o som da campainha e ela respira fundo. - Deve ser o Robin, já vou indo, logo mais eu ligo. - assentimos e a passos firmes e rápidos ela atravessa a sala e some das nossas vistas.
— Minha mãe não anda, corre. - Pepper concorda e sorri brevemente. - Que foi?
— Seu pai e você são iguaizinhos.
— Ele tem lá sua razão.
— Não, não tem, você me disse que seu pai nunca teria uma chance e ele também pensa isso, mas pelo o que eu ouço dessa história a memória que sua mãe tem do Marcel não tem nada a ver já que seu pai vem acabando com todas as chances que tem com ela desde antes de ela conhecer o ex-marido. - eu não poderia deixar de dar razão a ela e sinceramente não sei por que minha mãe o perdoou depois de toda a briga que eles tiveram e se casou com ele, talvez um dia eu pergunte.
— Onde você vai, Pepper?
— Ver o John, tô preocupada, tenho certeza que ele não dormiu.
— Por que?
— Pesadelos.
— Achei que isso tinha parado.
— Eu também. Ele teve um anteontem gritou muito, inclusive, fez Adheleide, sua mãe e eu corrermos pela casa até chegar na biblioteca que era onde ele tinha dormido e eu acho que ele tem evitado dormir desde então. - ela suspira. - Não quer ir comigo?
— Nós não estamos em um momento de união acho melhor ficar por aqui mesmo. - ela me repreendeu com o olhar. - Só tô seguindo o conselho de dar um tempo.
— Só não dê tempo demais.
— Se preocupa não, eu sei o que tô fazendo.
— É justamente esse seu saber que me preocupa. - ela murmura conforme anda e eu não cogito retrucar, provavelmente por que eu não tenho o que retrucar a comunicação entre nós é inexistente e eu realmente não sei se é possível restabelecê-la.

O tempo passa tão rápido e por conta do clima frio a sensação que fica é que ele caminha lentamente, quando o meio da tarde chega recebo a ligação de minha mãe me pedindo para buscá-la e eu vou reclamando mais que tudo, mas vou, quando chego ao cemitério a vejo cercada por muitas pessoas buzino e depois de muitos abraços e uma trocada de olhares muito esquisita com um outro idoso, um cara segurando uma menininha em seus braços e uma mulher a trazem até o carro.

— Quem é aquele cara ali? - pergunto assim que ela abre a porta
— Preston, irmão gêmeo do Marcel. Sim, seu pai sabe que ele tem um irmão gêmeo, mas não nos falamos desde quando ainda namorava com Marcel. - ela explica e eu me satisfaço. - Baixe os vidros, por favor.- ah, saco! Mais despedidas, tento tapar os meus ouvidos dos discursos de que o tempo cura, sei lá quem reconforta, mas parece impossível já que não tem fim.
— Mãe, tá frio demais e você já passou muito tempo fora.
— Ele tem razão, tia. Obrigada, por estar conosco nesse dia tão difícil.
— Que é isso, minha querida, eu estaria aqui de qualquer forma não precisa agradecer.
— Sei que o Homem de Ferro tem obrigações, mas cuide bem dela, hein? Só tenho ela de mãe agora.- por dentro rolo os olhos por fora forço um sorriso para o cara que beija a testa dela e em seguida põe a criança pra fazer o mesmo.- Diz, tchau, vovó.
— Tchau vovó. - ela fala com um pouco de dificuldade devido a idade e eu lembro de um tempo muito distante.
— Tchau, garotinha da vovó. - ela joga beijos e mamãe se derrete.
— Tia, sei que o momento é de despedidas, mas a senhora nem nos apresentou. - uma morena atraente de cabelos longos e olhar intenso surge sei lá de onde e estica o braço para me cumprimentar e no aperto me entrega um pedaço de papel. - Sou Anelise, satisfação, por que o prazer vem depois. - eu rio e ela pisca o olho pra mim.
— Foi pra evitar esse tipo de coisa que não fiz.
— Anelise, respeite o momento e o local onde estamos, por favor.
— Estou respeitando, só queria me apresentar ao homem! Não é todo dia que temos um super herói conosco, aliás pode vir aqui mais vezes, quer dizer não aqui o cemitério, mas minha casa.
— Chega, vamos.
— Faz meu lado aí, tia.
— Pelo amor de Deus, Anelise, contenha-se! - mamãe repreende e a outra mulher a puxa.
— Só tava querendo fazer meu lado, que mal tem nisso? - todos a fuzilaram com olhar, mas ela não se importou apenas continuou com seu jogo de flertes. - Posso testar mesmo se é de ferro, o que acha?
— Ah, pelo amor de Deus! Nos vemos em breve, meus queridos. - ela diz apressada e sobe a janela, mas isso não me impede de ver o aceno através do fumê.
— Hm... tenho um número novo pra minha agenda. - comento ao abrir o papel enquanto dirigia e recebo um tapão certeiro na cabeça que até me faz perder por alguns segundos o controle do carro.
— Respeite sua mulher!
— Eu estava brincando. - me defendo esfregando a cabeça.
— Sei bem, sempre é brincadeira... Olha aqui, Tony, se eu souber que você tá pisando fora da linha com a Virginia eu mesmo faço campanha pra que ela te esqueça e fique com aquele simpático rapaz, estamos entendidos?
— É o quê?
— É isso mesmo que você ouviu, ou você corta certo ou me junto ao pai dela e a empurro pra longe de você.
— Tudo isso por causa de uma brincadeira?
— Você e seu pai são iguais em absolutamente tudo, Tony, vocês dois tem a terrível mania de aprontar, aprontar e aprontar e querer que nas nossas contas conste apenas o último erro de vocês e a gente tenta fazer isso, Tony, mas isso cansa, meu filho, uma hora não dá mais pra deixar passar e tudo pesa na balança, seu último erro foi uma crise desnecessária de ciúmes, o anterior foi tê-la feito passar pela humilhação de lhe ver tendo relações com outra mulher na sala onde ela trabalha, e antes que você resmungue mentalmente quem me contou isso foi o seu pai, o erro anterior a esse foi a sua demostração de pouco caso sobre o fim do seu casamento e do sequestro de John, sim, eu sei que você sofreu todos os dias, mas não era isso que você fazia todos verem, o antes desse foi todo o desdém que você direcionou a ela e ao John quando a fama de super herói lhe subiu a cabeça e isso virou mais importante que qualquer coisa, e eu sei muito bem que teve mais um, outro e mais outros tantos erros anteriores que se fosse possível elencar passaríamos o resto do dia e a noite inteira falando, estou errada? - fiquei calado e continuei dirigindo, mais essa agora! Ela tá aí com raiva por que brigou com o Howard por causa do Gasparzinho e vem descontar em mim! - Você vai errar com ela assim como ela vai errar com você também, até por que é assim que a gente aprende, mas não confunda o amor que ela sente por você com falta de amor próprio, entendeu?
— Já acabou? - pergunto sem olhar para ela e tudo o que ouço é uma respirada funda, encaro o som como resposta e continuo dirigindo de volta para aquela casa e ouvindo na minha cabeça sem parar aquele ultraje vindo da minha própria mãe.

Assim que parei o carro ela desceu eu ainda fiquei uns segundos dentro do carro indignado pelo o que ouvi e até dei uns bons socos no volante antes de descer e conseguir alcançá-la atravessando a soleira da porta dupla.

— Vamos resolver isso você e eu.
— É o John?
— É sim. - respondo e ouço mais duas vozes essas bem mais baixas que a dele, uma eu posso dizer com toda a certeza que pertence a Pepper e a outra me parece ser a do meu pai, mas não tenho certeza. - Onde ele está?
— Acho que a voz dele tá vindo da sala de estar.
— Essa daí não é a sala de estar?- pergunto ao passar pela aquela primeira sala após o hall de entrada.
— Não, é a de visitas.
— Não importa quantas cabeças nasçam no lugar eu vou arrancar todas elas! - o ouvimos vociferar e antes que eu consiga assimilar sua fala e chegar mais perto meus passos são interrompidos por disparos que ecoam pela casa me fazendo estancar.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam! Espero os reviews, hein? Beijão!



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