Cantiga de outro Verão escrita por DezzaRc, A Little Dreamer


Capítulo 3
Oficina


Notas iniciais do capítulo

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Música do capítulo: A Força do Silêncio - Pouca Vogal



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Hugo estava atrasado. Ele deixara o fórum onde estagiava no centro e rumou às pressas à biblioteca municipal da cidade. Eram pouco mais das seis horas da noite e o trânsito estava carregado como todos os dias. Nem ao menos tinha tempo de passar em casa e tomar um banho rápido, seguiu direto para o transporte público lotado e olhava de minuto em minuto o relógio de pulso. Seu celular vibrou no bolso da camisa social, e ele tentou se equilibrar apenas com a mão que firmava a maleta de trabalho ao corpo, para segurar o aparelho. Uma senhora gentil pediu para segurar a bolsa e, sem alternativa, ele aceitou de bom grado com um sorriso sincero.

— Diga, Helena.

— Você já está chegando? — perguntou a voz feminina do outro lado da linha.

— Chegando aonde?

— Em casa, oras.

Hugo segurou um palavrão e torceu para que suas suspeitas não se confirmassem.

— Eu te avisei hoje de manhã que teria um compromisso depois do trabalho, só irei para casa mais tarde. O que você quer?

— Como assim não vai para casa, Hugo?! Eu também tenho um compromisso hoje à noite e não vou poder faltar! Não posso levar o Guga comigo e...

— Helena — ele a interrompeu, tentando ficar calmo. — Eu avisei primeiro que iria sair e você concordou. Não tenho culpa se é desmiolada e não escuta nada que eu digo. Lamento, mas hoje não irei ceder aos seus caprichos.

— Hugo...

— Adeus.

Ele desligou o celular antes que mais alguém torrasse sua paciência. Se ele deixasse, Guga praticamente moraria em sua casa. Não podia nem dizer que a mãe tinha responsabilidade pelo garoto, pois era mentira. Hoje mesmo, Hugo decidira levar a criança para cortar o cabelo, porque a mãe não deu sinal de que iria fazer alguma coisa. Também não era a primeira vez que ela inventava de marcar algo justo no dia que ele planejava sair. Ele perdeu a conta de quantas vezes desistira de um compromisso por pena do garoto. Para o azar da irmã, Hugo não cederia novamente. Já estava cansado de encobertar Helena e deixá-la estragar mais ainda a vida dela, sem sinal de que amadureceria um dia. Provavelmente, tinha arranjado mais um encontro com um cara rico e cafajeste que não sabia o significado da palavra namoro.

Hugo agradeceu à senhora simpática por segurar a maleta e desceu do ônibus. Ele não queria, mas estava preocupado com o pequeno Guga. Não sabia até onde iria a loucura da irmã, se o deixaria sozinho no antigo apartamento deles afastado do centro da cidade. Eles não tinham pais. Sua mãe morrera há três anos e seu pai os renegara ainda jovens. Hugo nem sabia se ainda estava vivo, e pouco tinha interesse em descobrir. Desde então, era só no mundo com Helena e o sobrinho.

O rapaz alto entrou na biblioteca e pediu informações à morena baixa sobre o workshop de escrita criativa. Ela indicou o andar e ele pegou o elevador com mais três mulheres agradáveis. Ele notou que a loira não parava de lhe encarar, na certa interessada em sua aparência. Discretamente, ele também a analisou dos pés à cabeça e gostou do que viu. A mulher tinha curvas no lugar certo e um decote generoso à mostra no vestido de cetim rosa bebê. As portas do elevador abriram-se no terceiro andar e, pelo visto, todos desceriam nele. Hugo segurou a porta e aguardou as damas passarem. A loira, aproveitando o momento, roçou o corpo no dele de propósito e saiu rebolando em sua frente. O rapaz deu um sorriso de lado e a seguiu.

Na entrada do salão, havia uma moça responsável por conferir o nome dos participantes da oficina. Hugo então entregou sua identidade e logo estava dentro do evento. O local estava quase cheio e havia várias mesas de madeira em trios dispostas no lugar. À frente, estava a bancada do palestrante e um telão para o retroprojetor ao fundo. Hugo e a loira preferiram se sentarem à mesa vazia na direção do ar-condicionado; outra mulher que pegou elevador com eles juntaram-se aos dois. Ele ajeitou a pasta na mesa e cruzou os braços, observando o lugar. Pôde ver de adolescentes a pessoas mais experientes, um grupo homogênio. A escrita, de fato, interessava a todos os públicos.

Hugo escutou a loira pigarrear ao seu lado para chamar sua atenção.

— Então, você escreve sobre o quê? — indagou com a voz afetada, o decote de repente mais cheio. De perto, ele daria uns trinta anos para ela.

— Fico entre romances policiais, ficção científica e fantasia. E você?

— Romances eróticos — respondeu de imediato, passando a língua entre os lábios. Em outra ocasião, Hugo aceitaria sua proposta sem pestanejar, mas hoje ele estava disposto a aproveitar a aula ao máximo.

Para sua sorte, a movimentação na frente da sala atraiu a atenção de todos, inclusive a loira impertinente ao seu lado. Os rapazes da manutenção testaram pela última vez os recursos do palestrante e logo depois três pessoas entraram no salão e se posicionaram na bancada da palestra. Hugo aproveitou para abrir a maleta e pegar o bloco de anotação ao ver que várias pessoas faziam o mesmo. Era a primeira vez que participava de um workshop de escrita criativa e estava animado para o que iria aprender. A escrita, por vezes, fora sua válvula de escape quando não tinha mais ninguém a recorrer. Isso depois de quebrar a cara tentando fugir do mundo com formas ilícitas. Por pouco, ele não acabara com a própria vida, várias e várias vezes. Na escrita, no entanto, ele encontrava seu verdadeiro lugar no mundo e, consequentemente, sua paz de espírito.

A loira mordia a caneta de forma distraída, ou assim ela fazia parecer, e Hugo logo percebeu que a mulher não desistiria enquanto não o tivesse em sua cama. Ou no banheiro mais próximo. Ele correu os olhos pela sala e achou um lugar vago bem à frente da mesa dos palestrantes. Se as coisas se tornassem insuportáveis, Hugo daria a desculpa de que o ar-acondicionado estava fazendo sua rinite atacar e cairia fora dali.

O som de uma voz potente no microfone encheu a sala. Hugo então levantou os olhos e observou pela primeira vez as pessoas que entraram no ambiente. Para sua surpresa, ele reconheceu a mulher de cabelos de fogo ao lado do homem rechonchudo que agora dava boas-vindas aos alunos no microfone. Era sua vizinha, a patricinha mimada que seu sobrinho havia se esbarrado na porta do apartamento. Ela seria quem? A filha do palestrante que estava ali por obrigação e iria distribuir papel de ofício aos alunos? Provavelmente.

Nina encarava nervosa a parede branca no fundo da sala, enquanto escutava o discurso de sempre do bibliotecário na abertura da oficina. Ela podia até ter domínio do assunto, mas da sua timidez, Nina ainda estava longe. Falar em público sempre a deixava nervosa, ainda mais um lugar cheio de pessoas cultas dispostas a rebaterem sua opinião fervorosamente. Era isso o que ela mais temia. O Sr. Alberto continuava o falatório e Nina recolheu coragem o suficiente para analisar sua mais nova turma. O público era o mesmo de sempre, as mulheres dominando sobre os homens e muita gente nova e sonhadora, assim como ela. A turma tinha exatos vinte alunos, o número máximo para que ela pudesse dar atenção a todos.

Quando o Sr. Alberto citou seu nome, ela acordou de seus devaneios e tomou posse do microfone. O bibliotecário deixou o recinto e então era sua vez. Pelo menos não encararia todas aquelas pessoas só, tinha a ajudante ao seu lado, o lugar que ela ocupara por meses no início de sua carreira como palestrante. Com um sorriso nervoso, ela deu um "boa noite" aos alunos, que foi respondido com entusiasmo pelos ouvintes.

— Sou Marina Dias e esta é minha assistente, Julia Freitas. — Julia deu um aceno simpático ao pessoal. — Como vocês, sempre tive o sonho de publicar um livro, e foi assim que parei no curso de letras na federal da nossa cidade. — Algumas pessoas soltaram um riso baixo, e isso serviu como combustível para que Nina continuasse, agora mais segura de suas palavras. — Faz pouco tempo que publiquei um livro de contos juntamente com mais cinco escritores pela editora Agnald, além de um contrato firmado para um futuro romance, e tenho uma coluna fixa na Revista Litera, onde falo sobre as apostas literárias do Brasil. Sou pupila da renomada escritora Adriana Cantes, que escreveu várias obras consagradas, dentre elas "O Canto do Vendaval", e graças a essa pessoa incrível tive a oportunidade de dar palestras sobre algo que eu amo, para uma turma que tem os mesmos objetivos que eu na vida: conseguir finalizar uma obra e publicá-la.

Nina então explicou como o curso de apenas três meses, uma aula por semana nas sextas à noite, iria funcionar. Enquanto mostrava os slides da programação do curso, seus olhos pousaram em um homem que a olhava fixamente sentado entre duas mulheres muito bonitas. Ela estremeceu ao reconhecê-lo e gaguejou pela primeira vez na noite, dando um gole em sua água para disfarçar. O rapaz de espessos cabelos negros e olhos escuros a fitava com o mesmo desdém do dia anterior, quando o pequeno Guga esbarrara-se em suas pernas. Do jeito que estava vestido, como se tivesse acabado de sair de uma audiência, acentuava-lhe mais ainda o ar de imponência e superioridade que Nina detestava em pessoas como ele. Poderia até pressupor que ele faria de tudo para mostrar que tinha mais conhecimento que ela e humilhá-la na frente de sua classe.

Aquilo seria uma tortura, ela sabia. Não podia simplesmente dar as costas e abandonar a turma só por causa daquele homem, até porque, eles eram vizinhos agora. Nina não só teria que largar a turma do workshop, como também trocar de prédio, e ela ainda não havia enlouquecido para mudar sua vida por causa de um cara arrogante como ele. Dessa forma, respirou fundo e resolveu apenas ignorá-lo e tratá-lo como outro aluno qualquer. Ninguém estragaria os seus sonhos.

— Então, pessoal, agora que contei um pouco da minha vida literária e o que o curso propõe para vocês, quero conhecê-los um pouco mais, já que iremos passar os próximos três meses trabalhando juntos — Nina explicou com um sorriso alegre no rosto, e algumas pessoas soltaram murmúrios de insatisfação, o que a fez sorrir mais ainda. — Sabiam que o ser humano tem mais medo de falar em público do que da própria morte?

Os alunos voltaram aos sussurros, alguns com sorrisos bobos em concordância. O primeiro dia era sempre o mais tenso. Nina ainda não tinha intimidade com a turma e eles tampouco queriam colaborar para quebrar o gelo inicial.

— Basta apenas dizer seu nome, por que você começou a escrever e qual é seu gênero literário. Nem um pouco difícil, não é? Quem será o primeiro? — A ruiva de olhos verdes e voz infantil observou a turma agitada, algumas pessoas desviaram os olhos de vergonha para não ser o escolhido. Para sua surpresa, quem ela menos queria que falasse tomou a palavra.

— Meu nome é Hugo Torres, prazer em conhecê-la, senhorita Dias — o rapaz de cabelos negros no meio da sala se apresentou. O tom de deboche em sua voz sempre presente quando se tratava dela.

Cansada daquele tratamento hostil e de fazê-la se calar, Nina resolveu agir e entrar no jogo do engravatado prepotente.

— Olá, Hugo. De onde surgiu seu amor pela escrita? — ela esforçou-se para manter a voz firme e conseguiu. Em troca, Hugo lançou-lhe um sorriso em desafio.

— Creio que da mesma forma que a maioria daqui: o desapego do nosso mundo frio e calculista. Mas minha verdadeira motivação por trás das letras é uma resposta um tanto pessoal — completou, divertido. As duas mulheres ao seu lado soltaram risinhos pelo tom sugestivo.

Nina trocou o peso do corpo de perna, de repente sentindo-se como se tivesse o triplo de sua massa corporal e que mal podia se sustentar nos pés. Ele a estava provocando, e Nina sabia que era só o começo. O que a ruiva queria saber era por que ele a tinha escolhido como alvo. Talvez fosse um passatempo do misterioso Hugo Torres e Nina era sua próxima vítima. Ela repassou na mente o dia anterior em que se conheceram e realmente não tinha ideia do que fez para que fosse tratada daquele jeito; não maltratara seu filho, pelo contrário, impedira a queda do garoto. Devia ser mesmo um jogo para ele.

— Bela resposta, você tem o suspense em suas palavras — Nina tratou de dizer, sem perder a compostura. — Qual seu gênero literário?

Hugo então resolveu ir mais fundo. Ele ainda duvidava do talento da garota em sua frente que mais parecia uma adolescente assustada tentando ser quem não era. Qual seria seu tipo de leitura, se é que lia algo além das revistas adolescentes de fofoca? Talvez aqueles romances cheios de açúcar com vampiros, ou mocinhos que fingiam ser fora da lei, mas no final se tornavam um belo de um marica.

— Gosto de vários gêneros, mas o romance policial é um dos meus favoritos. Acho interessante a forma que eles exploram a psique humana, como retratam a realidade dos fatos e a crueldade das pessoas, além de nos alertar as falsetas da personalidade de um indivíduo, principalmente os que se mostram serem o que não são... — Hugo terminou o discurso, olhando-a diretamente nos olhos.

— Eu também curto romance policial. John Dickson Carr é um dos meus autores favoritos — intrometeu-se um rapaz negro no fundo da sala. Hugo o fitou por cima do ombro, nem um pouco satisfeito pela interrupção. Ele queria que a adolescente de olhos amedrontados o respondesse. Quem sabe assim ela desistiria logo disso e um professor de verdade entraria na sala e ele não teria seu dinheiro perdido. — A propósito, meu nome é Pedro Bacellar, e escrevo para deixar claro meu desprezo pelos abutres da sociedade. Tenho certeza que teremos bons três meses pela frente de conhecimento literário, Senhorita Dias.

Pedro terminou sua apresentação com um pequeno sorriso no rosto direcionado a ruiva corada na frente da sala. Ele a defendera das garras de Hugo, e ela não sabia se sentia alívio ou raiva por dar o gostinho ao advogado de que não poderia se defender só. Nina não era boba e tinha certeza que Hugo estava acusando-a de algo que ela nem mesmo imaginava o que seria.

— Sim, pelo visto teremos três eletrizantes meses pela frente — ela concordou ainda aturdida. — Bem-vindo a nossa turma, Pedro. Quem é o próximo?

Pedro lançou-lhe um sorriso ainda maior e assim que captou o olhar irônico do homem a poucas cadeiras à frente, deixou claro que se dependesse dele, Hugo não faria nada para prejudicar a bela palestrante.

O restante da oficina ocorreu sem maiores problemas. Todos os alunos se apresentaram, alguns mais tímidos que outros, e logo o clima tenso foi substituído pela expectativa de aprenderem coisas novas. Conforme o roteiro, Nina apresentou a seus alunos o básico do processo criativo de uma história e os deixou à vontade na hora da atividade prática. Ela aproveitou o momento para jogar uma água no rosto e comer algo, antes que desmaiasse de fome na frente da classe. Julia iria substituí-la por alguns minutos.

Quando deixou o banheiro feminino, escutou uma voz masculina apreensiva ao telefone. Iria passar pelo estranho sem problema algum se não tivesse reconhecido o dono da voz. Nina não queria receber mais uma vez seu olhar hostil, como se ela fosse um inseto insignificante. Então preferiu se manter escondida atrás da parede esperando que ele fosse embora.

— Helena com certeza é a pior mãe do mundo, não sei por que ainda me surpreendo com as coisas que ela faz — Hugo disse ao telefone sob o olhar atento da ruiva. — Podemos ter até uma ligação, mas não vejo a hora de me livrar dela. Simplesmente não dá mais, Lúcia! — A mulher do outro lado da linha disse algo que o fez sorrir, e Nina estreitou os olhos. — Você sim é a mulher da minha vida!

Hugo soltou uma risada rouca gostosa que a fez querer se juntar a ele, mas logo então se reprimiu. Além de prepotente, era um cafajeste que não se importava com a família e iria abandoná-los por uma vadia qualquer. A lista de defeitos daquele homem só crescia, e cada vez mais ela achava que ele não passava de um novo estorvo para sua vida problemática. Hugo encerrou a ligação e ela pôde enfim sair de seu esconderijo, comer algo leve e se juntar aos demais na oficina.

Nina apenas se sentiu confortável quando seu novo pesadelo deixou seu lugar e foi embora sem nem ao menos se despedir de alguém. Ela notou, enojada, como a mulher loira e curvilínea sentada ao lado dele o acompanhou com os olhos durante todo o caminho, como se ele fosse o banquete da noite. Nina tentou se recordar o nome dela, talvez fosse Laura, a escritora de romances eróticos. A mulher nem ao menos devia saber que seu vizinho era pai de família e tinha uma esposa. Ou sabia e resolveu ignorar os fatos.

A aula terminou quase duas horas depois, quando a ruiva checou a atividade de cada aluno e apontou seus acertos e erros. Na aula seguinte, eles iriam trabalhar com personagens, e Nina pediu para que cada um criasse um perfil com os critérios pedidos por ela. Enquanto trocava algumas palavras com Julia, sua ajudante, Pedro se aproximou dela com um sorriso reservado e as mãos no bolso da calça.

— Vale fazer a releitura de algum personagem já existente? — o rapaz perguntou, e Julia pediu licença, deixando os dois a sós. Ele era o único aluno restante da sala.

Nina terminou de guardar alguns papéis em um envelope pardo, e o respondeu no meio tempo, simpática:

— Poder até pode, mas isso anularia alguns fatores para a minha avaliação. A graça seria começar do zero, certo?

— É, você tem razão — Pedro concordou. — Li sua última matéria para a revista Litera, foi realmente legal seu ponto de vista sobre a eterna briga entre os clássicos e os best-sellers contemporâneos.

— Sério? — ela sorriu, enfiando as pastas dentro da bolsa e a pôs no ombro. — Recebi muitas respostas insatisfeitas sobre meu texto. Não se pode agradar a todos.

— Imagino exatamente o tipo de pessoa que as enviou — Pedro alfinetou, o que a fez olhá-lo com interesse. — O que não faltam são pseudo-cultos na literatura.

Algo a alertava que o rapaz em sua frente acabara de jogar uma indireta para seu vizinho. Nina o analisou melhor e só confirmou o quão bonito ele era, a pele negra, o cabelo cortado em estilo militar e todos aqueles músculos. Uma beleza generosa e pura, não repugnante e ostensiva como Hugo Torres. Talvez tivesse sua idade, ou fosse um ou dois anos mais novo. Nina sabia, porém, que deveria se manter afastada de homens como ele; convencidos demais, achavam que todas as mulheres cairiam aos seus encantos em um estalar de dedos. A ruiva já quebrara a cara o suficiente para aprender a lição. Como dizia o ditado: nem tudo o que reluz é ouro.

— Eles não estão apenas na literatura. — Ela apanhou os envelopes e a bolsa, saindo da sala em seguida, com Pedro em seu encalço. — Até semana que vem, Sr. Bacellar. Estou ansiosa para conhecer seu personagem — disse com sinceridade.

— Pode deixar que vou caprichar, professora!

Nina riu e o deixou só.


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Notas finais do capítulo

Oi, galerinha! Obrigada a todos que estão adicionando a história em sua lista de leitura e comentando, vocês estão me fazendo imensamente feliz. ♥ Esses dois vivem na base do pré-conceito, não é? Vocês acham que eles estão certos em seus julgamentos ou irão quebrar a cara bem bonito quando se conhecerem de verdade? Ainda temos muito chão pela frente, hahaha. Sigam o tumblr oficial da história para terem acesso a spoilers, extras, fotos de cenário e ainda podem conversar comigo, desabafar sobre algo, o que quiserem. :) http://cantigadeoutroverao.tumblr.com/

Beijão, e até a próxima sexta!



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