Memórias de uma vida escrita por AnmyChan


Capítulo 5
Sim, irmãos


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Parecia um dejavu, eu estava ao lado de Jane em um balcão em qualquer lugar de Londres. Parecia que os anos não haviam passado, e que eu poderia olhar para trás e me ver sem meus problemas conjugais e com meus pais falando o que eu devia fazer caso a música fosse uma âncora que me puxasse para o fundo do mar. Jane estava linda, e por incrível que possa parecer, em mim não havia sentimentos como o amor que eu sentia por ela, e neste momento percebi que eu havia mudado e meus planos e objetivos também.

– Ed? – Olhei para ela. – Você esta quieto.

– Ah, estava pensando na última vez que nos vemos.

– E você ainda se lembra?

– Sim. Estávamos na frente do antigo prédio da sua faculdade, e conversávamos sobre nosso passado, mas eu queria falar do futuro ao seu lado e como seria feliz por ter você comigo, mas infelizmente você não pensava assim, percebi quando ele chegou.

– James?

– Sim, ele mesmo. Quando eu ia falar que te amava ele apareceu e te beijou na minha frente pedindo que você o acompanhasse sabe-se lá para onde. – Ela levantou de boca aberta.

– Você me amava?

– Eu achei que era óbvio. – Gargalhei batendo com a mão no banco para que ela se sentasse.

– Não, bem eu tinha lá minhas desconfianças. – Se sentou.

– Desconfianças Jane? Eu te beijei na infância, eu te convidei para o baile da escola, eu chorei quando você foi embora, eu tive reações quando dormi contigo aos 15 anos e bem, eu quis matar James aquele dia.

– Ed. – Ela colocou a mão no meu ombro. – Me perdoa.

– Jane. – Coloquei minha mão sobre o dela. – Não tem que se desculpar, aquilo não me matou e bem, estamos aqui hoje, não é?! Tendo uma conversa saudável de amigos de infância. – Sorri.

– Verdade. – Ela sorriu.

Ficamos ali conversando por horas, jogamos sinuca e ficou assim Jane ganhou 3 e eu 2 ou seja, ela ganhou. Depois de umas doses de muito álcool ela me chamou para dançar ao som de uma música do Mumford & Sons “Lover Of The Light”. A cada passo dela, era um desengonçado meu, ela ria e sacodia a barra do vestido, dava passos largos ao som da música. Quando enfim acabou ela abriu um sorriso para mim e se aproximou do meu rosto, levantou as mãos até meus ombros e me beijou. Senti sua língua com gosto de cervejas, e sentia seu cheiro que me lembrava de casa, me fazia ver que estava seguro e que estava com minha irmã que eu nunca tive. Parei o beijo e ela me encarou.

– Desculpa Ed. – Ela estava vermelha.

– Tudo bem, só não faz mais isso.

– Por quê? Achei que queria.

–Você achou errado, não me leva a mal, mas pareceu que estava beijando meu irmão Matt, ou melhor a irmã que eu nunca tive.

– Ok, mas achei que me amava.

– Falou certo, amava. Não pense que não gosto de você, por que gosto, mas amar como amava, não mais.

– Ok então, Ed eu vou indo creio que já bebi demais.

– Vamos, eu te levo. Moramos no mesmo prédio.

– Na verdade, eu não moro lá.

– Como assim? Então o que fazia lá?

– Lá é o prédio do James.

– Há, quer dizer que você ainda esta com ele?

– Sim, estou noiva.

– Mas então, por que raio me beijou?

– Desejo antigo, ou pode ter sido a briga que tivemos hoje que me fez achar que eu poderia recomeçar com você sei lá.

– Sabe Jane, eu espero que você até hoje só tenha beijado a mim estando com ele.

– O que quer dizer? Quer dizer que sou vagabunda? – Esqueci da alta porcentagem de álcool nela.

– Não, só espero que jamais tenha o traído.

– Jamais.

– Jamais vírgula Jane, hoje você traiu e o pior é que tive participação nisso.

– Olha Ed, vou indo não estou gostando do rumo dessa conversa. – Ela foi até o balcão pegou sua bolsa e se virou para mim. – Espero que encontre uma mulher que consiga te fazer feliz e seja fiel. Adeus Edward.

– Até mais Jane. – Acenei e a vi indo embora. Talvez esse tenha sido o pior “encontro” que já tive com ela, mas creio que foi também o melhor.

Logo após sair do bar fui para casa e o que eu vi me deixou assustado, Pietra estava na porta de casa sentada. O que me fez perguntar, como ela chegou aqui, por que estava aqui e o que havia acontecido.

– Pietra! – Corri até a porta.

– PAPAI! – Ela veio ao meu encontro chorando.

– Que foi filhinha. – A peguei no colo e a aninhei.
– Papai, eu não quero ficar com a mamãe.

– Mas era para você estar com o Tio Stu, o que houve?

– Papai. – Soluçou. – Eu quero dormir aqui.

– Isso é claro. – Abri a porta e peguei sua bolsa do chão. Quando estava dentro do meu quarto eu a coloquei na cama. – Filha pode me contar o que aconteceu? – Ela negou com a cabeça.

– Quero dormir. – Soluçava ainda.

– Ok filha. – Deitei do seu lado, e ela ia caindo no sono, e quando ele a venceu eu cuidadosamente sai da cama e do quarto, quando estava na sala liguei para o Stuart.

– Stuart, Alô?

– Oi Ed, você sabe que horas são?

– Não.

– São 3h da manhã para sua informação.

– Ok, mas quero saber o por que da Pietra não estar aí.

– Ah sim, a Liz veio busca-la dizendo que ela ia ficar com a filha hoje.

– Isso foi que horas?

– Era umas 21h mais ou menos, por que? Aconteceu algo?

– Sim Stu, Pietra estava na minha porta às 2 da manhã.

– Como? Como isso Ed?

– É isso que eu quero saber.

– Bem, deixa para amanhã Ed, agora você não vai conseguir resolver esse mistério.

– Sim, eu usei. Eu vou esperar amanhecer e vou no mercado comprar comida.

– Ok então, abraço cara. Depois me conta viu.

– Pode deixar. Abraço.

Desliguei, e fui ao quarto deitar ao lado da pequena, senti que ainda iria me incomodar muito, mas fico mais aliviado após perceber que se eu tivesse ido para a cama com Jane, há esta hora não estaria em casa para socorrer esse pingo de gente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijos!



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