Memórias de uma vida escrita por AnmyChan
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura!
Parecia um dejavu, eu estava ao lado de Jane em um balcão em qualquer lugar de Londres. Parecia que os anos não haviam passado, e que eu poderia olhar para trás e me ver sem meus problemas conjugais e com meus pais falando o que eu devia fazer caso a música fosse uma âncora que me puxasse para o fundo do mar. Jane estava linda, e por incrível que possa parecer, em mim não havia sentimentos como o amor que eu sentia por ela, e neste momento percebi que eu havia mudado e meus planos e objetivos também.
– Ed? – Olhei para ela. – Você esta quieto.
– Ah, estava pensando na última vez que nos vemos.
– E você ainda se lembra?
– Sim. Estávamos na frente do antigo prédio da sua faculdade, e conversávamos sobre nosso passado, mas eu queria falar do futuro ao seu lado e como seria feliz por ter você comigo, mas infelizmente você não pensava assim, percebi quando ele chegou.
– James?
– Sim, ele mesmo. Quando eu ia falar que te amava ele apareceu e te beijou na minha frente pedindo que você o acompanhasse sabe-se lá para onde. – Ela levantou de boca aberta.
– Você me amava?
– Eu achei que era óbvio. – Gargalhei batendo com a mão no banco para que ela se sentasse.
– Não, bem eu tinha lá minhas desconfianças. – Se sentou.
– Desconfianças Jane? Eu te beijei na infância, eu te convidei para o baile da escola, eu chorei quando você foi embora, eu tive reações quando dormi contigo aos 15 anos e bem, eu quis matar James aquele dia.
– Ed. – Ela colocou a mão no meu ombro. – Me perdoa.
– Jane. – Coloquei minha mão sobre o dela. – Não tem que se desculpar, aquilo não me matou e bem, estamos aqui hoje, não é?! Tendo uma conversa saudável de amigos de infância. – Sorri.
– Verdade. – Ela sorriu.
Ficamos ali conversando por horas, jogamos sinuca e ficou assim Jane ganhou 3 e eu 2 ou seja, ela ganhou. Depois de umas doses de muito álcool ela me chamou para dançar ao som de uma música do Mumford & Sons “Lover Of The Light”. A cada passo dela, era um desengonçado meu, ela ria e sacodia a barra do vestido, dava passos largos ao som da música. Quando enfim acabou ela abriu um sorriso para mim e se aproximou do meu rosto, levantou as mãos até meus ombros e me beijou. Senti sua língua com gosto de cervejas, e sentia seu cheiro que me lembrava de casa, me fazia ver que estava seguro e que estava com minha irmã que eu nunca tive. Parei o beijo e ela me encarou.
– Desculpa Ed. – Ela estava vermelha.
– Tudo bem, só não faz mais isso.
– Por quê? Achei que queria.
–Você achou errado, não me leva a mal, mas pareceu que estava beijando meu irmão Matt, ou melhor a irmã que eu nunca tive.
– Ok, mas achei que me amava.
– Falou certo, amava. Não pense que não gosto de você, por que gosto, mas amar como amava, não mais.
– Ok então, Ed eu vou indo creio que já bebi demais.
– Vamos, eu te levo. Moramos no mesmo prédio.
– Na verdade, eu não moro lá.
– Como assim? Então o que fazia lá?
– Lá é o prédio do James.
– Há, quer dizer que você ainda esta com ele?
– Sim, estou noiva.
– Mas então, por que raio me beijou?
– Desejo antigo, ou pode ter sido a briga que tivemos hoje que me fez achar que eu poderia recomeçar com você sei lá.
– Sabe Jane, eu espero que você até hoje só tenha beijado a mim estando com ele.
– O que quer dizer? Quer dizer que sou vagabunda? – Esqueci da alta porcentagem de álcool nela.
– Não, só espero que jamais tenha o traído.
– Jamais.
– Jamais vírgula Jane, hoje você traiu e o pior é que tive participação nisso.
– Olha Ed, vou indo não estou gostando do rumo dessa conversa. – Ela foi até o balcão pegou sua bolsa e se virou para mim. – Espero que encontre uma mulher que consiga te fazer feliz e seja fiel. Adeus Edward.
– Até mais Jane. – Acenei e a vi indo embora. Talvez esse tenha sido o pior “encontro” que já tive com ela, mas creio que foi também o melhor.
Logo após sair do bar fui para casa e o que eu vi me deixou assustado, Pietra estava na porta de casa sentada. O que me fez perguntar, como ela chegou aqui, por que estava aqui e o que havia acontecido.
– Pietra! – Corri até a porta.
– PAPAI! – Ela veio ao meu encontro chorando.
– Que foi filhinha. – A peguei no colo e a aninhei.
– Papai, eu não quero ficar com a mamãe.
– Mas era para você estar com o Tio Stu, o que houve?
– Papai. – Soluçou. – Eu quero dormir aqui.
– Isso é claro. – Abri a porta e peguei sua bolsa do chão. Quando estava dentro do meu quarto eu a coloquei na cama. – Filha pode me contar o que aconteceu? – Ela negou com a cabeça.
– Quero dormir. – Soluçava ainda.
– Ok filha. – Deitei do seu lado, e ela ia caindo no sono, e quando ele a venceu eu cuidadosamente sai da cama e do quarto, quando estava na sala liguei para o Stuart.
– Stuart, Alô?
– Oi Ed, você sabe que horas são?
– Não.
– São 3h da manhã para sua informação.
– Ok, mas quero saber o por que da Pietra não estar aí.
– Ah sim, a Liz veio busca-la dizendo que ela ia ficar com a filha hoje.
– Isso foi que horas?
– Era umas 21h mais ou menos, por que? Aconteceu algo?
– Sim Stu, Pietra estava na minha porta às 2 da manhã.
– Como? Como isso Ed?
– É isso que eu quero saber.
– Bem, deixa para amanhã Ed, agora você não vai conseguir resolver esse mistério.
– Sim, eu usei. Eu vou esperar amanhecer e vou no mercado comprar comida.
– Ok então, abraço cara. Depois me conta viu.
– Pode deixar. Abraço.
Desliguei, e fui ao quarto deitar ao lado da pequena, senti que ainda iria me incomodar muito, mas fico mais aliviado após perceber que se eu tivesse ido para a cama com Jane, há esta hora não estaria em casa para socorrer esse pingo de gente.
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Espero que tenham gostado.
Beijos!