Assassinato no Fim de Semana escrita por Karura-chan
- Olá, Thiago-kun, poderia nos ajudar na investigação? – começou L.
Thiago estava bem diferente, bem sério. Também estava com óculos escuros e mais pálido do que de costume. Mas ao contrario de Pedro que estava deprimido, Thiago parecia revoltado.
- Em tudo que estiver ao meu alcance.
- O que o Rafael comeu durante o lanche?
- Ele pediu...acho que foi um cachorro-quente, refrigerante, batatas-fritas e um bolo de chocolate.
- Você poderia nos dizer se o Rafael compartilhou alguma comida durante o lanche?
- Ele dividiu comigo. Metade do cachorro-quente pra mim e metade do meu lanche eu dei pra ele.
- E as batatas, o refrigerante e o bolo?
- As batatas, a gente pegava de um grande prato no centro da mesa. O bolo ele comeu sozinho, e o refrigerante também. Mas tem um detalhe...o refrigerante foi trocado pelo suco da Paula... E eu acho que ele não morreu estrangulado, porque ele estava com uma aparência um tanto estranha. Então pensando, acho que o mais provável era o suco estar envenenado, porque o bolo vem num saquinho fechado. Então eu concluí que ...talvez estivessem querendo é matar a Paula!
Isso me surpreendeu um pouco. Eu ficara o tempo todo pensando em possíveis motivos para terem matado o Rafael e agora vinha mais essa? Será que tudo foi perda de tempo?
- Vamos averiguar isso. Agora, Thiago-kun, poderia nos informar aonde e com quem foi buscar a prova do Alberto-san?
- Ahm...Olha, que eu me lembre, todo mundo saiu junto, mas daí foram se separando em grupinhos. Eu fiquei com o Marcelo e com a Cibele, porque nossos armários são do mesmo corredor. Depois, a gente voltou junto de novo. Acho que só isso.
- Obrigado ,Thiago-kun, pode...
- Espera! Eu tenho uma coisa a falar...- interrompeu o L, mas parecia meio hesitante.
- Pode dizer.
- É que, eu estive pensando mesmo no caso, e achei que seria possível que fosse alguém daqui que o matou...e eu notei...que uma aluna que estava com a gente, a Carla, desapareceu. – disse Thiago.
Na hora eu senti um leve arrepio. Mas o Thiago tinha razão, eu nem dei explicações pra o pessoal e sumi! Mas é que pra mim eu já era uma estranha aos acontecimentos!
- Vou analisar também. Obrigado novamente, Thiago-kun.
Thiago pareceu meio contrafeito, parecia querer que fosse levado mais a sério nessa acusação.
- Carla-chan agora é a mais suspeita ...- disse Ryuuzaki me olhando.
- Mas isso pra ELES, né? – perguntei.
- Talvez. Mas agora o mais importante é descobrir quem colocou a corda no pescoço do Rafael. Provavelmente foi o assassino querendo plantar pistas falsas. – continuou L.
- Então foi por isso que você já perguntou com quem eles tinham ido buscar as provas, né? Pra ver quem tem um álibi... – eu disse..
- Coisa que você não tem.
Sumiu meu sorriso. Não sei se ele fazia isso pra me provocar ou porque achava mesmo que eu podia ser a assassina.
- Vamos ver outro aluno. - continuou L.- Chame Marcelo-kun por favor, Dinetti-san.
E assim ele foi chamado.
- Olá, Marcelo-kun, poderia nos ajudar na investigação? – novamente L começou.
- Sim. – estava receoso, com os olhos muito arregalados e com as mãos no bolso.
- Com quem foi buscar a prova do Alberto-san?
- Ah! Eu fui com o pessoal.
- O tempo todo esteve com eles?
- Não, na verdade depois eu fui com a Cibele e com o Thiago.
- Tudo bem, obrigado. Mas aliás, você ainda tem a revista que ia emprestar para sua amiga Carla?
Ele pareceu muito surpreso. E eu também, pois olhei pra L como que pedindo uma explicação.
- Ah, eu tenho sim, mas não ta aqui, ta na minha mochila.
- Então assim que sair pegue e entregue pra Cibele-chan e peça pra ela entrar.
Marcelo confirmou e saiu.
- Esse é mais um dos seus mistérios, é? – indaguei.
- Não. É que faz tempo que não leio mangás, então eu queria ter mais umas informações.
Fiz uma cara desse tipo: ¬ ¬’. E ele falava com a maior calma, achava isso uma coisa bem comum.
- Err... o que eu faço com essa revista? – perguntou timidamente Cibele, que acabara de chegar. Estava com um lenço na mão e com os olhos e o nariz muito vermelhos.
- Pode colocar sobre a mesa e se sentar. – disse L.
Assim ela fez.
- Serei breve, com quem você foi buscar sua prova?
- Hmm? Ahn, eu ...eu estava com o Thiago e com o Marcelo eu acho.
- Só isso. Pode ir.
Ela pareceu surpresa mas ao mesmo tempo aliviada. Saiu.
Então foi chamada a Paula. E assim que ela chegou:
- Olá, Paula-chan, pode nos ajudar na investigação?
- Farei o possível. – ela estava com os olhos um pouco vermelhos. Estava séria, mas um tanto melancólica. Mexia as mãos nervosamente.
- Aonde e com quem você foi no intervalo pra pegar as provas do Alberto-san? – perguntou L.
- Eu fui com a Cornélia até meu armário. Mas daí ela foi num ...outro armário, sozinha. Então quando eu voltava sozinha, encontrei o Jéferson e voltei com ele. – e antes que L pudesse falar algo, ela emendou - Mas uma coisa, você não é daqui, é?
- Sou eu quem faz as perguntas aqui. - disse L e Paula fechou a cara.- Obrigado, pode ir.
E ela saiu meio relutante e ofendida. Em seguida veio o Rogério, que estava com seus costumeiros óculos escuros e estava um pouco nervoso.
- Então Rogério-kun, pode nos ajudar na investigação?
- Num sei. – nessa hora eu ri um pouco.
- Pois bem, com quem você foi buscar sua prova?
- Ah, eu fui com meus amigos.
- Quem são?
- O Diogo e o Felipe.
- Só isso, obrigado.
Ele saiu meio abobado e o Diogo foi chamado.
- Com quem Diogo-kun foi buscar sua prova? – disse L já meio entediado. Estava com uma mão apoiada no rosto enquanto mexia o saquinho pra fazer chá com outra. Já tinha perdido a conta de tudo quanto ele já tinha comido nesse tempo.
- Eu fui com o Rogério e com o Felipe. – pareceu meio hesitante, e continuou - Mas eu já sei quem matou o Rafael.
Eu me surpreendi e até me endireitei na cadeira, porém L continuou com o mesmo desânimo.
- Quem seria? – perguntou L.
- Foi a namorada dele, a Carla! – disse com a maior convicção e esperando ser parabenizado por isso. E eu pensei em dizer a ele: Primeiro, eu não sou a assassina. Segundo, ELE NÃO ERA MEU NAMORADO!
- Tudo bem, já me disseram isso. Vou averiguar. Obrigado, Diogo-kun, pode ir.
Diogo pareceu meio atrapalhado, até derrubou os papéis de cima da mesa do diretor enquanto saía. Arrumou-os meio sem jeito e saiu.
- Acho que devo tomar cuidado com Carla-chan... – disse Ryuuzaki me olhando pelo canto do olho.
- Pois é... – respondi fazendo cara de mau.
Ryuuzaki sorriu, mas ainda olhando a tela do laptop. Então pediu pra chamar o Jéferson.
- Com quem Jéferson-kun foi buscar a prova? – começou L.
- Eu fui sozinho até meu armário mas voltei com a Paula. – ele estava bastante nervoso, estava até suando. E esfregava as mãos freneticamente.
- Obrigado Jéferson-kun, pode ir.
Ele saiu rapidamente, pois nem havia sentado.
- Agora chame o Alberto-san, Dinetti-san.
- O que? Até o professor? – perguntei surpresa.
- E por que não?
Ele tinha razão. Na verdade, agora que eu pensava, tinha mais que razão! O professor era um suspeito em potencial! Ele podia ter mandado todos os alunos saírem, pra ir à sala de fantasias plantar provas...decidi prestar atenção em cada gesto do professor.
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