A Nossa Historia escrita por Lilly Belmount


Capítulo 3
Capitulo 3




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O dia estava sendo muito dificil para Amy. Quanto mais tentava esquecer do episódio da noite anterior, mais impossivel ficava. Seu peito doia só em lembrar, mesmo que essa não fosse a sua intenção. Ninguém a compreenderia. Preferiu andar pela cidade inteira do que ir para casa, precisava respirar novos ares, manter-se distraída. Não conseguia acreditar no inferno que a sua vida estava se tornando. Precisava ser forte, todos a vinham assim.

Não era fácil levar a vida que tinha. As pessoas a conheciam por demosntrar ser um tipo de garota e de repente se descobrissem o que estava acontecendo sua vida viraria um inferno. Mais do que ele já era. Se sentia péssima em fazer com que as outras pessoas ficassem profundamente preocupadas com o seu bem estar, mas até mesmo ela tinha fraqueza. Não podia suportar tudo sozinha. Amy ainda estava crescendo a cada dia que se passava e tinha de admitir que nem tudo era do jeito que desejava.

Suas melhores amigas de infância estavam longes, cada qual cuidando de suas vidas particulares e Demetria por mais amiga que fosse , não poderia fazer quase nada. Exceto pelas noites divertidas que passavam para esquecer seus problemas. Isso é, se estivesse num bom momento. Ficou sentada na praça, até ouvir o seu estômago roncar. Levantou-se do balanço e foi até o Mc Donald's mais próximo que encontrara.

Fez o seu pedido e foi para uma área mais reservada onde sempre ficava. Poderia comer ao ar livre permitindo que os bons ventos levassem todos os seus pensamentos negativos. Ao menos por um único momento. Amy comia o seu lanche tranquilamente quando notou que um certo grupo se direcionava para a área reservada na qual ela estava. Poderia ser pior se ela estivesse tomando algo a ponto de se engasgar. Rapidamente, pegou os fones de ouvido ligando suas músicas no último volume. Não queria conversar com ninguém. Pelo menos não naquele momento.

Focou o seu olhar para a paisagem que se estendia, infelizmente a sua periférica lhe permitia ter noção do que estava acontecendo ao seu redor. Naquele momento ela desejava não ser mulher, assim não veria coisas absurdas acontecerem. Aqueles garotos gesticulavam tanto com a mão que chegava a lhe dar tontura.

– O que você acharam da aula? - Perguntou Bruno animado sentando-se.

– Eu gostei bastante, apesar de ser duro como pedra para dançar - Resmungou Patrick.

– No minimo interessante. - Comentou Gregory

– Vale a pena continuar nas aulas. Pena que a Amy não estava num ótimo dia para dar aula.

– Pois é, meu amigo. Mulheres são complicadas. - Bruno respirou profundamente - Espero que não seja nada demais.

Leonardo permanecera quieto desde a hora que chegara, pois notara que a garota estava sentada do outro que eles. Quieta, presa em seu mundo e absorta em sua dor. Disfarçadamente dera uma cotovelada em Marcus chamando-lhe a atenção para o que seus olhos presenciava.

– O que é mano?

– Vamos pegar catchup? - Brincou Leonardo com a voz afetada.

– Que coisa gay. Você está muito estranho.

Leonardo pegou Marcus pelo colarinho e o arrastou até o interior da loja.

– O que você está fazendo,cara? - Perguntou Marcus irritado.

– Desculpa atrapalhar, mas a sua queridinha está sentada do outro ladoda nossa mesa.

Marcus sorriu animado procurando por Amy.

– Queria saber se ela está bem! Não gosto de ver nenhuma garota triste ou sequer chorando.

– Lembra que você já fez muita delas chorarem e ficarem tristes por sua causa. - Lembrou Leonardo.

Marcus mordeu o lábio inferior. Não gostava quando lembravam do seu passado. Afinal tudo ocorrera quando ainda era novo e não assumia as suas responsabilidades, mas agora era diferente. Se preocupava com os sentimentos das pessoas. Todo o tempo em que estivera fora do seu país foi mais do que o suficiente para que a realidade o atingisse.

– Só quero ser diferente dessa vez, sem prejudicar ninguém. - Desejou Marcus fortemente.

– De qualquer forma, conquiste-a primeiro. Mostre a aquela garota que ela pode confiar em você acima de tudo. - Aconselhou Leonardo.

Marcus respirou fundo. Não demorou a retornar para junto de seus amigos. Ao retornar ambos conversavam exatamente sobre garotas e a todo momento,ele tentava sair de lá. Seu foco estava em Amy. Mesmo a poucos mêtros de distância conseguia notar a impaciência dela. Algo muito estressante a perturbava.

– O que você tanto olha na outra direção? - Perguntou Gregory interessado.

– Quem? Eu? - Pigarreou Marcus - Nada demais. Agora calem a boca e tratem de comer.

Logo todos os meninos voltaram a se concentrar em seus lanches.De vez em quando Amy os olhares em cima dela, mas ignorava. Não iria conversar com ninguém , principalmente no McDonalds. Discretamente eles trocavam olhares entre si, mas nada que os entregassem. Amy acima de tudo apenas desejava entender o interesse daquele garoto.

Ao terminar o seu lanche, Amy se levantou para ir embora. De fato não queria que ninguém notasse a sua presença ali. Infelizmente não foi como desejava, Patrick a havia reconhecido.

– Amy? - Chamou ele educadamente - Senta aqui conosco.

–Agradeço, mas já estou de saída. Preciso resolver alguns assuntos. -Respondeu ela seriamente.

– Vai fazer cerimônia? - Insistiu ele.

– Não estou num bom momento. Numa próxima quem sabe.

E ela saiu. Sua cabeça só faltava explodir de tanto estresse. Não queria culpar ninguém por estar daquele jeito, mas também não poderia abrir a sua vida para qualquer um. Ninguém a entenderia obviamente. Patrick soube lidar com essa rejeição inicial, não se importava tanto assim, mas Marcus havia ficado cabisbaixo. Sequer olhara para ela quando estivera tão próximo.

Marcus gostava de olhar as pessoas e nisso conseguia estudá-las muito bem, e isso sempre o ajudou a se manter próximo de quem quer que fosse. Suas amizades sempre se inicavam de uma forma tão estranha, mas quando se dava conta já não podia viver sem ter aquele amigo por perto.

– Essa garota é chapa quente! Deve ser um pouco maluca já que a forma dela falar com o Patrick foi rispida! - Comentou Bruno.

– Deixem ela em paz! - Exclamou Leonardo irritado - Ela é apenas uma garota e toda e qualquer garota tem os seus problemas. Não importa qual sejam eles.

Não demorou para que o grupo de garotos deixassem o local. Ainda assim Marcus se sentia incomodado, mas queria esquecer tudo o que vivenciara naquele dia. Tudo o que ele mais desejava era ir para casa e descansar. Precisava ficar sozinho para organizar os seus pensamentos mais profundos.

Tantas coisas poderiam acontecer na vida de Amy, mas não esperava que todas aquelas dores pudessem deixá-la tão para baixo. Quanto mais desejava esquecer mais coomplicado se tornava. Queria mudar a realidade na qual estava vivendo, mas como poderia fazer isso? A única pessoa que acrediatava em seu potencial quanto a atriz e dançarina era Margareth, mas não poderia entupir a mulher com os seus problemas. Era hora de crescer e levar a sua vida adiante independente dos tropeços e quedas que poderá levar durante o seu trajeto.

Ficar longe de casa o dia todo era a sua ideia inicial. Enfrentar a realidade de imediato não seria uma boa, não iria machucar ou sequer ofender pessoas que não estavam envolvidas com os seus problemas. Caminhava por lugares qeu poderia mantê-la completamente distraída. Entrar em livrarias sempre a ajudava bastanete. Aquele mundo literário era mais do que perfeito, possuia soluções para todos e qualquer problema que o mundo lhe causava. Uma valvula de escape muito bem criada que a transportava para um mundo cheio de magia e fantasia.

Se sentia completa quando entrava numa livraria. Aquele cehiro de páginas novas esperando para serem folheadas e devoradas uma a uma, a intensidade de cada história contada de forma encantadora e única. As pessoas que entravam ali na esperança de conseguirem melhorar o seu dia, o seu mundo para assim conseguirem ajudar o próximo. Era tão fascinante. Encantador. As mais diferentes histórias esperando para sem compartilhadas intensamente com quem precisava de uma palavra para mudar o dia.

O dia passara rápido para Amy. Era assim que ela gostava, de esquecer tudo a sua volta. A paz voltava a reinar dentro de si.

Quando finalmente escureceu, Amy decidiu voltar para casa. Precisava tomar um banho, relaxar, comer algo para se manter de pé no dia seguinte. Pagou um táxi para que fosse mais rápido, naquele horário o ônibus demoraria mais do que de costume. Ela pensava em toda a força que Margareth lhe dava. Só precisava de pessoas assim ao seu redor, que lhe oferecesse segurança e estabilidade.

Não demorou para que o táxi a deixasse na porta de casa. Antes de entrar, Amy respirou profundamente três vezes seguidas e logo entrou. O ambiente da casa estava carregado, as energias a colocavam para baixo.

– Pensei que não ia voltar para casa. - Berrava Bernard.

– Desculpa, mas estava ocupada na escola.

– Ou estava por ai se prostituindo? - Ofendia o padrasto.

– Pensa o que você quiser - Rebateu Amy. - Nada do que eu faço será bom pra você. Pena que a minha mãe estava cega quando aceitou você nessa casa.

– Você é igual a sua mãe, não vale o feijão que come. Acha que ser atriz vai mudar a sua vida num passe de mágica. Isso é perda de tempo. Amy, você sempre vai ser uma perdedora.

Amy lutava contra a sua vontade de chorar. Bernard segurou fortemente o braço da sua enteada, a ponto de deixar sua pele branca avermelhada diante de tanta força que era feita.

– Você não passa de uma vadia. Só fica aqui por causa de um prato de comida.

Amy tentou se desvencilhar de seu padrasto, mas não tivera tanta sorte como esperara. Ela só sentia o seu rosto queimar após levar um tapa na cara.

– Sua vagabunda! - Vociferava Bernard - Não vejo a hora de te ver longe dessa casa.

Amy, pegou os seus pertences e foi para o seu quarto. Bernard ainda iria se arrepender de ter lhe dado aquele tapa. Iria se reerguer e mostrar quem ela era de verdade, de onde tiraria sua força para lutar todos os dias até conquistar os seus objetivos.

Amy não queria saber de pensar nos seus problemas. Tudo o que mais queria era se manter distraida. Ligou o seu notebook esperou que o seu perfil carregasse. Durante algum tempo ela ficou encarando a tela toda branca, pensando no que poderia fazer por ali, mas nada surgiu em sua mente.

Naquela noite ela estranha a mensagem de pedido de amizade. Não gostava de aceitar pessoas com quem não conhecia direito, só porque tinham amigos em comum. O pior erro a ser cometido, mas ela relevou naquela noite.

Marcus: Oi! Tudo bem com você?

Amy não sabia se seria certo começar essa nova amizade. Não queria ter mais pessoas sentindo pena dela.

Amy: Oi! Estou bem...

Marcus: Tem certeza? Na aula você chorou e depois no McDonalds ficou quieta distante, mesmo depois dos meus amigos terem te chamado.

Amy: Desculpa se a minha quietude te incomodou, mas não foi um bom dia para mim. Só queria ficar sozinha, não era um pedido dificil de ser realizado.

Marcus: Sinto muito se não assim o fizemos, mas nenhuma garota gosta de ficar sozinha.

Amy: Desculpa, mas não sou como todas as garotas que conhece ou conheceu. Minha realidade é diferente, todos os dias eu tenho que lutar por algo que eu sempre quis para a minha vida e depois quando chego em casa começo a viver um pesadelo.

Marcus: Quer falar a respeito?

Amy encarou aquela pergunta. Era tentador demais, precisava falar com alguém, mas não através de máquinas ou coisas do tipo, precisava do velho e bom contato ocular.

Amy: Não gosto de falar por aqui.

Marcus: Podemos nos encontrar se quiser. Só falar o local que deseja.

Amy: Não posso sair, Marcus. Meu padrasto me deixou de castigo. Estou trancada em casa e todas as janelas estão bloqueadas para que eu não possa pular.

Marcus: Isso é chato. Então poderemos conversar amanhã, na hora do almoço. Estou livre nessa hora.

Amy: Ok.

Marcus: Boa noite anjo. Seja positiva.

Depois não houve mais nenhuma mensagem trocada.

Amy ficou pensando naquela proposta de se encontrar com ele. Seria certo se desse uma chance a ele? Não se conheciam direito e isso poderia ser um problema para ela. Marcus poderia ser uma pessoa que apenas queria descobrir sobre a sua vida para depois espalhar para quem quer que fosse. Tinha de ser positiva em algum momento, sempre pregara essa filosofia na sua vida e com Marcus não seria diferente. Seria apenas uma conversa e nada demais.

Ficara deitada na sua cama pensando em tudo o que acontecera no seu dia, nas lágrimas que rolaram em seu rosto. Em pessoas que transformavam o seu dia... seu corpo se relaxava a medida que todos os seus problemas desapareciam até que eles a conduziam a uma noite de sono.


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