Uivos ao luar escrita por Lailla


Capítulo 40
Tentativa de escapar


Notas iniciais do capítulo

A primeira foto que vai aparecer não significa que é o fim do capítulo, é só pra mostrar como é a Mai (que vai aparecer nesse cap).

Beijoos! s2s2s2s2



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Eu fiquei três dias naquele quarto, trancada e acorrentada. Pelo que percebi, Eiji tinha várias empregadas mulheres. Elas vinham até meu quarto para trazer minhas refeições e me davam banho, alongando as correntes de cristal com sua habilidade e me possibilitando de chegar até o banheiro, que ficava no quarto. Uma empregada que vinha frequentemente ao meu quarto demonstrava obedecer fielmente a Eiji. Como eu não queria vê-lo, ele vinha com ela até a porta e dava ordens, dizendo a ela que me tratasse bem e fizesse eu me sentir em casa. Run, como se isso fosse acontecer!

Numa das vezes em que eu estava dentro da banheira e ela colocando sais de banho na água, pensei em uma possibilidade de conseguir escapar daquele maldito lugar e das mãos sujas de Eiji.

– A-Anou... – Disse, a fitando – Qual seu nome?

– “Mai”, senhorita.

– Não me chame de “senhorita”. – Disse irritada, mas me obriguei a me acalmar para meu plano dar certo – Hum, meu nome é Naru. Me chame apenas de Naru.

– Hai, Naru-sama. – Ela disse gentilmente, vindo até mim e prendendo meu cabelo em um coque – Eiji-sama quer que a tratemos com respeito.

– Você parece obedecer bem “Eiji-sama”. – Comentei.

– Hai. – Ela disse – Nos conhecemos desde crianças.

– E isso a faz obedecê-lo? – Disse em dúvida – Eu conheço um menino desde criança e nós somos amigos.

Ela sorriu.

– Eu sou apenas a empregada dele. – Ela disse, terminando de prender meu cabelo.

– Pra mim ele é um idiota.

Ela sorriu, achando graça.

– Eiji-sama é gentil. – Disse – Quando se casarem, você vai descobrir.

– Ele me sequestrou. – Disse – Na minha casa! Como posso gostar dele?

– Seus caminhos sempre estiveram traçados.

– Eu não acredito nisso. – Disse.

Ela sorriu. Eu a olhei e franzi o cenho, desconfiada.

– Mai, você gosta de “Eiji-sama”, certo? – Disse.

– Uhm...? – Ela corou, me fitando – N-Não, Naru-sama. De forma alguma. Ele irá se casar com a senhorita.

– E isso a impede de gostar dele? – Perguntei, apoiando os braços na borda da banheira – Eu amo outra pessoa.

– A-Ah... – Ela abaixou o olhar – Gomen nasai.

– Hum. – Me endireitei – Desisti de casar com ele para vê-lo feliz, achando que não sou boa o suficiente para ele.

Ela me olhou surpresa.

– S-Sinto muito... Mas tenho certeza que Eiji-sama a fará muito feliz.

A olhei, ela sorria gentilmente. Eu desisti e ela se retirou, deixando roupas para mim no banheiro. Quando Mai fechou a porta do quarto e se virou, viu Eiji a sua frente.

– Então? – Ele perguntou.

– Ela ia se casar. – Ela abaixou o olhar – Mas o deixou, achando que não era boa o suficiente.

– Hum. – Ele pensava no que o pássaro de cristal o mostrou naquela noite – Então era isso.

– Não é melhor deixá-la ir? – Ela perguntou e quando o olhou viu que ele a encarava com raiva.

– Vai me desapontar, Mai? – Ele perguntou.

– N-Não... Não. – Ela balançava a cabeça, abaixando o olhar.

– Ótimo. – Ele sorriu e se aproximou, pegando em seu rosto – Por que eu não gostaria de me livrar de alguém tão fiel quanto você.

Ela o olhou, corando levemente.

– E-Eiji-sama... Acho melhor não fazermos mais aquilo. – Ela disse envergonhada – Você está noivo agora. Seria errado.

– Hum. – Ele suspirou, tirando a mão do rosto dela – Vai querer me deixar?

Ela o olhou, surpresa.

– N-Não...

– Porque eu posso encontrar outra, mas dei preferência a você. – Ele a olhou sério.

– G-Gomen nasai. – Ela disse pondo as mãos na altura do peito e abaixando o olhar – E-Eu não quero entristecê-lo, eu apenas...

– Hum, que bom. – Ele sorriu e a pegou pela mão, começando a andar com ela.

Depois de alguns corredores cintilantes pelo cristal, Eiji entrou em seu quarto com Mai e a virou para si, desamarrando sua Yukata e a tirando.

– U-Uhm... – Ela corou.

– Deite-se. – Ele disse.

Ela corou e o fez. Ele tirou sua roupa e ficou em cima dela, começando a beijá-la.

– E-Eiji-sama...

– Hum. – Ele disse, beijando-a novamente e colocando a língua dentro se sua boca.

– E-Eu... Eu acho que eu...

Ele a beijou para calá-la e se encaixou nela, fazendo exclamar ofegante. Enquanto faziam, os olhos de Mai marejavam e ela o abraçava, desejando que ele a amasse tanto quanto ela.

Hai, nunca vou desapontá-lo, Eiji-sama.

...

Eu tentava pensar numa forma de conseguir escapar. Persuadir Mai não daria certo, ela era fiel demais a Eiji. A única alternativa que eu tinha era a que eu mais odiava. Mas não tinha escolha, tinha que fazer isso para voltar para casa! Eu tinha... Que convencê-lo de que eu estava aos poucos me apaixonando por ele. Era a única forma de eu voltar para Neji. Eiji não vinha muito no meu quarto para eu pôr meu plano em ação, então eu comecei a aplicar meu plano B. Porém não estava dando muito certo. Eu tentava quebrar ou arrebentar as correntes que me prendiam à cama, mas eram resistentes demais. Como eram tão resistentes assim?!

Enquanto eu tentava puxá-las – e fracassava – ouvi alguém abrir a porta do quarto e me sentei rápido pensando ser Mai, porém era o infeliz. Ele entrou e fechou a porta, sorrindo em minha direção. Tentava não demonstrar desgosto, precisava fazê-lo acreditar que eu mudei.

– Então? – Ele sorria – Pensou sobre nós?

– H-Hai. – Disse, abaixando o olhar.

– Que bom. – Ele disse, sentando ao meu lado – Então não vai mais ter problema se...?

Ele ia tocar em meu ombro, mas eu segurei sua mão e o olhei. Ele me olhou e já franzia o cenho.

– Eu pensei que tinha refletido...

– Hai. – Disse, interrompendo-o – Mas... Não consigo refletir sobre isso ainda. É intimo demais para eu aceitar facilmente.

– Hum. – Ele acalmou a expressão, abaixando a mão – Compreendendo. Seu ex-noivo deve ter sido bem compreensivo.

Engoli a seco, mas disfarcei. Mai deve ter contado a ele com certeza! Mas não a culpo, ne.

– Foi sim. – Disse – Ele me respeitava. E espero que você também faça isso. – Disse sem olhá-lo.

– Hum. – Ele disse, pegando em minha bochecha e me fazendo olhá-lo – Tudo bem. Mas quero uma prova.

Ele aproximou o rosto para me beijar. Eu tinha que beijá-lo, se não ele não acreditaria. Já havia pensado nisso e não queria fazer, mas comecei a pensar em Neji para aquilo não me dar enjoo. Ele me beijou e logo pôs a língua na minha boca. Quis muito vomitar, mas continuei a interpretar. Segui o ritmo dele e ele logo cessou o beijo.

– Hum. – Sorriu – Espero que continue assim, minha pequena Uchiha.

– Hai, Eiji. – Disse – Se não se importar de eu chamá-lo assim.

– Nem um pouco. – Ele sorria – Está perfeito. – Ele suspirou – Estou ansioso para chegar nossa noite.

– Hai. – Disse suavemente – Quando será?

– Em três dias. – Ele sorriu, pondo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha – Vou deixá-la dormir, já é noite.

– Hum, arigatou.

Ele levantou e saiu do quarto. Eu abaixei minha cabeça, querendo vomitar por tê-lo beijado, mas agora pensava que eu tinha três dias para correr com meu plano. Ele não tirou a placa de cristal do meu olho e nem as correntes. Eu precisava logo fazê-lo confiar em mim.

Já era noite... Aquele maldito lugar nem tinha janelas! Onde eu estava afinal?!

...

Tentei continuar meu plano e enganar Eiji. Na manhã seguinte ele veio até o quarto onde me deixava acorrentada e se sentou ao meu lado. Fui obrigada a ter que beijá-lo de novo para ele não desconfiar. Ele me abraçou e eu tentei não empurrá-lo para longe. Quando cessou, me olhou, sorrindo.

– Seus lábios são tão macios. – Ele disse.

– A-Arigatou.

– Eu queria tanto te ver... – Ele dizia, abaixando o ombro da minha roupa.

– E-Eh... – O impedi, pegando sua mão e sorrindo para ele – Não quero apressar uma coisa dessas. Por favor.

– Ah, claro. Gomen. – Ele sorria, pondo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

– E-Eu...

– Eh?

– Não consigo enxergar com isso. – Disse, pondo a mão em cima da placa de cristal em meu olho.

– Ah... Sim. – Ele deu um meio sorriso – Vou tirar isso quando nos casarmos. Tudo bem?

– Hum. – Abaixei o olhar – Gomen...

– Nande?

– Por tentar atacá-lo. – Disse – Agora você não confia em mim.

– Ah, não se preocupe. Vou confiar plenamente em você em alguns dias, mas até lá você vai ter que ficar com isso. Tudo bem?

– Hai.

Claro, não tinha como dizer não. Desviei o olhar dele e olhei uma espécie de vitral na parede, porém como tinha não havia janelas não demonstrava aquela beleza que um vitral deveria mostrar.

– Nani? – Eiji perguntou – Quer sair do quarto?

– Um pouco. – Disse – Há quanto tempo estou trancada aqui?

– Quatro dias.

– Hum. – Desviei o olhar – Sinto falta das flores.

– Flores?

– Hai.

Não achei que ele fosse fazer aquilo, mas Eiji pôs a mão em cima das correntes e elas se desfizeram em poeira. Olhei surpresa para aquilo e depois para ele.

– Eu posso te levar a um lugar. – Ele sorria.

O olhei sem reação e ele se levantou, estendendo a mão para mim. A peguei e saímos do quarto. Os corredores daquele lugar eram altos e largos, nós andávamos com ele segurando minha mão e depois de uns momentos ele abriu uma porta grande e alta, o que nos levou até um pequeno gramado redondo com uma abertura da mesma forma há metros de altura. Olhei aquilo e não tive reação para expressar.

– Anou... – O olhei.

– Olhe. – Ele disse gentilmente.

Olhei para o gramado e várias flores de cristais surgiram da grama, crescendo e florescendo. Fiquei surpresa e o olhei, como deveria interpretar. Ele sorriu, pondo a mão gentilmente em meu ombro.

– Eu não disse que a faria feliz?

O olhava e voltei a olhar para aquele jardim que surgira em segundos. Nos sentamos na grama e ele colheu uma daquelas flores pra mim.

– Arigatou. – Sorri levemente, pegando-a – É linda.

– Essa é uma tulipa. – Ele disse – Como são todas da mesma cor, então...

– Hum. – O olhei – Arigatou. – Sorri.

Ele acalmou o olhar e o abaixou. Achei aquilo estranho para alguém que se mostrou tão manipulador.

– Nani? – Perguntei gentilmente.

– Espero que você possa me amar de verdade um dia. – Ele disse.

O olhei surpresa e abaixei o olhar. Ele poderia até ser alguém gentil, mas ele destruiu minha casa, me sequestrou, me manteve acorrentada, está me obrigando a ficar naquele lugar, ameaçou de me estuprar e de se casar comigo. Não importa o que ele faça ou o quão gentil ele seja agora, eu não vou ficar ali. Eu vou conseguir fugir e vou voltar para Neji!

Ficamos ali por mais alguns momentos até ele me levar de volta para o quarto. Tive que beijá-lo de novo, mas pelo menos ele não me acorrentou dessa vez. Fiquei extremamente aliviada pelo meu plano estar dando certo. Dois dias se passaram e eu consegui conquistar um pouco da confiança de Mai, mesmo ela ainda sendo totalmente fiel a Eiji. Pelo menos com isso eu sabia que dela não poderia pedir ajuda.

– Então... Como era lá? – Eiji perguntou enquanto caminhávamos de mãos dadas pelos corredores.

– Tinha várias árvores e casas. Várias pessoas, era bem animado. – Pensava, me lembrando de casa – Você iria gostar.

– Talvez sim. – Ele sorriu – Mas nosso clã já morou num local assim. Era maravilhoso e em alguns livros tem pinturas do lugar.

– Devia ser lindo. – Sorri.

– Hai.

Nós viramos a esquina do corredor e de uma porta ao qual havíamos passado Mai saiu nos fitando ao viramos. Ela abaixou o olhar, cabisbaixa e pôs a mão na barriga, olhando novamente para a direção por onde fomos. Quando Eiji e eu chegamos ao jardim ao qual ele me mostrou, nos sentamos na grama e eu olhava para a abertura oval há metros de altura de nós. Parecia estar anoitecendo e eu acalmei o olhar.

– O que está vendo? – Ele perguntou.

– O céu. – Disse ainda olhando para cima – Gosto das estrelas. Aqui dá pra ver tantas...

– Hai. – Ele disse – Por causa da altura.

“Altura?”, pensei.

– Como assim? – O olhei – Onde estamos? – Sorri.

Ele me olhou inexpressivo e eu acalmei o olhar, vendo que ele não confiava nem um pouco em mim. Desviei o olhar, abaixando-o.

– Gomen...

– Hum. – Ele pegou em minha nuca e me puxou para me beijar, me olhando em seguida – Um dia você vai saber.

– Hum. – Abaixei o olhar, pondo a mão na placa de cristal em meu olho.

– Nani?

– Incomoda um pouco.

– Hum, vou tirar amanhã. – Ele disse, o que me fez olhá-lo – É o nosso grande dia, ne? – Sorriu.

– H-Hai. – Abaixei o olhar.

Eiji me levou para o quarto em seguida e fechou a porta, me dando boa-noite. Me sentei na cama, pensando. Eu precisava escapar naquela noite! Conhecia um pouco o caminho do castelo pela quantidade de tempo que caminhava com Eiji. Se talvez andasse sem que ninguém me visse, conseguiria fugir dali! Eiji disse que estávamos em um castelo e agora disse que conseguíamos ver melhor as estrelas por causa da altura. Altura... Um lugar alto assim que desse para ver as estrelas poderia ser uma montanha. O castelo talvez fosse dentro de uma montanha! Onde eu estava...? No País do Trovão? Da cachoeira? Da Terra? Que droga! Onde eu estava?!

– Naru-sama? – Mai apareceu na porta do quarto.

A olhei e sorri levemente.

– Hai.

– Está na hora do seu banho.

– Hum. – Me levantei e fui com ela para o banheiro.

Enquanto eu estava na banheira, observava Mai. Ela estava sentada em uma poltrona de cristal e eu me banhava enquanto a água e espuma cobria meu corpo dentro da banheira.

– Daijoubu? – Perguntei gentilmente.

Ela me olhou e pareceu despertar.

– Hai, Naru-sama. – Sorriu.

– Por favor, não me chame assim.

– Hum, Eiji-sama me mandou chamá-la assim. A senhorita sabe disso.

– Eu sei, mas mesmo assim eu não gosto. – Disse, recostando minhas costas na banheira – Não sou princesa e nem nada disso. Sou apenas uma mestiça.

– Claro que não, Naru-sama! – Ela disse espantada – É justo por isso que a senhorita é a prometida!

– “Prometida”? – A olhei em dúvida.

– Eiji-sama deve ter dito a senhorita, mas estávamos esperando por você há anos.

– Hai, ele disse. – Disse.

– Então. – Ela sorriu – Graças aos seus pais que você está aqui. A senhorita não é uma mestiça, é a mais forte que conheço.

– Mas... E Eiji?

Ela abaixou o olhar, parecia hesitante.

– Eu não devia dizer isso, mas... Seu sangue, seus genes... Vão fornecer uma maior força ao nosso clã. Ele poderá crescer novamente e ser forte de novo.

Eu a olhava, analisando o que ela dizia.

– É por isso que ele me sequestrou? – Perguntei.

– Devo dizer que sim. – Ela abaixou o olhar e de repente pôs a mão em frente à boca.

– Mai, você está bem? – Perguntei preocupada.

– Hai, senhorita. Estou apenas um pouco tonta.

– Nande?

– E-Eu... – Ela desviou o olhar – Não é nada, Naru-sama. Vou me retirar.

Ela levantou e saiu do banheiro às pressas. Fiquei na banheira, fitando por ela fora. Acalmei o olhar, o que estava acontecendo com ela? Será que...? Não, como pode? Pelas pessoas que vi, não havia muitos homens e Mai não parecia estar interessada em mais ninguém a não ser... Em Eiji. Arregalei os olhos, pondo a mão em frente à boca. É claro que ele faria isso com ela! Não acredito nisso!

– Aonde você vai? – Eiji perguntou, fitando Mai sair do quarto.

Ela parou com os olhos marejados e o fitou. Ele a viu daquele jeito e franziu a testa em dúvida.

– O que houve? Ela te disse algo?

– Não, Eiji-sama. – Ela abaixou o olhar.

– Mai, o que houve? – Ele disse, pegando no queixo dela e a fazendo olhá-lo.

– Por favor... Não se case com ela. Deixe-a ir.

Ele a olhou surpreso e a largou.

– Nande? – Perguntou sério – Nossos filhos serão fortes e eu poderei reconstruir o clã. Você vai me decepcionar...?

– O nosso também. – Ela o interrompeu.

Ele arregalou os olhos.

– Eiji-sama... – Mai abaixou o olhar – Depois de tantas vezes... Pensei que aconteceria bem antes, mas... Aconteceu.

– Mai...

– Eiji-sama... – Ela o olhou – Por favor.

– Não.

Ela arregalou os olhos.

– Nosso filho vai ser bem criado, eu mesmo cuidarei disso, mas meus filhos com Naru serão legítimos.

Os olhos dela marejaram, ela não acreditava.

– Você também é importante pra mim, mas meu plano veio sempre em primeiro lugar. Gomen. – Ele disse, passando por ela e indo embora.

Mai apertou sua roupa na altura do peito e fechou os olhos, começando a chorar em silêncio.

...

Depois de me deitar, esperei algumas horas até que pudesse sair do quarto. Eu olhava para a porta e não ouvia mais ninguém passando por ela. Estava com uma camisola, mas não me importava de fugir daquela forma, apenas queria ir para casa. Levantei e fui até a porta, abrindo-a lentamente para não fazer barulho. Olhei para os dois lados do corredor e não vi ninguém. Fechei devagar à porta e comecei a andar apressadamente. Chegando a outro corredor, comecei a correr. Estava descalça e corria, procurando pela saída. Depois de minutos, surgiu uma porta de cristal ao fundo do corredor. Sorri esperançosa, ela era bem maior do que todas que já vi ali e os vitrais eram transparentes, possibilitando ver um pouco do que estava do outro lado. Eu via tudo escuro, o que talvez fosse o lado de fora ou um túnel da montanha. Quando pus as mãos no grande puxador da porta, alguém me pegou pelo ombro e me virou.

– Onde pensa que está indo, Naru-sama? – Uma empregada perguntou.

– Uhm... – Gaguejei – Nenhum lugar. Apenas tomar ar fresco.

– Eiji-sama não vai gostar nada disso.

Franzi o cenho, ativando meu Byakugan e a acertei com uma palma de repente. A joguei longe e abri a porta, dando de cara com Eiji e um grande túnel atrás dele. Parei ofegante, ele me olhava sério.

– Eu sabia que você estava me enganando. – Ele disse furioso e me pegou pelos braços – Não pensei que fosse precisar fazer isso.

Ele me arrastou de volta para o quarto sem se importar em passar pelo corpo da empregada, que estava jogado no chão. Fechei os olhos, não queria tê-la matado. Apenas quero ir embora! Quando chegamos, ele bateu a porta e eu ativei meu Byakugan de novo, tentando acertá-lo. Ele desviou e me acertou, me jogando na cama e estalando os dedos com o olhar sério. Correntes de cristais surgiram das colunas da cama e me prenderam, recuando e me fazendo ficar com os braços esticados. Ele subiu em cima da cama e ficou em cima de mim, me prendendo com as pernas.

– Bakayarou! – Gritei – Você achava mesmo que eu ia deixar você me tocar?! Você nunca vai me tocar!

– Não com você consciente. – Ele sorriu maliciosamente.

Arregalei os olhos, engolindo a seco. Eiji pôs a mão na minha testa enquanto eu tentava me debater e começou a fluir chakra, sorrindo maliciosamente.

– Você não vai sentir mais nada... Não vai saber de mais nada sobre o que está acontecendo com você. – Ele dizia – Você será minha por completo.

– Não! – Gritei, apertando os olhos.

Dentro de mim, onde Hikaru ficava, eu tentava fugir daquilo de algum jeito.

– Naru! – Ele me gritava de dentro da cela, vendo aquilo.

– Eu...

Um chakra roxo começava a surgir debaixo dos meus pés e a aumentar de proporção ao meu redor, me cobrindo e formando uma esfera.

– Hikaru!

– Naru! – Ele exclamava, tentando me alcançar com a pata, mas sendo inútil.

O chakra virou uma esfera de cristal roxo e endureceu. Eu desacordei e fiquei aos poucos em posição fetal, flutuando dentro da esfera.

Eiji me olhava ainda em cima de mim e me via de olhos fechados, dormindo. Ele sorriu e acariciou meu rosto.

– Agora você fará tudo o que eu pedir, minha Naru. – Ele dizia gentilmente, me fitando adormecida – Nós finalmente ficaremos juntos.


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Notas finais do capítulo

Ahhhh, curtiram? s2s2s2s2s2s2s2s2



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