When Tomorrow Comes escrita por Mermaid, Reyna


Capítulo 5
First Memories


Notas iniciais do capítulo

Nós, humildes autoras, vamos nos explicar agora. Nós prometemos postar a cada dois dias, sabemos, sentimos muito. Mas nós recebemos a triste notícia de que o site sairia do ar por oito horas (Seiji avisou no grupo do Nyah! no Facebook) então pensamos: por que não aproveitar e colocar a fic em um pequeno (talvez minúsculo) hiatus? Só até a manutenção do site acabar... Nós pedimos desculpas ― e não nos matem ― por termos feito isso sem avisar, mas a boa notícia é que já estamos com capítulos "reservas" aqui e nós juramos postar no dia certo. Amamos vocês.



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Encaro o teto do quarto escuro. Logo depois que lembrei o nome de Adam, subi as escadas e vim para o quarto de hóspedes.

Eu o conhecia. Apenas não me lembro como.

Não sei se vou conseguir dormir, porque estou pensando em mil coisas ao mesmo tempo. Por outro lado, estou muito cansada.

Sem perceber, eu acabo caindo no sono.

Acordo com a luz do sol batendo no meu rosto. Sento-me na cama, criando coragem para levantar. Olho para o relógio no criado-mudo: dez da manhã. Talvez eu tenha dormido mais do que deveria.

Desço as escadas e encontro Adam na cozinha, tomando café e lendo um jornal. Antes que ele possa me ver, a campainha toca.

Adam se levanta para abrir a porta e me vê. Ele faz um gesto para que eu me sente na ilha da cozinha, onde a mesa do café está posta. Quando ele abre a porta, Hillary entra.

― Bom dia, amor.

Reviro os olhos enquanto ela o beija. Na verdade, ele parece bem desconfortável…

Eles se dirigem à cozinha e Hillary se senta ao meu lado. Ela sorri para mim. O mesmo sorriso falso e cínico da noite anterior.

― Fico feliz que minhas roupas tenham servido em você, Audrey.

― Na verdade ― respondo, olhando-a nos olhos ―, elas ficaram um pouco largas.

Adam cobre a boca com a mão, mas não consegue disfarçar o riso. Hillary desmancha o sorriso e enche uma xícara com café.

― Por quanto tempo você acha que vai ficar por aqui?

― Não sei.

Eu realmente não pretendo conversar muito com a Hillary. Ela apenas continua a tomar seu café e eu faço o mesmo.

Quando todos nós terminamos o café da manhã, Adam se levanta e começa a arrumar a cozinha. Eu o ajudo e vou lavar a louça. Hillary senta-se no sofá e envia mensagens no celular. Ela olha para mim várias vezes enquanto digita e isso me deixa um pouco desconfortável.

Começo a ficar um pouco preocupada. Depois da conversa que escutei ontem, ela enviando mensagens e olhando para mim não pode ser um bom sinal.

Começo a pensar se não estou ficando louca. Hillary não pode ser má. Quer dizer, Adam confia nela e eu confio em Adam. Sim, continuo confiando nele. Algo me diz que devo. Mesmo que ele não tenha me dito que já nos conhecíamos, eu tenho a sensação de que foi para o meu próprio bem…

Hillary para de manda mensagens e se levanta. Torço mentalmente para que ela vá embora, mas ao invés disso ela se aproxima de mim.

Estou termiando de lavar a louça. Ela simplesmente está encostada no balcão me encarando.

― Perdeu alguma coisa? ― eu realmente não consigo ser gentil com ela. E é algo automático. Talvez eu já a conhecesse, e pelo jeito não éramos amigas.

Ela faz um sinal negativo com a cabeça.

― Quais são os seus poderes, Audrey?

O quê? ― me assustei com a pergunta dela.

Ela solta uma de suas risadas falsas.

― Não achou mesmo que Adam não iria me contar, né?

Apenas a encaro. Estou segurando um prato de vido. Abaixo as mãos, me concentrando para que o prato flutue no ar. Então eu faço com que ele se quebre a centímetros do rosto de Hillary.

Ela dá um salto para trás, assustada. Adam está logo atrás dela, segurando uma risada.

― Esse é o meu poder ― digo e logo em seguida me retiro, subindo as escadas em direção ao quarto de hóspedes.

Eu, definitivamente, tive problemas com essa garota.

Deito na cama e lentamente caio no sono.

◄►

Estou em um lugar que parece uma sala de reuniões. Adam está sentado em uma das cadeiras e olha para mim como se estivesse sentindo-se culpado. Hillary está encostada em uma espécie de mesa de controle, perto de alguns painéis que exibem imagens de ruas e casas. Deduzo que sejam as imagens de câmeras de segurança.

Um homem de terno está sentado na ponta da mesa. Eu não tenho o controle do meu corpo, mas sinto um pequeno incômodo por estar aqui. Outras pessoas estão sentadas em volta da mesa. O homem de terno começa a falar.

― Poderia ter sido bem mais fácil, menina. Você complicou tudo.

Começo a falar, mas não tenho controle sobre a minha voz.

― Você não podem me obrigar a isso.

― É claro que podemos.

Finalmente percebo que há alguns fios conectados à minha cabeça. Sigo-os com o olhar. Estão ligados a uma máquina. E estou amarrada. É por isso que não consigo me mexer.

― O que vocês fazem é doentio ― afirmo.

― Como eu já disse, sua colaboração teria sido muito bem-vinda ― o homem vira o olhar e faz um gesto para Hillary.

Ela puxa uma alavanca no painel. Olho para Adam, suplicante.

― Me desculpe ― ele sussurra.

◄►

Acordo com um grito. Quando percebo estou sentada na cama. Minha respiração está ofegante.

Adam abre a porta e entra correndo. Ele está preocupado.

― O que aconteceu? Você está bem?

Passo as mãos pelo rosto. Estou suada. Balanço a cabeça negativamente.

― Foi só um... sonho.

― Com o que você sonhou?

― Acho que uma lembrança.

Ele fica um pouco pálido. Então me lembro de que não estou impedindo-o de entrar na minha mente.

― Eu agradeceria se você não fizesse isso.

Ele não responde.

Ficamos em silêncio por um tempo. Eu não sei o que dizer e nem o que pensar. Afinal, o que aquele sonho significou? Era apenas minha imaginação ou uma memória de verdade?

― É real ― Adam diz.

― Muito obrigada ― falo ironicamente.

― Desculpe.

Começo a realmente processar o que ele disse.

― Eu não tive escolha, Audrey.

― O que nós éramos? ― pergunto. ― Quero dizer, éramos amigos?

― Éramos um pouco mais que isso.

― Como assim?

Ele me olha nos olhos por um momento. E me beija. Afasto-me dele. Não, isso não estava certo…

Adam sabe o que estou pensando. Ele me abraça e sussura “me desculpe”.

Nós nos afastamos.

― Eles disseram que se eu não a levasse até eles, iriam matá-la. Fiz de tudo para que você fosse por vontade própria, você não me dava ouvidos. Você sempre foi do tipo que honrava a própria vontade.

― Você deixou que apagassem minha mente.

― A essa altura, eu já não podia evitar. Mas eu me arrependo. Não consegui te proteger.

Eu o olho nos olhos.

― Eu não preciso de proteção ― falo devagar, pronunciando bem cada palavra ― E agora você continua colaborando com esse grupo, junto com a Hillary ― aumento o tom de voz. Nas últimas palavras, eu já estava praticamente gritando.

― Se você me deixar explicar… Mas por favor, fale baixo. Hillary ainda está aqui.

― Então me explique. Explique tudo. Explique o que foi aquele sonho, me diga se eu tenho família.

Ele coloca as mãos no rosto e suspira antes de começar a falar.

― Vou ser bem direto. Não, você não tem família. Vive em um orfanato. E foi assim que eu te conheci.

Tudo bem, eu não esperava por aquilo. Mesmo que eu não me lembrasse de nada, saber que não tenho familiares foi como uma facada no peito.

― E quanto ao resto?

Ele suspira.

― Quando a Hillary for embora, eu prometo que vou contar tudo. Tudo mesmo. Mas com ela aqui, não posso arriscar.

Assinto.

― Que seja.


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