Presa Em Um Contrato escrita por Mrs Prongs


Capítulo 6
06. 31 de dezembro de 2023 | Los Angeles


Notas iniciais do capítulo

E aqui temos o último capítulo dessa short fic.
Todo mundo ama finais felizes.



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[31 de dezembro de 2023 | Los Angeles.]

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Era véspera de ano novo e Lillian Sampaio não via razão alguma para comemorar a chegada de mais um ano que provavelmente só a faria lembrar-se do que ela já não tinha mais.

Olhando para a imensa metrópole consumista que era Los Angeles, do alto de seu apartamento, ela sentiu seu coração apertar mais uma vez. A cidade estava toda iluminada e as ruas lotadas, barulho por todos os cantos, enquanto as pessoas aproveitavam os últimos minutos do ano e esperavam ansiosamente o próximo que viria.

Ela estava sozinha.

Um vazio aterrador caia sobre ela, mas ela não reclamava. Estava melhor sozinha do que acompanhada de outras pessoas e nos últimos meses tudo o que ela queria era se isolar. E estava cumprindo essa tarefa com perfeição.

Ainda se lembrava perfeitamente daquele dia – como se o seu cérebro estivesse se encarregado de filmar cada detalhe só para poder tortura-la depois. O modo como Niall olhou para ela, como se ela fosse um nada, uma completa desconhecida, antes de dar as costas e subir escadaria a cima sem olhar para trás nenhuma vez. Sem nem olhar para ela.

Se lembrava também de os seus joelhos terem cedido e ela ter ficado ali, ajoelhada e com a cabeça em mãos enquanto chorava. Lembrava de Carol e Kamila a ajudarem a se levantar e ela gritar obscenidades à Lucinda mais uma vez.

Era tudo culpa dela.

Então descobriu que a irmã tinha voltado porque estava completamente falida. O espanhol havia aplicado um belo de um golpe nela e fugido com todo o dinheiro. Bem feito. Logo Lucy foi colocada para fora da casa de loiro, segundo as palavras de Louis ela não era mais bem vinda à menos de um quilometro de cada um deles. Que ela tinha sorte de não ser denunciada e que a OneDirection ainda teria uma conversa com Simon sobre toda essa historia. Então a loira sumiu no mundo e Lillian tinha serias duvidas que o Cowell tinha algo haver com aquilo.

Então chegou a vez de Lilly. Ela queria subir as escadas e tentar explicar tudo ao Niall. Não suportaria ir embora sem nem um ultimo olhar para ele. Mas ela teve que ir – nenhum dos meninos permitiu que ela subisse para ver o loiro. Ver aquele olhar no rosto deles... foi horrível. Era como se eles não a conhecessem. Como se eles estivessem diante de uma completa estranha.

Lillian não os culpava, para falar a verdade. Entendia o porquê de eles pensarem assim, mas... de certa forma ela havia sido ela durante todo o tempo. Podia ter o nome da irmã, mas... ela ainda tinha sido Lillian. Não havia fingido afeto por nenhum deles. Mas eles não sabiam disso.

A baixinha havia saído da casa acompanhada de Carol e Kamila – que ignoraram os protestos de Harry e Zayn que pareciam inconformados com aquela situação. Lilly nunca se perdoaria por isso. Não sabia o que tinha acontecido com os relacionamentos deles depois de toda a historia, mas as duas garotas fizeram questão de levar a baixinha até o apartamento de Lucy para a mesma pegar as malas, antes de comprar uma passagem de avião de volta à Carolina do Norte.

Então quando ela entrou no aeroporto e olhou nos olhos tristes das duas garotas, ela soube que realmente tudo tinha chegado ao fim. Ela teria que deixar tudo para trás. Deixar aquelas pessoas para trás, porque aquelas pessoas nunca foram dela de verdade. Então, chorando, ela olhou para Carol e Kamila pela ultima vez, antes de dar as costas e embarcar no avião.

Essa seria a hora que – se ela não se importasse tanto – iria esquecer tudo o que aconteceu e seguir a sua vida. Mas ela ainda era Lillian. E se importava.

E no final daquela historia, ela havia saído profundamente quebrada. Com memorias para tortura-la e lembranças que ela teria que esquecer, porque nunca teria aquela vida de volta. Tudo aquilo havia ficado em Londres, porque simplesmente não pertencia à ela.

Se não pertencia à ela, porque ela sentia cada fibra do seu corpo queimar com uma dor excruciante, toda vez que pensava em tudo o que deixou para trás?

Nem com o passar dos meses a dor passou ou diminuiu. Ela achava que se afastando, talvez isso acontecesse. Nunca ligou ou procurou ter contato com qualquer pessoa de lá – e foi retribuída da mesma forma. Era como se nada daquilo tivesse acontecido, exceto que Lilly tinha a sua memoria para lembra-la de que tudo era real.

As memorias e o coração partido.

Então quando ela voltou para Greenville, só foi apenas para pedir demissão permanente do instituto. Não havia mais motivo para ela ficar naquele lugar. Antes, ele a fazia se lembrar da única época de sua vida que ela havia sido feliz. A fazia lembrar-se de lar. Mas não mais. Enquanto ela atravessava aqueles corredores, agora cheios de estudantes, em direção a sala do diretor – ele nunca pareceu tão vazio. Tão solitário. Ela se sentia sozinha em uma multidão. Certa de que ali não era mais o seu lugar, ela fez o que tinha que fazer. Com uma carta de recomendação em mãos, ela arrumou as malas e havia saído do Instituto o mais rápido que conseguia.

Ela se lembrava de no taxi ter olhado para trás e se perguntado o quanto de sua vida tinha mudado. O quanto ela tinha mudado. Ela estava deixando para trás o lugar que um dia a fez feliz, porque hoje a única coisa que ele lembrava era do que ela não mais tinha.

Porque o lar é onde o seu coração está.

E o coração de Lillian estava com um certo loiro.

Não importava aonde ela fosse... ele estava em seus pensamentos. A assombrando. Cada memoria como uma tortura. Nem quando ela pegou um avião para Los Angeles, tentando deixar para trás tudo da sua antiga vida, ele sumiu de sua cabeça. Não, ele ainda estava lá. Persistente.

Lilly arrumou um emprego bom, comprou um apartamento e vivia sozinha lá a maior parte do tempo. Sozinha porque doía ainda mais quando ela tentava viver socialmente. Ela sozinha podia pensar nele e tentar colar os pedaços de seu coração, mesmo sabendo que era uma tentativa falha.

A única pessoa que podia curar seu coração, era a única que ela deveria esquecer mais do que tudo.

Com um sobressalto, Lillian deixou de se apoiar na grade da varanda de seu apartamento ao ouvir a campainha tocando. Com a testa franzida ela olhou para o relógio em seu pulso. Vinte minutos para a meia noite.

Quem infernos iria à casa dela à esse horário? Principalmente em véspera de Ano Novo?

– Já vai! – a baixinha gritou quando a campainha tocou mais uma vez, parecendo impaciente. Rolando os olhos, ela caminhou até a porta e a abriu rapidamente sem nem checar quem era.

Em seguida seus olhos se arregalaram como duas bolinhas de pingpong e um ofego escapou de seus lábios. Um loiro vestido em um terno preto bem arrumado, que destacava ainda mais o seu tom de pele claro e seus olhos azuis que a fitavam intensamente.

– Eu dei para ter alucinações agora. – foi a única coisa que Lillian sussurrou para si mesma, enquanto tinha o queixo no chão. – Estou ficando maluca.

– Se você estivesse realmente maluca, a Carol não ia se importar em cuidar disso. Porém, acho que esse não é o caso. – Niall Horan falou com uma voz suave, mas sem lhe oferecer nenhum sorriso.

– Niall, mas o que... – ela balançou a cabeça, incrédula. Ela não conseguia acreditar no que via. De repente todas aquelas sensações conhecidas por ela voltaram. Suas mãos suavam, seu coração havia virado uma escola de samba brasileira e parecia que tinha um leão no seu estomago implorando para sair. Ela também sentiu suas pernas quererem ceder, quando o perfume do ser a sua frente, chegou as suas narinas.

– Não vai me convidar para entrar? – ele perguntou calmamente e sem condições para responder, ela apenas abriu passagem para ele entrar, fechando em seguida a porta atrás de si com um clique.

O que ele fazia ali? O que ele fazia ali na véspera de Ano Novo? Era a única coisa que se passava na cabeça dela, enquanto uma onda de adrenalina percorria suas veias, enquanto Lilly o olhava. Ele provavelmente deveria estar com os amigos, com a família... o que ele estava fazendo com ela? Ela achava que ele provavelmente não iria mais querer olhar na sua cara.

E então, quando seus olhos encontraram os azuis dele, ela quis muito chorar. Porque agora mais do que nunca ela estava ciente de que tudo o que tinha acontecido tinha sido real. E todas as consequências que vieram com aquilo também. Ela se abraçou quando seu coração já em pedaços pulsou dolorosamente.

– O-o que você faz aqui? – Lillian conseguiu sussurrar, com uma voz fraca quando percebeu que ele não falava nada, apenas a encarava.

– Eu acho que nós temos algumas coisas para conversar. – Niall aparentou despreocupação, mas ela sentia a sua ansiedade. Ele olhou levemente ao redor. – Está sozinha em casa? – perguntou parecendo curioso.

– Sim. – ela deu de ombros levemente e ele a olhou intensamente.

– Por quê?

– Sou uma mulher que gosta de ficar sozinha ultimamente. – ela falou evasiva enquanto se afastava dele e ia em direção à sua varanda, ciente que talvez tudo aquilo fosse um sonho e ela pudesse acordar a qualquer momento.

– Mas é véspera de Ano Novo. – Niall a seguiu falando calmamente. E toda aquela calma dele já estava começando a deixa-la nervosa. Ainda mais do que já estava. – Pensei que deveria ter alguém aqui com você. Sua família...

– Eu não tenho família tenho? – ela o interrompeu mais bruscamente do que queria e então respirou fundo sem o olhar. – Você também não está com a sua. – Lilly constatou para mudar de assunto.

Touché. – foi a única coisa que ele respondeu antes de ambos caírem em um silencio onde nenhum dos dois parecia saber o que falar em seguida. Por fim, a baixinha resolveu arriscar.

– Como sabia que eu estava aqui? – se virou para olha-lo e Niall olhava para as luzes lá em baixo. – O que faz em Los Angeles?

– A OneDirection está aqui para a promoção do novo CD. – ele respondeu sem olha-la. – Já estamos aqui há três dias na verdade.

– Você não respondeu a minha primeira pergunta. – dessa vez Lillian o encarou cruzando os braços e mordendo de leve o lábio enquanto tentava controlar as suas emoções que a traiam e queriam mais que tudo que ela simplesmente esquecesse a parte de falar e abraçasse o homem a sua frente, afundando a cabeça em seu peito e sentindo seu cheiro. – Como me encontrou?

Niall encontrou seu olhar. E ele parecia brilhante, mesmo nas sombras. Um oceano azul cristalino.

– Não foi tão difícil. – ele deu de ombros, colocando as mãos nos bolsos. Ele parecia tão elegante que fez o peito da baixinha dar um nó. – Eu perguntei ao Simon aonde era o Internato que você trabalhava, isso foi há uns dois meses atrás. Então tentei entrar em contato, mas me disseram que você tinha pedido demissão. Com alguns contatos eu descobri que estava trabalhando em uma clínica aqui em LA.

– Porque me procurou? – a voz dela não era nada mais que um murmúrio sôfrego, seu coração apertado.

– Como eu disse: precisamos conversar. – a voz dele não tinha nenhum sentimento que a baixinha pudesse identificar.

– E precisava ser hoje? Na noite de Ano Novo? – Lilly desviou o olhar dele para olhar para as luzes lá em baixo. Suas mãos tremiam.

– Você estava fazendo algo melhor? – uma sobrancelha do loiro se arqueou.

– Não, mas... – ela mordeu o lábio e balançou a cabeça, sem nem o olhar. – Você deveria estar com os meninos ou com a sua família agora. Com as pessoas com quem você se importa. Não comigo. Não aqui.

– Apenas escute. – Niall balançou a cabeça, fechando de leve os olhos, antes de voltar a abri-los. – Você nem sequer faz ideia do quão está sendo difícil para eu estar aqui. Eu sei exatamente onde você mora e onde você trabalha tem mais de um mês, mas não tive coragem de te procurar, sempre adiando. E agora que eu estou em Los Angeles eu simplesmente não poderia inventar mais desculpas e mesmo assim eu tentei. Estou aqui à quase três dias, mas me convencia em cada um deles que eu estava ocupado e que eu poderia deixar para o dia seguinte. Mas não hoje. Eu tive que vir.

– E porque isso? – Lilly se abraçou, ainda se recusando a olha-lo. Com medo que a resposta a quebrasse ainda mais.

Porque eu não consigo te tirar da cabeça.

Isso fez Lillian o olhar e ele a olhava intensamente. De repente parecia que não tinha ar suficiente ali, mesmo o vento passando o bagunçando os longos cabelos castanhos dela que estavam soltos. Ela engoliu em seco quando uma onda de emoção a invadiu. Suas veias sendo preenchidas com algo que ela jugou ser felicidade, simplesmente por ele ter falado aquela simples frase.

– Há um ano atrás... – ele continuou falando a olhando em seus olhos. – Eu e você estávamos em uma varanda também, só que essa varanda era a da casa do Harry e nós, junto aos outros, esperávamos a chegada do Ano Novo. E eu ainda achava que você era a Lucy.

Foi como uma bofetada. Lilly mordeu fortemente o lábio – a ponto de sentir gosto do seu próprio sangue – e olhou para baixo.

– Eu acho que eu vim aqui, por que... porque eu precisava saber quem é você de verdade. – Niall completou, sua voz soando calma. – Queria saber se alguém era capaz de fingir tão bem. Queria saber quem era a garota que tinha conseguido me fazer tão feliz, mesmo por um curto período de tempo.

– Eu sou apenas eu. – a voz dela soou como um sussurro enquanto ela se apoiava na grade e olhava para qualquer lugar que não fosse ele. – Lillian Sampaio. E eu nunca fingi nenhum sentimento.

– Eu acredito em você.

Essa frase a fez olha-lo com intensa surpresa. Mas ele não parecia estar mentindo ou sendo irônico. Muito pelo contrario, ele ainda tinha aquele brilho calmo e suave no olhar.

– Serio? – ela estava aliviada. Ela não tinha feito ideia até aquele momento, do tanto que a opinião dele sobre ela pesava em sua vida.

– Sim. – Niall se recostou na grade, olhando para o nada enquanto continuava a falar. – Bom, acho que você precisa entender um pouco... sobre mim. Sobre o que eu pensei de tudo isso.

– Eu não sei se isso é uma boa ideia. – Lillian falou rapidamente com medo de acabar ainda mais ferida. Ela com certeza não precisava mais ainda daquilo.

Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. – quando ele citou A culpa é das estrelas, Lilly sabia que não importava o que ele falasse, ela estaria disposta a ouvir. – Há mais de três anos atrás eu conheci Lucinda. Ela era linda, e totalmente segura de si. – ele começou, balançando de leve a cabeça. – Ela era melhor amiga da Carol e da Kamila e, claramente, achávamos que não haveria problema algum em se aproximar da loira. Ela não parecia demonstrar interesse algum particular em mim no inicio, até que tudo mudou. Ela começou a se insinuar e eu não posso negar que tenha gostado.

– Niall... – ela tinha absoluta certeza que não queria saber como a detestável da sua irmã havia seduzindo o garoto que ela amava.

– Deixe-me continuar. – ele lhe lançou um leve sorriso antes de voltar o olhar para o nada. – Lucinda era linda, modelo, loira e o sonho de consumo da maioria dos caras por aí. E ela estava interessada em mim então eu pensei: porque não? A convidei para sair. Aconteceu tudo tão rápido. Ela parecia realmente gostar de mim e eu não estava muito atrás, realmente estava encantado por ela. Então logo começamos a namorar. – ele suspirou de leve –As fãs amavam ela, e eu não posso negar que as opiniões das Directioners realmente contem para mim. Poucas das minhas namoradas, quase nenhuma, eram aceitas pelas minhas fãs. Mas era diferente com Lucy... todos pareciam gostar dela. Bom, talvez nem todos. Louis não suportava sequer ficar em um lugar muito tempo com a garota e Eleanor não ficava muito atrás. Sophia tentava parecer simpática, assim como o Liam, mas nem eles conseguiam ser convincentes. Zayn e Harry tentavam se manter neutros, por causa de Carol e Kamila que eram suas namoradas e melhores amigas da garota, mas também não faziam o menor esforço para estar na presença de Lucinda. Todos os meus amigos nunca gostaram dela de verdade. De inicio eu achei que era implicância deles com ela. Realmente achei. Me lembro que briguei feio com o Louis uma vez... e nós nunca havíamos brigado por nada.

– Isso é... – Lillian deixou no ar, sem saber exatamente o que falar.

– Eu sei. – Niall parecia entender, o que nem ela mesma entendia. – Lucinda não fazia o menor esforço para gostar deles também, mas ao todo eu tentava manter uma convivência civilizada, afinal... ela era minha namorada e eles eram meus melhores amigos, deveriam se dar bem certo? Errado. Louis não perdia a oportunidade de alfinetar perguntando a Carol ou a Kamila como elas haviam virado amigas de Lucy ou se a outra tinha as chantageado. Era o inferno. Então um dia, eu estava subindo as escadas em direção ao quarto, me lembro perfeitamente, e quando eu ia entrar no mesmo eu ouvi vozes. Era a da Lucinda, ela falava com o Simon ao telefone. Me lembro de frases como: “Não Simon, ele não desconfia de nada” e “Sim, eu sei que tenho que fingir ser namorada dele por mais dois anos. É até divertido ver como ele acredita nas minhas mentiras”. Eu fiquei... bom, nem eu mesmo sei descrever como eu fiquei. – ele passou a mão pelos cabelos, parecendo frustrado. – Eu lembro de ter descido as escadas, silenciosamente para ela não perceber que eu tinha ouvido. Por um minuto eu cogitei a oportunidade de quebrar tudo e exigir saber que merda era aquela, mas essa ideia logo sumiu da minha cabeça quando a perspectiva de perder Lucy entrou em seu lugar. Eu a amava. Eu não queria deixa-la ir. Então eu pensei: eu posso faze-la me amar com o tempo. – ele soltou um riso sem humor. – Aí sim eu fui um idiota. Alguém que fez o que ela fez, mentir para mim, fingir sentimentos que não tinha, nunca poderia amar ninguém exceto ela mesma.

– Ela sempre foi assim. – Lilly falou automaticamente como se para conforta-lo, mas seu coração doía tanto quanto o dele, ao o ouvir falar sobre o quanto ele amava a sua irmã. – Desde criança.

– Mas eu tentei. – ele mordeu de leve o lábio, continuando a falar e ignorando o que a baixinha tinha dito. As palavras agora pareciam sair dele como uma cachoeira e ele parecia incapaz de parar a si mesmo. – Eu tentei faze-la me amar tanto quanto eu a amava. Mas depois que eu descobri a verdade... foi como se um detector de mentiras tivesse sido instalado em mim. Eu pude perceber todas as mentiras e fingimentos que ela já tinha feito para mim. E eu podia perceber o modo frio, tedioso e distante por trás de cada gesto. Por trás de cada palavra. E mesmo assim eu não fui capaz de acabar com tudo. Eu não estava feliz, mas sabia que se a deixasse ir, ficaria mil vezes pior. Então um dia ela havia me chamado na sala e anunciado que iria passar o Natal com a família dela. – o coração de Lillian se acelerou porque sabia que a hora que ela entraria na historia estava chegando. – Eu já tinha conhecido os pais dela... os seus pais. – completou olhando para a baixinha.

– Eles não são meus pais. – ela retrucou automaticamente com o maxilar cerrado. Não fazia questão de contato com nenhum deles e muito menos ser lembrada de que eles tinham o mesmo sangue.

– Enfim, eu apenas achei que não seria nada demais. – Niall finalmente voltou a falar, depois de olha-la por um tempo. – Então concordei e ela foi, me garantindo que voltaria para passar o Ano Novo. Eu contei os dias para a volta dela, por incrível que pareça. Mesmo com a minha família ali, nada estava completo. Então chegou o dia de busca-la no aeroporto e chegando lá eu encontrei algo que não esperava. Eu encontrei você. – ele olhou nos olhos da baixinha dessa vez. – Olhando agora eu percebo que poderia ter notado facilmente que você não era Lucinda, se eu quisesse perceber. A Lucy nunca usaria o cabelo cumprido e muito menos castanho. E você tinha... tinha um brilho doce no olhar. Um brilho inocente. Algo que ela nunca teria. – ele respirou fundo parecendo se lembrar. – Então quando você me abraçou daquele jeito no aeroporto e quando você me beijou... eu senti algo diferente. Eu não estava abraçando e beijando um cubo de gelo, como eu sentia quando beijava Lucinda. Eu estava com alguém que era capaz de sentir. E que sentia.

Lilly sentiu suas bochechas ficarem quente e sabia que estava corando. Então ela sentiu dedos gelados devido a temperatura ali fora, tocarem de leve aonde o sangue corria e levantou o olhar vendo Niall sorrir carinhosamente para ela.

– Então os dias se passaram. – ele continuou retirando a mão da bochecha dela que suspirou sentindo falta da caricia. – E eu... achava que não poderia ficar mais feliz. Você era o que Lucy nunca tinha sido antes. Carinhosa, atenciosa... e me fazia o cara mais feliz do mundo. Eu deveria ter desconfiado... você e ela não são nem remotamente parecidas em personalidade e ninguém muda do dia para a noite. Ninguém. Mas eu... queria acreditar. Queria acreditar que Lucinda tinha mudado e que... e que ela me amava. Eu achava que tinha finalmente conseguido. Tinha rompido a barreira que era o maldito contrato e que finalmente tinha a feito me amar. Então... tudo aquilo aconteceu.

Ele respirou fundo, sua respiração condensando e Lillian, de repente, sentiu como se precisasse se apoiar na grade ou desmoronaria.

– Eu descobri que tudo tinha sido uma mentira. – Niall não a olhou. – Que Lucinda nunca tinha me amado e que na verdade era você no lugar dela. E que eu tinha sido idiota, por me apaixonar novamente por uma Lucy que não existia. Eu precisava de um tempo... para pensar. Porque tudo doía como facas. Então com o passar dos dias, tudo o que eu fazia era comparar você com ela e me xingar por não ter notado a diferença. E então tinha parado para pensar no quanto eu tinha sido feliz nos últimos seis meses... mais do que eu tinha sido durante todo o tempo com a verdadeira Lucy. E então eu percebi que não me importava com ela, porque a única que me vinha na cabeça era você. O seu modo doce. Como você sorria para mim... como se ninguém no mundo fosse capaz de fazer você sorrir daquele jeito. O brilho que você tinha nos olhos. Todas as vezes que você tinha dito que me amava... havia soado tão sincero. Poderia ser uma mentira?

– Não era. – ela murmurou para si mesma, mas sabia que ele podia ouvi-la.

– Você parecia o tipo de pessoa que não seria capaz de mentir daquele jeito. – ele tinha agora uma verdadeira emoção na voz. – Você parecia um livro aberto, mas mesmo assim tinha escondido algo e isso eu não conseguia superar. Mas eu também não conseguia parar de pensar em você. Me perguntava quem era você de verdade. Se por acaso você tinha mentido em tudo. E então eu percebi que só tinha um jeito de descobrir. Então quis descobrir onde você estava. Não foi difícil, mas foi difícil arranjar coragem para estar aqui. Porque ao pensar em você eu descobri algo que mudou tudo o que eu pensava.

– E o que foi isso? – Lillian perguntou o olhando nos olhos e não se atrevendo a desviar o olhar e nem ele o fez.

– Que eu não havia me apaixonado por Lucinda e sim por você. – Niall falou simplesmente. – Que eu amava você e não Lucinda. Que eu amava alguém que eu sequer sabia se conhecia de verdade. Isso era possível? Sim. Era. É.

E nessa hora fogos de artificio encheram o céu de Los Angeles. Lilly imediatamente sabia que era o fim de mais um ano e o começo de outro. Ela podia ouvir gritos e buzinas de lá de baixo, mas nesse momento essas coisas não poderiam importar menos. Porque olhando naquele mar azul, ela parecia em uma bolha em que estava apenas ela e Niall, o resto do mundo simplesmente abafado.

– Feliz Ano Novo, Anjo. – o loiro falou cuidadosamente e a baixinha sentiu lagrimas correrem pelo seu rosto ao ouvir o apelido sair de seus lábios.

– Feliz Ano Novo, Niall. – Lillian sussurrou de volta.

Ele não pareceu hesitar antes de dar os dois passos que a colocariam perto dela e a puxar para si, seus lábios se tocando instantemente com a saudade não disfarçada. A baixinha sabia que teria cedido se não fosse os braços dele a sua volta a protegendo do mundo. Como ela havia sentido falta daquilo.

– Então você não quer saber quem eu sou de verdade? – Lilly ofegou ao sentir os lábios macios dele em seu pescoço.

– Eu sei quem você é. – ele ergueu levemente a cabeça para lhe olhar nos olhos. – Podia não saber antes, mas sei agora. Eu conheço você melhor do que um dia poderia ter conhecido Lucinda. Você é Lillian Sampaio. A garota que abandonou a família aos 12 anos e se tornou totalmente independente. Uma ex medica de instituto, totalmente altruísta. E mais do que isso... você é a mulher que não finge sentimentos. – os lábios dele, encostaram-se ao seu pescoço mais uma vez, antes de subir levemente em uma caricia lenta até a sua orelha. Um arrepio correu seu corpo. – E é a mulher que eu amo. Os outros detalhes, bom... você terá tempo para me contar e eu ficarei feliz em ouvir.

Lillian realmente não precisava ouvir mais nada.

As mãos de Niall tocaram a pele de sua barriga por baixo da blusa e do casaco, enquanto eles saiam do frio da varanda e entravam no apartamento sem parar de se beijar. Em um segundo a baixinha havia jogado o blazer do terno em um canto da sala e ele havia tirado o seu casaco.

– Niall, espera um pouco. – ela se afastou levemente e ofegante quando se lembrou de algo que a preocupava.

– Você quer mesmo esperar? – ela teve que controlar o gemido quando ele mordeu a área acima dos seus seios só então percebendo que ele havia arrancado a sua blusa de botões. Loiro rápido.

– Na verdade não, mas isso é importante. – ela falou com uma voz fraca, sentindo a mão dele no fecho do seu sutiã e as suas unhas automaticamente cravaram nas costas de Niall, e desceram deixando um rastro vermelho e tendo um gemido com resposta ao seu ato.

– E o que é? – ele perguntou parecendo mais atento a distribuir beijos pelo pescoço da baixinha enquanto a deitava no sofá da sala mesmo.

– O Harry e o Zayn... – ela parou arqueando o corpo quando ele desabotoou o fecho do sutiã e tocou a pele sensível enquanto mordia o lóbulo da sua orelha.

– Não, eles não terminaram com a Carol e com a Kamila, por causa de tudo aquilo. – Niall parou as caricias para olha-la e ela soltou um muxoxo levemente irritado. O irlandês sorriu de lado. – Zayn e Kamila já estavam noivos para todo o efeito, eles apenas se sentaram e conversaram maduramente. Já a Carol e o Harry...

– Eles quebraram o pau não é? – Lillian adivinhou e Niall riu baixinho no seu ouvido, fazendo um arrepio correr seu corpo.

– Digamos que nenhum dos lados queria ceder. – ele respondeu parecendo divertido. – Mas então acabou como sempre acaba todas as briga daqueles dois. O Harry pedindo desculpas à uma Carol orgulhosa e eles dois na cama.

– Informação demais. – ambos riram, e ela soltou um gritinho quando ele a virou subitamente ficando por baixo e a fazendo se sentar em cima dele, com as mãos apoiadas no abdômen já descoberto pela blusa desabotoada.

– Você realmente quer continuar conversando? – o loiro perguntou tocando de leve o seio dela e a fazendo se arrepiar da cabeça aos pés, enquanto ele se inclinava para frente e voltava ao trabalho de beijar o colo dela, trabalho que parecia requerer muita atenção da parte dele.

– Pra ser sincera não. – ela disse entre um gemido e outro.

– Ótimo. – ele girou mais uma vez, dessa vez ficando por cima dela novamente, e exibindo um sorriso travesso. – A minha intenção quando terminássemos de conversar, era chamar você para uma festa onde todo mundo está. Mas acho que podemos esquecer a festa. – ele tocou de leve a sua coxa e Lillian não podia concordar mais. Naquele momento ela achava que concordaria com tudo que ele dissesse. – A única coisa que eu lamento é perder a cena do mico do ano que a Carol vai pagar.

– Que mico? – a baixinha conseguiu perguntar por que Carol e mico na mesma frase, normalmente resultava em algo que ela queria saber.

– Digamos que envolve o Harry, cerca de duas mil pessoas em uma festa, um anel de diamante. – o loiro respondeu e Lilly soltou uma gargalhada.

– Me fala que o Louis vai filmar. – implorou e o Niall riu com ela.

– Você tem duvidas? Não é todo dia que se vê os maiores cabeças duras da historia ficando noivos. Alguém tinha que registrar o momento. – ele passou o lábio pelo pescoço da baixinha a fazendo suspirar. – Em breve será a minha vez. Como você quer o pedido de casamento? Algo envolvendo um mico e uma peruca loira como o Harry escolheu ou algo mais tradicional? – Lillian não queria nem saber o que o ser de cachos faria com aquela peruca. Pobre Carol.

– Você está falando serio?! – o loiro gargalhou para a expressão assustada dela, antes de colar os lábios dos dois em um beijo nem um pouco calmo.

– Sim. – ele a olhou e por um momento ela se perdeu no mar azul que era seus olhos. – Na verdade eu acho que já sei como vou te pedir em casamento, vai ter o mico também, só que no lugar da peruca loira e da musica da Taylor Swift, eu acho que vou me fantasiar de Aslam e dançar ao som do Justin Bieber o que acha?

– Acho que eu mataria você. – Niall gargalhou mais uma vez da fala dela. – E pediria ajuda a Carol que provavelmente vai matar o Harry depois do lance da peruca e da musica.

– A ideia foi do Louis pra constranger ela.

– Porque eu não estou surpresa?

– Mas enfim, podemos falar sobre o casamento depois. – ele sussurrou sensualmente no seu ouvido, antes de morder o lóbulo da sua orelha, fazendo um arrepio correr o corpo dela. – Nesse momento eu estou mais inclinado a treinar a lua de mel. Okay?

Okay.


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Notas finais do capítulo

Como foi uma fanfic escrita há muito tempo atrás, nela vocês puderam observar um futuro alternativo onde Eleanor Calder ainda estava com Louis Tomlinson e Zayn Malik não havia deixado a banda.
Todos os personagens originais que apareceram na fanfic como a Carol e a Kamila, são dedicadas a pessoas reais (outras duas melhores amigas minhas que também são apaixonadas por essa boyband). Porém Presa Em Um Contato não existiria sem ela: Lillian. Como antes dito, essa shortfic foi um presente para a minha baixinha e uma das minhas melhores amigas também. Obrigada por todo o seu companheirismo e amizade durante todos esses anos.
xx



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