Presa Em Um Contrato escrita por Mrs Prongs


Capítulo 4
04. 17 de fevereiro de 2023 | Londres




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629541/chapter/4

.

.

[17 de fevereiro de 2023 | Londres]

.

Durou mais tempo do que Lillian esperava.

Quase dois meses haviam se passado desde que tudo começou e a cada dia a baixinha pensava que estava se envolvendo em algo maior do que ela poderia controlar.

As primeiras semanas foram as mais difíceis. Primeiro porque ela tinha sido descoberta logo no primeiro dia e meio que esperava que em pouco tempo, todo mundo soubesse que ela não era Lucy Sampaio.

Isso não aconteceu.

Por mais que Caroline Silva não lançasse os olhares mais amistosos em sua direção, ela não contou a ninguém o que sabia e Lillian se perguntava o porquê. Outra coisa que a baixinha sabia com certeza era que Kamila Abreu também sabia quem ela era, ou melhor, quem ela não era. Se havia descoberto por conta própria ou porque a outra havia contado, Lilly nunca arriscou perguntar. Mas a garota, também lhe lançava olhares, frios e pensativos – que eram quase piores que os que Carol lançava.

Conforme os dias foram se passando e Lillian percebia que nenhuma das duas havia falado nada, o aperto em seu peito diminuía um pouco. Se elas não tinham falado até agora, dificilmente falariam por um tempo.

O segundo motivo das primeiras semanas terem sido as mais difíceis, era as suas reações.

Ela obviamente não poderia demonstrar espanto ao entrar na casa de alguém que supostamente já tinha entrado antes. Mas certas reações ela não poderia controlar, então as primeiras semanas, foi para ela tentar se adaptar com as pessoas e com os lugares que ela frequentava a fim de conseguir parecer natural. Foi a época de ela tentar conhecer melhor tudo a sua volta.

Então o terceiro e o pior motivo.

Niall Horan.

Mesmo com o passar do tempo, Lillian ainda não sabia como agir com ele. E isso era apenas parcialmente relacionado a Lucy Sampaio.

No inicio ela sabia que estava pisando feio na bola, que com certeza não estava agindo com ele como Lucy agiria – mas ela não conseguia evitar. Era amis forte do que ela. Ela nunca poderia fingir ser algo que não era. Então se contentou em fazer Niall se acostumar com a mudança de personalidade que ele mesmo chamou de “O lado doce da Lucy”. Assim ela ainda poderia ser ela mesma... mesmo que não sendo.

Mas o fato de ela mesma estar sentindo certas coisas... não era nada reconfortante.

Ela gostaria de dizer que não estava se apegando ao Niall. Gostaria de dizer que estava conseguindo lidar com aquilo com frieza.

Mas ela não podia.

À cada dia que se passava ela se via cada vez mais presa ao homem loiro e de olhos azuis, como jamais havia sido presa a qualquer outra pessoa.

Mais nenhuma outra pessoa a olhava daquela forma. Como se pudesse ver cada coisa dentro dela, cada defeito e mesmo assim amasse cada pedaço. O modo como ele sorria para ela. Ninguém sorria para ela daquele jeito. Tão verdadeiramente, como se ele realmente estivesse diante da única coisa que o fizesse sorrir daquele jeito. E os toques... Ninguém nunca a tinha tocado daquele jeito. Como se estivesse com medo dela ir embora. Como se estivesse segurando o mundo dele em mãos.

Era como se quando estivesse perto dele, aquele vazio sumisse.

E então ela começou a perceber que o que antes era apenas parte de toda a farsa, tinha parado de ser um sacrifício para ela.

Porque ela queria estar ao lado dele.

Ela queria deitar ao lado dele. Queria beija-lo queria olhar por um longo tempo naqueles olhos azuis. Queria faze-lo sorrir. Queria segurar a sua mão, como se para dizer a todos que ele era dela.

Mas ele não era.

Essa era a pior parte. A parte que ela caía em si.

Quando ele olhava para ela, ele não via Lillian e sim Lucy. Ele não a amava, e sim amava a sua irmã.

E quando ele disse um “Eu te amo” para ela e ela respondeu com outro “Eu te amo” ela sabia que estava destinada a sair em farrapos de toda essa história.

Porque ela estava apaixonada por um homem que achava que ela era outra pessoa. Ela estava apaixonada por alguém que jamais seria capaz de amar ela. Porque aquele “eu te amo” só foi totalmente sincero de um dos lados.

E então, conforme os dias passavam, Lillian tinha a esperança de quem sabe tudo aquilo que ela sentia diminuísse. Mas isso não aconteceu, muito pelo contrario.

Apenas aumentou.

Por que cada dia que ela passava ao lado dele, era como provar um pouco do paraíso. E saber que tudo era uma mentira.

Então provar um pouco do inferno.

Os amigos de Niall pareciam achar a mudança de personalidade de “Lucy” uma coisa muito boa, fato que realmente acabou aproximando Lillian do resto deles. O que a fez ficar feliz por um tempo e então ficar mal de novo. Porque ela sabia que estava mentindo agora para mais pessoas com quem ela se importava.

E ela se importava muito.

Caroline e Kamila não pareciam ficar nada satisfeitas com toda a situação. E muito menos satisfeitas ao ter outra garota mentindo ser a sua melhor amiga. Mas elas tentavam disfarçar e disfarçavam muito bem – Lilly tinha que admitir. Apenas não bem o bastante para que ela não percebesse.

E talvez fosse essa a intenção.

– Anjo? – uma voz rouca tirou Lillian de seus pensamentos conflitantes e ela ergueu o olhar vendo Niall entrar no quarto a olhando levemente preocupado. – Está tudo bem? – perguntou fechando a porta atrás de si.

– Claro. – ela tentou sorrir, quando ele se aproximou e a puxou para perto dele. – Onde está o Théo? – completou enquanto ele analisava cada um dos seus traços, daquele jeito que ela imaginava que ele podia enxergar todos os defeitos dela.

Todas as mentiras.

Como ele não podia ver? Era a única coisa que ela se questionava. Como ele não podia perceber que ela não era Lucy? Porque ele apenas não notava? Talvez assim fosse melhor. Lillian evitaria alguns sofrimentos. Sofrimentos que seriam bem piores do que a fúria de Simon Cowell.

– Ele está assistindo um filme, no quarto. – o loiro respondeu a sua pergunta, e ela mordeu fortemente o lábio e suspirou.

O afilhado do Niall havia chegado à casa do irlandês a uma semana e Lilly não podia negar que gostava daquilo. Era bom ter o Théo por perto. A fazia lembrar de quem ela era. Fora que cuidar dele era mais um prazer do que um favor ao loiro. Ela gostava daquele garotinho. Muito.

– Está tudo bem mesmo? – o irlandês a abraçou apertado enquanto murmurava roucamente no seu ouvido. Lilly percebeu que ele estava arrumado para sair, mas ele não pareceu se importar com isso enquanto forçava a baixinha a dar uns passos para trás e tropeçar caindo na cama, com ele por cima dela, a olhando sapecamente. – Você parece tensa.

– Impressão... ah... – Lillian ofegou quando ele abaixou e mordeu seu pescoço. Golpe baixo. – Impressão sua. – conseguiu falar entre um suspiro quando ele deu um beijo lento e demorado no lugar onde tinha mordido.

– Tem certeza? – ele se afastou de leve para olha-la nos olhos. – Tem algo que esteja te preocupando e que queira me contar? – ele procurava os dela, com os seus olhos azuis.

– Sim. – ela suspirou, não sabendo para que frase havia sido aquela resposta. Então tentou sorrir. – Sim, eu tenho certeza.

Niall a olhou por um tempo, seus olhos azuis como o oceano, vasculhando cada traço dela, enquanto ele parecia pensativo, serio. Então ele balançou a cabeça e colou seus lábios com os dela.

De todos os beijos, esse parecia diferente... quase desesperado. Lillian não podia se importar menos. Ela entrelaçou os dedos no cabelo dele, enquanto ele se pressionava ainda mais contra ela. Como se quisesse acabar com qualquer distancia, já inexistente.

– Você vai sair? – a baixinha perguntou enquanto ofegava e começava a suspender a blusa que o loiro usava. Devido as circunstancias, perecia mais uma pergunta retorica. A mão de Niall que já estava alcançando o fecho do sutiã dela, parou subitamente.

– Caralho. – ele sussurrou parecendo verdadeiramente frustrado, enquanto afastava a sua boca do ombro dela e contra a vontade começava a se afastar levemente.

– Fala serio. – Lilly não pode conter o resmungo enquanto soltava a blusa dele para ele se levantar. Aquilo não era bacana.

– Você acha? – foi a única coisa que ele respondeu olhando para si mesmo e a baixinha teve que suprimir o riso ao ver o volume nas calças dele. – Eu preciso de um minuto. – foi a única coisa que ele falou respirando fundo e indo em direção ao banheiro.

Dessa vez Lillian teve que rir enquanto se levantava arrumando a blusa. Um “não tem graça” soou de dentro do banheiro o que fez o riso da mulher aumentar.

– Aonde você vai mesmo? – ela perguntou quando ele saiu do banheiro já composto e arrumado e a abraçou por trás, enterrando a cabeça em seu pescoço.

– Reunião com a banda. – a voz dele estava rouca. – A proposito está todo mundo esperando lá em baixo e as meninas vieram ver o Théo e te fazer companhia.

– E você só fala isso agora?! – Lilly se afastou de olhos arregalados o olhando. Quando tempo eles tinham demorado ali em cima? Tinha gente esperando lá em baixo enquanto eles estavam quase, bom...

– Desculpa se eu me distraí. – ele resmungou erguendo as mãos e a baixinha teve que permitir um leve riso quando ele sorriu torto para ela.

– Vamos logo. – foi a única coisa que ela falou o puxando para fora do quarto e descendo as escadas.

Se tinha uma coisa que Lillian havia aprendido nas ultimas semanas é que se ela se mantivesse ocupada alguns pensamentos não iriam invadir a sua cabeça. Essa era uma das situações. Sempre que coisas assim com o Niall acontecia – e acontecia com certa frequência, devido a quantidade de tempo que ela passava naquela casa – ela pensava em todas as mentiras que estava vivendo.

E que ele estava com ela achando que ela era outra pessoa.

Por um lado, Lilly estava imensamente grata nas ultimas semanas. Fazia algum tempo que Niall não a chamava pelo “nome”. Ele gostava mais de a chamar de anjo, fato que ela não entendia muito bem. Havia se tornado um apelido carinhoso, tornando desnecessário o uso do nome de Lucy.

E ela era feliz por isso, porque não havia nada pior do que vê-lo a chamar pelo nome de sua irmã.

– Aleluia. – uma voz divertida falou e Lillian ergueu o olhar para ver o povo inteiro espalhado pelos sofás e agora os encaravam.– Estava começando a pensar que íamos ter que esperar vocês acabarem com o bem bom lá em cima, para podermos ir Niall.

– Cala a boca Louis. – Lilly que falou com as bochechas vermelhas enquanto o garoto ria. Esse foi um dos que se aproximou dela.

– Bom, acho que podemos ir então. – Liam se levantou e deu um abraço apertado na baixinha que retribuiu carinhosamente.

– Larga minha namorada Payne. – Niall brincou puxando a mesma pela cintura e lhe abraçando por trás.

– Ok, chega. – Lillian riu se afastando do loiro.

– Acho melhor nós irmos garotos. – Zayn se pronunciou abraçado a Kamila e pela primeira vez a baixinha se deu conta da presença da garota e de Carol que também estava abraçada ao Harry. – Simon quer falar sobre o novo CD. A conversa vai ser longa.

Lilly ficou tensa apenas a menção de Simon. Felizmente ainda não havia tido a infelicidade de se bater com o mesmo. Não saberia como agir se o fizesse.

– Boa reunião da OneDirection pra vocês. – Carol falou dando um selinho no Harry e tendo seus cabelos bagunçados pelo Louis. – Você tem que parar de fazer isso Tomlinson. – ralhou brincando com o outro.

– Você vai ficar aqui? – Zayn perguntou à Kamila enquanto alisava de leve o seu rosto e lhe dava um selinho.

– Sim, vou fazer companhia a Lucy. Eu e a Carol. – ela respondeu a ele e Lillian sabia que nada de bom viria daquilo.

– Tudo bem então. – ele a beijou mais uma vez antes de se retirar com os meninos.

– Não se preocupe, eu vou olhar o Théo. – Lilly tranquilizou o Niall quando o viu ficar para trás e ele sorriu para ela.

– Tenho certeza que sim. – então o loiro fez uma pausa. – Amo você.

– Também amo você. – a baixinha falou em resposta e ele soprou um beijo para ela, a fazendo sorrir, antes de seguir os outros pelo corredor e desaparecer de vista, ouvindo apenas a porta de entrada bater.

– Sabe, essa mentira soou quase sincera. – Lillian enrijeceu, antes de se virar para ver Carol e Kamila a olhando, sem expressão. – Sincera demais. – Milla continuou quase cuspindo as palavras.

– Deve ser porque eu fui sincera. – a baixinha retrucou cruzando os braços. Sabia que uma conversa assim viria, mas não sabia que seriam tão diretas.

Digamos que as três não tiveram um tempo sozinhas desde que tudo começou e Lilly era imensamente grata por esse fato. Sabia que as duas estavam apenas esperando a oportunidade certa para falarem o que tinham que falar.

E o momento tinha chegado.

– Achei que iriamos parar com as mentiras Lucy. – o tom de Caroline Silva era claramente irônico. – Ou eu devo te chamar de Lillian?

O ar ficou preso nos pulmões da baixinha. Como elas tinham descoberto aquilo? Era a única coisa que ela se perguntava. Como elas tinham descoberto quem ela era?

O mundo de repente pareceu girar rápido demais e Lilly teve que se apoiar no corrimão da escada para não desmoronar, o pânico a invadindo. Aquilo simplesmente não poderia estar acontecendo. Não com ela.

– Quem diria que a Lucy tivesse uma irmã gêmea. – Kamila continuou parecendo não notar que a baixinha parecia prestes a desmaiar. Ou não se importar. – Pra falar a verdade, eu não estou surpresa que ela escondesse esse tipo de segredos. Até mesmo da gente.

– Ela nunca foi a pessoa mais aberta do mundo sabe? A sua irmã. – Carol completou sorrindo torto. – Muito pelo contrario. Ela sempre foi o tipo de pessoa que você deve saber que nunca vai poder confiar totalmente. Mas quem diria... uma irmã gêmea. – ela parou para rir, parecendo se divertir. – Para alguém que gostava tanto de ser única isso é uma ironia e tanto.

– Eu... – Lillian tentou falar, mas foi bruscamente interrompida.

– Uma medica de instituto. – Kamila falou pegando uma folha de papel dentro de sua bolsa e ela reconheceu o brasão do lugar onde ela trabalhava. Pressionando os lábios juntos, ela se sentou no degrau da escada, sabendo que tudo já era, definitivamente. – Nossa, quem diria que a irmã de Lucinda Sampaio teria talento para isso?

– A diferença de personalidade entre vocês duas é tão estupidamente gritante que você só pode ter nos tirado como idiotas ao vim aqui. – Caroline cuspiu, seria. – Você achou que não íamos notar? O que você quer com isso garota?

– O que? – Milla deu continuidade a fala da amiga, enquanto Lilly colocava a cabeça em mãos. – Achou que não íamos perceber que colocaram uma medica altruísta no lugar da modelo egocêntrica?

– Pensei que vocês fossem melhores amigas dela. – a baixinha encontrou a voz para erguer o olhar.

– Podemos até ser, mas você sinceramente acha que fechávamos os olhos para os defeitos de Lucy? – Carol retrucou. – Nós sabemos perfeitamente quem Lucinda Sampaio é. O quão egocêntrica ela é e o modo como ela não parece se importar com ninguém além dela mesma. Mas até mesmo as pessoas assim merecem uma chance não é? Demos essa chance à ela, apesar da maioria das vezes termos certeza que ela apenas nos usou como degrau para alcançar tudo isso aqui. – fez um gesto amplo indicando a casa de Niall.

– A personalidade de Lucy não importa. – Kamila cortou encarando Lillian. – Onde ela está? O que você fez com ela? O que você quer estando aqui Lillian Sampaio?

– Eu não sei. – ela respondeu frustrada se levantando. – Eu não sei onde a Lucy está.

– Mentirosa. – a outra revidou. – Você acha que somos o que? Idiotas? Porque você acha que ainda não contamos para todo mundo quem você é? Ou melhor... quem você não é? Não tínhamos provas.

– Niall está cego de amor. – Caroline começou a enumerar. – Os meninos não conheciam Lucy o suficiente para notar que ela tinha sido ‘trocada’, nem mesmo Harry e o Zayn. Então quando você obviamente aparentou mudança de personalidade todos eles, até mesmo o que não suportam Lucinda, passaram a gostar de você. Não podíamos simplesmente chegar e falar que a namorada de Niall Horan tinha sido substituída por uma falsa, principalmente quando não sabíamos como explicar isso. Iam achar que tínhamos enlouquecido.

– Mas agora temos provas. – Milla balançou a folha que segurava e Lilly engoliu em seco. – Provas suficientes para meter você em uma bela encrenca. E não vamos hesitar em fazê-lo, acredite. Então acho melhor você começar a falar. Onde está a sua irmã? O que você fez com ela?

– Eu não fiz nada com a Lucy. – Lillian realmente cuspiu o nome da irmã com nojo. – Vocês duas não sabem de nada.

– Então acho melhor você começar a explicar. – Carol sorriu ironicamente, segurando o celular. – Ou você vai poder ter a experiência de ver o sol nascer quadrado. Sabia que falsidade ideológica é crime?

[...]

– Então você está me dizendo... – o rosto das duas mulheres sentadas no sofá em frente a Lilly eram uma mascara de incredulidade horrorizada. – Que Simon contratou a Lucy. – Kamila tentava fazer a informação penetrar no cérebro.

– Sim. – a baixinha respondeu paciente e nervosa ao mesmo tempo.

– Para fingir ser namorada do Niall por três anos. – dessa vez foi Caroline.

– Sim.

– E ela assinou um contrato. – a voz de Milla subiu um tom.

– Exatamente.

– E depois fugiu com o dinheiro deixando você pra terminar o serviço.

– Basicamente. – Lillian acenou a cabeça para a fala de Carol. – Eu não sabia de nada disso, juro por Deus. Desde os 12 anos de idade eu sequer falo com qualquer pessoa da minha família, inclusive Lucinda. Vivia no instituto, como já disse. Foi um choque pra mim quando Simon apareceu lá e me falou essas coisas. Eu não conseguia acreditar no que a minha irmã tinha se tornado, mesmo ela já sendo detestável desde os 12 anos. Muito menos que ela tinha me metido nessa historia. Simon não me deu escolha.

As outras duas não pareciam prestar atenção no seu ultimo monologo. Elas olhavam para o nada com o queixo no chão e com expressões horrorizadas.

– Isso parece demais... até para a Lucy. – Kamila sussurrou colocando a cabeça em mãos. – Ela não faria...

– Ela faria. – Carol a interrompeu com uma convicção magoada. Como se ela já esperasse algo como aquilo de Lucy, mas mesmo assim não deixasse de doer. – Não acredito que ela vêm enganando o Niall durante todo esse tempo e ele sequer desconfia que tudo não passa de uma farsa...

– E nós ajudamos nisso. – Milla parecia horrorizada até mesmo com a ideia. – Nós a ajudamos, mesmo sem saber. Foi através de nós que ela conheceu o Niall...

– O irlandês não merece isso. – a morena mordeu fortemente o lábio. – Nós precisamos falar para ele... – puxou o celular e Lillian foi até ela segurando a sua mão e a olhando nos olhos.

– Por favor, não. – implorou.

– Mas ele...

– Não. – a baixinha repetiu com firmeza pegando o celular da mão dela. – Eu não posso deixar vocês falarem nada. Me desculpem, mas se o Simon sonhar com isso... não será agradável. E além do mais... – ela parou sem saber o que falar.

– Você está gostando do Niall. – Kamila falou com convicção fazendo Lilly a olhar assustada. – É isso não é? Você está apaixonada por ele. Quem diria.

– Isso é errado. Isso é muito errado. – Carol falou desesperada, o obvio.

– Eu sei. – Lillian mordeu fortemente o lábio. – Ele apenas... o que ele vai pensar de mim quando souber?

– Ele vai te odiar. – a morena foi sincera e balançou a cabeça. – Isso só pode ser um pesadelo. A Lucy é uma... vadia. – ela cuspiu a ultima palavra com tanto veneno que Lilly quase a abraçou.

– Não importa. – Milla se ergueu parecendo determinada e olhou para a baixinha com algo que poderia ser reconhecido como pena ou tristeza. – Me desculpa, mas nós temos que contar. Niall não merece isso.

– Por favor, não. – ela implorou com os olhos cheios de lagrimas enquanto uma dor se fazia em seu peito, em só imaginar a possibilidade.

E dessa vez não era porque ela estava com medo de Simon ou do que aconteceria à ela caso Niall descobrisse toda a mentira. Ela estava com medo do que o loiro pensaria dela.

Ele a odiaria.

– Eu conto. – ela pediu a Milla a olhando nos olhos. – Por favor, me deixem achar um jeito de contar para ele. Apenas me deem um tempo.

– Eu não sei...

– Se ele vai me odiar... – uma lagrima escorreu pela bochecha da baixinha. – Pelo menos eu quero ter a chance de explicar meus motivos.

Kamila olhou para Carol que olhou para o celular que tinha em mãos, parecendo em uma guerra interna. As mãos de Lilly tremiam, enquanto o pânico e a tristeza era uma avalanche sobre ela.

Finalmente Caroline bloqueou o celular, e o colocou o mesmo dentro da bolsa antes de voltar seus olhos chocolates para a baixinha, tendo apenas seriedade neles.

– Eu vou me arrepender disso. – ela suspirou. – Sinto muito Lillian, mas eu não estou fazendo isso por você. Você também mentiu. Vai precisar de muito mais do que a verdade para conquistar minha confiança. Eu estou fazendo isso pelo Niall. Porque eu nunca o vi tão feliz na minha vida, nem mesmo quando ele estava com a Lucinda de verdade. Parece loucura, mas você o faz bem. Ele realmente ama você, achando que ama a Lucy. Você o está fazendo feliz agora para depois destruí-lo. Isso é o que eu chamo de ironias da vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Presa Em Um Contrato" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.