Exiladas escrita por MandaVR


Capítulo 1
Amely


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do primeiro capítulo. Esse ficou pequeno, mas os próximos serão maiores!!
Leiam com vontade ;)



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Queria poder dizer que não fomos expulsas de nosso mundo. Mas, infelizmente ou felizmente, nós fomos.

Nós descobrimos um feitiço capaz de nos mudar. Todos nós. Todos os lipphaus. Mas, claro que não estavam aceitando. Diziam ser magia negra. A famosa ‘’magia proibida’’.

- Como ousam desobedecer nossas ordens?! - o coordenador bate com força na mesa, fazendo-me pular e minha irmã enrijecer-se ao meu lado. Qualquer um tinha medo dele, até mesmo minha nada doce irmã Melina. A ruga de preocupação transparecia na testa dele. A cor café de sua pele estava vermelha, enrubescida de raiva . Os olhos amarelos escorriam decepção e raiva. Tudo isso por temos infringido a porcaria da lei.

- Não façam isso de novo. Ou então, com maior pesar deste mundo, terei que manda-las ao mundo humano.

Eu ofego, pondo as mãos na boca.

- Mas... Não... O mundo dos humanos é proibido e horrível. – Eu digo. As palavras ensaiadas. Copiadas. Imitei exatamente como nossa tutora nos havia ensinado. Ela nos disse tudo o que podia e sabia. Tudo de bom e principalmente, tudo de ruim. Lipphaus tem medo do mundo humano. É tão inevitável... Tão confuso e desconhecido...

- Por isso mesmo. – Mitiel finalmente diz, tirando-me do estupor. – Caso aconteça novamente, mandarei as senhoritas para lá.

Escuto um grunhido de fúria vindo de Melina. Eu sabia o que estava por vir depois desse ‘’urgf’’

- Você tem coragem de mandar dois habitantes para aquele misticham de mundinho? Faça-me o favor! - Minha irmã exclama, enquanto eu a advirto, chutando delicadamente sua canela.

- Se fizerem novamente eu com certeza tenho. Você sabe que eu tenho.

Melina se levanta num salto, sua postura estava contida, ao contrário de sua expressão raivosa. Também me levanto, dando um sorriso de desculpas, forçado ao coordenador.

- Logo nós? – ela cospe as palavras. – Você nos conhece desde pequenas, Mitiel. Sabe que não faríamos algo que prejudicasse nossa raça. – Melina reclama, vermelha de raiva.

- Não ligue para ela. Ela está sobre efeito dos doces que preparei. – Forço ainda mais meu sorrisinho. – Sabe, eles são muitos bom. Um dia trarei alguns para você experimentar e...

- Nós descobrimos uma maneira de nos mudar! De nos ajudar! - ela me interrompe e na mesma hora sinto meu rosto esquentar. – Nós não ficaremos mais esgotados quando fizermos feitiços, entende? É um milagre! – ela diz, já mais calma.

Mitiel suspira, fazendo uma cara de ‘’Não aguento mais. Tirem-me daqui. Preciso morrer.’’

- É desconhecido. Nós ainda não podemos lidar com o desconhecido, não podemos lidar com ele. – O coordenador volta a ser o mesmo de sempre, sua carranca no rosto some e a expressão de ‘’nada’’ volta em seu rosto. – Sei que vocês não fariam nada de propósito mas, acidentalmente...

Ele infla o peito para falar.

- Agora... Saiam. Tenho muitos compromissos.

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Ele não tem esse direito! – Minha irmã mais velha – Quatro minutos. Mas ainda assim, mais velha -, grita. Apesar de sermos gêmeas, nossa aparência não tem nada parecida.

Seus cabelos quase num tom cobre voam com a brisa quente que bate contra nosso rosto.

-Sim, ele tem. – digo, num tom irônico de sempre.

- Amely, nós tentaremos novamente. – ela gira seu calcanhar, caminhando delicadamente sobre as mini pedrinhas pontudas do vale.

- Por Randje! Não podemos! – fixo meus olhos vermelhos grandes nos seus belos olhos verdes folha, quase hipnotizantes e desafiadores. – Você não entende o que Mitiel disse? É como se ele fosse nos matar!

- Mas ele vai! Ele nos mandaria para outro mundo. Para o mundo humano sem ninguém saber. Como algo descartável! - Ela praticamente grita, mas se recompõe quando vê minha expressão. – Como algo clandestino.

- Ouça-me, irmã. Se não fizermos, ele não irá fazer nada. Você sabe disso.

Eu tentava de diversas formas achar algo que tínhamos de igual. Mas, cada vez mais, nos parecíamos menos.

Ao mesmo tempo em que eu gargalhava de algo, Melina escondia seu sorriso.

Ela tinha esse jeito, era sua armadura para decepções. Uma decepção que ocorreu aos 8 anos de idade.

Nossos pais nos abandonaram, deixando apenas uma fotografia e um bilhete escrito ‘’Amor verdadeiro. Sempre. ’’ E agora, Mitiel é quem nos ajuda.

Ele é como um pai, duro, mas que faz o certo. Mesmo sendo frio, eu sabia que ele gostava de nós.

Eu lembro vagamente do rosto dos meus pais. Eram como uma memória distante, um filme antigo, ou então, aquele sonho que você está tendo e quando acorda não se lembra de nada. Você só consegue lembrar-se do sonho algum tempo depois e mesmo assim, são apenas fragalhos, um mero borrão injusto e evasivo. Essa era minha lembrança vaga deles.

Eu sabia que havia puxado nosso pai e Melina, a nossa mãe. Mitiel dizia que os mesmos cabelos quase barro de Lauren, nossa mãe, eram os mesmo de minha irmã. E os mesmos cabelos amadeirados de meu pai, Lohan, eram os mesmo que os meus. O formato de coração do meu rosto era o dele e o formato meio oval do rosto de Melina era o de Lauren.

Tudo bem, fisicamente não somos nada parecidas: Melina tem cabelos cor de barro, olhos verdes e tem um bronzeado natural. Já eu sou loira, tenho olhos vermelhos e pele apagada.

Também não dá para comparar nosso jeito de agir e pensar. A Mel é meio bipolar, não é muito de sorrir, desconfia de tudo e é um pouco fechada. Eu não vejo motivo para tanta desconfiança, sou muito desastrada, adoro dar risada e me abro com qualquer um.

Nem a mesma função nós temos. Minha irmã cuida da natureza, das árvores e animais... Minha função é cuidar dos ventos, do ar que respiramos.

Melina bate com os punhos contra nossa árvore, fazendo a porta de madeira ranger ao abrir, ao mesmo tempo me tirando dos meus pensamentos.

- Você não irá fazer. Mas eu... Eu irei. – E então ela adentra nosso enorme lar, respira fundo e olha em volta.


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Notas finais do capítulo

By: Dylanfucker



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