Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 5
Capitulo 5




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Eram quase sete horas quando eu decidi me arrumar para o "encontro". A Maia já tinha me avisado que iria, mas iria com o Asher no carro dele. O que significava que eu teria que ir no carro sozinha com o Cam.

Entrei no banheiro levando comigo tudo que fosse preciso como, escova de dentes, shampoo, condicionador e gilette. Quando terminei eu parecia gente novamente, meus cabelos estavam limpos e cheirosos e eu já não parecia tão cansada e triste.

Peguei um vestido que não usava muito e o vesti, ele ainda cabia perfeitamente. O seu decote não era tão absurdo, mas deixava espaço para os bons imaginadores. Era preto e não era tão longo nem tão curto, tinha o tamanho ideal e tinha um pequeno zíper na parte superior. Peguei os meus coturnos pretos e os calcei, não abriria mão do conforto.

Deixei meus cabelos soltos e passei o mínimo de maquiagem como sempre, só rímel e delineador estava ótimo, quando terminei de me arrumar ouvi uma buzina invadir o quarto. Minha barriga gelou instantaneamente quando a porta se abriu.

–Tridy, o Ash chegou a gente se encontra no bar. -então nós iriamos para um bar. A Maia usava uma saia milhões de vezes mais curta que o meu vestido e meia calça de renda, havia trocado as botas que sempre usava por uma sapatilha vermelha.

–tudo bem. -minutos depois da sua saída outra buzina apareceu.Desliguei as luzes do quarto e avisei ao meu pai que sairia, me surpreendia eles não perguntarem onde a Maia vai e com quem ela vai. A minha mãe com certeza nem me deixaria sair hoje a noite.

Ao sair de casa outra coisa me surpreendeu. O Cam estava encostado em um conversível preto, mas não foi o carro que me deixou sem chão. Ele estava usando uma camisa cinza e algo que parecia um paletó só bem mais casual e bonito e claro, jeans preto e cartola. Sem dúvidas ele ficava muito bem usando aquela cartola.

–boa noite, lady. -disse desencostando-se do carro. -você está adorável nesse vestido, mas deixe-me pergunta-la algo...Para que serve esse zíper. -ele se aproximou de mim ignorando a regra do espaço pessoal e beijando-me na bochecha.

–para enfeitar o vestido, apenas.

–como quiser. -ele abriu mais um dos seus belos sorrisos e caminhou até o carro. -entre.

–tudo bem. -ele abriu a porta do conversível para mim e eu entrei.

O carro era mais luxuoso por dentro do que por fora, o painel brilhava, detalhes de madeira enfeitavam o carro e os bancos eram encapados em couro, o carro não tinha bancos traseiros e isso só dava um aspecto mais chique ao carro.

–de quem você roubou esse carro?

–realmente acha que roubei esse carro? -ele abriu um sorriso e se fosse para julgar pelas jóias que usava, não.

–sim, eu acho.

–pois saiba que não, meu pai e eu temos um grande apreço por esses brinquedinhos. -disse passando a mão no painel orgulhoso.

–para onde vamos?

–algum lugar bem longe dessa cidade. -ele respondeu dando partida ao carro e saindo da frente da minha casa.

–vamos sair da cidade? -o nervosismo começava a tomar conta de mim, o problema era que isso nunca aconteceu antes, nunca fui de ficar nervosa.

–pare de fazer tantas perguntas, garota. As vezes a ignorância é uma dádiva, lembre-se disso.

O caminho até o bar foi feito em silêncio, quando passamos por duas placas que indicavam cidades diferentes o meu coração só batia mais forte. Para onde estávamos indo? Graças a velocidade da maquina chegamos lá não tão tarde. Ao descermos do carro senti olhares curiosos vindo de todos os lados, o Cam colocou o braço sobre os meus ombros e nós caminhamos até o interior do bar.

O bar era uma espécie de casa de shows, uma banda de rock grunge tocava enquanto uma pequena multidão a ouvia, desviamos das pessoas até encontramos a mesa onde nosso pessoal estava. Garrafas de cerveja descansavam sobre a mesa enquanto todo mundo ria sobre algo que o Chris disse.

–boa noite, estranhos. -o Chris falou abrindo os braços, ele usava uma camisa da banda que tocava hoje, era algo como Underground dogs.

–boa noite, queridos amigos. -o Cam sentou-se na mesa e cumprimentou os amigos batendo as suas mãos umas contra as outras.

–Tridy, que bom que veio. -a Maia estava sentada no colo do namorado que terminava uma garrafa de cerveja.

Sentei-me e pedi mais uma cerveja ao garçom que vestia roupas normais e até que era bonito, todos estavam falando sobre o verão passado quando foram expulsos de praticamente todos os bares da cidade por culpa das confusões que causavam, todas eram culpa do Cam e ele parecia se orgulhar muito disso.

Depois de algumas cervejas todos já estavam bem animados e isso incluía a mim, a banda já havia ido embora e agora uma música ambiente tocava. Com "música ambiente" eu quis dizer system of a down, o que com certeza combinava com o clima do bar.

–eu sugiro um brinde. -o Cameron levantou-se e subiu na mesa derrubando alguns copos, todos das mesas ao redor gritaram e levantaram seus copos. -ao verão e as merdas que acontecerão!

–ao verão e as merdas que acontecerão! - todos dor bar inclusive nós gritamos isso como em coro como se fosse um bordão bem conhecido.

Algumas lembranças fizeram a minha cabeça girar e o meu estomago se contorcer, da última vez que bebi fui parar no hospital e sinceramente, não queria passar essa impressão para o meu pai. Já ser um desastre para a minha mãe. Peguei a bolsinha que trouxe comigo e fui tomar um ar do lado de fora do bar.

–para onde vai? -a Maia estava rebolando no colo do Asher e nem conseguia pronunciar as coisas direito, se ela se fudesse eu me fodia.

–vou tomar um ar.

Foi andando para o lado de fora do bar que percebi o quão bêbada eu estava, era como a Cassie dizia "você não está bêbado até se levantar". Cambaleei para fora do bar e me sentei no chão, abri a minha bolsa e peguei um cigarro e isqueiro.

–uma fumante? Não acredito. -a voz do Cam surgiu do meu lado.

–o que está fazendo aqui? -disse soltando uma breve fumaça.

–vim ver porque a minha acompanhante saiu no meio do nosso encontro. -então era um encontro?

–eu precisava de ar.

–te entendo. -ele tirou um cigarro e colocou entre os lábios. -se importaria em acender para mim?

–não. -acendi o cigarro dele, ele inspirou e soltou a fumaça delicada no ar.

–uma vez me disseram que todos os nossos vícios deveriam ser explicados, porque fuma lady? -ele sentou-se junto a mim e esticou as penas.

–sou uma suicida sem coragem de colocar uma arma na cabeça. -disse ironicamente.

–trágico, eu gosto do trágico. -ele disse enquanto ria.

–explique você o seu vício, mister. -um sorriso torto surgiu no seu rosto.

–eu tenho os meus motivos. -a fumaça saía dos seus lábios enquanto sorria.

–misterioso, eu gosto do mistério.

–gosta? -a distancia entre nós foi diminuindo cada vez mais, podia sentir o cheiro do cigarro se misturando com o seu perfume, nomearia esse cheiro de" Cameron" e cada vez que o sentisse lembraria dele.

–saiam daqui seus pivetes descarados. -o grito de um homem nos tirou daquele momento. A Maia estava rindo junto aos dois garotos e o homem parecia bem chateado.

–vamos embora Cam, nós quebramos algumas coisas sem querer. -seus olhos desviaram dos meus lábios e ele se levantou.

–vamos Asthrid, vou te levar pra casa.

O caminho de volta foi preenchido apenas com uma música pop qualquer que tocava na rádio, essa noite parecia bem mais fria do que as últimas que passei aqui. O Cameron parecia sério e pensativo durante todo o caminho, na hora de se despedir ele disse um simples e seco "tchau" e foi embora. Não que eu esperasse mais dele, ele não parecia o tipo que levava a garota na porta de casa.

Capotei na cama sem nem tirar a roupa, no meio da noite ouvi a Taylor gritando com a Maia, mas não movi uma palha para resolver nada. " A Asthris também foi!" a ouvi gritando "ela é mais velha e não é nosso problema, é problema do Sam" a Taylor respondeu e eu voltei a dormir. Estava tudo certo... por enquanto.

Cameron Asthrid


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