Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 3
Capitulo 3.


Notas iniciais do capítulo

Oi, espero que gostem!!



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–você está pronta? -a Maia entrou no meu quarto enquanto eu ainda me arrumava.

Ela usava uma calça com vários rasgos, uma camisa branca lisa e uma camisa de flanela xadrez vermelha e preta por cima. Eu coloquei o meu melhor jeans preto, coturno preto e uma blusa de manga longa listrada branca e preta, passei o dobro de delineador e deixei o cabelo solto.

–estou. -disse saindo do banheiro e encontrando a garota deitada na minha cama. -vamos?

–está bonita, gosto das suas roupas. -ela se levantou e saiu na minha frente. -o Ash já está ai na frente esperando a gente.

Duas perguntas apareceram na minha cabeça, mas eu resolvi não fazer nenhuma delas. Primeiro: quem vai ao circo ás nove da noite e segundo: quem é Ash? A resposta da minha segunda pergunta veio logo em seguida quando entramos no carro aberto do Ash que beijou a Maia sem nenhuma discrição. O carro estava cheio com mais algumas três pessoas, duas garotas e outro cara que tinha milhares de dreds na cabeça. Pulei a porta do carro para entra e me sentei.

–gente essa é minha nova irmã, Asthrid. -as outras pessoas que já pareciam estar bêbadas se apresentaram como Nicole, Chery e Chris. -vamos logo, o Cam está esperando a gente.

Não era difícil entender a Maia, na frente dos pais ela era um anjo com aureola e tudo, mas longe deles era como uma típica adolescente rebelde com amigos rebeldes. Estava começando a gostar daquele lugar.

O carro seguiu em alta velocidade até um lugar afastado e escuro, de fato era um circo. O lugar estava abandonado pelo o que parecia ser anos, havia a entrada com o letreiro que dizia "Freak" e várias cabanas espalhadas, todas com o teto de lona listrada vermelha, branca e azul.Todos desceram do carro e eu fiz o mesmo.

–Maia, o que a gente está fazendo em um circo abandonado?

–relaxa, Tridy. -ela colocou meus cabelos na frente dos meus ombros e me beijou nas bochechas, depois voltou pro namorado.

–silêncio. -ouvi a Chery dizer para a Nicole ou será que era o contrário?

Um garoto se desencostou do letreiro, deu uma última tragada no seu cigarro, jogou no chão e caminhou até nós. Mesmo no escuro dava para perceber as suas feições finas e marcadas por um maxilar firme e nariz perfeito.

Ele usava uma calça preta com cortes nos joelhos, camisa branca e suspensórios pretos e claro, uma camisa xadrez verde e preta. Seu cabelo era castanho, bem liso e estava debaixo de uma cartola preta. Quando apareceu na luz pude perceber melhor os detalhes, algumas tatuagens desenhavam os seus braços, usava vários anéis prateados nos dedos e olhos lindos olhos verdes enfeitavam o seu rosto completando o que parecia um retrato de perfeição.

–vocês demoraram. -ele disse abrindo um sorrido torto.

–culpa da Asthrid. -o Ash disse em tom de brincadeira e a Maia deu uma tapa leve no seu braço.

–quem?

–a irmã da Maia. -completou.

–e desde quando você tem uma irmã, Maia? -o garoto tirou o chapéu e passou os dedos pelos cabelos depois voltou a colocar o chapéu.

–desde ontem, trate-a bem. Asthrid, vem cá. -ela me puxou belo braço e me colocou na frente do cara que eu nem conhecia.

–oi. -eu disse sem graça.

–oi. -respondeu e logo saiu de perto de mim. -vamos entrar?

–vocês nunca entraram ai antes? -tentei ao máximo não parecer medrosa, mas sempre tive medo de circos ainda mais se eles tiverem o nome de freak e estiverem abandonados.

–não e é por isso que é tão instigante. Quem sabe o que tem ai? Uma mulher de duas cabeças? -disse percebendo o meu tom assustado.

–por favor querido, isso aqui não é American Horror story. -todos ao redor riram, um sorriso malicioso surgiu no rosto, mas logo desapareceu. -vamos?

–a gente vai se dividir. -ele começou. -a Maia e o Ash, a Nicole com a Chery e o Chris e eu e você.

Todo mundo pareceu muito satisfeito com o plano, menos eu, deve ser porque eu parecia ser a única que pensava naquele lugar. As gêmeas saíram com o cara do dred e logo depois a Maia e lá estava eu sozinha com desconhecido num circo abandonado. Meu coração estava começando a bater mais forte e o frio da barriga se instalou.

–me acompanhe madame. -seus olhos verdes brilharam sob a péssima iluminação do local, mas eles poderiam por si só iluminar todo o lugar.

Ele foi andando na frente e eu tentava com dificuldade acompanhar os passos do garoto de pernas largas. Passamos por algumas cabanas apoiadas por ligas de aço presas ao chão até que ele decidiu entrar numa dessas cabanas. O lugar estaria completamente escuro se não fosse por uma luz que iluminava o palco de madeira.

O lugar era como nos filmes, o chão era coberto de palha, havia uma arquibancada de madeira circulando o local e no centro um palco redondo de madeira. Passei os olhos na cabana procurando o garoto até encontrá-lo no centro do palco.

–senhoras e senhores. -ele começou tirando a cartola e se dobrando. -ou apenas senhora. -levantou o olhar e sorriu.

–Cam, o que está fazendo?

–suba aqui.

–não vou subir ai, vamos embora. -elevei o tom de voz, mas o sorriso não saia do seu rosto.

–não tenha medo. -ele desceu do palco e caminhou na minha direção, pegou a minha mão e me guiou até o palco.

–o que você...-ele fez um sinal para que eu fizesse silêncio e eu fiz. Os olhos do garoto pareciam brilhar como duas esmeraldas, e ele não tirava o sorriso presunçoso do rosto nem por um segundo.

–não se mexa. -ele tirou uma bandana que estava pendurada na calça e levantou na frente dos meus olhos, com delicadeza ele amarrou a venda atrás da minha cabeça. O que eu estava fazendo?

–senhoras e senhores. -ele repetiu. -eu sou Cameron Reeve e essa é a minha assistente. -tomei um susto ao sentir seus lábios pressionados contra os meus num beijo rápido.

–você é louco, vamos voltar.

–use a imaginação. -ouvi os passos da sua bota atrás de mim quando colocou as mãos nos meus ombros e começou a falar no meu ouvido com uma voz rouca. -veja, ali tem um tigre e ali do outro lado um elefante enorme. Eu sou o domador e você é a minha linda assistente. Eu vou entreter o público animado que veio de todos os cantos da cidade enquanto você espera para que eu faça o meu truque.

Não conseguia enxergar nada sob aquela bandana, mas fiz como ele me pediu e comecei a imaginar a cena. Ele estava com um dos olhos pintados com uma espada preta e segurava um chicote de couro nas mãos.

–está ouvindo os gritos?- ele passou para o outro lado falando dessa vez no ouvido direito. -o tigre está agitado e você está prestes a ser atacada. -seus dedos passaram pela minha espinha dorsal e toda a minha pele arrepiou.

–e o que eu faço? -perguntei entrando na personagem.

–você fica aqui, parada, eu sou o domador e não deixarei que ele te ataque. Esse é o meu trabalho. -suas mãos levaram as minhas pra trás do meu corpo e ele as segurou como uma algema. -você não é tão ruim em imaginar.

Senti sua respiração se aproximando da minha, ele havia soltado as minhas mãos, mas continuavam paradas atrás do meu corpo. " Cam o segurança vai chamar a polícia, vamos logo" a voz do Chris invadiu o silêncio que estava na cabana.

–acabou a hora da imaginação. -ele riu e tirou a venda dos meus olhos. -vamos. -Voltamos correndo para o carro onde a Maia e o resto já nos esperava, a diversão em seus rostos era visível, realmente não foi tão ruim.

Algo naquele garoto me despertava a curiosidade, talvez fosse o estilo ou a beleza incomparável, mas parecia ter algo mais naqueles olhos. E eu iria descobrir. Voltamos pra casa depois de passarmos horas no posto de gasolina tentando comprar cachaça, mas o Cameron não estava por lá.


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