Aluga-se um Homem escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 7
Um monstro gentil


Notas iniciais do capítulo

Oie....espero que gostem do capitulo e não esqueçam que temos um grupo aonde podemos debater, surtar e conversar...

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Apenas alguns dias para o casamento de Clint. Nunca pensei que me sentiria assim diante do casamento do meu ex-noivo. A alguns dias atrás, a essa hora eu deveria estar pensando em como mata-lo e sumir com o corpo, mas curiosamente me vejo ansiosa para sair com o Banner.

Bruce Banner, o homem misterioso e fofo.

Não sei muito bem o que pensar sobre ele. Eu deveria pesquisar sobre a sua vida, mas sinto que vou encontrar algo. Algo que ele deveria me contar.

No que estou pensando?

Ele está se passando por meu namorado então a coisa mais obvia seria descobrir o seu passado. Não posso ficar em perigo, não é?

Qualquer um perceberia a mentira disso, mas por hora me basta.

Pelo menos é isso o que penso quando começo a digitar em meu computador todas as informações que tenho sobre ele em um banco de dados policial. Um banco de dados fácil de ser invadido, por sinal. E curiosamente não encontro nada.

―Ele tem algum segredo sujo – é a única coisa que me vem a cabeça ao continuar a fuçar em todos os bancos de dados que tenho acesso. Preciso descobrir sobre ele.

***
―Belas olheiras – é a primeira coisa que escuto ao cruzar o corredor da empresa Stark, e por algum motivo sou o alvo das fofocas do dia. Ignoro a todos ao segurar a pasta com força. Demorei mais do que imaginei, mas descobri tudo sobre o Banner, e não foram coisas nada agradáveis.

Dividida sobre o que fazer acabo indo para a sala de Banner. Essa é a pior opção que eu poderia escolher, mas sinto que devo confrontá-lo. Não posso deixa-lo ficar assim sozinho.

Abro a porta cuidadosamente, enquanto observo todos os cientistas trabalharem em silencio.

―Banner – o chamo e todos me encaram. Os olhares beiravam ao horror. Bruce é o único que sorri ao me olhar – Preciso..

―Já estou indo – fala ao me interromper. Espero paciente e sinto a pasta queimar a minha mão, metaforicamente, é claro. No momento em que o vejo andando ate mim começo a pensar que isso foi um erro.

Talvez eu deveria dar as costas e dizer que foi um engano. Não sei se quero perder algo que não tenho. Um amigo.

―É melhor falarmos em outro lugar – a voz gentil dele me fez concordar. Seguimos ate a área comum aos empregados – Algo aconteceu? – ele é o primeiro a acabar com o silencio.

―Banner, se você soubesse um segredo meu o que faria?

O olhar que ele me lança é totalmente frio. Ele sabe que eu sei.

―Somente falaria se você tivesse me contado. Seria mais justo.

―Mesmo se sua intenção fosse proteger a pessoa?

Ele me encara em silencio e suspira.

―Mesmo assim, afinal é a vida da outra pessoa.

―Sim, mas é mais do que isso, Bruce, é uma demonstração de carinho se preocupar e querer ajudar a outra pessoa. Você não vai falar comigo novamente, não é? – indago ao ver o semblante conturbado dele. A ultima coisa que ele deseja é que os outros saibam – Mas, eu desejo lhe ajudar e vou deixar isso em suas mãos. Eu já descobri tudo. Quer falar sobre isso?

Bruce nada fala ao me encarar. Seus olhos refletem tristeza e decepção.

―Você não sabe respeitar os limites das pessoas, não é? – a sua voz está preenchida de raiva, mas a única coisa que consigo identificar é tristeza. Ele não queria que eu soubesse.

―Eu já lhe disse Bruce, não sou como você pensa. Eu quero te ajudar, por isso fiz isso.

―A única coisa que queria era descobrir algo. Não foi para me ajudar. É idêntica ao Clint, sabia? É tão egoísta quanto ele.

―Não sou egoísta...

―É sim, Romannof – a sua voz começa a aumentar o tom. Seu rosto avermelha-se – Tão egoísta que não sabe respeitar as outras pessoas. Talvez ele não tivesse tão errado ao lhe trair, afinal olhe o tipo de pessoa que é.

O olho sem saber o que responder. Sei que ele está com raiva. Seus olhos demonstram isso, mas mesmo assim falar algo assim, não é o correto, certo? Fico em silencio alguns segundos, talvez minutos, esperando que ele se desculpe, mas isso não acontece.

Banner nunca pediria desculpas depois disso tudo. Eu acho.

― Parece que não se arrependeu do que disse – acabo falando com um sorriso frio na face. Sinto meus olhos frios ao encará-lo. Ele continua sendo fofo para mim, apesar de sua aura assassina. – você é um homem muito machucado, Banner. Eu estou disposta a te ajudar, de verdade, mas não posso fazer nada se continua receoso comigo. Não confia em mim. – ele dá uma risada seca, enquanto revira os olhos.

―Como posso confiar em você, Natasha? Trabalhamos na mesma empresa durante anos e nunca nos falamos.

―Eu sei disso – dou de ombros. Não é tão difícil assim confiar em alguém como eu, afinal de contas – mas eu estou aqui, Bruce. Não quer conversar sobre isso?

― Natasha – o seu tom de voz me adverte. Estou entrando em um caminho perigoso.

― Bruce – a minha voz sai firme. Muito bem.

―Não quero falar sobre isso – e então ele me dá as costas. Eu poderia ficar quieta, mas simplesmente não consigo.

― Todos estão certos – falo seria – sobre você ser perigoso para as pessoas – ele se vira e me encara com o olhar entristecido. Como se já tivesse escutado e falasse aquilo para si mesmo muitas vezes – Não por você se envolver em brigas ilegais ou ter pessoas perigosas em sua volta. Não por nada disso, mas porque você não aceita que ninguém te ajude a lidar com tudo.

― Lidar? – ele, praticamente, grita – Como espera que eu lide com algo assim? Me envolvi em brigas ilegais quando mais jovem, quase, fui preso ao bater em um jovem e o deixei em coma, se não fosse por Stark, eu não sei o que seria de mim.

―E por isso mantem todos afastados?

― Deve imaginar de onde veio meu olho roxo agora – a sua expressão triste me comove.

―Eu imagino. Você voltou a brigar?

Ele apenas me encara. Nada diz por algum tempo.

― Somente uma vez – sua expressão horrorizada consegue expressar seus sentimentos. Ele não se perdoava por voltar a aquele mundo. Um mundo que quase lhe tirara o que conseguira. Uma fama de cientista. Um emprego e um amigo, o Stark. – Ás vezes, eu gosto de violência, Natasha. Não tem como você entender. Eu tentei ficar longe disso, mas... é mais forte.

― Eu sei que é – sorrio – Não se esqueça, Banner, não sou frágil como imagina. – pisco – Já tentou treinar? Isso pode amenizar a sua vontade de apanhar – brinco sabendo que ele é quem mais bate. Minha pesquisa revelou que ele possuí um lado extremamente violento. Um monstro. Isso que ele era quando tinha raiva. Não encontrei nenhum arquivo sobre ele ter batido em alguém do trabalho ou alguma namorada. Apenas em brigas ilegais ou quando alguém o enfurecesse.

― Natasha, eu sou perigoso. – sua voz cansada acaba fazendo com que eu me aproxime dele. Paro em sua frente, se esticar a minha mão posso tocar a sua face. E é isso que eu faço.

― Eu também sou, Bruce. Somos duas bombas relógios, mas isso não significa que vamos explodir por qualquer coisa.

― Posso te machucar, se continuar tão próxima a mim – a mão dele acaricia o meu rosto. Olho para seus cabelos bagunçados e não consigo evitar de sorrir. Um rebelde, é isso que me vem a cabeça.

―E eu a você, mas não se preocupe – fico nas pontas dos pés, e sussurro em seu ouvido – Sei me defender muito bem, garotão.

E então, ele sorri largamente, antes de me beijar. Não faço ideia do que estamos criando, mas admito que começo a gostar. Gostar de poder confiar em alguém e amparar.

― Então.. estamos bem? – pergunto assim que nos afastamos. Ele continua a sorrir de forma fofa. Esse é o meu Bruce.

― Sim, eu acho, mas da próxima vez...

― Perguntarei a você antes – garanti antes que ele completasse a frase. – Vou voltar ao trabalho – digo ao me virar, mas sinto a sua mão, forte, agarrar o meu braço. – O que?

― O que é isso que está acontecendo entre nós? – ele pergunta com o olhar sério – Isso é parte do fingimento ou é real?

O encaro antes de suspirar.

―Eu não sei – eu realmente não faço ideia do que está acontecendo. – Mas, isso não é muito importante agora, não é?

― Não – ele me solta ao sorrir – Temos tempo para descobrir.

―Boa resposta, garotão – pisco ao acenar antes de me afastar. Entro no elevador e olho para o meu reflexo no espelho. Meu rosto está ligeiramente vermelho e meus olhos brilham – O que está acontecendo afinal? – me pergunto ansiosa.


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