Don't Ever Let It End escrita por Rocker


Capítulo 8
Capítulo 7 – Memories of a happy time


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Demorei um pouquinho, mas tive uns problemas por aqui. Enem, Sisu, matrícula, essas coisas. Enfim, minhas aulas não começam até março, então terei tempo para atualizar um pouquinho mais. E já vou avisando, a história vai ficar cada vez mais interessante! Há um flashback nesse capítulo, do tempo de antes de Bea sair da Austrália, então queria avisar que haverão mais pela frente. Eu queria que conhecessem mais da história de antes (meio que como fiz com The Glue). Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628344/chapter/8

Capítulo 7 – Memories of a happy time

Eu não acreditava que Calum havia me levado ao campo de futebol da nossa antiga escola. Era um dos lugares que mais reservavam lembranças do meu ensino médio, senão o mais importante. Antes de sair pelo mundo com o Nickelback e ainda era somente uma estudante comum tentando não deixar que os outros descobrissem de quem eu era filha, era ali que eu passava a maior parte do meu tempo. Era ali que eu e os meninos íamos no horário do almoço para fugir dos populares valentões e onde íamos numa noite durante a semana para beber e tocar música enquanto nossos colegas iam a festas.

Desci da moto de Calum e tirei o capacete para olhar ao meu redor, tentando registrar todos os detalhes que eu não via há dois anos. Não muita coisa havia mudado. A grama verde parecia bem cortada, as arquibancadas tinham algumas sujeiras de algum jogo recente e uma das redes ainda tinha um buraco lateral. Deixei Calum encostado na moto e tirei meu coturno para sentir a grama molhada sob meus pés. Tal ato gerou mais uma rajada de memórias – algumas bem-vindas e outras nem tanto.

Quando me virei para Calum novamente, já a alguns metros de distância, eu sentia as lágrimas por trás dos olhos ameaçando cair.

— P-por quê me trouxe aqui? – gaguejei, mesmo tentando ao máximo não fraquejar.

Calum deu de ombros, aproximando-se.

— Em todas as folgas que temos e conseguimos voltar pra casa, eu venho aqui sem que os meninos saibam. Esse campo é meio que a âncora que tenho para me lembrar que nem tudo foi fácil nas nossas vidas.

Apesar de tudo, eu entendia o que ele queria dizer. Era ali que nós cinco podíamos ser nós mesmos. Sem julgamento e sem problemas externos.

Calum passou por mim e eu o segui até o meio do campo, no círculo central. Ele se sentou e eu o imitei, lembrando-me como costumávamos fazer o mesmo nos dias de fuga.

— Eu sempre venho aqui e me fico lembrando como foi o início da banda. – ele começou a dizer e eu prestei atenção em cada palavra. – Eu e Michael roubávamos cerveja das festas que não éramos convidados e sempre acabávamos os mais bêbados entre nós cinco. Luke tocando violão e Ashton fazendo batidas em tudo o que via, até mesmo com as garrafas vazias. E você sempre ao lado de Luke, ouvindo cada uma das notas, mesmo que ele se confundisse porque já não estava mais tão sóbrio. E sempre terminávamos a noite rindo de algo que nem mesmo nos lembrávamos o que era.

Mascarei as lágrimas com um sorriso torto, abaixando a cabeça e brincando com a grama logo à minha frente. Mantivemos um silêncio quase confortável durante alguns minutos, casa um imerso em seus próprios pensamentos.

— Qual sua maior lembrança desse campo? – Calum perguntou de repente e eu respondi com uma risada amarga.

— Não é como se quem conhece a história não soubesse.

Calum me lançou um olhar simpático, porque ele sabia que eu tinha razão.

 

 

Eu nunca fui muito fã de futebol, mas Calum era um dos meus melhores amigos, e eu precisava estar lá para dar meu apoio moral. Então, mesmo que eu quisesse estar em qualquer outro lugar naquele momento, eu me encontrava apertada nas arquibancadas do campo de futebol de nossa escola, numa sexta-feira à tarde. O que aliviava meu desconforto era ver Luke ao meu lado e Michael e Ashton logo na fileira de baixo.

— Hey, você está bem? – Luke perguntou, seus olhos azuis cheios de preocupação procuraram por todo o meu rosto por qualquer sinal de que algo não estivesse certo.

— Um pouco desconfortável, mas isso logo passa. – não me obriguei a mentir. Tínhamos quinze anos de amizade, mentir já não funcionava mais quando ele me conhecia melhor que eu mesma.

— Qualquer coisa eu posso te levar para casa. – ele sugeriu.

Por um milésimo de segundo, considerei aceitar a proposta, mas então o time de casa entrou em campo e eu vi o sorriso estampado no rosto de Calum quando ele nos localizou no meio das pessoas.

— Não precisa, vou ficar bem. – garanti, mesmo que eu mesma não acreditasse nisso.

Luke me olhou torto, sabendo que eu não estava muito segura do que disse, mas decidiu ignorar isso. Ao decorrer do jogo, fui ficando um pouco mais animada ao perceber que o time de casa estava ganhando. Meu desconforto foi de diluindo aos poucos, mas claro que alguma coisa tinha que estar errada.

— Bea, eu e os meninos vamos sair rapidinho. – disse Luke, já na metade do segundo tempo.

— Onde vocês vão? – quase me desesperei, pensando que teria que ficar sozinha ali.

— Tem algo que precisamos fazer. – ele enrolou, sem realmente dizer onde iria. Fiz menção de ir junto, mas ele segurou meu braço. – Desculpa, Bea, é algo que só nós podemos fazer. Não saia daí, já voltamos.

E saiu, simples assim. Meu desconforto voltou mais forte que antes e ao invés de ficar torcendo, simplesmente sentei-me na arquibancada, contando os segundos para que os três retornassem. Eu me sentia à beira de um ataque de pânico na frente de todas aquelas pessoas que nunca deram a mínima ao quinteto esquisito. Quando o juiz apitou o final do jogo, quase suspirei de alívio. Mas então me desesperei de novo quando me lembrei que ia de carona junto com Luke no carro de Ben. E Luke ainda não havia retornado.

Quando as arquibancadas já estavam quase vazias, eu decidi procurar por Calum. Fui até a porta do vestiário masculino e esperei por ali. Alguns garotos que saíam por ali mexiam comigo, mas a maioria apenas ignorou minha presença. Depois do que pareceu quase meia hora de espera, Calum finalmente saiu.

— Calum! – tentei não deixar meu nervosismo transparecer em minha voz. – Parabéns pela vitória!

— Obrigado, Bea! – ele agradeceu e eu dei-lhe um abraço. – Onde estão os outros?

— E-eu não sei. Eles saíram no meio jogo e me deixaram lá sozinha.

Calum abriu um sorriso de lado que me confundiu.

— Nesse caso, vamos das uma passada no campo antes de irmos.

Franzi o cenho, mas acabei seguindo-o de volta ao campo. Ele já estava vazio, mas havia algo incomum ali. Uma faixa enorme cruzava as arquibancadas do lado contrário ao que entramos com os dizeres “Bea, você aceita sair comigo?” em letras gigantes. Arregalei os olhos a Ash e Mike, que estavam nas pontas da faixa. Eu não sabia qual dos garotos tinha feito aquilo, mas coração torcia à ideia de que Luke estava por trás disso. Quando uma mão colocou um pinguim de pelúcia à minha frente, eu não tive dúvidas – o garoto por quem era apaixonada há anos havia acabado de me chamar para um encontro.

Virei-me para o garoto que estava atrás de mim. Cabelos loiros sobre a testa, olhos azuis eletrizantes e um sorriso torto de nervoso. Sorri para Luke, pegando o pinguim de sua mão e, sem pensar duas vezes, pulei em seus braços, abraçando-o forte.

— Sim. Sim, eu aceito. – sussurrei em seu ouvido.

Seus braços envolveram minha cintura e me puxaram mais forte contra seu peito.

— Você não tem ideia do tempo que esperei por isso.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Don't Ever Let It End" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.