Cálido escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
Capítulo Único: Cálido


Notas iniciais do capítulo

One-shot inspirada no capítulo 700.10 de Naruto Gaiden, especialmente em alguns dos painéis que mais arrancaram feels de mim porque eu esperei OITO FUCKING ANOS da minha vida pra ver esses dois felizes (especialmente o Sasuke) e juntos, e, de quebra, Kishi me deu uma afilhada que é uma das coisas mais preciosas que já vi ;-;
...
Boa leitura!



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Disclaimer: Naruto e seus personagens não são de minha autoria. Todos os seus direitos legais estão reservados ao seu autor, Masashi Kishimoto.

⊱✦⊰

Onde amamos é o nosso lar: lar que nossos pés podem deixar, mas não nossos corações❞.

— Oliver Wendell Holmes.

⊱✦⊰

— Oyasuminasai, mama. — Sarada estacou no meio do corredor, incerta.

Os olhos escuros dispararam para a figura de Sasuke, que auxiliava a esposa a tirar a louça suja do jantar da mesa. Por um instante, Sakura notou o olhar doce e alegre da filha, o contentamento por ter o pai, finalmente, em casa.

— Oyasuminasai, papa — disse, por fim, com um sorriso.

— Oyasumi, Sarada — Sasuke a respondeu.

Ela aquiesceu com um gesto e disparou para o quarto. Estavam em uma moradia provisória, um dos apartamentos na parte mais moderna de Konoha, pelo menos até que a nova casa ficasse pronta.

Sakura mordiscou o lábio e lembrou-se de pedir desculpas ao marido mais tarde. Não era a primeira casa deles a ter esse fim... E, bem, quando soube, Sasuke apenas exalou um suspiro resignado, olhou-a de rabo de olho e nada mais.

Pensou, com um sorriso, na empolgação que Sarada demonstrou durante todo o trajeto de volta à vila. Ela própria se sentia mais leve e feliz por ter a companhia do marido novamente, ainda que por pouco tempo — ela sabia.

Sorrateira, aproximou-se dele e o tocou nas costas com a palma da mão. Encostou a face ali, enlaçando-o no seu abraço. Sasuke terminou de colocar as tigelas e os copos na pia e a encheu com água e sabão.

Sakura suspirou contra as suas costas.

— Você parece cansado — ela observou, correndo as mãos pelos ombros tensos dele, pelas omoplatas e então pela lombar. — Talvez um banho quente ajude? — sugeriu com um sorriso.

Sasuke buscou pela mão dela novamente, levando-a para a frente do seu corpo e para cima, até que a palma estivesse pressionada contra a lateral do seu rosto. Lá, ele a segurou por um tempo.

— Talvez — ele concordou com um pequeno sorriso e seguiu para o quarto que ambos dividiriam para apanhar seus pertences.

Sakura o observou se afastar, então suspirou novamente e voltou-se para a pia com a louça suja. Rapidamente tratou de cuidar do último afazer do dia, mergulhando as mãos na água com sabão. Também estava cansada, afinal, havia sido um longo dia.

Em poucos minutos, havia lavado, secado e guardado toda a louça. Apoiando as mãos nos quadris, estacou no meio da cozinha e aprovou tudo o que havia feito. Apesar da nova — e temporária — moradia ser menos espaçosa e conferir menos privacidade do que a casa destruída, só de ter as pessoas que mais amava ao seu alcance, ela se sentia completa, como se tudo estivesse como deveria ser.

Exausta, Sakura fez o mesmo percurso que o marido fizera minutos antes, esperando encontrar o cômodo vazio, mas, para a sua surpresa, Sasuke não estava no banho, muito menos havia procurado por roupas limpas e confortáveis para se trocar e se preparar para dormir.

— Anata? — ela o chamou, tateando a parede a fim de alcançar o interruptor.

Sentado na beira da cama, perfilado pela luz branda da lua crescente, Sasuke se encontrava, parecendo tão perdido e desconsolado quanto uma criança. Preocupada, ela desistiu de procurar pelo botão do interruptor e se esgueirou até o marido. Ajoelhou-se perante ele quando não houve resposta.

— Está tudo bem?

Estendeu a mão para afagá-lo e ficou preocupada pelo vazio nos olhos do amado. Tocou-o na face e isso fê-lo despertar do pequeno devaneio. Os olhos escuros encontraram os dela, reluzentes e ardentes.

Mais uma vez, ele pressionou a própria mão contra a dela, que lhe envolvia a face.

— O que foi? — tornou a questioná-lo, desta vez num sussurro; Sasuke lhe dava a impressão de estar em conflito, atormentado.

— Sarada — ele disse e foi o suficiente para ela compreender o que o estava afligindo. — Jamais imaginei que pudesse decepcioná-la dessa forma... Nunca pensei...

— Não. — Sakura o deteve ao pressionar um dedo contra os seus lábios. — Não diga que falhou com ela. Não se martirize desse jeito. Algum dia... Algum dia, ela entenderá todos os sacrifícios que você teve que fazer pelo futuro dela, pelo nosso futuro.

Sasuke pressionou os olhos com força numa vã tentativa de escondê-los da esposa. Não lutou quando ela o puxou para mais perto, para que sua cabeça pousasse num dos seios, bem sobre o coração. Ela afagou seu cabelo e moveu-se para se sentar ao seu lado na cama, acomodando a ambos.

— Jamais vou conseguir parar de me culpar pelo modo como ela me olhou, Sakura. O jeito como se dirigiu a mim.

— Sarada tem um gênio forte, você sabe. É impetuosa e na maioria das vezes age de acordo com as suas emoções, mas ela também te adora e isso não é difícil de se notar. Ela só... — Sakura suspirou. — Ela só sente muito a sua falta. Como eu também sinto.

— Nunca pensei que pudesse me detestar tanto quanto quando a vi me olhar daquele jeito.

— Não se sinta dessa forma. Tanto remorso pode te fazer mal — ela abaixou o rosto o suficiente para pressionar a boca contra o cabelo grosso dele, seus dedos ainda corriam pelos fios em carícias suaves, deixavam-no relaxado, quase sonolento.

Sasuke franziu as sobrancelhas, desgostoso.

— Mas e se essa missão durar mais anos e anos, Sakura? Eu já perdi alguns dos melhores momentos da vida da nossa filha. Quanto mais eu posso me abdicar sem danificar de uma forma irreversível a minha relação com ela?

Para isso, ela não tinha resposta. No fim, podia apenas confortá-lo, tentar suavizar o fardo que pesava os ombros do marido. Sasuke lhe parecia tão cansado e tão frustrado. Ela sabia que a distância o estava exaurindo, corroendo-o. Ela só queria que sua família fosse feliz.

Ainda se lembrava do dia em que ele partira. Sarada ainda era pequena, tinha pouco mais de quatro anos, não recordaria. A tristeza e o pesar estampados no rosto dele, Sakura com certeza tinha essa memória queimada a ferro e a fogo no próprio cérebro.

E, ainda assim, Sasuke precisava fazê-lo porque ninguém mais poderia. “Eu só quero que ela tenha o futuro que eu jamais tive”, ele lhe dissera muito tempo atrás numa conversa sussurrada e íntima.

— Vou ter de partir de novo a qualquer momento — ele murmurou, abafando o tom embargado no tecido do seu vestido.

E isso está me torturando, era a outra parte da sentença que ele jamais completaria, mas que permanecia implícita. Sem saber mais o que fazer ou que palavras mais oferecer para tentar confortá-lo, Sakura puxou o rosto do marido para cima e desta vez pressionou a boca na dele.

— Sabe que eu estou ao seu lado, para apoiá-lo... Sempre — enfatizou peremptoriamente e a intensidade nos seus olhos não mentia.

Mesmo no escuro, delineados apenas pelo facho pálido de luz da lua que se esgueirava pela janela, Sakura viu os lábios de Sasuke se curvarem num meio sorriso, típico dele. Logo em seguida, ele tinha a boca pressionada na dela num beijo que, no fim, deixou-a arquejando e — não importa quanto tempo passasse, sempre se sentiria dessa forma — com as faces queimando.

Em pouco tempo, redescobriram um ao outro, livrando-se das peças de roupa que os atrapalhavam. A separação forçada havia sido dolorosa e a saudade acumulou-se no peito de ambos: precisavam fazer algo quanto a isso e a urgência estava óbvia nos gestos, nos toques, nos beijos.

O sentimento entre eles era cálido. Não se limitava a declarações pomposas, mas estava presente em cada ação que um fazia pelo outro. Eles estiveram em sintonia durante a maior parte de suas vidas e isso não mudou mesmo com os anos e o distanciamento.

— Eu te amo — suspirava ela em meio ao ato quando, mais uma vez, seus corpos se unificavam no enlace supremo do amor.

Ele sabia. Sempre soubera. Mas era bom reafirmá-lo, lembrá-lo de que já não estava mais só. Agora eram uma família: marido e mulher. E dessa união, fruto do amor que sentiam um pelo outro, criaram e trouxeram ao mundo uma nova vida. Uma nova luz.

A criança preciosa cujo futuro eles ainda lutavam para assegurar.


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Notas finais do capítulo

Isso é para os Haters aprenderem a nunca mais encher o saco dos assistentes do Kishimoto no Twitter, nem infestar as páginas de agradecimento a ele com postagens infantis e criar páginas para hatear o cara POR CONTA DE SHIPS NUM MANGÁ SHONEN!
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Bem, nós é quem saímos ganhando no fim, afinal recebemos um Spin-off centrado na família Uchiha para rebater cada um dos argumentos nojentos que tentaram usar para hatear SasuSaku. HAHAHAHAHA Eu tô gargalhando disso até agora! XD
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"Sasuke comeu a Sakura e foi embora" mimimi "Sasuke e Sakura nem casados são" mimimi "Sasuke abandonou a filha e a esposa, ele é escroto" mimimi "Sarada é filha da Karin, Sakura é só a empregada" HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
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Enfim, enfim, chega de rir dos Haters, até porque o próprio Kishimoto fez questão de zombar da cara deles por mim. Se bem que duvido que eles tenham entendido a intenção do Gaiden, mesmo com o autor esfregando nas fuças deles O.o
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Pois é, pois é, até o Kishimoto tá de saco cheio com os Haters. Olha só onde nós fomos parar, tsc.
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Bom, é isso. Eu só queria extravasar tantos feels depois do capítulo de ontem. Eu esperava mais? Sim, eu esperava mais. Mas como o único ponto que faltava para ser mostrado, na minha concepção, era o Sasuke feliz ao lado da família (Itachi se sacrificou por isso ù.ú), então eu me dou por satisfeita.
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O que acharam do Gaiden, num geral? =)
Beijokas.