Muitas coisas vinham acontecendo desde que o caso de Johanna veio a tona novamente, tudo o que queria era conseguir proteger a Kate e pra mim não importava quem seria o inimigo ou criminoso da vez, eu estaria ao lado dela para apoiá-la no que fosse necessário. Desta vez não foi muito diferente, apesar das brigas e desentendimentos que esse caso trazia para nossa parceria, sempre tínhamos a certeza que de que podíamos contar um com o outro e também com nossos amigos. Todos estavam sempre em “alerta vermelho”, afinal não sabíamos qual o próximo passo que os inimigos iriam tomar, e tentávamos estar sempre prevenidos.

E foi exatamente o que não aconteceu depois daquela noite, quando capitão me ligou e pediu para que eu estivesse presente naquele hangar e que eu seria o único a impedi-la de alguma coisa, apesar de não acreditar nesta ultima parte, independente de qualquer coisa eu estaria lá, para tentar protegê-la, pra consolá-la, para ampará-la, estaria lá exclusivamente para ela, como sempre estive durante todos esses anos. Eu queria que tudo aquilo acabasse, que aquele inferno finalmente terminasse e que ela pudesse ter paz, pudesse viver sua vida sem medos ou receios, sem ser 24 horas por dia a detetive durona e forte. Eu sabia que por traz de toda aquela postura, havia uma mulher que já tinha sofrido muito, uma mulher que tinha medo de se “jogar” na vida, e acabar se machucando de novo.

Vê-la desabar não foi fácil, ver todos nos chorando pela morte de um homem que querendo ou não dedicou sua carreira para protegê-la, pra ajudar outros policiais na qual ele acreditava, como aconteceu com Esposito e Ryan, e também por ter me dado a chance de conhecê-la. Depois dos ânimos mais calmos, sentamos e conversamos sobre a historia que seria contada, em momento se quer iríamos dizer o que aconteceu, Montegomery morreu como um verdadeiro herói, e pra nós tinha sido. Não poderíamos manchar sua carreira e decepcionar sua família, estaríamos firmes agüentando tudo. Como ele mesmo dizia tínhamos perdido a batalha, mas não a guerra, e então não poderíamos parar ali.

No dia seguinte estávamos todos lá, no cemitério prestando homenagem e lembrando de cada momento que havíamos vivido e das tantas coisas que ele nos ensinou ao longo daqueles anos. Era um homem discreto, mas de palavras sabias, estávamos todos posicionados lado a lado Jim, minha mãe, Alexis,Laine, Esposito e Ryan, enquanto Kate iniciava um discurso em homenagem aquele que se sacrificou por ela. Enquanto Kate falava, eu observava a reação das pessoas e pensava em tudo que tinha acontecido, foi então que olhei e vi alguma coisa refletindo a luz do sol atrás de uma das sepulturas e pensei “Isso me parece....UMA ARMA” e então corri de encontro a Kate e antes que pudéssemos sair da mira ouvimos o tiro e eu a dor intensa no peito. Eu estava no chão sentindo a vista embaçar, Kate estava a minha frente debruçada sobre mim dizendo “Castle agüenta firme! A ambulância já foi chamada”

Então eu percebi que eu precisava dizer a ela, mesmo que ela não estivesse pronta, eu estava e precisava dizer, pois poderia ser minha ultima chance

“Eu te amo Kate......Kate eu te amo!”

“Eu amo seu cabelo deste jeito

O jeito como cai ao lado de seu pescoço

E sobre seus ombros e costas”

“Castle pare de falar!” ela tinha entendido o que eu disse, mas estava preocupada demais pra isso, mas nunca isso impediu de termos algo só nosso.

“Você tem um olhar em seus olhos

Como se ninguém soubesse de nada, só nós”

“Eu...te amo... Always!” eu disse sentindo meus olhos fecharem, mas não sem antes ver o desespero em seus olhos.

“Esta deveria ser a última coisa que vejo?

Quero que você saiba que é o bastante para mim

Pois tudo o que você é, é tudo o que preciso”

“Cade essa ambulância que não chegar!” disse Kate nervosa olhando para Laine que estava agora ao seu lado, tentando ajudar enquanto os paramédicos não chegavam e acalmando a amiga

“Calma Kate, ele vai ficar bem, Castle é tão teimoso quanto você e não vai ir embora assim, antes de perder a chance de dizer que sobreviveu ama tentativa de homicidio” disse Laine tentando amenizar o clima tenso, olhou para o lado e viu Ryan e Jim tentando acalmar Martha e Alexis que choravam e buscavam entender o que aconteceu.

“Estou tão apaixonado, tão apaixonado, tão apaixonado”

Poucos minutos se passaram e a ambulância chegou nos levando o mais rápido possível ao hospital mais próximo. O quadro era delicado, muito sangue e o que tudo indicava era que a bala havia afetado alguma artéria importante.

Tudo foi feito o mais rápido possível com o único intuito de salvar o paciente que no caso era eu mesmo. Eu estava em uma espécie de transe, mas conseguia ouvir o que diziam a minha volta o tempo inteiro, isso era bom, significava que eu ainda estava ali, vivo e tentando permanecer assim. No meio disso tudo eu me lembro de algumas palavras que Kate disse “Eu também te amo Castle, agüente firme!” eu sinceramente não sabia se aquilo era um sonho ou se o que eu tinha ouvido era real, mas real ou não eu lutaria, pra ouvir aquelas palavras novamente. Depois de um longo tempo eu pela primeira vez desde o ocorrido consegui finalmente abrir os olhos, olhei para um lado e vi minha mãe que estava dormindo, ao virar para o outro lado me surpreendi, Kate estava sentada próxima a cama de mãos dadas comigo e a mesma roupa, tudo indicava que ela não havia saído dali, nem por um segundo. Pra chamar sua atenção apertei sua mão.

E rapidamente ela olha pra mim assustada e diz “Oh meu Deus você acordou! Esta sentindo alguma dor? Precisa de alguma coisa?”

“Sim, eu preciso!” eu disse a ela

“Tudo bem, vou chamar a enfermeira” ela disse e ia se levantando, mas não desgrudei de sua mão

“Preciso saber se aquilo era real ou não!”

“Castle você esta em um hospital, é claro que foi real!” disse ela sem entender

“Não Kate, preciso saber se realmente disse que me amava quando estávamos na ambulância”

Ela me encarou seria e eu não soube entender se aquilo era algo bom ou ruim e então ela disse “Sim eu te amo, eu sei que talvez eu não esteja preparada pra tudo isso, mas eu não podia esconder, eu não sabia se veria você novamente. Eu senti tanto medo, eu não podia te perder!”

“Você nunca vai me perder, eu sou completamente seu. Eu sei que talvez as coisas não sejam fáceis de agora em diante, mas eu quero tentar, eu quero que der certo, me deixa te fazer feliz Kate?” perguntei a ela, puxando um pouco mais sua mãe e agora ela estava frente a frente comigo, bem próxima, eu sentia sua respiração e não sabia quanto tempo agüentaria aquilo.

“Eu deixo! E também quero que isso dê certo, mas agora preciso mesmo chamar a enfermeira pra ver se esta tudo certo, não quero outro susto Richard Castle!” disse ela que novamente ia saindo, mas eu a puxei e sei nossos lábios, assim como da primeira vez era algo mágico. E então ela saiu, assim que a porta se fechou vi minha mãe se mexer e levantar

“Você fez a coisa certa meu filho, mas não precisava ter levado um tiro pra tudo isso, porque vocês dois sempre escolhem o lado mais complicado?” disse ela se aproximando da cama

“Porque somos nós mamãe, e se eu soubesse que ela se declararia assim por eu ter levado um tiro, já tinha feito isso a muito tempo” disse e sorrir, apesar de tudo que tinha passado, eu tinha algo que era insubstituível e com poder curativo : amor!

Quando Kate voltou trouxe consigo uma enfermeira que me examinou e disse que estava tudo certo, que agora era só repouso e aguardas a recuperação e logo em seguida saiu sendo seguida pela minha mãe que deu a desculpa de que iria no loft tomar um banho, comer e trazer algo para a Kate. Mas eu sabia muito bem que ela queria era nos deixar a sós.

“Vem cá, deita aqui!” eu disse a Kate

“Não, eu posso te machucar”

“Você nunca vai me machucar Kate, pelo contrario você me cura” e então ela se deitou com todo o cuidado na cama comigo e pode sentir aquele cheiro que me hipnotizou, ficamos um tempo assim ate que estávamos quase adormecendo e ela falou “Castle, obrigado por ter salvado a minha vida!”

“Always!”

“Quero que você saiba que é o bastante para mim

Pois tudo o que você é, é tudo o que preciso”