O Universo… Algo imenso, enorme e onde qualquer um se perderia na sua imensidão, existem planetas, estrelas, cometas… Tudo o que podemos imaginar tem lugar nesse grandioso Universo onde nós, seres humanos, vivemos, um Universo demasiado grande para sermos os únicos, demasiado grande para estarmos sós… Nós, vida humana, somos apenas uma civilização perdida num pequeno planeta do sistema solar, um planeta conhecido no Universo como Terra, um planeta onde a sua evolução é remota, pouco desenvolvido comparado a muitos, mas com uma beleza primitiva extremamente bela, e é nesse planeta, numa pequena cidade, num pequeno país que vive o nosso personagem principal, um rapaz que está a cumprir estudos em um colégio, o seu cabelo é azul-escuro, algo um pouco fora do comum, mas não que ele se importasse, havia mais gente com o cabelo desse jeito por aí, de certeza, o rapaz usava uma camisa branca que se lhe pegava ao corpo e umas calças jeans bem simples e nunca prescindia da sua gravata vermelha com um nó muito bem dado ao pescoço.

- Hum… Não, não parece que dê certo. – O rapaz dizia sentado na sua secretária apagando mais uma vez os seus apontamentos.

O rapaz era um estremo estudioso de ciências, ele era um completo admirador de física-quântica e adorava todas as bizarrices que ela poderia provocar ainda sem explicação eminente! O seu sonho, era um dia poder ser um cientista nessa área, poder contribuir para as descobertas científicas que se estivessem a estudar… Era tudo o que aquele rapaz queria.

- Estou sim? – O rapaz perguntou ao atender o telefone mal ele começou a tocar.

- O-oi, Cheren… É a Bianca… - Uma voz feminina soou do outro lado da linha.

- Hum, Bianca? Porque ligou? – Cheren falou estranhando a ligação da amiga.

- Bem, eu estava pensando… Não tenho nada para fazer e amanhã já vão começar as aulas… Eu queria saber se… Você, por acaso, não queria ir dar uma volta comigo? – A garota perguntou um pouco tímida.

- Bianca, eu não tenho tempo para andar por aí em saídas, eu tenho de começar os meus estudos para um dia ir trabalhar no instituto de física-quântica de Unova. – Cheren respondeu um pouco rude, como se a outra o tivesse interrompido.

- Sim, mas eu pensei… - A outra tentou ripostar, mas o azulado falou por cima dela.

- Olhe, eu peço imensa desculpa, mas de momento eu estou ocupado, ok? Amanhã a gente de vê, Bianca, até mais. – Cheren disse um pouco frustrado desligando o telefone na cara da garota.

Bianca, uma garota com um cabelo um pouco espalhafatoso e loiro, usava sempre uma boina verde que lhe assentava muito bem, as suas vestes de momento eram uma túnica branca com uns calções verdes e uma jaqueta laranja, algo um pouco vistoso, mas ela não se importava. Cheren e Bianca se conhecem desde sempre, cresceram juntos como vizinhos, assim como uma terceira pessoa, Black. E, desde sempre, que Bianca tem um certo sentimento pelo maior, o facto de ele ser um rapaz super organizado, independente e dedicado faziam-na suspirar desde que eles tinham por volta de uns cinco anos, mas Bianca tinha certezas de que o rapaz nunca iria olhar para ela, a garota era exatamente o oposto dele, ela não era uma menina de ciências, ela amava fantasia! Ela não era perfecionista e realista como o outro, ela era otaku! Ela nunca fora organizada, ela era bastante despistada e, acima de tudo, ela não era uma pessoa muito séria… Era bastante extrovertida até…

- Hum, parece que ainda não foi desta que eu consegui uma saída com o Cheren… - Bianca lamentava-se pousando o celular.

É, aquilo não era fácil para a garota, ela tinha agora dezasseis anos e estava em plena adolescência, claro que é complicado lidar com um amor não correspondido… Então ela voltou a ler o seu manga, já que não havia muito mais para pensar sobre aquela ligação… Cheren não queria sair e pronto… Eles se veriam no outro dia… É isso, no outro dia ela iria ver Cheren de novo e conversariam normalmente…

…………………Amor intemporal……………………

Então, num par de horas, o dia seguinte havia chegado, o dia havido amanhecido em Unova e todos os alunos daquele colégio já estavam a pé há muito para estarem na escola a tempo das aulas começarem. Cheren havia chegado no colégio muito antes de todo o mundo, ele sabia que sua primeira aula seria ciências e queria discutir algumas de suas teorias com a professora.

- Oi, Cheren, tudo bem com você? – Um rapaz de cabelos marron bagunçados se aproximou para cumprimentar o rapaz.

- Oh, oi, Black, sim e com você? – O azulado respondeu.

- Também, sabe minhas férias foram bem curtidas, fui dar uma passadinha por Hoenn, eles têm praias fantásticas por lá. – Black explicou.

- Ena, parece que você se divertiu bastante. – Cheren colocou um sorriso simpático.

- Foi mesmo! E você, Cheren, que fez estas férias? – Black perguntou um pouco curioso, não via o amigo desde que o ano acabara.

- Oh, nada de mais, fiquei estudando em casa. – Cheren explicou.

- Estudando? Mas estivemos de férias… Você não saiu por aí? – Black estranhou.

- Não mesmo, sair não me vai ajudar com estudos. – Cheren respondeu, tentando não ser rude e direto.

- Puxa… Mas ninguém te convida para sair? – Black estranhou.

- Convida. Bianca me convidou muitas vezes, mas eu não quis, tinha coisas para fazer. – Cheren explicou mais uma vez.

- Sabe, Bianca gosta muito de você, devia dar um pouco de mais atenção nela. – Black colocou uma face séria.

- Eu dou atenção suficiente nela, Black, apenas tenho coisas para fazer que ela não entende e pode atrapalhar! – Cheren ficou um pouco chateado com o conselho do amigo.

Cheren e Black seguiram discutindo um pouco, Black dizia que desde que Cheren se tinha tornado num cromo da ciência que não tem ligado para os amigos e Cheren defendia que ele estava igual, apenas mais ocupado, e no decorrer dessa discussão, apareceram mais dois rostos conhecidos.

- Ena, mas que desordem é esta? – Uma garota morena disse ao se aproximar.

- White! Poxa, me pregou um susto desgraçado! – Black disse dando um pulo e se virando para a menor.

- É mesmo, avise quando chega, tá bom? – Cheren levou uma mão ao peito para recuperar do susto.

- Mas porque vocês estavam discutindo tão feio? – Um rapaz de cabelo verde questionou.

- Você não tem nada a ver com isso, N, são assuntos nossos. – Black disse para o mais velho.

- Eu só estava querendo ajudar, não tem de falar assim comigo. – N se defendeu.

- Vá lá, rapazes, não vamos discutir aqui, tá bom? A aula vai começar pronto, é melhor irmos entrando. – White aconselhou.

Então, quando estavam todos entrando na sala, se ouviu um enorme grito do corredor.

- Esperem por mim! Estou atrasada! – Um vulto feminino estava correndo na direção dele e acabou por chocar contra Cheren.

- Oh, Bianca, estou vendo que ficou vendo anime até tarde. – Black concluiu ao ver a garota derrubada sobre o amigo.

- É… Foi mal… - Bianca ficou meio sem jeito.

- Oh, por amor de Arceus, Bianca! Saia de cima de mim! – Cheren pediu um pouco bravo querendo se levantar.

- Ah! Desculpe, desculpe, desculpe! – Bianca disse após se levantar à pressa e enquanto se curvava repetidamente perante o amigo.

- Veja por onde anda, vai acabar machucando alguém. – O azulado lembrou se levantando e limpando suas roupas.

Após Cheren dar um valente sermão em Bianca por ela estar a ser irresponsável e coisas do tipo, finalmente começaram a aula, onde a professora anunciou algo que todo o mundo adorou.

- Alunos, tenho uma notícia ótima para todos vocês! – A professora anunciou colocando os livros sobre a mesa.

- As aulas não começam hoje e temos mais um dia de férias? – Black, que era o engraçadinho da turma, fez com que todo mundo na sala risse.

- Obrigado pela participação, Black, mas não, não é isso. – A professora sentiu-se ofendida.

Após uns momentos, a turma saciou as risadas e a professora pode continuar.

- A nossa escola foi escolhida para participar de uma feira de invenções, juntamente com alunos de outras regiões do planeta, nomeadamente Kanto, Johto, Hoenn, Sinnoh e Kalos. – A nossa professora anunciou.

Com este anúncio, logo começou um pequeno burburinho na sala. Uma feira de invenções? Isso era algo muito à frente! O que eles poderiam fazer? Carros voadores? Casa que se limpam sozinhas? Roupa ajustável ao corpo? Um aparelho para viagens entre dimensões? Havia tantas hipóteses…

- Professora, e como isso vai funcionar? – Um garoto da turma perguntou um pouco confuso.

- Oh, vai ser muito simples, amanhã chegarão cá na escola alunos de várias partes do mundo para discutir com vocês o que pretendem fazer e quais são as fontes que têm para fazer isso, no final, vocês terão de ter um grupo com duas pessoas de cada região, um rapaz e uma garota, para ficar justo. Por aqui, vocês têm de se organizar em grupos de dois, em casal. – A professora explicou.

- Mas não podemos ajudar pessoas que sejam de outro grupo? – Uma garota perguntou também um pouco confusa.

- Não há nada que diga isso, afinal, apenas haverá uma invenção de um género, assim as cópias não serão permitidas, dessa forma poderão ajudar-se mutuamente sem haver roubo de informação. – A professora tirou a dúvida à menina.

- E como sabemos que a nossa invenção já não está sendo trabalhada? – Agora fora Cheren que perguntou.

- Muito simples, mas tenham um grupo definido, vocês terão de registar o grupo e a invenção, no caso de haver dois grupos com a mesma ideia e não queiram colaborar um com o outro no mesmo invento, terão de debater entre eles para ver quem fica com o projeto. – A senhora respondeu com um sorriso.

Agora, todo o mundo estava calado na sala.

- Muito bem, vos dou o resto do tempo para decidirem o vosso grupo e o que querem fazer, desejo muita sorte a todos, pequenos cientistas, lembrem-se que esta feira irá contar para nota. – A professora lembrou se ajeitando na cadeira e começando a ler um livro.

Na sal logo grupos se começaram a formar, todo mundo queria ficar com seu melhor amigo ou melhor amiga no grupo, apenas Cheren se manteve um pouco pensativo no lugar.

- Que se passa, Cheren? Você não vai querer participar na feira? – Black perguntou ao ver o colega tão quieto.

- Não é nada disso… Apenas estou constatando algo… - Cheren coçou o queixo.

- Ai sim? E o que é, Cheren? – Black questionou.

- É que… Para o que eu quero fazer, não posso ficar com qualquer um… Eu tenho que ficar com alguém que tenha poder de se sacrificar e que não se importe de trabalhar dia e noite para atingir o esperado… -Cheren estava pensativo.

- Hum… Estou vendo… Eu já vou ficar com White, peço desculpa, mas não vou poder ajudar. – Black esclareceu.

- Não tem mal não, Black, não se ofenda, mas você e White não são bem aquilo que eu procurava… - Cheren mencionou com a mão no queixo ainda pensativo.

- Ah… Desculpe… - Uma voz feminina interrompeu o raciocínio do azulado.

- Sim, Bianca? – O rapaz desviou a sua atenção para ela.

- Eu… Estava ouvindo a conversa e… Pensei que eu poderia ajudar no seu invento… - Bianca ficou um pouco nervosa.

- Você acha? – Cheren ficou um pouco surpreso, Bianca era uma otaku, ela poderia mesmo ajuda-lo?

- Sim, sabe, quando eramos pequenos, eu sempre ajudava você com as suas ideias e nunca me importei com o tempo que elas tiravam de mim, então pensei que eu pudesse ajudar com este trabalho também. – Bianca apresentou os seus argumentos para o ajudar.

Cheren torceu o nariz por um bocado, mas depois, olhou para a amiga e sorriu, ela realmente sempre o ajudou, porque não havia de o fazer agora? Seria uma jornada difícil, mas com certeza ele iria conseguir fazer dela uma boa ajudante!

- Muito bem Bianca, se você acha que pode ajudar… - Cheren ia acabar de falar, mas logo Bianca o interrompeu.

- Muito obrigado, Cheren! Muito obrigado mesmo! Vai ver que você não se vai arrepender! Eu vou ser muito prestável a construir a sua… Ah, o que vamos construir mesmo? – Bianca questionou o amigo logo após um ápice de felicidade.

Cheren sorriu de lado, a sua ideia era muito grandiosa, e talvez um pouco impossível, mas Cheren tinha algumas bases e algum conhecimento, ele acreditava que iria conseguir construir a sua ambiciosa invenção.

- Bianca, eu e você vamos entrar para a história como pessoas muito especiais… - Cheren desviou um pouco o assunto da conversa.

- C-como assim? – Bianca avermelhou um pouco por o amigo ter utilizado o termo “nós”.

- Bianca, minha amiga, o nosso experimento não e nada mais do que a primeira…

… Máquina do tempo…