Depois que Tatsumi parou no acostamento, todos saíram da van para respirar um pouco de ar puro. Mas em vez disso se depararam com a mistura do aroma de poluição, típico de uma cidade grande, com um cheiro pior do que o da Baía de Guanabara unido com o Rio Tietê. Mas o que realmente impressionou foi a ventania que encontraram na ponte.

Camus: Porra! Tá tendo um furacão aqui? – Enquanto disse isso, o francês tentava controlar seus cabelos, assim como a maioria dos cavaleiros.

Shun: É, tem muito vento aqui mesmo! – O cavaleiro de Andrômeda usava as mãos para fazer uma moldura em volta de seu rosto para impedir a entrada de cabelos em seus olhos. – É por isso que não deixam ninguém andar de bicicleta por aqui!

Shaka: Que imbecil andaria de bicicleta em uma ponte desse tamanho e com esse cheiro “maravilhoso”?

Seiya: Gente! Olha! Olha! Sem as mãos! – O cavaleiro de Pegasus estava debruçado sem usar as mãos na mureta da ponte.

Mu: Seiya sai daí, você vai cair.

Shiryu: Isso não vai prestar. – Ele estava apenas apoiando os cotovelos na mureta com um olhar vago, enquanto observava o funcionário que tentava reparar a ponte, com uma roupa de mergulho dentro d’água. O infeliz do mergulhador estava com o nariz quase encostado na pilastra da ponte devido à má visibilidade causada pela poluição na água.

Hyoga: Não adianta, Mu… Esse aí adora cair de um abismo. – Apesar da tentativa de acalmá-lo o ariano estava apreensivo com o risco da posição de Seiya.

Mu: Mas ele pode se machucar… Alguém faz ele descer…

Saga: Eu faço. Ó... Seiya! Se você não sair daí agora, você pode cair. Se você cair, você pode bater a cabeça na pilastra, ter um traumatismo craniano que vai abrir um buraquinho minúsculo no seu crânio por onde  seu cérebro vai sair aos poucos. – Todos olharam escandalizados para o cavaleiro de gêmeos, inclusive Seiya que apesar do olhar chocado não queria sair da beirada.

Seiya: Mas eu to bem! To seguro! Eu consigo me equilibrar sem as mãos. Eu sou fodão!

Camus: Puta que o pariu… - Ignorando o comentário de Seiya, Saga o puxou pela camisa e o arrastou até onde a van estava.

Afrodite: Gente, pelo amor de Deus, vamos sair daqui! Meu cabelo tá ficando muito anos oitenta com essa ventania! – Apesar do comentário de Afrodite ter sido recebido com olhares de desprezo, todos voltaram para a van, já que não tinham muito o que fazer na ponte.

Quando se está na estrada, sempre há uma vontade imensa de parar em qualquer buraco só para escapar daquela sensação claustrofóbica de estar dentro de um veículo. O problema é que quando você para, a parada é sempre um porre e você mal pode esperar para voltar para o carro, só que quando você volta para o carro, você sente mais vontade ainda de sair dele. E era assim que nossos heróis se encontravam.

Seiya: Já tá chegando...?

Ikki: Não Seiya... ainda não…

Afrodite: Eu não disse? Todo mundo aqui tá parecendo que saiu da boca do cachorro! – O pisciano estava certo, até Tina Turner sentiria inveja do volume dos cabelos. – Ainda bem que eu trouxe a minha escova!

Shun: Tatsumiiii! E a estória?

Tatsumi: Ah é, a estória…Onde eu tava mesmo?

Miro: No Shura.

Tatsumi: Ah, claro. Os índios chegaram então na décima ilha. Lá eles passaram por uma selva-

Aldebaran: Outra?

Tatsumi: É, outra. Depois dessa selva eles chegaram num prédio.

Miro: Um prédio numa ilha?

Tatsumi: É, ué! Nunca viu um farol? Mas esse prédio não era um farol, era um museu. E a entrada custava cinco pratas. E os índios, com muito esforço, conseguiram juntar seus trocados para pagar o ingresso.

Dohko: Mas eles conheciam o dinheiro?

Tatsumi: Eles roubaram um dos guardiões no caminho.

Aldebaran: Mas que trombadinhas! Isso tá parecendo a minha terra!

MdM: Mas isso é na sua terra!

Aldebaran: Ah, é.

Miro: Eu não sei por que, mas estava imaginando índios astecas...

Shun: Tem diferença entre índio brasileiro e índio asteca?

Shaka: É claro que te-

Seiya: Ô, Shun! Não seja burro. Os índios brasileiros eram aqueles índios preguiçosos canibais, e os astecas é aquele povo espanhol pré-histórico que sacrificavam os filhos que nasciam mortos matando todos assim que nasciam.

Shaka: Jura que você me interrompeu pra dizer essa asneira?

Seiya: Mas qual foi o meu erro?

Shaka: Isso depende... Você quer saber historicamente, geograficamente ou gramaticalmente?

Tatsumi: ENTÃO, COMO EU IA DIZENDO... Eles pagaram o ingresso e entraram no museu. Dentro do museu tinha vários tipos de facas de muitos tamanhos e formatos. Mas além de facas, tinham espadas! Mas além de espadas tinha muita arte moderna!

Kanon: Espadas eu entendo, mas arte moderna?

Tatsumi: É! Arte moderna! Olha só pra cara dele. – Disse enquanto gesticulava na direção de Shura. – Ele não tem mó cara de que curte arte moderna? Eu só imagino aquela casa com aqueles móveis que têm dez ângulos diferentes e sempre parecem desconfortáveis e você sempre se pergunta se aquilo é uma cadeira ou uma poltrona ou até uma pia!

Camus: Pior que ele tá certo, na casa do Shura só dá arte moderna. É pia que parece cama, é mesa que parece nada...

Shura: Nem vem que a minha casa é muito bem decorada!

Camus: Shura, a pia do seu lavabo é um aquário. Nem os peixes sabem onde estão.

MdM: E eu só descobri que aquele trapézio no banheiro era uma banheira ano passado...

Tatsumi: Alôôôô! Eu to aqui! Eu não sou baixinho! E vocês já devem ter me visto! - Os cavaleiros observaram Tatsumi com cara de cú. – Bem, continuando... Passando pelo museu eles receberam uma lembrancinha da mulherzinha do museu, que mulherzinha eu não sei, mas todo museu tem uma mulherzinha dando presentinhos na saída. A lembrancinha dos índios era um conjunto de facas e assim que eles passaram pela saída eles encontraram o guardião da ilha. O guardião da ilha não queria deixar eles passarem-

Shaka: Grande surpresa...

Tatsumi: Ele não queria deixar eles passarem, e então eles começaram uma batalha. Só que no meio da batalha, uma música foi ouvida pela ilha. Uma música bem gay. Pode ser do Bryan Adams. Aquele cara que ninguém lembra o que canta.

Afrodite: Tá, Tatsumi, eu sei quem é o Bryan Adams, e aí?

Tatsumi: É... É... É que nesse momento… Ah… qual era o nome do pseudo Shiryu?

Shura: É Alexen.

Shiryu: É Alexaaaaaaaaaan.

Shura: Ah, tanto faz.

Shiryu: Não! Tem de ser o nome certo!

Tatsumi: Tá, Alexan começou a dançar com seu dragão.

Kanon: Tipo uma dança de acasalamento?

Tatsumi: Não, era só uma dança. Mas ela era tão bonita que conquistou o coração do guardião da ilha. E ele disse: “A sua dança conquistou o meu coração. Se você aceitar dançar comigo até as estrelas, eu deixo vocês passarem.” Alexen, então-

Shiryu: Alexaaaaaaaaan!

Tatsumi: Porra, tanto faz! É... Alexan então resolveu fazer esse enorme sacrifício para deixar seus irmãos passarem. Então enquanto eles estavam dançando, os outros passaram.

MdM: Isso foi gay.

Shura: Bem gay.

Ikki: E olha que nem passou pelo Afrodite ainda…

Tatsumi: E a culpa é minha se as donzelas ali resolveram virar purpurina? Não tem como deixar isso másculo!