Lonely Star escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 21
...de coração puro.


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Sim? Foi mal. Tive um bloqueio criativo e travei. Em compensação, quando voltou, voltou com tudo! O resultado foi isso aí!
Se eu estiver fazendo os cálculos corretamente, faltam quatro capítulos (tirando esse) para o fim. Espero que gostem! É reta final! E o próximo vai ser algo que eu guardei há anos...



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N: Julia

 

— Ah, ainda bem que é você, Julia! Já pensou se fosse um dos inimigos aqui dentro?! - falou Cléo, me dando um susto.

— Vocês só podem estar de brincadeira. - comentei.

— Quem é essa? - perguntou Katrina, apontando uma de suas sais para Kara, que estava quieta na maca tomando suco de maracujá.

— Kara. - respondeu séria.

— Não é a louca dos chicotes? - perguntou Cléo, fazendo Kara se ofender.

— Escute aqui...! - interrompi a Vanko.

— Ela não é maluca e está do nosso lado agora, tá?! - me levantei da maca e pedi - Cléo, cuida dela. Katrina, vai me ajudar?

— Vim pra Terra com outro motivo?

— Steve.

— Também. - deu de ombros - Relaxa, vou te ajudar.

— Divirtam-se! - desejou Cléo.

— Vê se não ofende minha nova amiga! - pedi, antes de sair.

Caminhamos pelos corredores. Eu já tinha visto Katrina em seu traje de combate: a parte de cima é tipo um espartilho prata tomara que caia com desenhos de flores, só com as linhas em preto. As mangas finas caídas, em estilo cigana de um tecido leve e igual a sai, que longa maneira feita de tiras grossas de tecido marrom claro, mostarda, o que preferir! E ela usava uma espécie de calça preta bem justa, até porque, eu mesma não usaria aquele vestido sozinho. É indecente. Mas fica legal com a calça! E aquelas sais super maneiras e a cara de malvada que as vezes ela faz chega a dar um arrepio... sei lá! Kate é asgardiana e... minha santa capacidade de mudar de assunto.

Subimos calmamente, mas apressadas. Jones estava em perigo (não sei se Katrina sabia). Olhávamos ao redor, preocupadas. Será que ela pensava em Steve? Sim ou com certeza? Ela me usou de subtítulo para esse romance que ela tem com o Capitão. Não a culpo. Unir o útil ao agradável é algo típico meu. Me julguem, digam que eu sou igual ao meu pai ou coisa assim, mas eu costumo aproveitar coisas que faço para os outros para fazer algo por mim. Afinal, eu amo ser uma heroína! Entramos no elevador e ele nos deixou no terraço, onde demos de cara com Zack, Jones... e uma pregada de armaduras do papai.

— Eu tava mesmo me perguntando sobre o seu poder. - comentei.

— Quem é a sua amiguinha? - perguntou, se referindo à Kate.

— Princesa dos Ventos, esse é o Stane. - apresentei Katrina à ele – Stane, Princesa dos Ventos.

— "Princesa dos Ventos"? - questionou Katrina.

— Sh! Não me interrompe! - pedi.

— Bom, vamos ao que interessa?

Jack, que usava uma armadura bem grande, fechou a máscara e avançou contra mim. Eu e Katrina lutamos juntas contra o jovem irritante que queria me matar, mas as outras armaduras começaram a atacar a nós duas ferozmente. Alguém ou alguma coisa as controlavam, mas o que? Como nossa situação estava complicada, passei a lutar sozinha contra Stane enquanto Katrina dilacerava as armaduras. Não durei muito na luta, pois caí no chão logo depois que minha conselheira saiu.

Zack me jogou de costas no chão, fazendo todo o meu corpo doer. Fechei os olhos com força absorvendo o impacto, mas quando abri os olhos, vi uma mão de metal prateada apontada para o meu rosto. Puxei uma espada e cravei no braço da armadura. Não sabia se havia ferido seu braço ou a espada apenas havia danificado a armadura, mas ele recuou o braço e andou para trás. Me ergui rapidamente, apenas pegando impulso e jogando minhas pernas, firmando-me de pé em um segundo. Ou dois segundos, sei lá. Foi rápido.

— Você sabe que uma mera espadachim não pode se comparar com a alta tecnologia que eu tenho ao meu lado. Suas armas são obsoletas perto das minhas, Stark. Sega a ser irônico.

— Acontece que o cérebro nunca fica obsoleto. - observei, me lembrando de um fato – Eu e minha memória!

Puxei um pequeno aparelho que estava preso de forma segura na minha aljava. Ele levanta a máscara e me olha confuso. Ativo o aparelho e ele questiona:

— Que droga é essa?!

— É a Mark 82, não é? - perguntei – Que você está usando?

— O que está fazendo?!

— Sexta-Feira, faz um favor? - pedi ao aparelho – Ejete a armadura Mark 82 pra mim?

Sexta-Feira não respondeu. Apenas abriu a armadura e lançou Ezequiel para longe e me fez sorrir. Eu podia controlar todas as armaduras, mas não de uma fez só. E não daria tempo de desativar as outras, então estava feliz de Katrina me ajudando, sem contar que logo Zack se espatifou no chão. Bom, não exatamente se espatifou. Ele se machucou bastante, mas não sou louca de fazer uma deliciosa gelatina de Ezequiel Stane no terraço da Base dos Vingadores. Isso me deu fome.

Continuando, ele se levantou e então eu vi o Quinjent se aproximando. As outras armaduras já haviam sido destruídas e Katrina ajudava a acordar e erguer Jones. Zack ainda estava zonzo, então aproveitei e fui até ele, me sentando ao seu lado e perguntando:

— Tudo bem?

— Já estive melhor. - respondeu – Que bom que está viva.

— Pois é. - confirmei com a cabeça.

Enquanto eu falava, os Vingadores saíam do Quinjent e Zack sumia. Eu e Jones nos levantamos e meu pai parou na frente dele, perguntando.

— Quem é você, garoto?

— Collin, um amigo da Julia.

— Ah, você é o famoso Jones?! O namoradinho da minha filha?!

— Somos só amigos. - a frase saiu da minha boca.

"Eu o amo, sim, mas somos só amigos." Não, eu não ia dizer isso.

— Onde estão eles? - perguntou Zoe, se aproximando.

— Chicote Negro está com sua irmã na enfermaria, já que polpei ela, e o Edwards foi fatiado e está no refeitório dividido em três pedaços.

— A duas respostas são surpreendentes! - comentou Sam - Você salvou uma inimiga, mas o outro, matou tão brutalmente?!

— Não tive muita escolha! - afirmei – Zack sumiu. Ele não era quem eu achava que era. Ele é filho do Obadah Stane. Vou atrás dele. - falei, me virando para sair.

— Não sozinha, pirralha. - afirmou Natasha.

— Não vai ser difícil... Vicky*.

Deixei eles para trás, sem perceber a aproximação de Jones e Natasha, que ignorei. O Stane deveria estar na Base ainda, não sairia de lá sem sua tão desejada vingança. Pensei em mandar alguma frase de provocação à Natasha, mas não era a melhor hora para isso. Quando olhei para trás uma segunda vez, a princesa não estava mais lá. Pensei em perguntar ao Jones, mas provavelmente ele não saberia responder. Discreta como vós sabeis que a Romanoff é, nem ele deve ter visto.

Dobrava corredores e corredores, nada do Stane. Olhei para trás, de novo, e encarei o vazio. Eu estava na sala de treinamento dos Vingadores. Nós dois estávamos péssimos fisicamente. Eu apanhei muito e ele também, mas eu tinha uma vantagem: estava armada. Olhei para frente novamente e lá estava Zack com o braço enrolado no pescoço de Jones e a arma apontada para sua cabeça.

— Acho que antes de morrer, ele merece saber o que você sente por ele. - falou Stane.

— Do que está falando? - perguntei.

— Uma vez me disseram que a melhor forma de torturar alguém é matar a pessoa que ela ama na frente dela.

— Julia, diga a ele! Diga que somos só amigos! - pediu Jones.

— Amizade é um tipo de amor. - falei baixo, quase sussurrando.

— Vamos! Não quer morressem assumir seus sentimentos por ela, não é, Collin? - falou Stane.

— É verdade, Julia. - ele falou, olhou para baixo, respirou e me encarou nos olhos, com o rosto mais sério que eu já vi nele – Eu te amo.

Aquelas três palavras.

Benditas três palavras.

Grandes três palavras.

Eu-Te-Amo

Eu não queria que fosse assim. Queria que ele tivesse me contado em um momento mais confortável, em que ele estivesse pretendendo me dizer, mas eu não podia estar mais feliz ao saber que era correspondida. Na hora eu estava desesperada para tira-lo de lá. Respiração ofegante e tudo mais, menos sair gritando e coisa parecida. Eu não sou assim. Agora, eu preciso responder. Mas se eu disser que o amo também, ele seria morto, mas eu não podia mentir. Isso não é da minha índole.

— Stane, ele me amar não significa que eu o amo. - afirmei.

Fato. Não é só porque ele me ama que é porque eu o amo.

Só que eu amo!

— Julia...

O sussurro de Jones não foi ouvido, mas pude ler os lábios e sua expressão de tristeza e decepção. Eu queria contar que eu o amava, mas não podia, ou ele morria. Eu tinha que salvar ele. E naquele momento, me surgiu um plano. Não era nenhum plano infalível do Capitão América (que, aliás, alguns chegaram a falhar), mas era um bom plano.

— No último momento da vida dele, você ainda partiu o coração do coitado? - questionou Zack.

— Acontece! - respondi, dando de ombros.

Ele relaxou e deixou a arma cair um pouco. "Está dando certo!"  comemorei em pensamento.

— O que está dizendo? - perguntou Jones.

— Também não quer dizer que eu não ame ele! - afirmei, e agora Zack me encara confuso.

— Ama ou não ama?

— Depende do tipo de amor! Eu não quero ser mal interpretada!

— Julia, você me ama da mesma forma que eu te amo?! - questionou Jones (aliás, não tá ajudando).

— Depende da forma como você me ama! - respondi.

— Se sobrevivermos e esse cara não me matar, eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado. Eu juro não te abandonar e te amar pelo resto da minha vida.

As palavras de Jones eram lindas, mas eu tinha que disfarçar! Era parte do plano! E Collin Pyn Jones era a perfeita mistura de vítima e obstáculo. Mas não podia manda-lo calar a boca ou ele saberia do plano, e Zack também e mataria ele.

— Tá. Passar o resto da sua vida ao meu lado... como exatamente? Porque podemos ser melhores amigos para sempre, se é o que está pedindo.

Zack deixa a arma cair e bufa com raiva.

— Julia, por favor! Apenas diga sim ou não! - falou Jones, andando até mim.

— Nem um dos dois. Prefiro dizer: "Se abaixe".

Jones se abaixou e eu arremessei com precisão e velocidade uma adaga nas costas de Zack, que idiotamente se virou para tentar entender o que eu dizia ou apenas recuperar a paciência. A adaga não cravou o suficiente e ainda foi em uma área não letal. A final, eu jogo limpo. Tirei a aljava e declarei:

— Mano a mano.

O filho da mãe não desiste. Ele correu em minha direção e bloqueei seus golpes. Não estava fisicamente sã para uma briga corpo a corpo, mas eu tinha que lutar. Ele tentou me dar um segundo soco, mas segurei seu punho também e lhe dei um chute, no qual ele foi para longe. Veio novamente conta mim e então voltamos a lutar, até um bastão elétrico acertar sua cabeça, Sabe o que é impressionante? Mesmo a pancada sendo forte, não o derrubou. Ele olhou para trás e viu Natasha assustada, recuando alguns passos.

— A famosa Viúva Negra, não é?

— Como é possível? - sussurrou perplexa.

— Eu estudei por muito tempo para descobrir algumas coisas. Por exemplo, uma fórmula para me isolar da eletricidade e me tornar invulnerável à ela, ou seja, isso não funcionaria comigo. - falou, tomando um bastão de sua mão.

Eles lutam. Natasha tenta de alguma forma o apagar, mas os reflexos de Zack conseguem impedi-la. Nunca pensei que veria a Romanoff tão impotente fora de uma luta contra mim. A espetacular ex-KGB e ex-agente da S.H.I.E.L.D., atualmente Vingadora, estava perdendo. E pior: para um loirinho que... bom, francamente, ele era bem forte. Decidi ajudar na luta, mas quando menos esperei, algo aconteceu.

Eu me esqueci da adaga nas costas dele.

E ele a usou contra mim, cravando logo abaixo do meu estômago.

Caí de joelhos e vi Natasha largar os bastões e levar suas mãos ao rosto, em choque e aparentemente prestes a chorar. Jones gritou meu nome antes que eu caísse segurando meu ferimento. Se aproveitando disso, Zack pegou minha catana, a espada que tenho mais ciúmes. Ergui um pouco a cabeça e vi ele ir na direção de Natasha.

Vasculhei com a mão minha aljava até achar a espada samurai. Joguei na direção de Jones e ele correu, se colocando heroicamente em pose de luta na frente da heroína que não pretendia morrer sem luta (ou apenas não podia desistir de sua vingança pela pirralha, como me chama). Me ergui em silêncio e retirei a adaga da minha barriga. Eu estava fraca, mas eu podia detê-lo.

E eu o detive.

A adaga cravou em sua garganta, entre o pescoço e o ombro direito, fazendo-o largar a espada e cair de joelhos. Olhei para trás e lá estavam, chegando atrasados para a festa, meu pai, Steve, Zoe e Sam. Caminhei na direção de Ezequiel Stane, que se parecia ter uma crise de epilepsia caído no chão. Me agachei com um leve rebolado.

— Foi onde mirei em seu pai. Sabe porquê eu não acertei? Minha mira não era a melhor quando eu tinha oito anos.

— Vo... você não é tão pura... quanto diz ser...

— Talvez você esteja certo. Mas morra sabendo que eu o perdoo.

E ele morreu perdoado por mim.

E eu caí ao lado dele.

Ouvi os propulsores do Homem de Ferro cada vez mais próximos até ele parar ao meu ado e levantar a máscara. Então vi o rosto de meu pai, segurando minha mão. Seu olhar tinha o medo de me perder. Jones me pegou nos braços, mas ainda me manteve no chão.

— Julia, fica de olhos abertos, por favor.

— Eu entendi. Eu sei que tipo de amor é o seu por mim. Você não se contentaria nem em ser o melhor dos meus amigos aqui na terra.

— Eu sonhava em um dia me casar e ter filhos. Você seria a mulher com quem eu queria isso. É dessa forma que eu te amo.

— Collin, eu... - não acredito que chamei ele assim! Mas okay. Foi aí que eu comecei a apagar – Droga... eu... não, não, não!

Eu dizia "não" a mim mesma, querendo não desmaiar. Mas não pude evitar. Só consegui ouvir ele implorando para que eu não fechasse meus olhos. E infelizmente eu os fechei.


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Notas finais do capítulo

*Referência à Os Padrinhos Mágicos (nem sei se a Nat entendeu)

Espero que tenham gostado! Fiz o melhor que pude e acho que fiz muito bem (humildade, você está aí?). Rsrsrs Brincadeiras à parte (porque fingir ser metida é muito divertido), se lembrem de comentar!



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