Lonely Star escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 12
Pessoas com quem me importo...


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Como já vou ficar um tempinho sem atualizar (talvez), resolvi postar hoje pra avisar junto! Esse começa narrado por um dos meus poucos personagens HOMENS autorais. E depois outro personagem homem também! Isso é difícil, levando em conta que minhas protagonistas são quase sempre femininas. Espero que gostem!



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N: Derek.

Minha casa em LA era luxuosa. Lá, eu morava com minha única e querida irmã Lílian. Éramos inseparáveis... mas então veio sua morte. Eu tento, mas não consigo não culpar alguém por isso: Antony Stark. Cada pessoa no tempo de Deus, eu sei, todos morrem, mas eu não queria que minha sobrinha crescesse sem sua mãe e eu não queria perde-la também. Por culpa do Stark, eu perdi as duas.

Perdi Lílian porque estávamos a caminho de um pré-natal quando nós dois sofremos o acidente e não se faz pré-natal se não se está grávida. Antony é o pai da criança. Ele tocou minha irmã. Ele a engravidou. E, o pior de tudo, a abandonou.

Perdi Julia porque mesmo não a querendo, Stark fez questão de tirar a guarda dela de mim. E o pior: me proibiu de vê-la. Lílian queria que Julia não chegasse nem perto de seu pai. O que aconteceu foi completamente o contrário.

Sim, eu me orgulho de Julia! Que tio não se orgulharia? É uma Vingadora! Mas eu a queria perto durante a infância. Quando eu e Julia começamos a ter contato frequente e pessoalmente, foi quando ela tinha 13 anos, assim que lutou em Nova York. Mesmo assim, eu e o Stark não nos damos muito bem. E é por isso que eu o evito.

– Julia? - atendi o telefone.

Naquele momento, eu ainda estava no meu apartamento no Rio de Janeiro, lugar onde Julia ama visitar.

– Oi, tio Derek. - sua voz parecia desanimada.

– Está tudo bem? - perguntei preocupado.

– Não muito. Só queria um conselho.

– Diga então.

Ela suspira do outro lado: - Bom... não sei por onde começar...

– Ju...? - comecei a ficar preocupado.

– Eu tenho um problema. Um problema que, pela lógica, eu é quem preciso resolver. Mas meus amigos querem resolver isso no meu lugar, o que me faz sentir...

Passou-se alguns segundos e ela não completou.

– Sentir...?

– Me sinto incapaz. Eu sou uma Vingadora, espadachim, ótima lutadora e estrategista, mas mesmo assim, eles acham que eu não aguento o tranco! Eu posso! Eu consigo! Mas...

– Pra começar, tem muitos "Eu's" nesse seu discurso. Em segundo, não se exalte! Você é humana. É uma humana diferente? Sim! Isso é fato! Mas não é razão para você se achar melhor que todos ou onipotente.

– Onipotente? Está exagerando, tio. Eu sou só uma garota comparada aos outros. Você ainda não veio aqui, não é? Conhece a Wanda?

– Não, mas conheço a Zoe, e já é o suficiente para ter uma noção do que você diz.

– Pois bem, é exatamente isso! Eu não sou ninguém. E isso só piora tudo.

– Quando você tinha 7 anos, entramos em contato. Foi quando você disse que tinha aceitado a Jesus no seu coração. Você se queixou dizendo que fugiu de casa porque não era ninguém, que era invisível. No ano seguinte, você disse que um amigo seu tentou matar seu pai e você quase o ajudou a derrota-lo.

– Onde quer chegar com isso?

– Você é brilhante. A vida inteira você disse que não era ninguém, mas na verdade você é a adolescente sobre qual os alunos das escolas vão estudar no futuro! É uma garota, mas já fez tanto pelo mundo! Por favor,

não se exalte, mas também não se subestime. Aceite a ajuda, mas você vai estar lá. Como você mesma disse, o problema é seu.

– Obrigada. - falou rindo fracamente.

– Não que você precise ser escoltada por um monte de agentes da S.H.I.E.L.D., mas não é indestrutível. Me preocupo com você. - brinquei.

– Não existe mais S.H.I.E.L.D. há muito tempo, tio! - ela me corrigiu.

– Tenho que desligar. Bia e eu estamos envolvidos em um evento da igreja que está ocorrendo durante toda semana. Te amo, loirinha.

– Também te amo, tio Heimond. - ela disse desligando.

Eu já havia comprado passagens de avião para a semana seguinte, pois faria uma surpresa para ela, mas agora eu tinha outras razões para voltar pro meu país natal. Beatriz e eu estamos juntos há um tempo. Ela é brasileira, mas eu não ligo para a distância entre nós, já que viajo muito para o Brasil, então nos encontramos com frequência.

– Derek, quem era? - ela perguntou em português.

– Minha sobrinha. Julia. - respondi.

– Ela está bem? - perguntou.

– Não. Por isso, mais do que nunca, eu preciso voltar.

N: Sam.

Hoje faz seis meses e quatro dias dês de que terminei com Zoe.

Ultimamente, é como tenho contado o tempo. Fico muito tempo com a cabeça longe, com boas lembranças, pareço um idiota. Eu sou um idiota, mas voltar com ela não me parece uma opção. Ela me enganou. Enganou a todos! Como todo mundo conseguiu perdoa-la? Zoe mentiu para todos e todos ainda a amam e a tratam como se fosse uma integrante de primeira formação do time! Com o mesmo respeito de Natasha, Steve, Stark... Ainda não consigo entender.

– Wilson! - fui chamado a caminho da sala de treinamento.

– Wanda? O que foi?

– Julia saiu. Não disse onde iria. Alguma ideia?

– Provavelmente ela foi só esfriar a cabeça. A única arma que ela carrega para todos os lados é a adaga-canivete dela, que ela chama de "Pulsar de Vela". - ri. - Então não se preocupe. Ela não foi encarar o cara sozinha.

– Mas ela saiu a três horas... deixa pra lá. - falou se retirando.

– O que foi? - perguntei.

– Acabei de sentir a presença dela entrando. - deu de ombros.

Essa mulher me dá medo. É sério.

Ela saiu pelo corredor, eu continuei meu trajeto até a sala de treinamento e esperei que estivesse vazio... ou no mínimo, com gente interessante pra bater um papo. Mas quando cheguei lá, vi Zoe sozinha no centro da sala, de pé e esperando alguma coisa.

– Sexta-Feira, pode iniciar! - ela pediu.

– Iniciar sequencia de treinamento. - falou a voz da maquina.

Então, bolas começaram a saís de todos os lados. Zoe flutua um pouco, uns dois palmos do chão, e começa a parar as bolas no ar. Elas começas a acertar alvos em tosas as partes da sala. Então, algo parecido com um míssil é disparado atrás dela, mas ela se vira e o segura no ar. Se virando de novo para frente, mas segurando o míssil, ela o solta, mas o mesmo cai no chão, desarmado. Outros tipos de bombas tentam acerta-la, mas ela desarma a todas e cai no chão apoiada em seus joelhos.

– Finalizar. - ela pediu.

– Srta. Michell, você ficou o menor tempo do que nunca. Tem certeza de que deseja parar?

– Não estou com cabeça pra isso. Depois eu volto.

– Imagina se estivesse. - falei, a pegando de surpresa.

Ela se assusta e olha pra mim: - Ah! Sam, eu... não reparei que me via...

– Com todos os seus poderes, não percebeu que eu estava aqui? - usei um tom de drama na voz, por brincadeira.

– Não... eu preferi baixar a guarda. - falou rindo – As vezes é saudável.

Ela anda a paços largos até onde eu estava e se sentou no chão, em um dos degraus que separam a sala de treinamento do corredor, que é dois degraus mais alto. Me sentei ao lado dela e falei.

– Você deu um showzinho legal aqui.

– Não acho. - deu de ombros - Já desintegrei um cara.

– Sério?

– É!

– Por que eu ainda duvido de você? - não segurei uma risada.

– Falta de costume...

– Todos os poderes mentais e regeneração...

– Controle da própria biologia... ou seja lá como isso se chama. - me corrigiu.

– Mas você...

– Eu me enganei. Comecei a me questionar de porque eu consegui me tornar criança há algumas décadas. Cheguei a essa conclusão. Dês de então, não preciso mais cortar o cabelo para mantê-lo pequeno assim, do jeito que eu amo.

– Você e esse seu cabelo...

Uma coisa que você precisa saber sobre a Zoe é que se tem três coisas que ela ama são: seu piano, sua moto e seu cabelo. Me lembro de nosso primeiro encontro, quando ouvi ela se gabar dos belos cabelos alvos pela primeira vez.

Flashback On:

– Eu tenho uma pergunta, mas estou com medo de perguntar. - ela falou, em seguida, mordendo um pão de queijo.

Estávamos andando por um parque pequeno, em Washington D.C., pois tinha me visitado e cumprido uma promessa que me fez algumas semanas antes. Quando derrubamos a H.I.D.R.A. junto com o Capitão e a Natasha, o Fury me chamou para resolver alguns assuntos com ele. Eu neguei, mas ela aceitou, até porque, é filha dele. Quando íamos nos despedir, ela me beijou e jurou que voltaria. Respondi que estaria esperando. Esperei menos de um mês e houve esse encontro.

– Então por que me deixar curioso?

– Porque eu preciso ser incentivada! - sorriu sugestiva.

– Então, eu não vou te dar exatamente o que você veio buscar se não falar. - propus.

– E o que exatamente eu vim buscar? Só estava cumprindo uma promessa que fiz a você!

– Vai saber se fizer logo essa droga de pergunta.

Ela riu e disse: - Tá, mas não diga que não avisei. Lá vai: Sam Wilson, você já foi vítima de racismo?

– O que?! - perguntei surpreso.

– Eu sei, é uma pergunta totalmente inadequada...

– Quando eu era criança. - respondi, e ela me encarou surpresa.

– Não precisa res...

– Eu quebrei um braço jogando futebol com uns amigos. Meu pai me levou para o hospital e demoraram horas para sermos atendidos. Mas assim que eu cheguei, pouco depois, apareceu um garoto branco com uma perna quebrada. Deram prioridade a ele. Tínhamos a mesma coisa e ele chegou depois de mim. Não era justo.

– Nossa. Eu... olha, você não precisava ter contado. - ela falou.

– Mas eu quis. Confio em você. - houve um momento de silêncio, que quebrei dizendo – E você as pessoas estranham seu cabelo branco? É que, querendo ou não, albinismo é um defeito genético.

– Algumas pessoas estranham, outras ignoram e outras amam. Estou na terceira categoria. Nunca pintei meu cabelo e não pretendo. Eu acho ele lindo assim. Sério, eu amo meu cabelo...

– Está bem! Já deixou claro o suficiente! - falei.

– E o que eu vim buscar exatamente?

Fiquei de frente para ela a abracei pela cintura, roubando dela um beijo que nunca esqueci e duvido que eu vá esquecer. O que começou calmo, acabou ficando mais apaixonado por causa dela, que intensificava o beijo e abraçava meu pescoço. Quando nos afastamos, ela perguntou:

– O que você diz que eu buscava era um beijo?

– Não apenas. Eu pensei nesse beijo ser... uma espécie de marca para o inicio de algo maior.

– Um relacionamento? - perguntou, sorrindo.

– Exatamente.

Ela me deu um bem mais rápido nos lábios e disse: - Os amores mais duradouros surgem em meio ao caos e a luta. Tais costumam durar o resto da vida.

– Está dizendo que o que começa hoje pode acabar em casamento?

– Vai saber. - ela respondeu rindo.

Flashback Off:

Mas infelizmente, estávamos errados.

Afinal, ela era mutante, tinha mais de cem anos, apagou e reimplantou memórias em quase todo mundo, mentiu para todos... ela não era quem eu pensava. Mesmo nossa paixão nascendo no meio de uma guerra de S.H.I.E.L.D. Vs Hidra, o romance não durou.

– Me parece que está lidando com tudo melhor do que eu. - comentou.

– Faz sentido! Fui eu quem terminei!

– É, foi você quem me deixou chorando na porta da minha própria casa.

– Não deveríamos estar discutindo isso. - afirmei.

– Não foi minha intenção. - admitiu ela.

– Olha, Zoe, você é muito poderosa. É sério! Não fique se fazendo de vítima.

– Não estou. - falou séria.

Depois que um silêncio desconfortável se instalou, ela se levantou e saiu, me deixando só. Era quase o que eu queria, mas depois de me lembrar

daquela manhã, não consegui treinar ou fazer qualquer coisa. Só me lembrar de outra situação.

Flashback On:

– Tá, bem! Esses caras foram inspirados nos mutantes! E daí? Esse filme é muito legal! - afirmei, divertido.

Estávamos na casa de Zoe. Era noite e estávamos vendo o filme "Heróis", em que ela insistia em dizer que aquelas pessoas foram inspiradas em mutantes. Eu estava sentado normalmente, abraçando Zoe, que estava com as pernas encima do sofá, dividindo um grande pote de sorvete comigo.

– Podíamos fazer isso mais vezes. - ela sugeriu – Ver filmes, tomar sorvete, discutir sobre o filme.

– Concordo. E falando em discutir o filme... que super poder você gostaria de ter?

– Eu teria todos os poderes mentais. Sem exceção. Me chamaria Mental. - ela parecia ter a resposta na ponta da língua.

– Você tinha essa resposta formulada há quanto tempo? - brinquei com sua certeza.

– E você? - ela abraça meu pescoço. Se sentaria no meu colo, mas tinha seus limites e não provocaria algo mais forte entre nós.

– Nada demais como você. Apenas voar sem minhas asas de metal é o suficiente.

– Um poder que eu não teria é regeneração. Imortalidade. Deve ser terrível perder todas as pessoas que se ama. Tenho pena do Logan.

– Profundo, Mental. - brinquei.

– Ah, agora vai ficar me chamando assim?

– Não finja que não gostou.

Trocamos alguns beijos até ficar tarde e ela decidiu ir até o seu quarto e dormir. A casa tinha um quarto de hospedes que já usei por algumas vezes, e essa foi uma delas.

Flashback Off:

Eu amei Zoe, admito, mas nunca mais conseguiria confiar nela de novo. Se eu ainda pudesse, pensaria em um possível retorno. Mas não conseguiria agora. Não mais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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