Akuma No Riddle: Nove Anos Depois escrita por kalzcarvalho


Capítulo 4
Capítulo 4 - Contratante: "Luz, Câmera, Ação!"


Notas iniciais do capítulo

O próximo capítulo sai na sexta.

Por favor, comentem e digam o que estão achando da fic, e deem tuas teorias também.



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***POV HARU***

Como não temos computador, acesso a internet pelo celular. Faço pesquisas rápidas de potenciais empregos. Encontro algumas coisas por aqui e por ali, mas a maioria é fora de Tóquio. Há algumas coisas bem interessantes na Alemanha, Suécia e América do Sul. Salvo tudo na aba de favoritos, depois discuto sobre isso com Tokaku-San. Será que ela ai querer sair da cidade? E afinal, isso importa? Estou muito feliz! Nunca conversamos muito sobre o que faríamos após este momento. O que eu mais queria agora era sua companhia.

Guardo os documentos do exame na bolsa e, com um sorriso aberto e sincero estampado na cara, saio da faculdade direto para a estação de metrô. Pego o trem que vai para o 20º distrito – onde eu e Tokaku-san moramos.

Como era de se esperar, na parada seguinte várias pessoas saem e várias entram no trem. Mas o que eu não esperava é esse homem do dobro da minha idade indo se apoiar na barra de ferro bem em frente a onde eu estou, de onde me encara. Não desvia o olhar nem por um segundo. Isso me assusta. Penso em mandar uma mensagem para Tokaku, mas não quero incomodá-la. Provavelmente é só coisa da minha cabeça.

Não, não é coisa da minha cabeça. Vejo pelo canto dos olhos ele sair na mesma parada que a minha. Nem faz questão de esconder que está me seguindo. Com o coração aos pulos, corro para o prédio e esqueço até de dar bom dia ao porteiro. Entro no apartamento batendo a porta e derrubando o cabideiro, as mãos tremendo, procurando o celular no bolso. Quase não consigo digitar a senha. Quando estou prestes a ligar para Tokaku-san, o telefone toca. O som me pega de surpresa e faz eu derrubar o smartphone. Deixo ele exatamente onde está enquanto dou dois pulos até o fixo preso na parede. Tenho medo de atender. Um medo similar ao que tive quando encontrei o celular de Tokaku-san quebrado, no chão, na época da Classe Negra enquanto Shinya-San me perseguia.
– A-alô...
– Olá! Você, dona de casa que precisa de um aspirador de pó de boa qualidade, a NewSky tem uma oferta imperdível... – desligo, aliviada. É só uma chamada comercial. Nada mais. É, acho que eu estou me preocupando à toa. Com o sorriso de volta no rosto, decido que, hoje, vamos pedir pizza.

***POV TOKAKU*

Final de expediente. Estou recolhendo meus pertences no armário da central quando Kubo aparece, pra variar.
– Ei, Azuma-san – não respondo. Fecho a porta do armário e giro a tranca. Visto um casaco grosso por cima do agasalho de moletom. Kubo abaixa o tom de voz – aproveitando que não tem ninguém por aqui... então, você também está aqui por causa de algum alvo? Quem é?

Respiro fundo e continuo sem responder.
– Vai, fala comigo, para de me ignorar – insiste ele.
– Não tenho nenhum alvo. Não sou uma assassina – retruco.
– Impossível, você é uma Azuma.
– Sim. Mas não sou uma assassina. Me deixe em paz – acrescento, em tom de apelação mas também de ameaça.
– E o que é que você está fazendo aqui, então? – respiro fundo e fecho os olhos com força, numa expressão de clara irritação.
– Nada que te interesse.

Mas os incômodos ainda não acabaram. Sinto a presença de alguém do outro lado da porta de saída um momento antes de botar as mãos na maçaneta. É Kobayashi.
– Azuma-sama – ele se curva numa reverência irônica – Kubo-san. Poderia nos deixar a sós por um momento, por favor?
– Claro, chefe – Kubo deixa a sala em silêncio e fecha a porta atrás de si. Escuto seus passos se distanciando no corredor, mas...
– Azuma-san. Tenho um assunto sério para tratar com você – mantenho a mesma postura de sempre. Não digo nada. Ele não é burro, já entendeu que vou manter meu silêncio até quando achar melhor – eu fui enviado para me infiltrar aqui e me disseram que eu encontraria alguém “do ramo” que poderia me servir de fonte de informação. E eu sei que esse alguém não é Kubo – estou mais atenta nesse som quase imperceptível de passos em pé-ante-pé do lado de fora.
– Tá. E daí?
– Eu sei que há vários anos você participou dessa tal “Classe Negra” – de repente, a conversa parece incrivelmente interessante – não sei o que aconteceu lá nem como funciona. O que eu sei é que foi lá que você conheceu essa garota chamada Ichinose Haru – o que ele quer com Haru? Não me diga que... – sendo assim, você deve ter informações sobre ela. Gostaria que compartilhasse comigo.
– Não sei nada sobre essa garota. Não nos vimos desde o fim da Classe Negra – minto tão friamente que quase acredito em mim mesma. Kobayashi lança um olhar de desconfiança – o que te leva a crer que eu sei alguma coisa sobre ela?
– Porque eu sei que a fonte de informação de quem falavam era você. E se você não quer colaborar, eu vou ter que descobrir pelos meus próprios meios.
– Nem pense em tocar um só dedo sequer em mim – Kobayashi é uns 20 centímetros mais alto e deve ter no mínimo 30 quilos a mais do que eu. Mesmo assim, ele recua um passo – fale com Kubo, sobre isso. Ele está atrás da porta escutando tudo, de qualquer forma.

Kobayashi vira a cabeça para trás tão repentinamente que me admiro pela resistência de seu pescoço, por não ter quebrado.
– KUBO! – grita, furioso – ENTRE JÁ, AQUI!
– Agora, se não se importa, eu estou indo – minha voz parece uma estalactite: gelada e cortante. Não estou afim de ouvir o trêmulo rapaz na entrada ouvindo bronca do superior.

Droga. Desde o fim da Classe Negra que ninguém tentava matar Haru. Porque justo agora? Temos que tomar as devidas precauções.

***POV KOBAYASHI***
– Não acredito que você fez isso – diz a voz feminina do outro lado do telefone – você é muito burro, por Deus... eu disse que ela era uma fonte de informação e que iria te levar até seu alvo, não disse que era para entrevistá-la.
– Euh, e o que há de errado? – pergunto, confuso – você disse que ela era do ramo. E é uma Azuma.
– Se você ao menos tivesse lido os relatórios que eu te mandei da Classe Negra, saberia o que tem de errado – ela parece bem zangada – eu te disse para ler TUDO, o que você fez com eles?

Eu tentei ler, mas dormi nas primeiras páginas. Acho que não é uma resposta satisfatória para minha contratante anônima.

– Bom, nem tudo foi perdido ainda. Recebi boas recomendações sobre vocês, então vou te dar mais uma chance. Liquide a garota. E lê a merda do relatório... idiota! – e desliga na minha cara.

Não entendi. Era pra eu ter arrancado informação à força, será? Ou deveria tê-la espionado antes de fazer meu primeiro movimento? Bom, depois eu vejo isso. Hora de ver como meu parceiro está se saindo. Digito o número que ele está usando essa semana.

Murayama Daigo era o parceiro do meu pai. Tem 54 anos, é um excelente hacker e um bom sniper, porém péssimo nos outros atributos necessários para o papel de matador. Por isso ele formava excelente dupla com meu pai, um espião nato morto há alguns anos por um tal Inukai Eisuke.
– Kobayashi-kun. Alô.
– Daigo-senpai. Encontrou ela?
– Acho que sim. Não é minha especialidade espionar, sabe. Ela correu.
– Correu? Ela te viu?
– Sim, claro que ela me viu, idiota. Eu já falei que não sou bom nesse tipo de espionagem. Prefiro resolver a longa distância. E aí, como andam as coisas do seu lado? Encontrou o contato?
– Aparentemente, não se tratava de um contato. Ficaram muito irritados por eu ter tentado falar com ela.
– Quem é?
– É do clã dos Azuma. Uma garota jovem chamada Tokaku. Ela fez que não sabia de nada.
– Uma Azuma?
– Sim. Daigo-senpai, o que você sabe sobre a Classe Negra?
– Não muito. Ouvi dizer que é um lugar para onde mandam 12 jovens assassinas para um tipo de death game com uma estudante comum, e quem consegue matá-la pode ganhar a recompensa que quiser em troca. Acontece de vez em quando a cada vários anos. Não sei de mais nada.
– Você também não leu os relatórios?
– Que relatórios?

***POV "CONTRATANTE"***

O computador está dividido em quatro telas. A primeira câmera, instalada por uma agente minha no casaco de Kobayashi, exibe de um ponto fixo e meio de lado as portas de um armário de madeira, um abajur, paredes brancas, a metade de um vitral azul e um pedaço do antebraço do assassino. Foi a escolha perfeita. Até aqui, tudo como planejado...
– Você também não leu os relatórios? - é a voz de Kobayashi. Uma voz chiada, mais distante, responde:
– Que relatórios?

A segunda câmera é no local de trabalho de Tokaku. Nada de interessante no momento. O local está prestes a fechar. Observo sem dar muita atenção enquanto uma dupla de vigias do período noturno entram na central deserta e saem em seguida.

A terceira câmera foi plantada por Daigo na portaria do prédio onde Tokaku e Ichinose vivem. Bom, talvez ele não seja tão perfeito para o serviço quanto Kobayashi: suas habilidades de espionagem são horríveis. Nem sequer conseguiu se aproximar de Ichinose o suficiente. Mas tudo bem, eu posso lidar com isso. Até porque ele é uma das razões disso estar acontecendo. Pensa que é só mais um serviço comum de matar o alvo, pegar o pagamento e cair fora, Daigo-san?

A quarta câmera é no quarto de Daigo. Também obra de uma agente minha. Essa, bem melhor posicionada, fica no teto e permite que eu observe quase o quarto todo. O homem de meia-idade está sentado na beira da cama, com a cabeça apoiada nos braços, que por sua vez se apoiam nos joelhos, e parece refletir sobre algo, totalmente imóvel.

Sorrio, imaginando que tipo de perguntas esses quatro me fariam se soubessem quem eu sou. Principalmente Daigo e Tokaku.
– Luzes... câmera... ação! - anuncio, com consideráveis pausas entre as palavras e num tom sombrio, à sala vazia.

***POV HARU***
– Haru, precisamos conversar – Tokaku-san parece ainda mais séria do que o de costume – estão te caçando outra vez e precisamos tomar certas precauções.


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Notas finais do capítulo

Kobayashi, não é só o físico que um assassino de alto nível tem que treinar, viu -q
E a pessoa contratante... o que pretende ela? Qual será a função de Daigo nessa história? E Kobayashi só entrou na jogada por ser um panaca? SEXTA, NO NYAH!FANFICTION (*musiquinha do Globo Repórter* -q)



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