Eu estava na escola,durante o intervalo Daniel me disse que os meninos nos convidaram para ir até a floresta,para ver se a "Chorona do campo" realmente existe.Eu estou ansioso,mas com medo que ela exista.

Depois da aula,já estava de noite,normal no inverno.Nos fomos até a floresta,os garotos estavam muito assustados com os barulhos dos animais.

Nós estávamos caminhando,eu comecei a me sentir desconfortável,como se houvesse alguém nos observando,as folhas dos arbustos começaram a se mexer,como se alguém estivesse passando por elas.Nós nos aproximamos uns dos outros.Daniel caminhou,um pouco,em direção a um dos arbustos.Foi então que conseguimos ver,atrás do arbusto havia uma espécie de nuvem,uma nuvem negra,com a forma de um homem,várias delas.

–Corram!-Eu disse,quando percebi que eles eram criaturas das trevas.

Todos correram o mais rápido que podiam.Era difícil correr na floresta,eu tinha de correr,mas também tinha que usar meus braços para desviar dos galhos.Nós nos separamos,os garotos foram para a esquerda e eu e Daniel continuamos em frente.Eu percebi que aquelas criaturas estavam atrás de mim,porque nenhum deles foi atrás dos meninos.

Estávamos quase saindo da floresta,mas Daniel tropeçou e caiu.As criaturas estavam perto de mais.Por mais que eu quisesse manter segredo sobre a magia,não poderia deixar meu amigo morrer.

–Lux...Gladio!-Invoquei meu poder e fiz com que minha energia projetasse uma espécie de lamina em minhas mãos.Eu cortei a "barriga" de um deles,em seguida eu ataquei dois deles ao mesmo tempo,mas depois um deles me derrubou-Ardebit!-disse uma voz feminina,invocando um feitiço que queimou a "sombra" que me atacou.Eu me virei e então vi Sophia,uma das filhas do clã do fogo.

–Será que você ainda consegue lutar?-Ela me perguntou com tom irônico.

–Mais que você,com certeza-Me levantei e me virei de costas para ela.Juntos nós estávamos prontos para lutar contra eles.

Eu comecei atacando,mas Sophia não ficou para trás.A cada golpe que eu dava,ela me complementava.Nós entramos em perfeita sintonia e,antes que pudéssemos imaginar,todos eles tinham sido derrotados.

Estávamos exaustos,o excesso do uso da magia estava acabando comigo,mas finalmente tudo tinha acabado.

–Como você sabia que nós estávamos aqui?-perguntei a Sophia.

–Ouvi vocês falando sobre isso na aula.Eu senti que isso não "ia" dar muito bem.

Caminhei na direção de Daniel e me agachei-Tudo bem com você?

–Oquê?....Hã?....Você....Você acabou de fazer,oque você fez?-Ele estava em choque.

–Calma Dan,eu vou explicar tudo quando chegarmos em casa.Beleza?

–Oquê?!-chegava a ser engraçado ver ele daquela forma-Não!Você...você é louco.Eu nem sei mais no que acreditar.Vai que vocês..."sei lá",me atacam.

–Sério?-Disse Sophia-Se fosse pra atacar você a gente não tinha se matado tentando te salvar.

–É....realmente-Ele estava muito confuso.

Eu levantei ele,mas ele não conseguia andar-Sophia,me ajude a levar ele até minha casa,acho que ele torceu o tornozelo.-Nós levantamos Daniel e o "carregamos" até minha casa.

Ao chegar em casa,explicamos tudo para Daniel,explicamos que magia não era algo do mal,pelo menos,não para nós.

Meus pais estavam preocupados com o que havíamos vivenciado.Mas felizmente entenderam que foi só por causa disso que eu revelei a magia para um humano comum.

–Você realmente não sabe o que os atacou?-Meu pai perguntou.

–Não.Mas não era nada bom.Era frio,era como se não sentisse nada além de ódio e raiva.Como se fosse a personificação do próprio ódio-Eu respondi.

–É verdade.Senhor Montgomery,era como se eles fossem compostos,apenas,por trevas.-Complementou,Sophia.

–Eu odeio admitir,mas se não fosse por Sophia,eu jamais teria conseguido enfrentar todos eles.

–Leve o seu amigo para casa-Disse minha mãe-Logo nos temos uma cerimônia,passaremos tudo isso ao Ancião.

Eu levei Daniel para casa e voltei o mais rápido que pudi.Ao chegar na cerimônia,lembrei do quão bonito era aquele lugar.Havia um grande carvalho no centro de um círculo,dividido em cinco partes.Na ponta de cada parte estava o brasão de cada Clã.Todos estavam de joelhos,a maioria deles usava capa e capuz,eles estavam orando com seus amuletos em mãos.Em volta do carvalho,haviam algumas coisas,uma espécie de estantes,que nos serviam como altares,para que cumprimentasse-mos nossos ancestrais.

–Meus filhos!-Disse o Ancião.Um homem velho,de cabelo grisalho e pouca barba.Todos sempre disseram que mesmo aparentando ter sessenta anos,ele tinha muito mais que isso.Mesmo vivendo na sala da cerimônia,no meio da floresta,o ancião sempre usava roupas novas,quase sempre brancas-Hoje,eu recebi uma profecia dos nossos ancestrais,mas agora,eu tenho certeza de que isto é real.-Ele deu dois passos em direção ao carvalho e se virou para nós-Hoje,á pouco,dois de nossos jovens foram atacados pelos filhos das trevas-Muitos dos "mais velhos" se assustaram.-Devo-lhes informar de que um grande mal se aproxima.Se seus filhos começaram a atacar,logo as Trevas voltaram ao nosso mundo.Graças aos ancestrais,cinco de nós serão escolhidos para nos defender.As "Almas Abençoadas" serão destinadas a lutar contra as Trevas.-Ele abriu os braços-Porém,enquanto as Almas não se revelão para nós,teremos de ter cuidado.-Ele fez uma pausa e fechou seus olhos-Que os Ancestrais estejam com vocês,meus queridos.

Eu fiquei assustado com o que o Ancião falou sobre "Os filhos das Trevas",mas sabia que logo ficaríamos bem.
Nós nos levantamos e,em fila,fomos cumprimentar o Ancião e nossos Ancestrais diante do carvalho.Ao cumprimentar os Ancestrais,eu não havia percebido,mas a joia da luz estava brilhando.

–Meu filho?-Disse,o Ancião-Venha cá.

Eu caminhei de volta até ele.O Ancião pegou a joia da Luz,que eu nunca havia percebido,mas era um colar.Ele pôs o colar em mim.Eu comecei a sentir calor no meu corpo inteiro,minhas mãos começaram a brilhar.Eu fiquei inconsciente,havia luz saindo dos meus olhos e da minha boca.Meus braços estavam jogados para trás e eu caí de joelhos.Voltei a mim sem folêgo.Levantei minha cabeça e olhei para o Ancião,então ouvi ele dizer para mim-Seja bem-vindo de volta,Alma Luminosa.

Continua....