Nossa História de Amor escrita por Joice Santos, Joice Reed Kardashian


Capítulo 2
Epílogo - Eternos Romeu e Julieta


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer aos comentários que recebi, vocês são uns amores.
Esse é o epílogo, sendo assim a fic se encerra.
Além dedicar a história a SwiftieSweet, quero dedicar esse capítulo em especial a Rosii Greene, que é a maior fã de Alisper que conheço.
Então, aproveitem (:



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Os gritos de Alice reverberavam por toda casa.

Era um lugar pequeno e muito simples, mas Jasper conseguia pagá-lo com o sofrido e apertado salário. O emprego como cuidador de animais na fazenda da família Volturi veio por indicação do padre, que sabia que depois de casados, os jovens não poderiam voltar para fazenda do pai de Alice.

A senhora Volturi, muito religiosa e caridosa, se compadeceu quando o padre contou das necessidades do pobre jovem recém-casado e comentou com o marido.

No dia seguinte, Jasper estava batendo a porta dos Volturi para receber instruções sobre o trabalho. Mudou-se, dos fundos da igreja, com a esposa, para uma casa afastada da cidade, mas razoavelmente próxima à fazenda dos novos patrões, que ficava bem longe das terras dos Cullen.

Viviam muito bem e felizes. Dois meses depois do casamento às escondidas, lá estava Alice exibindo um pequeno volume no vestido de pregas.

Jasper ficou radiante com a notícia. Queria poder dar o melhor à esposa e ao filho, mas, no momento, a casa de três cômodos e pouca mobília era tudo que podia oferecer.

Alice nunca reclamou. Por mais que seus dias entre as paredes acinzentadas fossem calmos e sem o barulho dos empregados a que estava acostumada, ela estava satisfeita. Preparava as refeições, costurava as roupas do marido e começara a tricotar pequenos sapatinhos de bebê. O sorriso nunca lhe saía das feições de fada, dando a Jasper certeza que fizeram bem em casarem-se.

Mandava recado sobre seu estado para mãe através de Jessica Stanley. A amiga de infância lhe fazia visitas esporádicas, levando e trazendo recados de Esme. Estava proibida de revelar seu paradeiro, mesmo que a senhora Cullen chorasse a seus pés. Fora pedido de Alice, temendo pelo que o pai pudesse fazer a Jasper. Sabia o quanto Carlisle poderia ficar furioso e não duvidava que pudesse vir até aqui e arrastá-la para casa de volta pelos cabelos, não antes de atirar em Jasper.

Nove meses se passaram desde a fuga e lá estava Alice gemendo do outro lado da porta de madeira puída.

Ainda não era a hora de o bebê nascer. Apenas 7 meses se passara, mas as dores haviam começado na madrugada anterior, o que fez Jasper correr antes mesmo de amanhecer e chamar a vizinha para ajudá-lo. Doris, a senhora de cabelos brancos, olhos cinzentos e cheia de gentileza, se prontificou a cuidar de Alice e trazer a criança ao mundo.

Quando se passara da hora do almoço e o bebê ainda não havia nascido, Jessica apareceu, encontrando o loiro andando de um lado para o outro na sala de estar conjugada. As tábuas que estavam soltas no chão rangiam aos passos de Jasper, deixando a moça ainda mais nervosa. Queria entrar lá e ver como Alice estava, mas sempre que um grito agudo e sofrido enchia o quarto e transbordava pelas frestas, voltava e se sentava no sofá de tecido gasto.

Outro grito, seguido por um gemido e choro sofrido. Não, ainda não era o choro agudo vindo de pulmões novinhos ansiosos por ar.

– Isso está me matando. Até quando mais ela vai aguentar ficar gritando?

A voz angustiada de Jasper despertou Jessica dos pensamentos. Ela o encarou, notando a aflição e a dor que o afligiam. Infelizmente, não poderia dizer nada para aliviá-las.

– Não sei. Ele quer nascer, então ela precisa pôr o bebê para fora. E nem imagino o quanto isso deve doer. – estremeceu e outro grito de Alice se espalhou, atraindo o olhar dos dois para a porta do quarto onde o trabalho de parto acontecia.

– Não estava na hora dessa criança nascer. Ela mesma disse, ainda faltava cerca de dois meses. – disse ele, aflito, batendo as mãos contra a cabeça.

Talvez a esposa tivesse errado nas contas, pensou agoniado.

Jasper sentiu o pousar de uma mão em seu ombro, erguendo a cabeça para dar de cara com os olhos castanhos de Jessica, o confortando.

– Vai dar tudo certo, Jasper. Acalme-se. Alice é pequena, mas é forte.

E foram essas palavras que terminaram o momento de aflição dos dois, abafadas por um último grito e o tão esperado chorinho de bebê.

Correram, abrindo a porta de forma que fez a senhora lá dentro se assustar. Na cama, os lençóis e a camisola branca de Alice estavam com vestígios de sangue e um líquido transparente. Jasper não se importou. O que atraiu a atenção do rapaz foi o pequeno pacotinho nos braços da esposa.

Aproximou-se, lentamente, com medo de que a imagem mais linda que já vira na vida pudesse desaparecer num borrão.

Ali, coberto por um lençol branco, respirando devagar e de olhinhos fechados, repousando no calor dos braços da mãe, havia um lindo menino de cabelos tão negros quanto às noites sem lua.

Vacilante, Jasper estendeu a mão, afastando o lençol da cabecinha do bebê e acariciando os fios grossos como os da esposa. O garotinho tinha o rosto levemente avermelhado, as bochechas e os lábios gordinhos.

– Nosso garotinho, Jasper. Nosso filho. – falou Alice, emocionada. Os olhos azuis brilhavam, admirando a pequena criaturinha que acabara de sair de dentro dela.

Ele já sabia. Jasper Hale sempre soube que seria um garoto. Por mais que fosse impossível prever, tinha certeza que dentro da barriga na mulher, um garoto forte e lindo estava sendo gerado. E não errou. Por menor que fosse, prematuro, o menino era saudável.

– Ele é perfeito, querida. – disse, a voz embargada. Ajoelhou-se ao lado da cama, sem retirar as mãos da cabeça do filho.

– Como vão chamá-lo? – essa foi Jessica, sentando na beirada da cama. Ela e a amiga trocaram sorrisos cúmplices. Alice estava feliz por tê-la nesse momento tão importante, como sempre esteve presente em sua vida, desde que eram menininhas travessas brincando de bonecas.

Olhou para o marido. Jasper havia deixado o nome a critério dela e Alice dizia que quando a criança nascesse saberia que nome pôr. E foi realmente assim. Tornou a olhar o corpinho quente em seus braços magros. A pele branca e o nariz redondinho.

– Tristan. Ele é o nosso pequeno Tristan. – respondeu, beijando o nariz do bebê. Tristan se remexeu, esticando os bracinhos e contorcendo os dedos de unhas quase transparentes.

– Tristan Hale Cullen. – confirmou Jasper, gostando de como soava. Era forte e ao mesmo tempo delicado. A mistura perfeita dele e da esposa.

– É um lindo nome. Bem-vindo ao mundo, Tristan. – Jessica falou, a alegria e o deslumbre presentes na voz. Ficou de pé, se aproximando do bebê e tocando sua mãozinha minúscula. Tristan lhe apertou o indicador, como se a cumprimentasse, arrancando sorrisos dos pais e da madrinha. Sim, foi um convite de Alice à melhor amiga, assim que lhe contou a boa nova.

Mostrando a que veio, o garotinho recém-nascido abriu a boca e chorou alto. Doris, que havia saído carregando a bacia com água e panos molhados, retornou. Pediu que Jessica e Jasper se retirassem, iria ajudar Alice com um banho, além de ensiná-la a amamentar o filho.

Com um beijo na testa de cada um, Jasper se despediu da esposa e do filho, dizendo o quanto estava orgulho dela. Alice sorriu, bocejando logo em seguida. Os sinais do cansaço pelo esforço antes da hora faziam-se presentes. Queria apenas alimentar Tristan, que chorava apertando os olhinhos, e dormir.

Beijou a mãozinha de seu neném, vendo Doris se aproximar e lhe dizer o que tinha que fazer.

– E o que aconteceu depois, mamãe? – a garotinha embaixo das cobertas perguntou.

Já havia se passado doze anos desde o encontro de Alice e Jasper no restaurante, onde ele a havia levado para ver a vista da cidade de Port Angeles no alto de uma colina.

Estavam formados e casados. Moravam próximo a casa dos pais de Alice, duas quadras distantes. Casaram-se depois de se formarem e, quase dois anos depois, lá estava a sementinha de amor dos dois, crescendo dentro dela.

Agora, com seus 7 aninhos, Lily não se continha de curiosidade quando o assunto era as histórias contadas pelos pais.

Alice riu, vendo os olhos de sua menina brilhando em expectativa. Lily tinha os olhos grandes e expressivos. A cor acastanhada lembrava os olhos de Jasper, por mais verdes que fossem os do marido, aqueles filetes de folhas de outono sempre estariam lá.

A garotinha tinha pele alva e nariz arrebitados como a mãe. No resto, era toda Jasper. Os cabelos claros, cortados na altura dos ombros, a segurança exalada em suas palavras, a esperteza e agilidade. Até mesmo a curiosidade por descobrir lugares novos e especiais tinha herdado do pai.

– O que aconteceu depois? – inquiriu Alice, retomando a história que contava para filha dormir – Bom, depois os anos se passaram, o bebê cresceu e se tornou um garoto muito esperto que adorava cavalgar.

– No Donavan? – perguntou a menina, esbanjando um sorriso que foi refletido no rosto da mãe.

– Isso mesmo. Os três adoravam cavalgar no Donavan. E eles foram felizes para sempre, Lily. – finalizou, vendo a careta da filha.

– Não gosto quando a senhorita termina as histórias. Conta mais uma? Por favorzinho! - pediu, juntando as mãozinhas. Piscou os olhos, quase amolecendo o coração da mãe.

– Sua safadinha. Aprendeu isso com quem? Com a Jess, aposto! – brincou, cutucando a barriga da filha. Lily se retorceu pelas cócegas, em seguida foi abraçada pela mãe enquanto regulava a respiração acelerada pela risada.

– Tia Jess sempre conta duas histórias quando eu vou dormir lá. Uma pra mim e outra pro George. – respondeu ela, se referindo ao amiguinho.

Jessica havia conhecido um aluno de intercambio quando estava no terceiro ano do curso de economia. Jeremiah era alto, negro e muito atraente. Tinha olhos castanhos intensos, sobrancelhas e lábios grossos, além de um sotaque inglês de fazer as pernas de qualquer uma bambear.

A melhor a amiga da baixinha achou que não conseguiria esquecer-se de Mike, por mais que o loiro sequer lhe dirigisse a palavra durante os intervalos. Mas isso mudou completamente quando ela derrubou cappuccino no suéter de Jeremiah.

Arrependida e completamente envergonhada, ofereceu-se para lhe pagar um café. No ano seguinte estava se mudando para passar seis meses na Escócia, fazendo um curso extra de economia na companhia do novo namorado.

Agora Jessica e Jeremiah estavam casados há dois anos e tinham um filho, o pequeno George, de 5 anos, melhor amigo de Lily.

– A mamãe contou uma história enorme, Lily! – Alice ergueu o tom de voz, fingindo indignação. Arrancou risadas da filha, recebendo um beijo estalado na bochecha.

– Tudo bem, mamãe. Eu só estou brincando. – Lily sorriu, acomodando-se de volta na cama, deitando a cabeça no travesseiro. Alice ajeitou as cobertas sobre a filha, o edredom com estampa da Branca de Neve, princesa favorita da menina.

– Ia dormir sem me dar um beijo de boa noite? – Jasper apareceu na porta. A voz aveludada e firme do marido causou arrepio em Alice. Por mais que estivessem há doze anos juntos, ainda não conseguia controlar as sensações que puramente sua presença lhe causavam.

– Claro que não, papai. – Lily bocejou, gerando risadas contidas nos pais.

Do outro lado da cama, Jasper se inclinou sobre a filha. A esposa fez o mesmo, cada um beijando, ao mesmo tempo, uma bochecha da menina. Lily sorriu satisfeita, fechando os olhinhos em seguida.

– Boa noite, mamãe. Boa noite, papai. Amo vocês. – falou, a vozinha de anjo carregada de ternura e amor.

Nem a isso Alice conseguia se acostumar.

Aquela pequena princesa, doce e bastante agitada, era fruto de seu mais puro e único amor. De um amor de séculos. Sorriu, emocionada e com os olhos, cor de oceano, marejados, enquanto o marido apagava a luz do quarto da filha, deixando apenas o abajur infantil, em forma de pônei, aceso.

– Boa noite, meu amor. – disse baixinho. A mão sobre o peito, sentindo o coração transbordar de amor e alegria pela vida que havia alcançado. Uma vida que sequer imaginou.

Tinha um emprego ótimo como professora na mesma universidade que estudou. O marido havia sido convidado para fazer parte de uma pesquisa relacionada à história medieval, começando pelas catedrais italianas. Dali a três meses ele estaria viajando para passar mais três meses fora.

E havia Lily. Por mais que achasse que não estava pronta para ser mãe, que sequer gostava de brincar tanto de bonecas quando criança, ela abraçou com todas as forças a notícia da gravidez. Amou sua garotinha antes mesmo de saber o sexo e chorou quando a sentiu chutar pela primeira vez.

Podia dizer que sua vida era completa, boa e feliz. Não mudaria nada e faria tudo outra vez.

– No que está pensando? – Jasper interrompeu seus pensamentos, envolvendo a cintura fina dela e lhe beijando a nuca, fazendo seus cabelos curtos dali eriçarem.

Alice sorriu, virando-se de frente para o marido e passando os braços em torno de seu pescoço. Os dois estavam no quarto do casal agora, preparando-se para dormir.

– Em como nossa vida é perfeita. Em como eu fiz bem em aceitar sair com você logo de cara e em como amo você e a Lily. – respondeu. Seus olhos azuis carregados de certeza e agradecimento.

O sentimento que emanava de Jasper era recíproco. Alice viu o marido sorrir daquele jeito que lhe faltava o ar, fazia seu peito subir com a respiração acelerada e a vontade de tocar cada centímetro da pele levemente bronzeada dele se tornar incontrolável.

– Tenho certeza que sou o homem mais sortudo do mundo. Minha avó teria orgulho de mim. Nattie teria adorado conhecer você e nossa filha. – afirmou, recordando-se da avó. Sentia sua falta todos os dias e imaginava o que diria quando o visse tão apaixonado.

– Nós também teríamos adorado conhecer a mulher que criou o homem mais importante das nossas vidas. – disse Alice, esticando-se para beijá-lo. Seus lábios rosados tocaram os de Jasper e ela se entregou a maciez saborosa que eles lhe proporcionavam.

– Ela teria dito que você é minha Julieta. – Jasper falou de repente, interrompendo o beijo. A frase arrancou um sorriso apaixonado da esposa e os olhos encantadores e cristalinos dela brilharam como céu de verão.

Ele guiou a mulher até a cama, deitando-se sobre ela. As pernas de Alice se entrelaçaram as deles e logo o beijo se tornou urgente, fogoso e repleto de carícias deliberadas pelas mãos ansiosas do casal.

Os dedos, com unhas cumpridas pintas de vinho, enroscavam-se aos cachos suaves dele. As mãos firmes dele apertavam com determinação e possessão o quadril dela, reivindicando para si algo que já era completamente dele. Um gemido baixo escapou da garganta do rapaz e a morena abriu os olhos, segurando o rosto do marido.

– Você é meu Romeu, Jasper. Sempre vai ser. Não importa quantas vidas vivermos. Você sempre vai estar lá para me amar. – a voz doce e convicta dela, emoldurando o clima quente e apaixonado do casal, o fez beijá-la nos lábios com sofreguidão.

Era isso. Jasper sempre estaria lá para amá-la, cuidá-la e protegê-la. Dar a Alice algo que ela mesma jamais imaginara ser merecedora de receber. Que sequer imaginou existir. Um sentimento muito maior que o descrito pelas pessoas ou autores de romances.

E ela sempre estaria lá para recebê-lo. Apoiá-lo, cuidá-lo também. Proporcionado toda felicidade que era capaz ao amor de sua vida. De suas vidas.

Não importava quanto tempo passasse, porque eles eram jovens quando se viram pela primeira vez.

Ele era seu Romeu e ela sua Julieta.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Tanto no presente, quanto no passado, tiveram suas felicidades e construíram uma família linda. Eu gostei e vocês?
Bom, foi isso. Obrigada quem deu uma chance a NHDA.
Beijo, beijo.



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