Será que ela é? escrita por Didilicia


Capítulo 6
Capítulo 6




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Ela estava tensa outra vez. Esperava que ele desse o passo seguinte, o que não demorou muito a acontecer.

House continuava falando muito devagar, enquanto se apoderava milímetro a milímetro da confiança do corpo dela.

Enquanto falava nas sombras, acariciou-lhe a curva do pescoço com a ponta dos dedos, depois tocou-lhe levemente na alça do vestido.

Quando sentiu que a tensão cedera, encostou sua boca na dela e deu-lhe o beijo que ele tanto esperava por retribuir, desde a última vez que ela havia tomado a iniciativa.

Ao fim de um momento tornou-lhe a agarrar a mão, e então sentiu-a quente e solta, embora ainda úmida. Ficaram outro momento silenciosos e imóveis, ele aguardando a ocasião para o passo seguinte (não ousava estragar tudo outra vez), ela a espera-lo sem saber por onde, enquanto a escuridão se ampliava com sua respiração cada vez mais intensa.

Por um momento, Cameron alegrou-se de estar às escuras. Sentia como se um abalo sísmico de apoderasse do seu coração ao mesmo tempo em que o rubor tomava conta de sua face.

Os dois já haviam percorrido toda a sala, chegando enfim ao quarto dela. Apenas uma pequena fresta de luz vinda do outro aposento, invadia o ambiente. Eles ainda podiam ouvir a música tocando.

House a cobria com beijos inocentes, sentia como se uma emoção jovial e criminosa lhe inundasse o peito. De súbito, ouviu a respiração dela ficar regular e serena.

Ela não soube dizer como sua mão chegou até o peito dele, para depois deslizar, com uma graça infantil, à procura da mão dele, perdida na pouca luz.

Mas ele não deixou que os dedos de novo se entrelaçassem, agarrando-lhe o pulso e conduzindo a mão dela ao longo do próprio corpo com uma força invisível, mas muito bem dirigida.

Ao contrário do que ele imaginou, mesmo ao contrário do que ela própria teria imaginado, ela se deixava conduzir por todos os lugares, entregue a uma obediência de aluna exemplar.

Num momento oportuno, ele sugeriu que aquilo era mais fácil com a luz acessa. Ia acende-la, mas ela lhe deteve o braço, dizendo “eu vejo melhor com as mãos”.

Na realidade, ela desejava acender a luz, não pretendia perder nenhuma cena, mas queria fazê-lo ela própria e não recebendo ordens, e assim foi.

Mais tarde, quando deitada, ela sorriu divertida, de um modo tão natural, como tantas vezes ele a havia visto sorrir por motivos vãos. Ele a abraçou e a beijou na boca, sentindo o perfume suave que fazia ele distingui-la entre todas as mulheres do mundo. Ela se agarrou ao pescoço dele e beijou mais forte, até gastarem no beijo todo o ar de respirar.

Naquela noite, nenhum dos dois se equivocou.


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