Never Again escrita por CathPereira, letstrabach


Capítulo 8
Capítulo 7 – Sou perdoado?! (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

peço imensas desculpas pela demora ...



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Subi a colina.

À beira do pinheiro, que outrora tinha sido Thalia e onde se encontrava o velocino de ouro neste momento, encontrava-se o dragão Peleus que guardava este último. Os seus olhos seguiram-me desde a base da colina até ao topo, transmitindo-me uma sensação de acolhimento, como se me dissesse:

“Bem vindo de volta, rapaz!”

Uma estranha alegria invadiu-me e, de repente, todos os meus problemas me pareceram insignificantes face à minha alegria por voltar ao meu verdadeiro lar, com meios-sangue iguais a mim que não se davam bem na escola, talvez os filhos de Atena fossem uma excepção à regra, porque em qualquer escola que fossem tiravam ainda melhores notas que os comuns mortais, apesar de termos deficit de atenção e uma mente disléxica, programada apenas para ler em grego. Talvez isso fosse derivado da sua grande inteligência, sabedoria e justiça, qualidades que herdaram de sua mãe.

Lá estava eu outra vez a divagar. Não sei como é que a minha mente se desvia tantas vezes dos assuntos principais. É claro que pensar nas qualidades de Annabeth é sempre bom, mas …

A bolha de felicidade que me rodeava estourou mal eu me lembrei de Annabeth, e a realidade cruel do que eu lhe tinha feito atingiu-me. Possivelmente, eu nunca mais faria as pazes com ela. Para ser ainda mais irónico eu tinha duas missões ao mesmo tempo, numa tenho de achar o tridente de meu pai, noutra tenho de fazer algo que desconheço, uma vez que o Oráculo não especificou o que nós seis faremos. A que mais me preocupa é esta última, por causa de algumas linhas da profecia, tais como “Mas nenhuns sobrarão”, será que quererá dizer que morreremos ou terá outra interpretação? Outra linha da profecia que me desconcerta é “E apenas um assumirá”, mas assumirá o quê? E outra “O que mais temem acontecerá” o que nós mais tememos? a mais preocupante de todas é “Enquanto que um verá os outros fracassar” quem será que irá os outros a fracassar? No que fracassarão?

É por esta razão que odeio profecias. Elas nos deixam com a cabeça à roda, porque são demasiado confusas, mas esta é a mais estranha de todas. As profecias servem para baralhar a nossa mente, estas nem sempre fazem sentido até que se concretizem e, por vezes, deixam-nos entorpecidos pela angustia, são semelhantes a um ácido que nos corrói por dentro a pouco e pouco.

Lembro-me perfeitamente que eu me agoniava com uma profecia que previa o sacrifício de alguém quando um dos filhos dos Três Grandes atingisse os seus 16 anos. Naquele tempo, pensava que era eu que seria sacrificado, quando afinal fora Luke que morreu no dia em que fiz dezasseis anos.

Decidi deixar, por instantes, as preocupações de lado e atravessar as fronteiras mágicas do Acampamento.

Andei durante algum tempo, até que me deparei com os chalés. Quando alguns me viram começaram a murmurar e a apontar para mim, até que se estabeleceu um silêncio de morte, em que eu era o centro das atenções.

A disposição dos chalés tinha mudado drasticamente. Agora em vez de se disporem em U, formavam um rectângulo, com a adição de chalés para os filhos dos deuses menores e para os filhos de Hades, uma vez que este antigamente não tinha nenhum chalé que o representasse.

Os campistas examinavam-me curiosamente. O acampamento encontrava-se cheio de novos meios-sangue, alguns com os seus 15 anos, provavelmente os que seriam filhos de deuses menores, uma vez que antigamente esses não entravam no acampamento pelo facto de que os monstros não os incomodavam e alguns não saberem as suas origens, mas agora com a promessa que eu obrigara os deuses a cumprir, todos os semi-deuses vinham cá parar aos 13 anos, mesmo que fossem filhos de deuses menores.

As ninfas curiosas começaram a aparecer, assim como os sátiros.

- Percy! – gritou uma voz muito conhecida para mim.

Ao longe vinha o meu melhor amigo e protector, Grover Underwood, a correr com as suas pernas de bode. Ele é um sátiro. Os seus cornos tinham crescido bastante desde a última vez que o vira e agora seria impossível tapá-los com um boné como ele fazia antes.

- Grover! – gritei em reconhecimento.

Este estava já bastante próximo a mim e quando me alcançou deu-me um enorme abraço.

Atrás dele encontrava-se a sua namorada Júniper, uma linda ninfa dos bosques.

Ele largou-me e perguntou-me:

- Como vais?

- Bem …

Olhei para os lados e reparei que alguns campistas já falavam inaudivelmente com o companheiro(a) apontando para mim. A maioria era filhas de Afrodite, uma vez que estas para falarem dos outros estão sempre prontas. Se precisasses de alguém para espalhar uma notícia ou um boato, dirige-te a uma delas e verás que nas próximas duas horas já o Acampamento todo saberá.

Bufei impacientemente. Apetecia-me matar alguns campistas ali presentes que me encaravam com raiva e desprezo, principalmente os filhos de Ares e alguns filhos de Nêmesis. Os primeiros encaravam-me assim porque eu à alguns anos atrás humilhara o seu pai num confronto, derrotando-o. Acho que estes últimos era por causa do meio-irmão Ethan Nakamura, que morrerá na batalha do Olimpo após ter tentado matar Cronos, mas antes disso ele estivera do lado dele e tentara matar-me várias vezes e eu atacava-o sempre que podia. Conseguia entender a atitude a atitude dos seus irmãos porque a mãe deles, Nêmesis, era a deusa da vingança e do equilíbrio. Só alguns me olhavam desse jeito, mas suponho que uns tinham optado pela parte do equilíbrio. Tinha de ter cuidado com os que queriam vingança, porque mal surja a primeira oportunidade sei que não hesitarão em me atacar pelas costas.

Grover, que entretanto ficara farto dos olhares, começou a arrastar-me pelo braço, para longe da multidão de semideuses, apenas Júniper nos seguia.

- O que tens andado a fazer ultimamente?

Contei-lhe resumidamente o que me acorrera neste ano em que estivéramos separados, omitindo apenas o desastre do meu reencontro com Annabeth e Nico e a minha visita ao reino do meu pai, este último omitira porque uma voz no meu subconsciente dissera: Não contes a ninguém o que se passa nos meus domínios. Percebi imediatamente que a voz pertencia ao meu pai. Fiquei curioso para saber porque é que ele não queria que eu contasse ao meu melhor amigo. Porque eu não quero que ninguém saiba que o meu reino está fraco. Se os inimigos souberem usarão isso a seu favor. Tu bem sabes, meu filho, que os titãs não podem ser inteiramente derrotados e eu não quero, por isso, que a notícia se espalhe para eles não se aproveitarem desta fraqueza e tentarem destruir o Olimpo outra vez. Acredito que quem roubou o raio de Zeus roubou também o meu tridente e confio na palavra de Hades para saber que não foi o filho dele. Assenti nos meus pensamentos. Sabia que poderia confiar em ti meu querido filho. És o meu filho preferido. Nenhum se igualou a ti, antes. Corei e Grover começou a olhar para mim confuso. Para disfarçar comecei a olhar ao redor e a encarar as pessoas que me olhavam. Acho que escapei de fazer figura de parvo porque o Grover não perguntou nada ou então não ligou.

O silêncio incomodava-me um pouco, até que Grover resolveu fazer uma pergunta que eu preferia evitar.

- Porque é que a Annabeth e o Nico chegaram antes de ti se eles tinham ido buscar-te?

A curiosidade era evidente na sua voz, o que me levou a concluir que ele já tinha feito essa pergunta aos dois mas que nenhum tinha lhe dado uma resposta.

Comecei a pensar numa resposta plausível, ia dizer que tinha ido fazer uma visita ao reino de meu pai quando ouvi outra vez a sua voz: Não lhe digas que me vieste visitar senão ele ficará curioso e quererá saber a razão pela qual me vieste visitar. Inventa outra coisa ou então diz-lhe que te zangaste com a filha de Atena e o filho de Hades, embora saiba que não quererás admitir ao sátiro que magoaste os teus amigos. Fica à tua escolha, quaisquer que sejam as tuas decisões serás sempre o meu filho. Não sei o que lhe dizer, por isso optei pela resposta mais simples e menos inteligente. Só rezo aos deuses para que ele não faça outra pergunta.

- Tive que fazer umas coisas ….

- Que coisas?

Estou a ver que não adianta de nada as minhas preces.

- Tive … tive que resolver uns problemas da minha mãe.

Espero que esta desculpa cole. “Por favor!” Pedi silenciosamente aos deuses.

A minha sorte é que neste preciso momento estávamos à porta da Casa Grande, e esta foi aberta bem na hora em que o meu amigo sátiro ia continuar com as suas perguntas.

Lembrei-me que como sátiro ele era capaz de ler as emoções dos humanos e semi-deuses. Para meu azar ainda existia a nossa conexão empática que me ajudara a salvá-lo, certa vez, e que lhe possibilitava obter uma melhor leitura dos meus sentimentos e dos meus pensamentos. Arrepiei-me involuntariamente ao constatar que ele se quisesse poderia saber todos os meus pontos fracos, principalmente o meu ponto de Aquiles, e se ele fosse meu inimigo o usaria a seu favor. Nunca quero ter o Grover como inimigo.

A minha visão foi nublada por uma cabeleira ruiva. A minha mente processou apenas que Annabeth se encontrava atrás da Rachel, dona da cabeleira ruiva que neste momento me tentava asfixiar com o seu abraço. Ela olhava para mim fixamente. Os seus olhos encontravam-se num tom cinzento-escuro, o que poderia significar que ela ou se encontrava com raiva, ou com medo, ou nervosa, ou ressentida, ou apreensiva, ou então tudo junto. Encarei-a temeroso. A imagem dela a ser morta por mim, no meu sonho, aflorou-me à mente e eu estremeci, ciente de que todos os presentes daquela sala me encaravam fixamente. Sabia do fundo do meu coração que nunca faria aquele sonho se tornar real, porque, incrivelmente, Annabeth tornara-se o ar que respiro e se ela não respirasse, também não seria eu que o faria. Lembro-me perfeitamente que quando ela me defendera e recebera a facada, destinada a mim, pela mão de Ethan Nakamura, eu praticamente enlouquecera de angústia por não saber se ela ficaria bem. Acho que tinha sido por volta dessa altura que eu percebera que gostava demasiado dela e que começara a construir uma relação forte com ela e o primeiro passo tinha sido contar-lhe o meu ponto de Aquiles, o qual só nós dois sabíamos.

- Percy?!

Senti algo a embater-me na face e “acordei” para a realidade.


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Notas finais do capítulo

ahhhhhh!!! finalmente postei algo ... nao sei quantas partes o capitulo vai ter mas será grande .... eu estou cheia de provas e de trabalhos por isso nao tenho tido muito tempo para escrever ....

estou à procura de beta pq a minha co-autora leti não tem estado presente ... por isso quem estiver interessado clica no botaozinho abaixo e diz-me ...

nao sei quando voltarei a postar ...

façam uma autora feliz e recomendem a fic ou deixem as vossas opiniões...



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