Easy is boring escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 3
Respostas afiadas


Notas iniciais do capítulo

Postei super rapidinho porque o capítulo já estava pronto! Esse título ficou tão péssimo que nem sei o que dizer, exceto que o capítulo NÃO está ruim como o título kkk. No próximo capítulo tenho super novidades, e sei que vocês vão querer me matar (ou não), então aproveitem!



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O irmão esquisito da Cat abriu a porta para mim, e logo me pediu para cheirar os pés dele. Um pouco assustada e intrigada, desviei-me dele e subi as escadas até o quarto da Cat. Ouvi ela dando risadinhas antes de abrir a porta, e pensei que ela estivesse falando com a girafa de pelúcia, mas quando entrei, fui surpreendida pela presença nada inestimável de Robbie.

— Mas o que... — eu não terminei a frase, já que os dois se colocaram a explicar ao mesmo tempo.

— Só estávamos brincando de pirata. — Cat esclareceu.

— Eu percebi. — apontei para a fantasia ridícula de pirata do Robbie e o tapa-olho da Cat. — Pensei que não gostasse do pirata do Robbie.

— Eu fiz umas mudanças. — Robbie murmurou antes de jogar a mochila sobre os ombros e se despedir. — Eu tenho que... hã... Rex precisa de um banho!

— Tchau! — Cat cantarolou, retirando o tapa-olho.

Fechei a porta e arqueei as sobrancelhas para ela, provocando.

— Pode parar, Jade! Eu e o Robbie somos só amigos.

— Amigos que brincam de pirata sozinhos no...

— Por que você está aqui?! — ela exclamou enquanto sentava-se na cama. — Podia ter me avisado que faríamos uma festa do pijama.

— Pra quê? Pra você chamar a Tori e estragar tudo?

— Você é minha melhor amiga. Podemos ter uma festa do pijama sozinhas quando você quiser! — ela riu, colocando os braços em volta de mim.

— Não! — gritei, empurrando-a.

— Certo... — ela ficou em silêncio, enrolando os cachos nos dedos. — E você não tinha que estar num encontro com o Beck?

— Já acabamos, espertinha. Posso dormir aqui? E tomar um banho?

— Banho principalmente, você está suada.

— Eu não suo! — berrei.

— Você veio andando até aqui?! Por que o Beck não te deu carona?

— Digamos que não tivemos a diversão de nossas vidas lá.

— E ele te deixou a pé? Beck não é de fazer isso.

— Claro que não, Beck é um príncipe encantador romântico que é sempre tão educado e gentil! — vociferei, exasperada. Cat se encolheu. Me senti culpada por tê-la assustado. — Desculpe, eu não estou me sentindo muito bem. Vou tomar banho.

Cat se acalmou depois de jogarmos papo fora, comigo ignorando todas as tentativas dela de me fazer desabafar sobre meu encontro com Beck. Ela me falou um pouco sobre Robbie, e mesmo sem ela admitir, eu sabia que ela tinha sentimentos amorosos por ele. Apesar de acha-lo um cara estranho e nada atraente, ele com certeza respeitava-a demais. E eu me importava muito com isso. Cat era inocente e meiga, e eu, como sua amiga, tinha medo de um homem qualquer abusasse dessa delicadeza.

— Estou com sono agora. — ela bocejou. — E temos aula amanhã.

— Boa noite então.

...

Me dei conta de que já que não fui de carro para casa de Cat, eu seria obrigada a pegar uma carona com o irmão dela para escola. Os pés de manequins que encontramos no porta-malas numa viagem a San Diego estavam agora no banco traseiro. Afastei-os para o lado para me acomodar lá atrás, prendendo a corda ao redor da cintura como se fosse um cinto de segurança.

O caminho inteiro foi uma tortura. O irmão dela gritava com as árvores no caminho, e em um determinado momento, os pés caíram todos em cima de mim. Quando chegamos, eu estava esgotada.

No terceiro horário, fui ensaiar a peça de Sikowitz. Eu havia planejado uma encenação convincente de namorada do Beck, do tipo carinhosa. Eu era uma ótima atriz e sabia que conseguiria, apesar de nosso encontro ter sido um fracasso. Mas quando ele se aproximou para beijar minha boca, eu virei o rosto, e ele beijou minha bochecha. Ouvi Sikowitz grunhir, e os olhos castanhos doces de Beck encontraram os meus, e estavam tristes.

— Posso parar por cinco minutos? — indaguei.

— Jade, suponho que meu plano de fazer vocês dois saírem num encontro não deu muito certo. Essa é nossa última semana de ensaio, preciso que você colabore!

— Sikowitz, eu... — comecei a me explicar, mas ele me interrompeu:

— Exercício rápido de atuação! — ele gritou. — Tori, diga a todos algo que você preza em alguém com quem você mantém um relacionamento amoroso. — eu abri a boca para perguntar qual era o objetivo disso, mas ele me calou com um gesto.

— Ahn... Não sei. Fidelidade? — bufei, jogando a cabeça para trás.

— Quem liga para o que ela acha? — perguntei.

— E você, Beck? — Sikowitz continuou, me ignorando.

— Bem, eu gostaria de uma namorada que colaborasse comigo, sabe? Que não discutisse com tudo. — a “indireta” nem tão indireta me atingiu em cheio. O resto da turma arquejou em conjunto, e depois fez silêncio.

— Jade. — Sikowitz apontou para mim. Eu precisava responder à altura, e não precisei de muito tempo para pensar.

— Eu queria um namorado que me defendesse quando os outros me insultam.

— E eu queria uma namorada que não surtasse por qualquer coisinha. — ele nem esperou o professor dar a deixa para continuar. Era a mesma frase que ele usou comigo no armário do zelador, na semana em que terminamos.

— E eu um namorado que não flertasse com minha amiga quando eu estivesse acatando a oportunidade da minha carreira! — exclamei, a voz carregada de raiva e frustação.

Todos olhavam de mim para Beck, as bocas entreabertas com meu comentário. Ninguém realmente sabia do que eu estava falando, apenas ele e Tori. Senti a fúria borbulhar no meu âmago. Por causa dele eu havia me exposto a uma classe inteira. Me senti humilhada, então peguei a mochila no chão e corri para a saída, não parando até chegar ao armário do zelador, onde me sentei e deixei que as lágrimas escorressem livremente pelo meu rosto.

Pov Beck

Jade correu para fora da sala, deixando todos boquiabertos com seus comentários. Eu quis correr atrás dela, mas não tinha certeza do que faria a seguir. Brigar com ela por me humilhar desse jeito? Pedir desculpas por ser um idiota? Ser dominado pelos meus sentimentos divergentes em relação a ela e beijá-la?

— Do que ela estava falando? — André questionou o que todos queriam saber.

— Ela disse que você flertou com uma amiga dela. — Robbie repetiu o que todos já ouviram, apontando para mim.

— E se eu nunca flertei com você... — Cat continuou a linha de raciocínio, que todos agora seguiam.

Subitamente, todos fitaram Tori acusadoramente. Ela riu sem graça, mas logo parou. Todos agora sabiam.

— Ela me chamou mesmo de amiga? — Tori perguntou, sorrindo abobada, ignorando a real questão ali.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Eu sei que alguns podem pensar que a Jade não ta sendo ela mesma, chorando desse jeito, e eu odeio fics que tiram aquela indiferença da Jade, mas isso aqui foi necessário, porque ela também não é de ferro né? Obrigada por lerem! Comentem!