Amor De Verão Nunca Foi Clichê escrita por Dorothy Bass


Capítulo 3
A amiguinha enjoada do meu irmão.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus lindos leitores, tudo bem? Queria dizer que estou muito feliz com o número de acompanhamentos, e muito triste porque não recebi review :( estou meio bipolar, não sei o que sentir hahaha mas tudo bem! Mas lembrem que um review sempre deixa um escritor motivado e feliz!
E... Eu espero que gostem do capítulo. Sinceramente, eu não gostei taaaaaaanto assim, mas ele era necessário, e o Anthony narrando é a coisa mais sexy desse mundo, então...
Sim, eu já estou apaixonada pelo meu personagem.
Boa leitura!



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Capítulo dois.

POV Anthony Hoffman

– Tá fazendo o que aqui? – Jessika perguntou, sorrindo e jogando o cabelo pro lado enquanto vinha em minha direção. Em qualquer outro dia eu acharia isso muito sexy, mas hoje não é “qualquer outro dia”. Hoje é um dia que amanheceu pra ser uma merda. Sim, eu tô puto.

– Hum... – comecei, olhando para o meu prato de café da manhã bem na minha frente. – Jogando xadrez, não tá vendo? – respondi, irônico. Hoje meu humor não tá nada bom, e a minha paciência pra aturar a Jessika se jogando em cima de mim está bem, mas bem pequena. Ela revirou os olhos e veio para trás de mim, se inclinando e dando um beijo estalado na minha bochecha.

– Sério, Tony... – ela falou e ficou ali, inclinada, me olhando. Minha cara de bosta não era o suficiente pra expulsar aquele ser humano dali, não? Tantos lugares pra ela ir naquele acampamento gigantesco, e tantos monitores e coordenadores tomando café da manhã no refeitório, e ela tinha que vir falar justo comigo? Minha seduzência deve ser forte demais pra resistir.

– Cheguei ontem de noite pra encontrar meu pai antes da temporada começar. E não tava afim de vir no ônibus com o resto do pessoal. Pronto, pode ir embora. – expliquei do modo mais resumido que podia, tentando antecipar aquela parte em que eu fico sozinho de novo.

Na verdade mesmo, não tinha nada a ver com ônibus. Eu só queria vir pra cá antes que meu pai estivesse ocupado demais pra olhar pra minha cara. Consegui um abraço e dois minutos de conversa. Um minuto ontem, na hora em que cheguei, e um hoje, quando acordei. Eu dou mais atenção pro meu professor de Literatura Estrangeira em uma aula do que meu pai me da em um ano inteiro. E Literatura Estrangeira é minha primeira aula da segunda-feira. Imagine.

Deixei de vir em um ônibus cheio de amigos meus pra poder vê-lo antes, e o que eu ganhei em troca foi uma Jessika me olhando mastigar meu misto quente enquanto espreme os peitos entre os braços bem do lado do meu prato. Por que ela sentou ali, mesmo?

– Se importa? – perguntei, revezando meu olhar do rosto dela para seus peitos – que estavam quase tocando na minha comida. Ela entendeu e encostou na cadeira, se afastando. – Você não tem nada pra organizar não? Bexiga pra encher, rosto pra pintar, uniforme pra colocar?

– Falta só o uniforme. – ela disse.

“É, eu reparei. Essa sua regata não cobre nem os peitos direito, não deve fazer parte do uniforme.”, pensei, mas o que saiu da minha boca foi um simples e seco “ah”.

Vi que ela pretendia começar a falar novamente, mas foi interrompida pelo som de um ônibus que se aproximava. Ela e todos os outros monitores saíram correndo para recepcionar os acampantes, e eu tratei de engolir rápido o resto do pão que tinha no prato, pra sair correndo para a varanda ver meus amigos chegarem.

Gabriel, Hans, Daniel... e depois disso só vi alguns corpinhos borrados. Ai Deus, por que eu tenho que ter esse grau de miopia? Tudo bem que eu podia resolver meus problemas usando óculos, mas isso estava fora de cogitação. Pra que estragar um rostinho lindo desses colocando um óculos?

Fui andando, apressado, em direção a todo mundo. Cumprimentei quem eu conhecia – não todo mundo, já que eu teria dois ônibus inteiros pra cumprimentar e não tenho tempo pra esse tipo de coisa – e fui direto falar com o Dan, meu melhor amigo. A única pessoa em quem eu confio. E isso foi muito gay.

– Olha só, miss Greighton Camp. Não queria se misturar com a ralé? – Daniel falou, com um sorriso no rosto, e me cumprimentou.

– Para de ser besta, moleque. Mas vem cá – comecei a falar mais baixo, e coloquei meu braço em volta do pescoço dele, puxando-o para mais longe das pessoas. – Me conta o que você observou. Sabe como é, não ir no ônibus tira um pouco do meu tempo de análise.

– Ah, cara, não tem muita coisa nova, não. Tem as meninas do nosso colégio, e mais umas sete que eu não faço ideia de quem sejam. Uma delas quase perdeu o ônibus, teve que sair correndo atrás, gritando, pro motorista parar. – ele falou, e eu ri muito. Eu decido não ir com todo o resto e uma coisa hilária dessas acontece? – é a menina que tá de amizade com o teu irmão agora. Eles falaram o caminho todo, que raiva desses dois. Nem dormir eu consegui.

– Meu irmão? Tá de amizade com uma menina? Essa é nova.

– Pois é... Olha. É aquela ali do lado do Fred. – ele falou, e eu procurei meu irmão em meio a multidão. Quando o achei, meus olhos foram diretamente para a menina ao lado dele. O cabelo dela era castanho, o decote tava bonito e... Tem mais alguma coisa que da pra descrever em uma mulher?

– Hum... Acho que vou dar um oi pro meu irmão. – falei e deixei Dan pra trás enquanto ele ria. Sou descarado mesmo, e não tô nem aí.

– Se não é o meu querido irmão Frederico! – Falei, batendo nas costas dele, mas o tempo todo meus olhos estiveram em cima da morena. Ah, e sobre “Frederico”... Fred odeia quando eu o chamo de Frederico ao invés de Frederick. – E você...? – perguntei, mas a menina não me respondeu. Parecia mais uma estátua ali. Branca e imóvel. – Tá precisando de uma aguinha? Ou teu rosto ta branco por falta de sol mesmo?

– Depois a gente se vê, Fred. – falou, seca, assim que descongelou da pose de estátua que ela estava antes. A morena acabou de me ignorar?

– Podia ter arrumado uma amiguinha mais educada, cê não acha não? – falei pro Fred, e saí andando, deixando-o ali sozinho. Eu, hein. Não to aqui pra aguentar menina de TPM não.

***

Meu pai estava em cima de um muro com alguns papéis nas mãos, com toda a equipe de monitores atrás. Eles já tinham separado os acampantes por idade. Pessoas de 7 a 14 anos foram para a área A do acampamento, que ficava do lado esquerdo do refeitório. O refeitório era como um ponto central do terreno gigante. E o resto, de 15 a 18 anos, ficaria na área B, e lá a gente estava.

Estávamos na frente das casas onde dormiríamos. Eram três, dispostas uma do lado da outra. Não era exatamente uma casa, já que só tinha quarto e banheiro, mas por falta de palavras para explicar, vai “casa” mesmo! Desculpa, não sou um cara de vocabulário muito extenso.

– Galerinha, é o seguinte: agora a gente vai distribuir vocês nos quartos e passar algumas regras do acampamento, tudo bem? – a voz grossa do meu pai se pronunciou. – Temos três casas, e cada casa tem dois quartos. Em cada quarto tem espaço para quatorze pessoas, mas nem todos esses espaços vão ser preenchidos. Nessa temporada só vamos ocupar dois dos chalés, e a divisão vai ser muito simples: no chalé “Um” ficarão as meninas. Meninas de quinze e dezesseis anos no quarto A, e aquelas com dezessete e dezoito anos vão para o B. No chalé “Dois”, ficarão os meninos. No quarto A, meninos de quinze e dezesseis anos. No B, dezessete e dezoito anos. Nós não gostamos muito de estender a parte das regras, então vou ser bem direto, pra gente poder começar logo com a parte divertida. Aqui, deve-se respeitar o outro. Qualquer tipo de comportamento agressivo ou inadequado será punido com a expulsão do acampamento. Meninos não são permitidos no chalé das meninas, e vice-versa. – ele falou, e pôde-se ouvir um alto e longo “aaaaah!”. Sou culpado nessa.

E, enfim, ele terminou aquelas regras que eu já sabia de cor e não aguentava mais ouvir, e nós fomos mandados pros nossos quartos. Como sempre, o horário entre a chegada e o almoço era livre: a piscina, os campos de futebol, vôlei e basquete estavam liberados, assim como a sala de jogos. E eu, é óbvio, ia jogar futebol. Joguei minhas malas na cama de cima de um dos beliches – eu havia dormido na casa do meu pai (sim, ele tem uma casa no terreno, já que ele mora aqui), por isso minhas coisas ainda não estavam lá ,peguei as chuteiras e saí o mais rápido possível pro campo, onde um monitor esperava todo mundo com a bola.

Fiquei observando os moleques escorregarem o barranco pra chegar mais rápido no campo. Cada um que chegava escorregava, e se juntava a nós. Mas achei estranho quando vi um borrão cabeludo ao longe, no alto do barranco. É impressão minha ou aquele cara ta usando um rabo de cavalo? Apertei os olhos para tentar ver melhor o borrão, que agora tinha descido o barranco correndo e pulado pra dentro do campo. À medida que ele se aproximava, eu via melhor: o borrão era uma menina. E essa menina era a amiga enjoada do meu irmão.

– Ah, tá me zoando, né? – perguntei, rindo. – A piscina fica do outro lado do acampamento. – falei, arrancando alguns risos e ganhando uma cotovelada do Daniel. De onde surgiu esse menino e pra que tanta violência? A menina estava me fuzilando com os olhos. E me ignorou de novo. Ah, qual é? Ela é muda?

– Daniel, pode começar a escolher pra gente? – James, o monitor que estava com a gente lá, pediu. Daniel parou e observou todo mundo, como se não fosse ser óbvio quem ele escolheria. Eu, dã.

– A menina nova. – ele falou, sorrindo. Oi?

– Você sabe que não precisa perder um jogo escolhendo a menina pro seu time pra conseguir ficar com ela, né? – falei, arrancando mais risos daqueles caras que não estavam ocupados conversando entre si. Nem arrisquei olhar pra morena, tentando evitar uma morte precoce causada por um olhar letal, mas sabia que ela estava andando pra ficar junto de Daniel.

– A gente não vai perder. Ele escolheu bem o pacote. – ela falou quando passou ao meu lado. Daniel soltou um riso fraco. Olha só quem sabe falar! E olha só quem quer arrumar confusão comigo.


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Notas finais do capítulo

E ai gente? O que acharam do Anthony? Querem ver foto de como eu imagino ele? E a Sophie, o que acharam do jeito que ela ta tratando ele?
Deixem reviews pelamor haha e peço perdão se não ficou tão bom esse, eu prometo que vai ficar beeeeem mais legal! Não me abandonem!



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