Aqui é Andy, tenho 6 anos, é meu primeiro dia de aula, blá, blá blá.

Indo ao que interessa, minha ‘irmã’ Mary chegou em casa meio estranha. Ela não gritou comigo, não reclamou da bagunça, não perguntou como foi meu primeiro dia... Bem, não que eu quisesse que ela fizesse isso, meu primeiro dia de aula foi um saco e eu bagunço tudo todo dia.

A questão é que por mais que eu não diga nem goste de demonstrar, eu me preocupo com ela.

Ela chegou com uma expressão confusa, mas logo que me viu a encarando arrumou o rosto e a postura e foi pro quarto.

– Querida, como foi seu dia? – disse mamãe, mas ela não esperava resposta, e não a teve, simplesmente continuou a assistir TV.

Fui até o quarto dela tentar irritá-la um pouco pra ver se ela saía daquele jeitão estranho, encontrei a porta entreaberta e, ao entrar, a vi deitada na cama olhando o teto.

– Como foi seu dia, querida? – Eu disse imitando mamãe apenas pra que ela me notasse ali. Ela me ignorou como se eu fosse apenas vento.

Eu poderia avisar à mamãe que tinha algo de errado com Mary, mas ela não acreditaria em mim, não se importaria e não faria nada de útil. Não me entenda errado, eu amo aquela mulher, é a melhor mãe do mundo, mas se eu quero que algo seja feito, não posso contar com ela.

Resolvi fazer algo que com toda a certeza a faria ter alguma reação, abri o notebook de Mary.

– Não se atreva a menos que queira ser jogado janela abaixo!

Uma pequena observação: nossos quartos ficavam no segundo andar, mas não me assustei, estava acostumado.

– Suas primeiras palavras ao chegar em casa, essa minha irmã é tão doce – eu disse sorrindo sarcasticamente.

– O que você quer Andy? Eu não estou bem hoje. – Ela disse com aquele tom de voz que significa “saia em três segundos ou vou te esgoelar”. Demais! Estava chegando onde queria.

– Não está bem? Você jura? Nem percebi. – Disse erguendo as sobrancelhas.

– Andy, cai fora do meu quarto. AGORA!

– Qual o nome dele?

– Dele quem?

– Do garoto que veio pra casa com você. Ele é tão feio, você tem um péssimo gosto.

Ela me encarou por dois segundos sem expressão. Geralmente ela faz isso quando está querendo esconder algo. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa eu disse:

– Mamãe viu você e o garoto feio também, ela disse que ele é estranho, mas o que vale é o coração. – Mandei um beijo e saí correndo a tempo de desviar do sapato que ela jogou furiosa.

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Nelson chegou em casa e ficou por lá, pensando na vida e em todas as outras coisas. Era tudo o que podia fazer sozinho naquele casebre caindo aos pedaços.

Sua mãe deveria estar em algum bar “trabalhando”, seu pai os abandonara.

Nelson sofria muito todos os dias, até que resolveu virar o valentão pra ao menos ter algum respeito. Ele não tinha muita noção do que era certo ou errado, ele só conhecia aquilo que o fazia sentir bem ou mal, e Mary fazia as duas coisas.

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Na casa dos Simpsons, Bart, Maggie e Lisa estavam assistindo Comichão e Coçadinha enquanto Marge limpava a cozinha. Homer apareceu na sala pegando o controle e mudando o canal com uma cerveja na mão, Maggie e Lisa protestaram e Bart continuou quieto, a cabeça apoiada na mão, o cotovelo no sofá.

– O que é que há garoto? Algum bicho da cara amarrada te mordeu, ein?

– Tá pegando nada não velho, bebe tua cerveja aí. – Disse Bart ainda parecendo chateado.

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Mais tarde Lisa foi ao quarto de Bart.

– Bart, qual é a desse desânimo?

– Vocês não me deixam em paz ein? – Disse Bart com seu típico tom revoltado.

– Por acaso não tem nada a ver com uma certa garota, tem? – Lisa disse, incrivelmente com boas intenções.

– Eu não teria motivos pra estar chateado com garotas, ok? Agora boa noite. – Disse e se cobriu ainda emburrado.

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Na casa do tenente Wiggum, Ralph rabiscava as paredes e comia gizes de cera rindo de forma psicopata.