Flores escrita por prongs


Capítulo 1
U: há flores por todos os lados


Notas iniciais do capítulo

Minha inspiração tá a MIL esses dias, e quando apareceu essa ideia eu não pude deixar de escrevê-la. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625618/chapter/1

Scorpius nunca gostara muito das flores em si, mas Albus gostava de brincar que o loiro tinha um jardim. Isso certamente o irritava, o que fazia o moreno dar altas gargalhadas, mas ele não podia dizer que seu amigo estava errado. O filho único dos Malfoy tinha um tipo de atração, um ímã por garotas que tinham nomes de flores. Se apaixonava tão rápido por elas, e ainda mais quando descobria seus nomes, tão doces, tão lindos e tão puros.

A primeira flor de seu jardim havia sido Daisy. A conhecera no começo de seu terceiro ano, e no mesmo instante podia sentir um sorriso bobo se formar em seus lábios ao vê-la na aula de Herbologia, completamente coberta de esterco de dragão. Tinha cabelos curtos e loiros, como os seus próprios, e olhos azuis extremamente claros. Eles foram à Hogsmeade juntos, e o romance deles acabou naquela tarde, quando ela confessou gostar de um jogador de quadribol da Grifinória e só ter aceitado o convite de Scorpius para causar ciúmes no mesmo. O que certamente não funcionou, visto que o jogador já estava no sexto ano e com um namorado, ainda por cima...

A segunda fora Heather, alguns meses depois de Daisy, uma garota um tanto corpulenta do quarto ano que fez com que Scorpius fosse parar na enfermaria depois de dizer que os machucados de quadribol no seu corpo tinham a mesma tonalidade da flor que a nomeava, o que chegava a ser poético. Ele certamente não gostou mais de Heather depois da surra que levara, e não entendia como alguém com o nome tão delicado podia ser tão bruta!

No último mês de primavera de seu terceiro ano, ele conheceu Poppy. Ela tinha longos cabelos vermelhos, não ruivos naturais, mas certamente com tintura. A cor lembrava justamente a cor das flores que ela carregava no nome, e tinha olhos tão escuros quanto o botão das mesmas. Eles se beijaram algumas vezes perto do Lago Negro, mas na segunda semana de verão, ela lhe mandou uma carta dizendo que o namoro deles não podia funcionar – ela estava apaixonada por Albus, seu melhor amigo. Foi com Poppy que Albus começou a notar a obsessão do amigo por garotas com nomes de flores, e não, ele nunca entrou em contato com a garota de cabelos ruivos falsos.

No quarto ano, ele conseguiu ficar intacto até o rigoroso inverno de dezembro de 2020, quando ficou frio demais para os corações se esquentarem sozinhos, e parecia que metade de Hogwarts estava namorando. Ele conheceu Ivy, uma sonserina, que sempre estudara com ele, mas que estava começando a ficar particularmente bonita naquele ano. Seus cabelos eram negros e desciam como cascatas em seus ombros pálidos, e seus olhos eram de um verde escuro que chegava a assustar Scorpius. Alguns meses depois, eles terminaram o namoro, quando o garoto viu ela azarando algumas crianças grifinórias apenas por diversão e ele percebeu que seus olhos carregavam tanto veneno escondido e camuflado quanto a flor que nomeava a menina.

Não houve nenhuma flor nova no quarto ano depois de Ivy, até que o verão chegou, e pelas cartas, Scorpius contava para Albus e Rose, seus melhores amigos, de Lily, uma garota irlandesa com cabelos e olhos de cor de chocolate, que estava passando as férias no mesmo hotel mágico que ele na França, na cidade do amor. Foi apenas uma paixão e uns amassos de verão, mas certamente foi algo intenso para o garoto. Às vezes, depois daquele verão, ele ainda se lembrava de sua pele, tão pálida quanto os lírios brancos que ele via às vezes nos campos...

Agora com quinze anos, ele estava mais maduro, e não se apaixonava com a mesma facilidade. Mas mesmo com a correria dos NOMS em seu quinto ano, ele conseguiu achar uma flor para seu jardim. Se chamava Flora, e seu nome era tão simplesmente floral que chegava a encantar o menino. Ela era uma lufana que assistia algumas aulas com ele e sempre tivera uma quedinha pelo menino, e quando ela finalmente teve coragem de falar com Scorpius, eles se beijaram algumas vezes atrás da cabana de Hagrid, mas nunca chegaram a namorar. A garota era tão grudenta que chegava a irritar o loiro.

Duas semanas depois de acabar relutantemente com Flora – Será que podia chamar aquilo de acabar? Por Merlin, eles nem haviam chegado a namorar! – ele conheceu o que viria a ser a flor mais importante de seu jardim até aquele momento. Seu nome era Violet, e o que mais encantara Scorpius na corvina foram seus olhos. Eram violeta, como os daquela atriz trouxa que Rose mencionara uma vez. Seu cabelo era loiro e curto como o de Daisy, que agora parecia ter acontecido em sua vida há milênios atrás. Ela jogava quadribol para sua casa e suas mãos calejadas eram carinhosas e seus lábios eram gentis com o garoto.

O namoro dos dois sobreviveu aos últimos meses letivos, aos NOMS, ao verão, e ele até estava pensando que iriam completar um ano de namoro, quando, no outono de 2022, três semanas depois de eles chegarem para o sexto ano em Hogwarts, ela olhou para seu rosto e disse que não podia continuar fazendo aquilo com Scorpius e falou que estava tudo terminado entre eles. Ele não entendera muito bem o que ela tinha dito entre lágrimas, até Albus dizer para ele que todos sabiam que Violet estava aos beijos pelo castelo com Dahlia O’Connor, uma corvina do sétimo ano, desde que eles haviam embarcado no trem. Scorpius chegou a rir da situação, perdera sua preciosa flor para outra flor...

E na primavera do sexto ano, na véspera de uma viagem para Hogsmeade, Scorpius finalmente percebeu que apesar de ter gostado de margaridas, urzes, papoulas, heras, lírios, floras, violetas e até mesmo depois de uma dália, suas flores preferidas eram as rosas.

Em uma aula de poções, enquanto estudavam uma coisinha curiosa chamada Amortentia, o professor Slughorn pediu que Scorpius descrevesse o cheiro que sentia saindo da poção.

“Terra molhada, xampu de limão e rosas...”

Assim que as palavras passaram por sua garganta e escaparam de seus lábios, o loiro sentiu suas bochechas esquentando. A única vez que fora n’A Toca, estava chovendo. Cheirava a terra molhada. Os cabelos vermelhos da garota ao seu lado cheiravam a xampu de limão desde meados do quarto ano. E as rosas... Bem, era meio óbvio, não? Ele estava evitando olhar para a amiga de anos que estava parada junto a ele, mas olhou pelo canto de olho e percebeu que ela estava tão vermelha quanto ele.

Naquela noite, Scorpius se deitou na cama e parecia ter aplicado um Abaffiato em si mesmo. Não escutava uma palavra que Albus dizia sobre Alice Longbottom, e apenas pensava em toda a sua história com suas flores. Desde a primeira de seu jardim, Rose estivera lá. Por Merlin, até o apoiara quando ele resolveu falar com Poppy!

Rose, com seus cabelos ruivos e rebeldes que cheiravam a limão e lhe lembravam umas rosas laranjas que ele vira uma vez em uma visita de verão à Holanda. As rosas mais bonitas que ele já vira. Tão diferentes, tão belas, ele nunca tinha visto nada igual. Cabelos que pareciam fogo a se movimentar, que hipnotizavam todos que tinham o privilégio de observá-los mais de perto. Rose, com seus olhos azuis como gelo no inverno, mas que quando o encaravam pareciam aquecer sua alma e seu coração como o sol ameno da primavera e suas flores. E finalmente lhe caiu a ficha.

Na manhã seguinte, antes de qualquer outra coisa, Scorpius colocou suas vestes e saiu correndo das masmorras da Sonserina até a torre da Grifinória, uma das mais altas do castelo. Chegou lá ofegante, com o suor escorrendo de suas têmporas e o estômago roncando. Assim que parou de correr e o buraco do retrato se abriu, ele conseguiu ver os cabelos laranjas. Rose andou até ele com os olhos arregalados, sem saber o que dizer. O que diabos Scorpius estava fazendo na porta da sua sala comunal às sete da manhã?

Rose...”, o loiro sussurrou, para que apenas ela pudesse ouvir e ignorou os olhares curiosos dos colegas da ruiva. “Eu acho que tinham flores demais no meu jardim para que eu pudesse perceber que as minhas preferidas são as rosas.”

Um sorriso iluminou o rosto da garota, o sorriso que Scorpius adorava ver, que o deixava tão feliz e ele nunca percebera antes que era uma felicidade diferente. Antes que ela pudesse falar algo, o loiro lhe tascou um beijo, que arrancou gritos de sua plateia (os quadros nas paredes acordaram e começaram a praguejar neste momento). Quando eles se separaram, Scorpius encarou-a novamente.

“Então, quer ir à Hogsmeade comigo?”, ele riu.

“Claro. Fiquei sabendo que o vilarejo tem as flores mais lindas na primavera.”, ela riu de volta.

Scorpius não pensava claramente, devido à sua tamanha felicidade, mas antes de sair andando de mãos dadas com Rose até o Salão Principal, um único pensamento passou em sua cabeça lucidamente. Danem-se as flores, eu tenho Rose.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!