15 de dezembro de 2006

Olá novamente, espero que esteja pronto para um capítulo, no mínimo, eletrizante. 

 Eu saía de Hogwarts, que agora já está no clima natalino, mais cedo que o normal. As 18h, e me encaminhava para Nova York. A diferença de horário fez que ainda fosse uma tarde de inverno agradável quando cheguei lá. 

Caminhei em direção ao Mercy Hospital (um dos maiores hospitais de Emergência da cidade, onde minha mãe trabalha como Chefe do ER), deixando algumas lembranças virem a tona. Há oito anos atrás, eu, mais duas garotas com idades semelhante a minha e com os nomes que foram perdidos no tempo, e um rapaz mais velho chamado Henry, estávamos andando não muito longe dali. Na verdade, se ontem foi dia 14, uma das meninas já havia morrido congelada. A outra morreu dias depois. É terrível, mal lembro de seus rostos. E o pior era ver as pessoas passando por nós, vendo o quão miseráveis estávamos e ninguém nos ajudou. 

Um dia escrevo mais sobre esse passado, mas é doloroso demais ficar pensando ou escrevendo sobre isso. Cheguei ao hospital onde fui ver minha mãe. Ela estava na sala dos médicos. Parei para cumprimentar o recepcionista e a chefe das enfermeiras. Depois expliquei para minha mãe o que faria. 

Dali há algumas horas me encontraria com Percy, semi-deus (Semi deuses são humanos filhos de um deus com um humano, dah! que tem poderes especiais, e são caçados por monstros. Existes alguns lugares seguros para eles, como o Half-blond Camp) filho de Poseidon, Deus dos Mares, Thalia, filha de Zeus (o que faz dela minha tia. Lembrando que ela era um Pinheiro até verão passado, quando voltou a ser humana- outra história que explico mais para frente, prometo- e ainda é a pessoa que me resgatou junto de Luke das ruas de Nova York há quase 8 anos atrás, na época ela era seis anos mais velha que eu, mas agora aparenta ter a mesma idade que eu. Estranho, eu sei). Annabeth, filha de Atena ( é apenas uns meses mais velha que eu, esteve junto comigo, Thalia e Luke pelas cidades antes de chegar ao acampamento. Uma das minhas melhores amigas). Além de Groover, um sátiro (Da cintura para cima um jovem rapaz, para baixo um bode). Ele havia encontrado semideuses num internato, e pediu nossa ajuda para resgata-los. 

— Certo, pelas barbas de Merlin, tenha cuidado, Destiny- Minha mãe me disse depois de eu ter explicado o plano. 

 De lá abri um portal e fui para o acampamento. Estava indo direto ao chalé de Zeus quando fui interrompida por Quiron.

— Que bom que está aqui, precisava mesmo falar com você!- Ele disse. Expliquei para ele que estava ocupada, que tinha que me preparar para a missão. Ele disse que seria rápido e me levou para seu quarto. Matt estava lá. 

— Bem, eu queria conversar sério com os dois. Depois do que aconteceu ante-ontem.- Ele disse. Antes de ontem houve uma reunião do Exército dos Ninfos, da qual sou a chefe, e Matt um dos conselheiros. Estávamos discutindo uma missão secreta que haveria de ser feita antes do fim do ano, e óbvio, eu e Matthew tínhamos posições diferentes. Ele queria um grupo de 3 á 5 pessoas, onde todos seguiriam juntos e cobririam uns aos outros. Eu queria ir só ou com uma pessoa no máximo (Nick ou Danthos, que seguem muito bem as minhas ordens, provavelmente). Aconteceu que tivemos uma discussão horrorosa e que a reunião teve que ser interrompida. 

— Olha se é sobre a briga, já pedi desculpas- Eu e Matt falamos ao mesmo tempo. Quiron rolou os olhos.

— Não, o que quero dizer, é que não dá mais para ser assim. Por isso achei a melhor alternativa e quero que a sigam: Os dois irão juntos nessa missão. Afinal vocês nunca tiveram uma missão juntos e essa é a melhor forma de se resolverem- Ele falou olhando sério para nós dois. Admito que parte de mim, ficou muito feliz com isso, por mais que não devesse. Ele me olhou, deu um suspiro e topou. Respondi que "fazer o que, tudo bem." E saí dali. 

— Espera, Destiny!- Matt me chamou. 

— Não posso, tenho que preparar a mochila para a missão- Falei, ele continuou a me seguir até o chale. Não havia mais ninguém ali, o que fazia do fato de estar sozinha com ele, uma regra sendo quebrada. Como se eu ligasse. 

— Eu queria me desculpar por ter gritado daquela forma, e por ter te chamado de tola, inconsequente e irresponsável. - ele falou, enquanto eu agitava minha varinha para botar coisas dentro da minha mochila. 

— Está tudo bem, Matt. Sei o que é estar no calor de uma discussão. - Falei. Ele estava do meu lado, apenas 10 cm de distancia. Ele esticou a mão e passou nos meus cabelos. Sorri para ele. Depois disso ele se despediu e desejou boa sorte para hoje. 

 Sai do chale, comi um sanduíche e então abri um portal para o tal internato. Fazia frio lá, e o internato a beira de um abismo, não tinha um aspecto legal, eu não ia gostar de estudar ali. 

Algum tempo depois um carro chegou. Desembarcaram dali meus amigos, Percy, Annabeth e Thalia, enquanto a srª Jackson (mãe do Percy) me cumprimentava e se despedia. Abracei Thalia e Annabeth, fazia dois meses desde que tinha saído para jantar com elas. Percy e eu demos um hi-five, eu o via com mais frequência, por ele estudar em Nova York etc...

Entramos, e quase nos demos mal. O vice diretor nos pegou, e só de olhar para ele, tive a certeza que era um monstro. A sorte é que Thalia foi rápida e mexeu a Névoa (é a força invisível que protege os humanos, eles não conseguem ver coisas mágicas graças a ela, é difícil explicar, aconselho a leitura do Manual da Névoa que se encontra na sessão de pergaminhos mágicos nível 3 de Kandrakar). Então Groover apareceu e nos levou para o ginásio, onde a festa acontecia. Ele confirmou que sim, o vice diretor era o mostro mesmo, e nos mostrou os irmãos (algo raro) Di Angelo: a garota Bianca deve ter uns 12 anos e o menino Nico de 10. Resolvemos nos misturar para chegar de forma mais segura até eles. 

Thalia tirou Groover para dançar o que era algo engraçado. Percy e Annabeth foram dançar juntos também. (Um detalhe um tanto bobo: Torço e muito para que eles fiquem juntos), e eu fui da uma circulada, pegar alguma coisa para beliscar, sempre de olho nos garotos Di Angelo. Porém foi questão de um segundo (quase literalmente), bastou um grupinho passar na minha frente e cortar a minha visão que no instante seguinte, eles já não estavam mais lá. Vi o vice diretor leva-los, e fui atrás de Thalia. Não adiantaria ir sozinha atrás deles, não ia conseguir batalhar contra um monstro e lidar com duas crianças assustadas ao mesmo tempo. 

— THALIA! GROOVER! - Gritei. Os dois pararam e me olharam, Annabeth logo nos achou também.

— O Sr. Espinheiro está levando eles!- Ela disse aflita. Não vi sinal do Percy.

— Cade o Percy?- Thalia perguntou.

— Nos separamos enquanto estava vindo procurar você! Não sei agora- Annabeth respondeu. Começamos a procurar pelo Cabeça de Alga (um apelido que hora é "carinhoso" hora é quer dizer "idiota" que Annabeth deu para ele). Estávamos indo para fora do Ginásio, quando Groover estancou no lugar. 

— O que foi?- Thalia perguntou para ele. Ele tinha um expressão dolorida. 

— Percy acabou de me mandar uma mensagem- Ele disse. No último verão Groover se meteu em apuros, e só se salvou porque conseguiu estabelecer uma conexão mental (uma espécie de link entre as mentes-  algo muito complexo, eu mesma não tentei fazer um, ainda) com Percy, e assim clamou por ajuda. Pelo visto agora o jogo se inverteu. 

— Eles estão lá fora!- Groover falou. Inspirei e soltei o ar. Tinhamos que pensar, sem uma estratégia seriamos apenas cicno semi deuses, uma ninfa e um sátiro desesperados e prontos para serem mortos.

— Ok, Annabeth, use seu boné para se aproximar deles. Assim que tiver a oportunidade de ataca-lo faça, isso servirá de sinal para nos avançarmos- Falei. Thalia olhou para mim. Essa é a nossa primeira missão juntas desde seu regresso, e no geral ela que sempre dá as ordens. Encarei-a de volta, era como se eu estivesse falando "confie e mim" pelo olhar.

— Ok, é um bom plano- Ela falou assentindo. Sorri.

 Então passamos a por ele em ação. Foi ai que as coisas deram errado. Annabeth atacou e fomos atrás, mas o vice-diretor era nada menos que uma Manticora (de uma pesquisada sobre- são terríveis. A vantagem é que ao menos seu veneno não é fatal). Enquanto batalhávamos um helicóptero com humanos comuns chegava para ajudar o Espinheiro (sim isso acontece, humanos odiosos e mercenários que por dinheiro fazem qualquer coisa). Achei que íamos nos dar muito mal, quando uma saraivada de flechas é lançada contra os mercenários. Nisso a manticora caiu do penhasco, com Annabeth. Eu gritei na hora, fiquei em completo choque. Mas senti que ela não havia caído no mar, senti como se ela desaparece-se (ninfos tem uma intuição muito apurada, e eu ainda por cima faço exercícios para otimizar a minha).

 No meio do nosso desespero e dor, as donas das flechas deram as caras. Eram as Caçadoras com a própria Deusa Ártemis junto. Bem, se você é de outro mundo talvez os Deuses não sejam conhecidos de você, vou explicando mais a medida que forem aparecendo. Ártemis é a Deusa da caça, do luar, protetora dos animais e das garotas. Jurou virgindade, e se manteve longe de relacionamentos até agora. Para não viver a eternidade só, ela pode abençoar garotas (virgens) transformando-as em Caçadoras, que são imortais (só morrem se perecerem em batalha ou descumprirem seu juramento- ou seja: ficarem com um rapaz). Não falei nada na hora, mas confesso aqui: Achei estranho elas aparecerem ali.

Bem elas fixaram um acampamento ali, para passarmos a noite. Algumas caçadoras foram buscar nossas coisas (que havíamos deixado na escola). Thalia brigou com Percy, por ele ter feito o que fez. Groover estava confortando Nico, conversando com ele. Zoe Nightshade, "comandante" das caçadoras veio falar comigo.

— Estais bem?- Ela perguntou. Zoe é muito velha, tem uns 2.500 anos tranquilo, então pode-se dizer que ela não sabe se adaptar aos tempos.

— Estou, obrigada.- Respondi. Ela se sentou do meu lado, próximo a fogueira.

— Estais crescida comparando a última vez em que nos encontramos- Ela comentou. Verdade. As Caçadoras havia tentado me convidarem há dois anos e meio atrás, pouco antes de eu completar 12 anos. Estava no meu primeiro ano em Hogwarts, e Luke ainda não era um traidor. Bons tempos. Eu rejeitei a oferta, pelo simples fato que a imortalidade não parecia uma benção, mas sim um maldição.

— Minha senhora gostaria de lhe falar- Ela disse. Levantei e a segui para a tenda onde a Deusa estava.

— Destiny- Artemis falou

— Minha senhora- Respondi, curvando-me.