Ai no Kyōki escrita por Koini


Capítulo 2
Amazonas – Kin, Rebecca e Valentine


Notas iniciais do capítulo

Olá! Boa leitura e não se esqueça de ler as notas finais :)



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– Kin! Kin! – A loirinha miúda chamava pela amiga numa tentativa de acordá-la, obtendo sucesso.

A garota de cabelos róseos logo abriu os olhos e, sentando na cama, olhou a situação em que se encontrava seu quarto: os porta-retratos que exibiam fotos de amigas tinham os vidros quebrados, algumas gavetas estavam abertas e tinha roupas para tudo quanto é lado. A porta do banheiro estava aberta e tinha uma rachadura, o que mostrava que deveria ter batido a noite toda. Inferno, Kin se praguejou, não podia acreditar que aquilo aconteceu mais uma vez. Levou as mãos as têmporas, decepcionada e nervosa consigo mesma.

A lemuriana estava no Acampamento há tempos já, e de uns meses para cá, sua telecinese já desgovernada por natureza perdeu de vez o controle. Kin foi autora de várias tragédias no ultimo ano, tais como machucar suas companheiras, arremessar coisas sem querer e “furacões” em quartos, como hoje.

– Beca, me desculpa. – Pediu. Queria que em seu quarto estivesse apenas Rebecca, ela era capaz de entender, mas haviam ainda outras sete que detestavam Kin por sempre quebrar as coisas no quarto.

– Está tudo bem. – Sorriu a loirinha. – Você estava muito agitada durante o sono Kin. Quer meditar um pouco? – Rebecca tinha uma voz doce, baixa, uma das coisas que a faziam ser uma criaturinha tão amável.

A loira era bem pequena, das menores que podia se encontrar no Acampamento das Amazonas. Não possuía muitos seios, mas seu quadril compensava um pouco, tinha cabelos loiros bem claros, num tom pastel, curtos com uma franja rebelde, e seus olhos eram castanhos avermelhados. Sua aparência frágil em conjunto com a personalidade dócil e inocente faziam com que muitas pessoas tivessem o ímpeto de protegê-la, como Kin, mas na verdade Rebecca não era fraca assim. Possuía um cosmo tremendo que controlava com muita facilidade, e por ser perito em controle de cosmo estava sempre tentando ajudar sua amiga como podia.

E como Kin era grata por isso. Claro que não conseguia dominar sua cosmo energia por completo, na verdade nem um pouco, mas as horas que passava meditando com Rebecca fazia acalmar o fluxo de cosmo, consequentemente aquietando a telecinese por períodos de uma ou duas horas.

– Sim, eu quero. Mas primeiro vou “acordar direito”. – Disse a lemuriana, indo até o banheiro do quarto, dando um leve chute na porta já rachada, resmungando sozinha.

Lavou o rosto e escovou os dentes, trocou o pijama pela roupa de treino das amazonas e com a ajuda de Rebecca colocou tudo no lugar. Sentaram-se na cama de Kin uma de frente para a outra, com as pernas cruzadas.

– Vamos lá, concentrar… - Falou a loira.

– Não sabe como agradeço por ter você pra me aguentar. – Riu Kin, realmente agradecida por poder contar com a ajuda de Becca.

Conseguiram meditar por quase quarenta e cinco minutos, quando três das outras sete entraram no quarto. E é claro que começaram a atacar Kin:

– É bom mesmo que você tenha arrumado sua bagunça, sua desnorteada. – Começou Alex, uma garota que deixou os elogios que recebia subir à cabeça, tornando-se insuportavelmente esnobe.

– Sei que estou errada, mas vocês não ajudam em nada. – Respondeu Kin.

– É incrível, a sem futuro ainda tem coragem de nos retrucar. – Reclamou Vanessa, uma garota negra que era muito forte fisicamente, pois seu cosmo não era lá essas coisas.

– Escuta aqui Vanessa, sem futuro é seu… -

– Escuta aqui minha mão na sua cara, sua retardada! Você já destruiu tanta coisa minha com essa sua telecinese dos infernos, e ainda acha que eu vou aguentar calada? Pra mim chega Kin, você vai sair do quarto! – Retrucou a morena com raiva.

Sair do quarto? Elas seriam mesmo capazes de fazer isso com ela? Apesar de estar com medo de ser chutada pra fora de seu dormitório, Kin ainda estava com raiva e não ia engolir aqueles desaforos.

– Sinto muito pelos pertences de vocês, mas isso tudo só prova o quanto eu sou superior a vocês né? Porque se eu fiz esse estrago dormindo, imagina numa batalha. – Provocou.

Alex estreitou os olhos. Detestava ser rebaixada, ela tinha sempre que ser a melhor. Inadmissível uma descontrolada feito Kin falar assim com ela.

– Se acha mesmo, vamos decidir isso querida, acabo com você em dois minutos.

– Eu pago pra ver. Tenta agora “semideusa”. – Kin usava de muita ironia.

A lemuriana não tinha esse comportamento sempre. Ela era uma garota educada e algumas vezes até era tímida, mas ultimamente ela estava ouvindo tantos desaforos que a menina que antes engolia tudo por sentir-se culpada agora batia de frente com suas adversárias.

– P-parem com isso! – Exclamou Rebecca quando viu Alex elevar seu cosmo. – Não podem lutar aqui!

– Agora a pequena polegar acha que pode impedir algo, é mesmo uma piada... A desnorteada e a anãzinha. Se perdeu dos seus irmãos sete anões amor? – Disse a terceira, seu nome era Núbia, uma ruiva de cabelos curtos rebeldes, muito chata por sinal.

Rebecca havia se magoado com o comentário. Ela sabia que era miúda, mas isso ser motivo de zoação a incomodava. A loirinha detestava brigar, mas teve que abrir a boca:

– Bom, os sete anões estão perdidos assim como seu hidratante de cabelo, deve ser por isso que está tão ressecado, ruiva de farmácia.

Ops, Rebecca pegou no ponto fraco. Núbia tinha um orgulho irremediável de seus cabelos (que realmente eram de farmácia, mas não importava).

– Ai como eu te detesto Rebecca! Essa sua pose de santinha fofa não me engana sua naja!

Kin virou-se pronta para defender a amiga, mas nesse momento a porta do dormitório foi aberta.

– O que está acontecendo aqui?

Ui, a coisa tinha ficado feia para as amazonas. Ali na porta estava ninguém menos que Valentine, uma garota sangue ruim. Sua voz era um sussurro, mas soava como trovões. Os longos cabelos negros que lhe caiam ao lado do corpo, em contraste com os olhos púrpura sempre frios intimidavam qualquer um. Ela havia participado do Acampamento durante três meses, e seu desempenho foi tão absurdo que passou a treinar com o cavaleiro de Câncer.

– Perderam a língua?

– Valentine, que bom que apareceu! Precisávamos de alguém para nos ajudar a tirar essa destrambelhada daqui. – Pronunciou-se Alex.

– E por que ela deveria sair, Alex? – A amazona na verdade pouco se importava com os motivos, devia ser mais uma das frescuras de Alex.

– Ela quebrou o quarto todo de novo Valentine! – Exclamou Núbia. – Não sou obrigada a aguentar isso. – Concluiu cruzando os braços e fechando a cara.

Valentine cerrou os olhos respirando fundo. Era raro quando perdia o controle e a pose fria, mas ela realmente não acreditava que elas estavam brigando por um motivo tão idiota.

– Por Atena... – Murmurou. - Vão já para o coliseu, Shina tem um recado muito importante para dar a vocês.

– Mas Valentine, você não vai tirar… -

– Eu disse “para o coliseu”. – Repetiu a amazona, dando as costas em seguida.

~#~

No palanque do coliseu, estava Shina e Marin, as duas mestras do Acampamento das Amazonas. Todas estavam curiosas e o falatório era geral. Shina não costumava fazer reuniões assim de ultima hora, então fosse o que fosse, deveria ser importante.

A um sinal de Shina, as vozes cessaram.

– Vocês já devem estar imaginando que as chamei por uma causa importante. – Começou a mestra. – O que de fato é. Todas sabemos que os cavaleiros de ouro são os guerreiros mais fortes de Atena... E agora vocês terão a chance de ser treinada por eles.

O falatório recomeçou, impedindo a amazona mestra de continuar suas explicações. Todas estavam eufóricas, era a chance que esperaram por muito tempo.

Lenoir não podia acreditar no que estava ouvindo. Era seu sonho, ser treinada por um Gold, era o que precisava para se tornar a guerreira que sempre almejou ser.

– Yuka, você ouviu isso? Vamos ser treinadas por cavaleiros de ouro!

– Shina ainda não disse tudo. Mas é mesmo uma ótima oportunidade. – Afirmou a morena.

– Ótima? Yuka, é o meu sonho! – Exclamou Lenoir, enquanto pegava nos ombros da garota e os chacoalhando para ver se ela se dava conta do que tinha acabado de ser dito.

Diante da empolgação de sua amiga, Yuka não podia deixar de pensar que ela merecia ser discípula de ouro. Lenoir se esforçava bastante para alcançar seu objetivo. Já sua irmã…

– Uma pena que não me aceitariam como discípula… - Disse, rindo em seguida.

Do outro lado da multidão de garotas, estavam Kin e Rebecca. A loirinha havia achado muito bom, significava que estavam se importando com as amazonas e que elas poderiam ter um futuro.

– Becca, pode ser sua chance de se sobressair. – Falou a rosada.

Todas ali queriam aquilo, mas Kin sabia que era impossível para si, já que mal sabia controlar seu cosmo. Mas era certo que Rebecca era digna de um treinamento daqueles, então que ela lhe representasse.

Rebecca não teve chance de responder, pois o berro que Shina deu fez doer seus ouvidos. A mestra recuperara o silêncio.

– Não me interrompam enquanto falo! – Vociferou a amazona de cobra, e todas assentiram caladas. A mulher tomou fôlego e continuou. – Não pensem que todas terão o privilégio de ser treinada por eles. – Pode-se ouvir uma horda de suspiros decepcionados, mas logo todas se calaram, pois ninguém queria ficar ouvindo os berros de Shina. – Apenas as mais fortes, e por isso haverá uma seleção.

Kin já havia desistido ali. Seleção? Óbvio que ela não passaria, e assim como ela, Yoko também já estava conformada e nem se importava mais com isso. Rebecca já não se interessava mais, não iria deixar Kin sozinha no Acampamento. Mas Yuka pretendia tentar uma vitória, assim como Lenoir, que com os olhos brilhando terminara de ouvir as explicações de Shina.

Antes de serem escolhidas, para facilitar o processo haveria competições entre as amazonas para eliminar o maior número, restando assim somente as melhores, que lutariam entre si no Coliseu pelo direito de um treinamento avançado para reivindicar uma armadura.

Dali em diante nada mais seria a mesma coisa, pelo menos Lenoir tinha certeza disso.


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Notas finais do capítulo

Bom, acho que vocês já perceberam que as amazonas são as principais. Porém Valentine, apresentada nesse capitulo não terá tanto foco (eu acho) quanto as outras, mesmo assim decidi colocar o nome dela no titulo para dar foco, que é para vocês prestarem uma atençãozinha nela...
Bom, o próximo cap. vem de acordo com os resultados desses dois que postei, se a fic for bem recebida, cap's vem rápidão porque já tenho mais uns três prontos e a ideia para os próximos ta bem fixa e fácil de escrever. Então, se tu gostou, comenta aí rapidão, não te cai os dedos :)
Beijão e até o próximo!



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