Nas Sombras do Seu Coração escrita por Vessimus


Capítulo 3
Capitulo 2 — Sombras da Morte


Notas iniciais do capítulo

E aqui estamos nós novamente para mais uma atualização. À quem tem acompanhado essa finc, eu nem sei o que dizer além de: muito obrigada! Cêis são uns lindos (as) e eu amo cada um de vocês. E quem está começando a ler agora, chega mais que sempre tem espaço para mais um no meu coração. (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧

E ai, fizeram suas apostas?Acham que a situação vai piorar ainda mais? Quem apostou em “obvio que sim” acertou em cheio. Hehe.

Sim’bora então para novo capitulo e vamos ver como nosso grupo vai se fo... digo, como nosso grupo vai lidar com essa situação de vida ou morte.

Boa leitura ❤



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Trilha Sonora — Road to Sacrifice

Eles avançavam por todos os lados. Rastejando para fora da terra, se formando do pó e das cinzas. O Touro foi o primeiro a investir, partindo para cima de uma das sombras que os cercavam. Os Bravos seguiram seu comandante, brandindo suas armas e atacando sem medo ou hesitação.

Cole olhou nos olhos finos e sem pupilas de uma das criaturas de magma. Em seu interior, ele viu o mais puro fogo arder em chamas de ira. O demônio cuspiu uma rajada de lava em sua direção. Ele sentiu o calor passando a centímetros das costelas quando desviou da bola de fogo. A criatura abria sua bocarra para expelir outra, mas Cole agiu com rapidez e arrancou uma granada de gelo do cinto, arremessando-a dentro da boca do demônio. A granada estourou em uma explosão congelante, obliterando a criatura e atingindo os demônios em volta, os enfraquecendo o suficiente para sucumbirem com os punhais que atirava sobre eles.

O Touro de Ferro girava o machado ao redor do seu eixo, destroçando as sombras que o rodeavam com um redemoinho de força bruta. Não muito distante, Dorian congelava três demônios da cólera com um sopro gelado, que logo depois foram despedaçados pelas flechas de Magrela. A elfa disparava seu arco com velocidade e precisão. Os alvos caiam com facilidade, mas para cada demônio que morria, outro nascia.

Desprotegidos por estarem distantes do grupo, Magrela e Remendo correram rumo ao bando. Estavam próximos quando duas sombras obstruíram o caminho. O curandeiro tentou defender-se com sua espada, mas fora desarmado e atingido no braço, caindo indefeso no chão. Sem mais flechas, Magrela usou o arco para bloquear o ataque das garras afiadas, mas ele não resistiu muito: foi feito em pedaços no segundo golpe. Uma terceira sombra materializou-se atrás dela, e estava prestes a fatiá-la quando Cole apareceu da escuridão e cravou uma de suas adagas na barriga da criatura. O demônio deu seu ultimo grunhido de dor e desespero antes de se desfazer no ar, mas mesmo antes disso, o ladino corria velozmente entre as outras duas sombras, cortando através dos seus corpos etéreos e dando-lhes o mesmo destino da sombra anterior.

— Você está muito ferido? — ele perguntou a Remendo, ajudando-o a ficar de pé.

Grr, meu braço. — queixou-se o curandeiro, com a mão sobre o corte aberto perto do cotovelo do braço direito. — Não consigo movê-lo.

— Esses demônios não têm fim! — Magrela apontou para mais cinco sombras que saíam da névoa. — Iremos morrer se...

— Não diga besteiras! Já sobrevivemos a situações piores. — berrou o Touro de Ferro do outro lado do campo de batalha, cortando um demônio de lava ao meio. Ele e Krem protegiam Dorian e Dalishiana, servindo de alvo enquanto os magos eletrocutavam as sombras com trovões e conjuravam estacas de gelo sobre os demônios da cólera.

Magrela pegou a espada que o curandeiro deixara cair. Precisava dela agora que seu arco fora destruído e teria de lutar não somente pela sua vida, mas pela a de Remendo também. A elfa vinha atrás de Cole, protegendo o amigo ferido ao passo que o ladino entrava e saía das sombras, aniquilando os demônios e abrindo passagem para que ela e o curandeiro chegassem ao Touro de Ferro.

— Agora não é igual à antes. — disse Cole ao se unir à barreira de proteção. Um. Dois. Três punhais voaram de sua mão, acertando as cabeças dos demônios. — E-e-eu não ouço... e-e-eu não sinto uma fissura no Véu. Esses demônios são espíritos da floresta. Ela disse para irmos embora, mas não fomos, e agora ela quer fiquemos para sempre!

Remendo derrapou para dentro da cratera, unindo-se à Rocky que ali estava desde o inicio do combate, protegendo-se das rajadas de fogo enquanto preparava as bombas que arremessava por cima das cabeças dos seus aliados. Mas por mais que fossem explodidos por Rocky, a horda de demônios continuava a surgir e avançar sobre eles. A sensação era que os demônios não teriam fim e acabariam sendo derrotados pelo cansaço. Entretanto tudo cessou tão repentinamente quanto começou e o inesperado aconteceu: todas as sombras evaporaram e os demônios da cólera retornaram para o interior da terra.

— Acabou? — o Touro perguntou incrédulo. Demônios não simplesmente desapareciam. Algo poderoso deveria tê-los contido ou pior: os amedrontado. — Não acabou, não é?

Não... — confirmou Cole, apreensivo e com a atenção centrada na floresta. Sua tensão aumentava à medida que uma movimentação estranha agitava as árvores e estremecia o chão sob seus pés. Aquele não era um tremor de terra qualquer, não era natural: algo maligno estava se aproximando.

Não demorou muito para da escuridão da floresta surgir um ser monstruoso de mais de cinco metros de altura. A horrenda criatura de pele grossa, arroxeada e espinheta os olhou com seus muitos olhos, mostrando duas fileiras de dentes afiados alinhados em um sorriso perverso.

A equipe conservou a formação, mantendo a barreira circular com Remendo, Rocky e os magos na retaguarda. Sem uma reação imediata, eles encaravam o demônio colossal. Não seria a primeira vez que o Touro, Cole e Dorian combateriam um demônio do orgulho, contudo, nos outros confrontos Ilyria Lavellan, a Inquisidora, os liderava e tinham a Âncora ao seu favor. E mesmo assim a batalha sempre era árdua e sangrenta. Dessa vez, estavam por conta própria e fatigados pelo avanço interminável das forças demoníacas.

O demônio do orgulho ciente da sua superioridade gargalhou sinistramente e recuou as enormes esporas de osso cravadas nos cotovelos, e arremessou-as como um aríete contra as árvores, quebrando-as ao meio. Três pesados troncos tombaram em cima de todos, desmanchando a formação. Os Bravos caíram tentando se esquivar, com alguns sendo acertados pelos galhos.

Dorian conseguiu se esquivar por estar mais ao fundo e começou a conjurar uma barreira de proteção, mas o demônio saltou antes que lanceasse o feitiço, caindo diante do mago tevinterano, estendendo suas garras mortais e descendo-as ferozmente sobre ele. Mas antes que Dorian fosse atingido, Cole saiu de uma cortina de fumaça empurrando-o para longe e colocou-se à frente dele. O garoto impulsionou-se para trás, afastando-se o máximo que pode do ataque fatal, mas não o suficiente, e uma das garras pontiagudas abriu-lhe um rasgo profundo no peito. Seu corpo chicoteou no chão, caindo de bruços ao lado de Dorian.

O Touro de Ferro era o único ainda em pé graças ao seu machado de guerra e sua força descomunal, que o possibilitou cortar a parte do tronco que caíra sobre si. A besta demoníaca rosnava para ele e o qunari retribuía a ameaça com um o olhar convicto e destemido. Uma corrente de energia se formava nos punhos do demônio, preparando-se para desferir um chicote de eletricidade. O guerreiro permaneceu firme, chamando toda a atenção do inimigo. Preferiria ser o alvo do ataque que estava por vir; antes ele do que seus companheiros caídos. Empunhando seu machado, ele partiu para a ofensiva, disparando como um verdadeiro touro rumo ao demônio quando avistou um vulto passando por de atrás da criatura.

A penumbra obscurecia as formas do ser que se movia na linha das árvores, sendo visível somente que possuía dois braços e duas pernas muito flexíveis. A silhueta adquiria altitude, escalando as árvores como um gato selvagem, balançando-se entre os galhos e aproximando-se a cada pulo da cabeça do demônio.

Em outras circunstancias o Touro de Ferro ponderaria se a sombra era mais um inimigo ou um aliado antes de agir, mas como não havia tempo para isso, ele girou o machado, tomando propulsão e num ato certeiro, lançou-o no joelho do demônio. A besta desabou no exato momento em que lâminas-gêmeas fincaram em seus ombros e algo pousou nos espinhos em suas costas. O demônio debateu-se, sacudindo de um lado para o outro, tentando livrar-se a todo custo do ser que se prendia ao seu dorso.

A forma encoberta pelas sombras impulsionou-se para cima, e o Touro não precisou fazer mais nada a não ser admirar a dança da sombra no céu noturno. No ar, as duas lâminas que ela impunha se juntaram, formando uma longa lança, que com o peso do seu corpo, caiu sobre a cabeça do demônio. O grito estridente de quem deu aquele belíssimo golpe só não foi mais alto que o rugido agonizante do demônio ao ter a lança perfurando seu crânio e saindo pela sua boca. O demônio gargolejou e caiu morto em uma poça do próprio sangue, que transbordava pela fenda em sua boca.

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O princípio da noite viera com uma brisa fresca, farfalhando as folhas das árvores e acalmando os ânimos após o calor da batalha. A iluminação que entrava na densa floresta era escassa durante o dia ficou ainda mais escassa quando o sol se pôs e passaram a contar apenas com a parca luz da lua. Ainda que enxergasse somente contornos escuros em meio a escuridão, o Touro sentia que o perigo finalmente tinha acabado. Mas deveria? A sombra ainda estava lá, e o qunari não estava certo se poderia confiar nela.

Ele a observou retirar a lança da cabeça do inimigo caído e separá-las em duas espadas num simples gesto. A sombra, então, parou e permaneceu imóvel por uns vinte segundos, talvez trinta? Parecia vasculhar pela a destruição no campo de batalha, mas deveria estar enganado. Estava escuro demais para se enxergar qualquer coisa que não fossem borrões.

Então, a silhueta retrocedeu, caminhando sobre o corpo do demônio caído até voltar para a escuridão da floresta. Sons estranhos começaram. Estalos de madeira, espadas cortando, gemidos de dor e alivio e um "crack" tão alto que parecia que outra árvore havia sido derrubada.

Argh, outro demônio?! Eu já tive o bastante por hoje. — nervoso pelo o que estava acontecendo, mas não conseguia ver, o Touro virou-se para onde vinham os sons.

— Não, chefe, definitivamente não é um demônio. — Krem ergueu-se com dificuldade, sem ter mais os galhos o prendendo ao chão, uma vez que o tronco que pesava sobre ele havia sido cortado e seus pedaços jogados para longe. Seus ombros doíam, as pernas também, mas no geral, ele estava inteiro.

Um por um, os Bravos se levantaram ou foram levantados pela misteriosa sombra. O Touro nem percebeu quando ela parou ao seu lado, notando-a somente quando seu machado de guerra fincou-se no vão entre seus pés, por pouco não decepando seus dedos.

— Demônio, unf! — resmungou uma voz feminina — Onde já se viu? Salvo sua vida e me acusa de ser um demônio! Me compare com aquele monstrengo ensanguentado e veja se há alguma semelhança entre nós. Certamente sou uma visão muito mais agradável ...

Uma pequena esfera luminosa acendeu-se em meio do breu e subiu vários metros, inflando-se mais e mais até virar uma segunda lua no céu. Sob o brilho da nova lua, a escuridão que revestia a sombra desapareceu, trazendo luz as curvas de uma mulher. Uma segunda pele a cobria dos calcanhares até o pescoço, tão escura quanto à negritude da noite. Placas de um metal preto encaixavam-se sobre a segunda pele, formando uma couraça que protegia suas partes vitais e se ajustavam a musculatura do seu corpo.

À primeira vista, o Touro pensou que a armadura fosse feita de obsidiana, mas era mais fosco do que deveria. Logo que continuou a admirar a "armadura" seu raciocínio foi interrompido pela visão de um generoso busto. Aquele seria um grande artifício de distração em combate se não a deixasse tão vulnerável. Um grande artifício, de fato.

O olhar contemplativo do qunari seguiu para os quadris. Punhais de prata e uma adaga se alinhavam à direita do cinturão da bainha das espadas duplas. Na parte traseira, bolsos guardavam itens que o Touro não fazia ideia de quais eram, mas que provavelmente deveriam ser tão interessantes quanto a armadura e a mulher que a vestia.

Aquele traje, aquela armadura ou o que quer que fosse aquela coisa, era diferente de tudo que o qunari encontrara em seus muitos anos de combatente. Em Par Vollen não existia nada semelhante; no Norte ou no Sul também não. Nem os vints com seus magistérios, magia do sangue e armaduras mágicas vestiam algo tão excêntrico para não dizer esquisito, e que ainda assim fosse tão exuberante.

— Agora que você me olhou de cabo a rabo, grandalhão, poderia me dizer se eu pareço com um demônio? — quis saber a misteriosa mulher, sorrindo debochadamente.

— Um demônio do desejo, talvez. — ele respondeu-a com um flerte descarado enquanto ela estendia a mão ao tevinterano caído e o ajudava se erguer.

Dorian não havia se ferido. Estava aturdido pelo baque, a cabeça latejando por causa do impacto, mas nada que necessitasse de atenção. Sem dúvidas, estava melhor do que Dalishiana, que parecia ter torcido o tornozelo. Apenas uma sensação estranha o incomodava. Estava esquecendo-se de algo urgente, não estava? De alguém, talvez? O mago tentava se concentrar quando o laranja efervescente surgiu diante dos seus olhos, que de imediato se viraram para o Touro. Embasbacado, o qunari avaliava a mulher com interesse e um sorrisinho galanteador que ele destinava só a um tipo de mulher.

Vishante kaffas! — Dorian praguejou e revirou os olhos, batendo as mãos em sua cabeça dolorida. — Antes eu mesmo ter lidado com esse maldito demônio do que ter sido salvo por uma ruiva. Agora ele vai ficar simplesmente insuportável.

Uau, hein?! Mas que bando simpático vocês são. — ironizou a ruiva, com as mãos na cintura, encarando Dorian com irritação. — Se eu soubesse que receberia um agradecimento tão ingrato, pode ter certeza que teria deixado você lidar com o demônio. Aposto que ele seria educado e mais grato a mim por deixá-lo arrancar as suas tripas do que você está sendo por eu ter salvo você e o seu bigodinho cafona.

Vê, Dorian? Ainda acha que ruivas são iguais a todas as outras mulheres, hm? E essa ainda tem uma personalidade forte. Tão excitante!

— Por favor, Touro, poupe-me dessa conversa. Agora não é o melhor momento para flertes! Deveríamos estar cuidando dos feridos, não perdendo tempo com ... — e foi ao mencionar os feridos que aquilo que Dorian tentara lembrar o acertou como um choque de realidade — Onde está Cole?! Ele recebeu o golpe, ele estava sangrando!

— Seria esse o rapaz? — perguntou a ruiva, apontando para o jovem inconsciente ao lado de um chapéu grande, manchado de sangue e sujo de terra. Ela ajoelhou-se ao lado do garoto e segurou o pelo braço, virando-o para cima com cuidado para que pudesse examiná-lo. Ao ver o sangramento em seu peito os olhos de Daeris cresceram em preocupação. O estado dele era grave. Muito grave. Ele morreria em questão de horas se não estancassem a ferida e parassem a hemorragia. — Se for, bem, o bigodudo está certo: ele está sangrando, e muito ...

Cole! — Dorian e o Touro gritaram pelo garoto ao verem sua armadura arrebentada, ensopada de sangue e o corte profundo e inflamado que vinha do ombro esquerdo até a metade do peito. Os Bravos se aglomeraram ao redor dele, prontos para socorrê-lo, mas havia pouco a ser feito; nenhum deles sabia como ajudá-lo a não ser Remendo, o curandeiro do grupo, e este também estava ferido.

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Glossário do Capítulo

• Par Vollen: é a ilha conhecida por ser a terra natal dos Qunaris.

Vishante kaffas: um xingamento em teneve, a linguá oficial do Império Tevinterano.

Arte do Mês:

Cartas de TarotDorian

Dorian Pavus por slugette

Glossário Principal | Personagens

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Notas finais do capítulo

Lembram que eu falei aqui nas notas finais do capítulo anterior sobre o meu amor pelo Cole? Eu fui sincera, gente! Acontece que é o guri é assim mesmo, ele sofre da “síndrome do tank”, ou seja, ele pensa que é guerreiro (mas não é) e é o primeiro a cair para dentro quando seus amigos estão em perigo. Uma hora isso ia acabar acontecendo...

Mas bem, o que acharam da batalha, em? Vou contar uma coisinha para vocês: foi um custo f.. f.. fenomenal escrever essa cena, narrar ação não é a minha melhor habilidade, por isso se gostaram, por favor, me digam!

Eai, gostaram das artes do Dorian? A beleza dele é única e extravagante. Ah! E aquele bigodinho cafona... Hehehe. Sacanagem. Uma coisa muito legal sobre o Dragon Age: Inquisition é que ele representa os personagens com Cartas de Tarot e a arte dessas cartas são simplesmente maravilhosas. Mostarei as de todos personagens aos pouquinhos, está bem?

Bom, pessoar, lá me vou, mês que vem estou aqui de novo. Um beijo, um cheiro e um pedaço de queijo (e uma goiabada por que goiabada com queijo é uma delicia!).

Bye bye! (✿◠‿◠)



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