A aquela que você nunca olhou escrita por Iced


Capítulo 3
Mais um pouco sobre nada.




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Primeiramente,oi.

Ok, eu realmente não sei porque fiz isso, talvez alguma parte de mim acredite que alguma alma respondeu um oi mesmo que em sua mente. Ou quem sabe talvez seja o medo de ficar sozinha em casa que esteja libertando todos os meus anseios por algum tipo de socialização indireta e...

Acho melhor eu parar por aqui senão todo meu corretor vai embora e ainda não cheguei nem ao ponto que quero, que é: eu finalmente falar sobre o sentido de eu estar escrevendo.

Na verdade nem eu sei, talvez seja porque o garoto que eu gosto não faça a mínima ideia da minha existência ou porque eu estava cansada demais de guardar tudo para mim e acabar uma tia com vários gatos, e eu nem gosto de gatos.

Por fim decidi que todos os meus textos a partir de agora poderão não ter lógica, mas terão um tema a qual seguir e embora eu tenha denominado isso como "mais um pouco sobre nada" eu irei falar sobre o que eu acho sobre ficar doente, mas claro que se alguém quiser falar sobre vácuos e buracos negros ( que eu acredito darem uma boa ideia de nada) sintam-se a vontade de olhar este endereço e mandar um telegrama de volta.

Mas voltando ao assunto.

Acho que muitas vezes as doenças de ficção são bem mais legais que as de verdade. Sei lá, já vi casos em que um simples resfriado pode fazer uma grande história de amor, onde a garota desmaia e quem a segura é o futuro amor da vida dela e vários outros casos semelhantes ou não. Bem, isso é muito legal se você por acaso não é uma garota como eu e a unica companhia que você tem é do seu velho labrador Tommy.

Por mais estranho que pareça, se Tommy fosse um garoto ao invés de um animal ele seria exatamente o meu tipo por ser fiel, companheiro, gosta de biscoitinhos de limão e não liga para os meus surtos diários. Eu acho inclusive que ele acha divertido levantar seus olhos para a dona que está dançando feito uma louca ao som de qualquer ritmo dançante e logo após está recolhida em um cantinho pensando sobre o sentido da vida e do universo.

Antes de eu conhecer as teoria do Cristianismo e do big bang, eu costumava imaginar as estrelas como milhares de vagalumes que um dia morreram e foram ordenados a ficar no céu iluminando as noites das pessoas sozinhas, e naquela época eu era bem sozinha principalmente quando estava doente.

Então ela é renegada pelos pais e odiada pelos irmãos, affs clichê.

Talvez pense você a quem será enviado este pequeno pedaço de papel amaçado pela minha falta de cuidado com coisas materiais. Mas no entanto não quero que me interprete mal, meus pais sempre foram presentes e sempre tive uma boa relação com meus irmãos mais velhos, mas... não sei explicar é como se eu não me encaixasse e então eu não procurava bonecas ou amigos. Eu ignorava minha febre, minha garganta inflamada e todos os outros sintomas da gripe e saía para o quintal onde eu passava vários minutos olhando para os "vagalumes" antes de minha mãe vir me buscar e me dar mais uma bronca sobre sair de casa em pleno inverno.

Você pode achar que finalmente a história está tomando o drama que eu faço questão de escrever no topo da página junto aos outros gêneros que estão em um negrito por uma caneta preta.

De certo você já deve ter visto logo na primeira página também com a sinopse, eu organizei os papéis e coloquei um clipe então não deve estar tão difícil de se enxergar além de que está em tudo no topo de cada página. Mas agora aproveitando o rumo que isso está levando devo citar que foi estranho colocar gêneros na minha vida, por exemplo isto é uma espécie de diário compartilhado então como colocar gêneros em uma coisa que você não sabe o que vai acontecer? E também tem o fator de que aqui eu me exponho para uma pessoa que encontro na lista telefônica, quer um exemplo maior de solidão?

Já tive que dar várias desculpas para escrever sem ser incomodada. Redação, cálculos, até mesmo desenhos senão minha mãe tomaria este papel da minha mão e iria ler em voz alta para meu pai. E felizmente tive que faltar a escola por causa da gripe e por isso não tem ninguém em casa. Mamãe foi trabalhar, papai também e meus irmãos estão na escola, tem também a tia Sally, mas apesar de ser nossa vizinha parece morar em tão tão distante portanto quase nunca vem nos visitar, me tornando assim uma garota sozinha em sua própria casa.

Eu bem que deveria usar esse tempo livre para adiantar mais coisas para que eu realmente possa narrar a minha vida, claro que não vou conseguir escrever aqui tudo o que realmente foi dito, mas a ideia vai ser a mesma, porém, infelizmente o remédio que minha mãe me deu antes de sair está finalmente fazendo efeito e minha visão está começando a ficar turva e minha letra a partir de alguns parágrafos está um verdadeiro garrancho e acho que precisa de um tradutor alienígena para entender, então eu acho melhor parar por aqui antes que eu durma em cima da escrivaninha e acorde com torcicolo.

E então acho que é isso, boa noite. Mesmo que ainda seja 8:45 da manhã.


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Notas finais do capítulo

Caso fique confuso alguma coisa não se reprimam em perguntar, porque esta história tem mais bugs do que eu previa.



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