Cartas escrita por Pudim de Menta


Capítulo 1
Único - Cartas




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Simon Blake

O meu guardião sorridente, você de certa forma sempre esteve presente, eu lembro que um dia estava na pracinha,quando tinha sete anos,meu sorvete de morango caiu no chão, antes de eu começar a chorar um desconhecido menino, da mesma idade que a minha veio em minha direção e carregava dois cupcakes, ele me ofereceu um, aceitei, minha mãe sempre disse para eu não confiar em estranhos, mas aquele garotinho simpático com aquele sorriso não poderia fazer mal a uma mosquinha.

Ele foi embora e sumiu da minha vista, não tive nem a oportunidade de perguntar o nome dele.

Mas eu nunca esqueceria aqueles cabelos negros espetados e nem os olhos verdes, principalmente o sorriso, quem era aquele garoto?Você.

Os anos passaram e eu enterrei aquele gesto altruísta,quando eu tinha onze anos,meus pais comunicaram que um negociante importante iria jantar lá em casa, eles levariam o filho deles que tinha minha idade, seria importante participar.

E lá estava você, o garoto sorridente que me deu um cupcake, você nunca me reconheceu como a menina que derrubou um sorvete,se reconheceu nunca me contou

Descobri que seu nome era Simon e que você era um cara legal, você sumiu novamente e só fui te encontrar com treze anos, dessa vez um empresário bem sucedido, amigo do meu pai, decidiu chamar outros empresários como ele, o meu pai e seu pai foram convidados para uma confraternização de natal,foi no luxuoso condomínio onde ele morava,tinha muitas outras crianças lá e de pré-adolescentes, só havia eu, você e uma menina chata que eu conhecia desde os dez anos, que atendia pelo nome de Sarah.

Ela ficou me enchendo e você me defendeu, as outras crianças no chamaram para brincar de esconde-esconde, aceitamos, não havia mais nada de interessante a fazer, no dia em questão eu estava com a perna um pouco machucada, não podendo correr muito.

Como eu disse, havíamos aceitado brincar, mas eu pedi uma condição, eu não ia procurar ninguém, não podia correr muito,numa dessas eu fui achada e não me salvei,eu disse que não ia contar e procurar ninguém,não aguentava correr muito.

Sarah começou uma dissertação a respeito de como eu era fricote e tudo mais, que sim, eu devia contar, ela sempre teve um grande poder de convencimento, num instante toda aquela garotada estava do seu lado e tentando-me por para contar.

Você interveio dizendo, “Parem com esse chilique de criança, eu esperava mais de você Sarah, eu conto no lugar dela”.

Você virou-se e apoiou-se na parede, antes de começar a contar levantou a cabeça e me lembro de suas palavras a Sarah. “Ela não é fricote, vai ver!”

Começou uma nova rodada, você fez de propósito, você deixou-me eu me salvar, bateu todos, inclusive Sarah, lembro do seu sorriso frio em direção há ela.

“Não disse que Eva era fricote? Então por que só ela se salvou?”

A partir desse ponto, você se tornou meu guardião pessoal.

Começamos a ficar mais próximos, aos quatorze anos quando eu vi você era o meu melhor amigo,você estava lá quando meu cachorro morreu, você estava lá quando minha irmã ficou muito doente,você estava lá,acordando cedo sábado de manhã,para me ajudar a passar em física,você me apoiou quando meus pais se separaram.

Lembro que com 15 anos, comecei a publicar uma história na internet,você descobriu e ficou quieto como se eu nem soubesse de nada,fui muito criticada na história,até que um leitor chamado Blaksim começou a me incentivar e disse que eu tinha talento,aqueles comentários alegravam meu dia e eu descobri que você era Blaksim.

Por causa daqueles incentivos eu comecei a escrever mais e mais, hoje eu sou uma escritora publicada.

Você ajudava a todos, sempre sujando sua camisa de esterco para os outros passarem por cima dela, sempre se encostado no arame farpado para que ninguém se machucasse, você era altruísta e eu a rainha da dissimulação.

Rainhas da dissimulação se apaixonam, com dezesseis anos eu me descobri apaixonada por você.

Demorou dois anos, mas você me pediu em namoro, na nossa lanchonete preferida, onde você comprava cupcakes e eu sorvete.

Com um urso de pelúcia,eu aceitei,estávamos ali curtindo o momento e sentados numa mesa redonda no centro da lanchonete e você pulou da cadeira.

―Esqueci as rosas. ― você gritou, eu disse que não precisava,mas mesmo assim você atravessou a rua e andou um quarteirão até uma floricultura,ao lado dela havia uma loja de roupas,que fora assaltada,quando você saia da floricultura, ali estava o assaltante bem na sua cara,você teve que enfrentar o cara?

O que se seguiu foi um disparo e você caindo no chão,eu vi por que no momento em que você ia enfrentar aquele bandido,eu senti algo horrível e fui para fora das portas da lanchonete,e vi e ouvi,no momento tudo parou e o cara fugiu,minhas pernas viraram gelatina.

Você estava caído ali e eu senti a presença da morte.

Eva North

Fechei a carta, quem eu sou? A morte!

Eu estava vagando pelo cemitério onde os casulos em que suas almas habitavam estavam engavetados, achei essa carta na frente de um tumulo assinado Simon Blake, eu fui uma das figuras , como eu que o levou,puxei um pergaminho de bolso e li o nome desacreditado, Eva North, eu sabia onde ela estava. ― Não pergunte sobre isso, sou proibido de falar. ― fechei os olhos e me concentrei, quando vi já estava no apartamento de Eva North.

Observei a cena, eu estava curioso, ela estava sentada em uma mesa e tinha um urso de pelúcia em mãos e conversava sozinha.

―Simon. ― Ela chamou, que garota tola, ela não sabia que ele nunca a ia ouvir. ― Você disse que tinha algo para mim, nesse urso, não sei o que.

Nesse estágio seu rosto estava banhado de lagrimas e completamente vermelho, ela continuava abraçada a aquele urso. Minutos se passaram e ela percebeu uma linha solta no pescoço do brinquedo.

Ela desfez toda a costura, deixando o urso sem a cabeça, remexeu o enchimento e achou um envelope fino.Ela abriu com cuidado e fui para trás de seu ombro,ela nem poderia me sentir. Comecei a ler junto com ela.

Eva North.

Nunca te reconheci como a menina que derrubou o soverte naquela pracinha decadente, mas era nossa pracinha.

Mas se atendo ao que realmente importa, você me fez quem eu sou hoje,a primeira vez que você realmente me viu tinha onze anos, mas a primeira vez que eu realmente vi você tínhamos nove.

Naquela mesma praça,um garotinho de nove anos chorava sentado na deserta caixa de areia, aquela areia toda,fazia com que ele se sentisse no deserto da solidão.

Ele não tinha nenhum amigo, seu primo favorito houvera falecido,seu hamster havia morrido a três semanas e seus pais se separaram e naquele dia ele decidiu que era um homem e foi sozinho até a praça,depois que sentou-se naquela caixinha estúpida, ele levo sua nova concepção por água a baixo,ele começou a chorar feito o crianção que ele era.

Seu nome?Simon Blake.

Uma garota de cabelos castanhos se aproximou sorrateiramente e perguntou por que eu estava chorando, o nome dela? Eva North.

Eu não quis falar tudo para uma completa estranha e soltei um ninguém gosta de mim.

As palavras dela agarrei como mantra, “Ajude os outros e as pessoas gostarão de você”.

Ver os sorrisos das pessoas que eu ajudava era algo valioso, idosos que eu ajudava a atravessar a rua, gente que eu carregava as compras, por um tempo isso virou habito.

Habito te leva a definir suas escolhas, e as escolhas definem quem você é, você me definiu.

Dois anos depois eu ainda buscava retribuir o favor, e te achei, você derrubou o soverte, e eu te dei um cupcake.

Você é um pedaço de mim Eva North.

Ela fechou a carta e saiu do seu apartamento,indo em direção ao carro e começou a dirigir feito uma louca,eu estava no banco do passageiro o tempo inteiro,então veio a batida e sua alma deslizando para os meus braços, enquanto eu a conduzia pela mão,ela me fitou.

―vou vê-lo?

―Sim!


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