Touch-me only like you do. escrita por Sexiest, Director of dreams


Capítulo 32
Temos um acordo então


Notas iniciais do capítulo

Cristina, Wilma, Ellie, May e Ba ♥ Esse é pra vocês.



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Capítulo 32

“Temos um acordo então”

Loren Hannigan



— Sim — ele sussurrou quase sem fôlego, com a testa colada na minha. Suas mãos estavam ao redor da minha cintura, formando quase um casulo ao meu redor. Depois de tanto tempo, parecia quase um sonho estar aqui, sentir Logan me tocar, sua respiração misturando com a minha. Ele não tinha terminado ainda, e a próxima coisa que ele perguntou foi — Quanto tempo você vai ficar? 

— Logan, — eu comecei, respirando fundo — precisamos conversar…

Ao que ele respondeu — Loren, quanto tempo? 

Eu mordi o lábio, pensando em como responder.

— Baby… — ele apressou, e eu podia praticamente sentir sua paciência se esvaindo nessa única palavra.

Antes que ele pudesse continuar, eu interrompi falando — Eu realmente tinha um plano de como isso ia ser e você meio que arruinou isso… — e continuei antes que ele tivesse a impressão errada — e não que eu esteja reclamando, nem nada. Honestamente, eu não sabia como você ia reagir ao me ver, mas isso não era nem sequer a terceira coisa que eu imaginava…

— Loren, você está divagando. E eu adoraria ouvir em qualquer momento, mas eu realmente preciso saber, baby..

— Bem, eu pretendo ficar por um tempo — finalmente confessei.

Ele apenas me estudou, cauteloso.

— Quanto tempo é “um tempo”?

E eu repliquei, perdendo eu mesma um pouco da minha paciência — Você vai me deixar contar toda a história dessa vez?    

Ele riu um pouco, e minha pele se arrepiou com o som. Suspirando, Logan disse — Podemos fazer isso em algum outro momento? Tem oito meses que você me deixou neste mesmo local aqui. Eu realmente preciso me preparar dessa vez.

E eu entendia.

Como no dia no hospital, ele queria garantir que eu estivesse aqui pra cumprir o que ele me pediu.

— Eu não vou embora no meio da noite novamente, Logan — garanti— Eu… eu estou me mudando para a Califórnia. 

Logan apenas olhou nos meus olhos, buscando por algo.

Então continuei — Juro. Eu estava até procurando apartamentos essa manhã com Carter. Chase vive aqui na única propriedade que temos, e não estamos nos falando muito nos últimos dias… ele também não concordou quando eu fui embora. Eu tenho tentado desde então fazer com que ele me ouça, mas não tem funcionado. Chase sente muito profundamente…

Eu parei abruptamente quando a mão de Logan segurou meu queixo. Eu divaguei novamente, meus olhos haviam desviado para o peito dele, provavelmente porque eu ainda tinha vergonha de ter saído no meio da noite. Sinceramente, na época eu não conseguia me despedir dele, não conseguia me forçar a dizer adeus.   

Eu encarei seus olhos quando ele trouxe meu rosto de volta pra cima e aguardei.

— Você está se mudando? — ele perguntou e eu confirmei, acenando com a cabeça — Pra ficar dessa vez? — e, novamente eu só acenei. Esperei ele deixar a informação afundar, mal podendo me conter parada de nervosismo. 

Mas Logan só continuou a me olhar, como se ele fosse me perder se desviasse os olhos de mim. Eu me senti mal por isso, porque era minha culpa. Depois de tudo que ele tinha feito por mim, eu fui embora e o deixei por duas vezes. Eu teria que me empenhar em conquistar essa confiança de volta. 

Me surpreendendo, Logan apenas me informou — Você absolutamente não precisa procurar um apartamento. Você tem um lugar pra ficar — e quando eu o encarei um pouco confusa, ele continuou — Olhe ao redor.  

Eu fiz… e foi como ter voltado no tempo para o dia que eu o deixei. Certamente todas as minhas coisas ainda estavam aqui, e, espiando rapidamente pela porta aberta do banheiro, pude ver que nada mudou lá também.

Um pouco em choque, eu disse — Logan, eu não posso pedir que você me aceite aqui novamente…

Para o que ele respondeu — Você não me pediu.

Sorri levemente, incapaz de mesmo fingir que não queria ficar aqui — Bem, nesse caso…

 

 

Logan Heidy

 

Ela estava doida se ela achava que iria morar em outro lugar. De jeito nenhum eu passaria mais uma noite sem ela do meu lado. Se eu estava aqui, ela estaria também. E agora que eu sabia que ela se comprometeu em mudar para cá, eu estava tendo um pouco de dificuldade em me manter longe.

Puxando ela mais perto, abraçando seu corpo mais apertado, eu aproximei meu rosto do dela, meu nariz roçando o seu e nossas bocas quase tocando. Provocando um pouco, quando disse — podemos buscar o resto das suas coisas amanhã.

Ela colocou as mãos no meu peito e eu senti ela derreter contra mim, seus olhos estavam fechados e, por estar tão perto, pude sentir sua respiração falhar um pouco, quando ela disse — Logan, — um pouco sem fôlego — ainda precisamos conversar… — e eu quase suspirei alto em derrota.

Tinha algumas coisas que eu preferia fazer agora, mas resolvi me segurar um pouco mais, porque essa era a terceira vez que ela dizia isso, só podia ser importante. Me afastando um pouco, disse — Certo.

Ela abriu os olhos, mas ainda não tirou as mãos do meu peito. Levando um momento pra se recompor, ela respirou fundo e começou — Eu fiz uma loucura mais ou menos bem elaborada esses dias. Eu meio que decidi que vou expandir a empresa do meu avô para mais duas filiais. 

— Ok — eu disse, sem saber onde ela estava indo com isso. Ela mordeu um pouco o lábio, antes de continuar. Era como no dia que ela me disse que tinha que ir embora, a história dela não começava em um ponto direto, ela sempre tinha mil coisas pra explicar antes. Era o jeito dela, e era fofo pra caralho. Mas eu meio que queria beijá-la agora, então eu estava impaciente — uma das filiais é aqui? — perguntei, tentando instigar que ela continuasse. Quanto antes pudéssemos passar para as coisas boas, melhor.

Minha garota não era a pessoa mais objetiva…

— Bem, sim — ela respondeu. — Sinceramente, Logan, eu não faço ideia do que eu estou fazendo. Desde o momento em que pisei o pé lá, todo mundo meio que me odeia, se não fosse por meu irmão e Carter, eu não sei o teria feito. Esse plano de expansão era algo que meu avô tinha esquematizado antes de morrer. E era bem diferente.. — ela respirou fundo, como se lembrando de algo — foi difícil conseguir isso. E, antes de chegar ao ponto, eu preciso dizer talvez não dê muito certo. Mas eu realmente preciso de apoio e de pessoas ao meu lado que não queiram minha cabeça.

Eu apertei a mandíbula. Eu odiava como ela tinha sido tratada. 

Odiava.

Eu não falei nada, esperei tentando controlar o meu temperamento.

Loren continuou — eu vim com Carter hoje porque, bem, primeiramente porque eu não sei fazer nada disso sozinha, mas também, porque, se eu precisasse te convencer mais, eu acho que ele teria uma chance melhor do que eu.

Dificilmente, eu pensei. Não consigo pensar em uma coisa que o cara lá embaixo pudesse me convencer, que ela não. Aliás, tem muito pouco que ela poderia me pedir, que eu não fizesse por ela. — Me convencer a que?  

— Hum… aceitar um emprego?

Eu pisquei lentamente, tentando fazer sentido de tudo isso. 

— O que?

— Um emprego, Logan. Na minha empresa — ela continuou, como se eu estivesse sendo muito lento pra entender. — Carter me disse que precisamos de um departamento jurídico inteiro para funcionar, e eu sei que essa é a sua área de atuação: empresas. Não é?

— Sim.

— E então? — ela perguntou esperançosamente.

Eu respirei calmamente, mas senti meu cenho franzir mesmo assim — Você sabe que não tem que fazer mais isso por mim, certo? 

Porque eu não queria mais nada dela relacionado a dinheiro. Eu ainda estava quebrando a cabeça diariamente para saber como eu iria pagar de volta o absurdo que ela pagou pelas contas médicas de Chris. Eu não era orgulhoso a ponto de não saber quando aceitar ajuda, mas eu tinha orgulho. E simplesmente deixar minha mulher (porque isso que ela era pra mim por um longo tempo, honestamente) pagar por uma coisa tão grande como essa, sem nem me esforçar para devolver o valor, não estava em mim, de jeito nenhum. Eu nunca me aproveitaria do que ela tinha. 

Loren sabia que meu emprego atual não era dos melhores, mas sempre foi o que foi mais flexível para que eu pudesse cuidar de Chris. Certamente não se comparava a um emprego em uma empresa como a dela. Eu pesquisei, era fodidamente enorme em Chicago. Provavelmente seria aqui também.

— Logan, eu acabei de dizer: estou fazendo isso por mim. Eu preciso de pessoas do meu lado que me ajudem, não que fiquem me criticando a todo momento. Você não tem ideia da pressão que era lá. De como eles desacreditavam de mim em qualquer coisa. Eu ainda estou aprendendo — disse suavemente, perdendo um pouco da bravata que usava no início do discurso —, eu tenho que tomar decisões importantes essa semana. Contratar pessoal, supervisionar a reforma do lugar que compramos. Eu preciso dar entrada com permissões legais para o trabalho. E eu não tenho noção de por onde começar. Carter tem me ajudado um monte, mas ele não é advogado também, e, sinceramente, pra você entender, o advogado responsável pelo departamento jurídico da sede faz minha avó parecer suave. Eu preciso de alguém que eu possa confiar. Que não vai ferrar ainda mais isso pra mim, porque eu coloquei muita coisa em risco pra isso acontecer. Eu simplesmente não podia mais ficar lá, no meio de uma guerra que minha avó estava travando. Eu tive que delimitar domínios.

O que me fazia perceber o quão imbecil era a avó dela, se ela teve que expandir a empresa pra meio país de distância, apenas pra não ter que conviver com ela. Estava refletido no olhar triste e nas mudanças em seu corpo o quão desagradável foi pra ela nos últimos meses. Eu senti um senso de proteção tão grande, que minhas mãos apertaram um pouco mais onde estavam, na cintura dela, mal me contendo. Se eu pudesse, nesse momento teria colocado ela numa bolha, pra que ninguém pudesse machucá-la assim novamente. Mas eu conhecia Loren, e ela não era esse tipo de pessoa que gostava de ser protegida a todo custo, sem poder tomar controle das suas próprias decisões, e ela tinha sido privada de muitas escolhas ultimamente. A única maneira de protegê-la disso, era ficar ao lado dela. Era estar aqui para um conselho, um abraço, um carinho, um ouvido, quando ela precisasse. 

Mesmo assim, eu não me sentia confortável simplesmente aceitando um emprego dela.

— Você sabe que eu te ajudaria sem que você precisasse me oferecer um emprego, certo? — eu questionei. 

Seu semblante caiu em derrota na hora.

— Logan…eu não estou fazendo isso por pena — ela me garantiu. — Eu sabia que você não iria aceitar isso de mim, essa foi toda a razão de eu ter trazido Carter comigo hoje. Mas eu preciso que você entenda que eu te conheço. Eu conheço a sua ética de trabalho. Eu sei o quanto você se preocupa com seus clientes e sei o quanto de si mesmo dá para resolver seus casos. Eu acompanhei de perto o quão exausto você ficava do afinco que empenhava em alguns casos. E eu sei também que você não é valorizado onde está. Eu quero algo melhor pra você? Com toda a certeza. Mas eu também quero que você atinja o seu potencial. Você fez muito pra mim, Logan. Eu jamais vou poder agradecer, não só por ter me salvado naquele momento horrível da minha vida, ou por ter me abrigado. Mas também pela segurança emocional que me deu, pelo ambiente seguro onde você me colocou mentalmente e fisicamente. Eu vou ficar muito triste se você não puder aceitar, só porque isso vem de mim. Porque não é por pena que eu estou oferecendo. É porque eu sou orgulhosa de quem você é!

Algo estalou dentro de mim então. Porque a opinião dela era importante pra mim. Ela era importante pra mim.

— Porra — foi tudo que saiu da minha boca, antes que eu a puxasse pra mim, uma mão na cintura, a outra enredando no cabelo dela.

E então eu a beijei, da forma que eu queria fazer desde que ela caminhou na minha direção mais cedo.

Não foi um beijo suave. Pressionei minha boca na dela, duro, deixando-a sentir todo o desespero que eu sofri quando ela estava fora. A falta que eu sentia de simplesmente poder tomar a boca dela na minha. Loren gemeu, suas mãos subindo em volta do meu pescoço, me abraçando de volta, e eu quase me perdi, puxando ela mais apertado. Eu sentia cada parte do corpo dela apertado contra o meu.

Eu a beijei até que nós dois estávamos sem fôlego, e quando eu finalmente permiti que ela se afastasse para respirar, ela disse — Eu vou levar isso como um sim. Temos um acordo então. 

E eu apenas ri, antes de beijá-la novamente.


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Notas finais do capítulo

(Tá feliz, Wilma?)

Gente, mais uma vez, muito obrigada pelo carinho nos comentários, vocês são totalmente incríveis!



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