You Belong Withe me escrita por Lisa Costa


Capítulo 1
Você pertence a mim


Notas iniciais do capítulo

Dedico essa one para minha amiga Silvinhathg
Espero que gostem, eu adorei escrever.
Bora ler...



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Se não bastasse eu ter que tocar na banda da escola, ainda tenho que ser monitora na prova de recuperação. Quando você vai aprender a dizer não katniss? Acho que nunca.

Minha vida era tranquila, até uns cinco anos atrás, eu tinha treze anos quando ele se mudou para casa ao lado. Quem é ele?... Bem, ele é a razão pela qual eu respiro, ele é o motivo que eu tenho para continuar enfrentando aquela escola todos os dias.

Não sou do tipo completamente nerd, mas tiro somente boas notas, mas não sou do tipo que fica com um livro enfiado na cara do dia todo, pelo contrario, eu adoro conversar, eu adoro uma praia, adoro ouvir musica.

Tenho amigos sinceros e verdadeiros, às vezes verdadeiros até demais, como é o caso da Joahnna, minha amiga é a mais sincera de todas, isso não tenho dúvidas.

— Katniss você tem que desencanar desse cara – disse ela se deitando em minha cama e encarando a minha janela que só fica aberta – você está se iludindo por uma cara que só vive coma língua dele dentro da boca de outra.

— Obrigada Joahnna, você realmente está me deixando feliz com esse comentário.

— Estou dizendo para o seu bem, afinal você já sabe disso né – disse ela se levantando e seguindo para porta do meu quarto

— Você já vai? – eu perguntei

— Já meu bem, O Gale vai passar lá em casa daqui a pouco – disse ela me jogando um beijo e saindo.

— vai lá – eu disse assim que ela saiu – afinal você tem alguém né.

Continuei revendo o trabalho de história que eu ainda não havia concluído, foi quando ele chegou. Eu sabia que era ele, eu conhecia o som do motor do seu carro, meu coração sentia que era ele. Então a luz do seu quarto se acendeu.

Era assim todas as noites, eu ficava ansiosa esperando ele chegar, esperando ver a luz de seu quarto acender. Ele tinha a janela do seu quarto voltada para a minha janela, e da mesma eu já pude ver toda a beleza que aquele homem tinha.

Fiquei encarando por um tempo as cortinas fechadas, e logo eu pensei: Será que ela está lá dentro com ele, será que ele está fazendo amor com ela nesse instante. Foi ai que eu o vi afastar as cortinas e sorrir pra mim. Ele sabia que minha cama ficava debaixo da enorme janela de vidro que ia o teto ao chão. Ele sabia que me veria ali.

Acenei para ele com o mesmo sorriso de todos os dias, e ele me lançou o lindo sorriso que eu tanto amo. Foi ai que ele pegou o caderno, era nossa maneira de se comunicar.

“ Boa noite pequena”

“ Boa noite Peeta! Dia ruim?”

“ Briga de namorados”

“ Quer conversar?”

“Quero!”

“ Ok”

“ No telhado. 10 minutos”

“Ok”

Peeta era o cara mais lindo que eu já conheci em toda a minha vida, além disso, ele era a educação em pessoa. Eu o amava mais do que a mim mesma, mas ele nunca olharia essa sem graça que eu era, ainda mais com uma namorada como a Glimmer.

Mais que depressa eu ajeitei o meu cabelo, e vesti um moletom novo, hoje a noite estava muito fria, e em cima do telhado eu me sentiria um picolé.

Quando eu cheguei, Peeta já estava lá. Ao me ver, logo estendeu o braço para me ajudar a sentar, e buscou em seu lado um cobertor azul, que eu já conhecia muito bem, pois ele sempre estava presente em nossas idas ao telhado.

— E ai? O que ela aprontou dessa vez? – eu disse me sentando ao seu lado e puxando o cobertor par cobrir minhas pernas.

— O de sempre – ele disse me olhando – a futilidade

— Ela humilhou alguém novamente? – eu já sabia a resposta

— Sim – ele se deitou me puxando para deitar em seu braço

— E quem foi dessa vez? – eu perguntei

— A Delly – ele disse fazendo cara de contragosto

— Logo a Delly? – fiquei chateada, porque Delly era a pessoa mais meiga que eu já conheci na vida – e porque ela fez isso?

— Porque eu estava conversando com ela na saída do jogo

— Só por isso?

— Foi porque Delly estava segurando o meu braço

— Então se ela me visse agora com você, ela me mataria – eu disse rindo, inalando o cheiro amadeirado que vinha dele

— Eu nuca deixaria ela fazer nada com você princesa, você sabe muito bem disso – disse ele ficando um pouco inclinado para me olhar

— Eu sei Peeta – eu disse passando a mão em seu rosto

— Você é a melhor amiga que alguém pode ter em toda face da terra! – ele disse beijando o meu nariz, e posso dizer que é uma tortura sentir aquele halito de menta tão perto e não poder sentir aquele gosto em meus lábios.

— Você também é o melhor amigo que eu tenho – eu disse rindo de nervoso pela proximidade.

— Mas vamos mudar de assunto – ele disse voltando a se deitar – e o baile? Já foi convidada por alguém

— Peeta, eu não sou do tipo que gosta de baile, e tão pouco o tipo que alguém convida para ir ao baile – ele ficou calado por um tempo antes de responder.

— Mas se pode ir ao baile sem acompanhante – ele disse – eu sei que se você quiser, você vai

— Mas o caso é que eu não quero ir ao baile – eu disse

— Mas você deveria ir – ele riu – e dançar comigo

— Você sairia de lá com os pés inchados.

Rimos das nossas bobeiras. Peeta me falou sobre o seu trabalho na empresa do tio, me falou da doença da avó, do namoro da irmã, de como estava o time de futebol.

Eu falei das minhas poesias, dos meus trabalhos, da banda, da minha mãe, do namoro de Joahnna, mas a única coisa que eu queria falar, era do amor que eu sinto por ele, mas eu sabia que a partir do momento que ele soubesse, ele nunca mais falaria comigo, e isso eu não aguentaria.

— Princesa, princesa – senti Peeta me sacudindo de leve

— Hum... – eu me aconcheguei mais ao seu lado, achando que eu estava sonhando com o homem da minha vida – só mais um pouquinho amor.

— Mas nós estamos no telhado – disse ele acariciando meu rosto – acho que não será confortável terminar a noite aqui.

Dei um pulo com o susto que eu tomei. Meu Deus! Eu chamei Peeta de meu amor... Argh... agora eu estou perdida! Será que ele prestou atenção?... Ai eu Deus!

— Acho que acabei dormindo – eu disse me recompondo – desculpa

— Não tem porque se desculpar – ele sorriu para mim – e alias, você fica muito falante quando está sonhando.

— O que eu falei Peeta? – ai me Deus, eu provavelmente falei que o amava

— Nada demais – ele disse sorrindo de uma forma diferente pra mim – agora entra porque aqui fora está muito frio

— Vou entrar – eu disse me levantando – Boa noite!

— Boa noite princesa! – disse beijando o meu rosto, só que desta vez o beijo foi um pouco mais demorado.

Voltei para o meu quarto, e não tive muito tempo para pensar, meus olhos já estavam completamente pesados devido ao sono, e eu precisava dormir as horas que me restaram, já que quando e cheguei ao meu quarto, o relógio estava marcando quatro e meia da manha. Eu teria exatamente uma hora e meia para dormir.

Meu sono foi povoado novamente pelo lindo loiro de olhos azuis que fazia meu coração querer saltar do peito.

Peeta

Sabe como é se sentir uma pessoa usada, bem é desse jeito que eu me sinto. Sabe porque? Porque namoro a pior pessoa que eu conheço. Você deve está se perguntando o porque disso? Sexo, somente sexo.

Me mudei para a cidade de Albuquerque, novo México a cinco anos, e desde então minha vida mudou completamente depois disso. Aqui não é uma cidade pequena, mas em vista de New York onde eu morava é um pouco diferente. Me mudei para cá com quinze anos. Sim vou fazer vinte anos e ainda não terminei o colegial!.

Devido a mudança eu perdi o ano levito, e devido a uma pneumonia que tive na quarta serie eu não consegui passar de ano.

Mas voltando ao assunto. Minha vida mudou quando eu me mudei para cá, era tudo novo, casa nova, escola nova, vizinhos novos. Foi então que eu a conheci, a garota que morava ao lado. No começo eu fiquei na duvida se ela era tímida ou metida, mas depois eu descobri que ela era a pessoa mais incrível do mundo.

Nossos quartos davam de frente um para o outro, e eu me perdia vendo-a dançar por horas em seu quarto, me perdia ouvindo sua voz desafinada, e conversando com ela através dos nossos cadernos. Katniss era a criatura mais linda desse mundo, mas não era pra mim, isso ficou claro quando ela me disse que eu era o amigo perfeito.

Mas hoje eu já não tinha certeza disso, não depois das coisas que eu a ouvir dizer enquanto dormia.

“ Eu amo tanto você Peeta”

“ Eu adoro seu cheiro sabia?”

“ Sua boca cheira a menta.”

“ Queria beijar a sua boca”

Cada vez que ela pronunciava alguma coisa, meu sorriso se alargava ainda mais. Eu amava minha princesa, só tinha medo que ser rejeitado por ela.

Eu tinha que dar um jeito na minha vida, e seria amanha, digo, hoje mesmo, eu não podia mais reprimir o que eu sinto, e tentar a todo custo ter a pessoa que eu amo ao meu lado.

Katniss

Acordei sentindo meu corpo ainda dolorido por causa do telhado, mas o dever me chamava, e eu tinha que me levantar para mais um dia de aula. Olhei em direção a janela do quarto de Peeta, mas as cortinas estavam fechadas.

Tomei meu café correndo como sempre, e fui esperar meu ônibus escolar. Fiquei sentada no banco que meu pai colocou em frente a calçada, ele havia feito isso dizendo que era para eu não ficar esperando de pé. Meu pai era o melhor pai do mundo!

Tão logo me sentei fui abrindo o livro que eu estava lendo, uma história fascinante de dois jovens apaixonados, esses eram os meus livros preferidos. Romance.

Vi Peeta abrindo a porta e saindo. Ele era a elegância em pessoa, não sei se o fato de estar apaixonada por ele, mas eu o via como um deus grego.

— Bom dia princesa! – disse ele beijando meu rosto demoradamente como na noite passada.

— Bom dia Peeta! – eu disse sorrindo.

Peeta me olhava diferente aquela manha, e o brilho dos seus olhos me faziam perder completamente o sentido. Olhar para ele era algo muito fácil, deixar de olhar que era o problema.

— E então, pensou direitinha a respeito do baile? – ele me perguntou novamente

— Sim Peeta, eu já pensei e também já resolvi – eu disse desviando o meu olhar

— E o que você resolveu?

— Eu não sirvo para essas coisas Peeta, um baile é demais pra mim – na realidade eu queria dizer que um baile era demais pra eu ir sem ele, e ainda por cima vê-lo aos beijos com a outra

— Poxa, eu estava pensando até em comprar um vestido para você – disse ele sorrindo pra mim

— Um vestido? Sério? – não sei porque, mas aquilo me pegou de surpresa e me fez sorrir como uma boba – não precisa

— Deixa isso comigo, eu decido se precisa ou não – ele disse se levantando, olhando o carro que estava vindo no começo da rua.

— Lá vem sua carona – eu disse com o maior desgosto do mundo

— Você não gosta dela né – ele me perguntou já sabendo a resposta.

— Você sabe que não é apenas eu – eu disse me referindo a todos os nossos amigos em comum

— Isso está perto de acabar princesa – ele disse tocando meu nariz com a ponta de seu dedo indicador – boa aula

— Te vejo daqui a pouco seu bobo, somos da mesma sala esqueceu? – eu disse rindo, e Glimmer me olhou com um ódio mortal, já que ela estava nos olhando desde que estacionou o carro em frente a calçada.

As aulas como sempre acabaram rápido, e eu fui direto para casa. O cansaço da noite anterior me pegou de jeito, e dormi cedo naquele dia.

Acordei um pouco mais cedo, e tomei um café reforçado. Hoje era dia de jogo, e eu como fazia parte da banda precisava estar lá. O pior de tudo é que Glimmer era líder de torcida, e a cada ponto que Peeta fazia, ela corria e o beijava, e devo confessar que isso acabava comigo.

Seguimos para o campo por volta das dezoito horas, as arquibancadas estavam lotadas, e a banda como sempre passava por desapercebia, mas as lideres de torcida não, elas eram o centro das atenções.

O jogo foi muito bom, Peeta brilhou no jogo, mas diferente dos outros jogos, as comemorações dos pontos não eram com beijos em Glimmer, eram somente com pulos entres os amigos.

No final do jogo, Peeta demorou um pouco a sair do meio do campo, e quando se aproximou da entrada do vestiário, viu Glimmer se jogando em cima de Cato. Vi que Peeta se aborreceu um pouco, mas entrou no vestiário sem dizer absolutamente nada, ele apenas balançou a cabeça.

Não vi Peeta naquela noite, apenas vi que a luz de seu quarto estava apagada, e só se acendeu depois das duas da manha. Sempre que isso acontecia, eu sentia o meu coração apertar ainda mais, pois eu sabia que ele estava com ela.

Amanhã seria o grande dia do baile, e como Peeta havia me prometido, me comprou um vestido. Dizer que o vestido era lindo, seria pouco. O vestido era esplêndido, com certeza ele gastou uma grana com ele.

A noite eu estava sentada em minha cama, quando ele apareceu, eu não o via já fazia três dias, e eu estava morrendo de saudade. Logo que ele me viu, já buscou o caderno e escreveu algo, e imediatamente me mostrou.

“ Preciso falar com você. Me encontre no telhado?”

“ Claro. Estou indo”

Troquei de blusa e segui para o nosso lugar secreto. Peeta chegou logo em seguida, mas como de costume não trouxe a coberta azul, sinal que nossa conversa seria rápida.

— Oi Pee... – não consegui terminar a minha frase. Sem falar palavra alguma Peeta me beijou.

Sentir sua mão em minha nuca era algo que eu sempre quis, sentir o gosto da sua boca era algo com que eu sonhava todos os dias. Senti o gosto de menta tão desejado em meus lábios. No começo fiquei sem ação, mas depois eu correspondi ao beijo com a mesma necessidade de a dele. Sua mão em minha cintura me aproximava ainda mais de seu corpo perfeito, eu pude sentir o calor de seu corpo, e as batidas descompensadas de nossos corações. Mas mesmo assim eu não estava entendendo nada, não compreendia o motivo daquilo. Muito rápido tivemos que nos separar, o ar era necessário naquele momento. Peeta me olhou enquanto encostava a sua testa na minha, mas sem dizer palavra alguma ele foi embora, me deixando feliz e frustrada ao mesmo tempo. Eu não sabia o que pensar, mas eu tinha com que sonhar.

A manha chegou tão rápida que nem acreditei que uma noite interia havia passado. Minha mãe fez questão em me levar a um salão para que eu arrumasse o meu cabelo. Tive direito a tudo, da depilação a unhas decoradas.

O baile seria a dez, as eu ainda estava na duvida se eu iria. Já havia passado das oito horas quando a cortina de seu quarto se abriu. Ele estava lindo com a roupa do baile. Uma camisa azul bebe por baixo de um terno preto, Peeta não usava gravata, o que o deixava extremamente sexy. Ele sorriu pra mim e pegou o seu caderno.

“ Fui aceito na universidade de Albuquerque. Direito”

Eu fiquei dando pulinhos por dentro.

“ Fui aceita na faculdade de Albuquerque. Direito!”

O sorriso de Peeta tinha como ser visto do outro lado da rua. Ele realmente ficou feliz.

“ Acho que você terá que me aturar por mais uns anos”

“ Será um prazer”

“ Pronta para o baile?”

“ Ainda não me decidi”

“ Tudo bem”

Abaixei minha cabeça para escrever o que eu realmente queria dizer a ele todo esse tempo, mas quando olhei novamente ele já não estava mais lá.

Decidi então que eu iria sim ao baile, e lá eu falaria tudo o que meu coração estava querendo dizer a tanto tempo.

Como um raio, eu me arrumei o melhor que eu pude, claro que tive ajuda da minha mãe, que era a pessoa mais vaidosa da face da terra. Quando ela terminou de me maquiar, nem eu mesma estava me reconhecendo. Fiquei muito bonita, e o vestido que Peeta me deu, caiu como uma luva em meu corpo.

Passava das onze horas quando eu cheguei ao baile. As coisas já estavam muito animadas por lá, e meu coração batia acelerado dentro do meu peito. Foi ai que eu o vi, ele de perto estava ainda mais bonito do que quando o vi mais cedo pela janela. Lá estava o amor da minha vida. Sim o amor da minha vida, porque acho que nem mesmo se eu visse milhares de vida, conseguiria amar alguém como eu amo Peeta Mellark.

Quando os olhos de Peeta se cruzaram com os meus, senti minhas pernas bambearem pois, demorou um tempo até que ele sorrisse para mim. Ele veio andando em minha direção, mas Glimmer o impediu, segurando-o pelo braço enquanto ele tentava fazer o caminho até onde eu estava. Mas ele não se importou, ele caminhou até onde eu estava sorrindo, sem se importar com as pessoas em volta, sem se importar se estava seguindo em direção a garota sem graça da escola.

Peeta

Quando eu a vi, senti meus pés saírem do chão. Ela estava linda, e estava com o vestido que eu comprei pra ela. Como eu pude ser tão burro em nunca ter me aproximado. Depois do beijo no telhado, eu fiquei com medo da rejeição e me afastei, mas agora vendo-a aqui, eu tinha certeza que o meu amor era correspondido. Eu sabia que ela havia vindo por mim.

Me aproximei da minha princesa devagar, não me importando com quem quer que fosse. Glimmer até tentou me cercar, mas ela não significava nada pra mim. Era Katniss e mais ninguém naquela hora.

— Você está linda princesa – eu disse a envolvendo com os meus braços. Vi que praticamente toda a escola nos olhava. O cara foda e popular, e a nerd da banda de musica

— Você também não está nada mau – ela disse sorrindo e desviando o olhar – todo mundo está olhando para nós

— E você se importa? – eu perguntei olhando bem no fundo de seus olhos

— Não – ela disse me olhando

Sem esperar mais nada, eu a beijei novamente. Quando nos separamos do beijo, vi que ela tinha um papel em sua mão.

— O que é isso? – perguntei me referindo o papel que ela segurava.

— Não é nada. Esquece

— Por favor, deve ser algo importante – eu disse acariciando seu rosto – me mostra.

Ela então se afastou um pouco e me mostrou o que estava escrito. Minhas pernas vacilaram um pouco quando eu li o que estava escrito ali. Na folha do caderno que ela usava para se comunicar pela janela, estava escrito o que eu quis ouvir a vida toda.

“Eu te amo!”

Senti meu rosto queimar quando eu mostrei a folha para ele, e o desespero se apoderou de mim quando eu o vi se afastando sem dizer nada.

Lágrimas teimosas já queriam sair de meus olhos. Porque ele havia me beijado? Porque ele me queria ali, se não conseguia lidar com os meus sentimentos?

Caminhei em direção a porta sobre os olhares acusadores dos populares. E eu podia ouvir o murmurinho por onde passava.

“ O que ela pensava? Que ele largaria Glim por causa dela?”

“ A ingenuidade dessa garota me impressiona”

“ Coitada, se arrumou tanto para nada”

Foi quando eu ouvi a voz de Peeta por todo o ginásio.

— Katniss... – ele me chamou, e eu me virei vendo-o sair do meu de todos e parando a alguns metros de mim, com um microfone nas mãos – tive que subornar o diretor para conseguir o microfone.

E eu sorri como uma boba.

— Eu preciso que me escute – ele disse me olhando – Eu quero falar umas palavras, e quero que todos ouçam.

O ginásio ficou completamente em silencio. Vi Glimmer torcer a boca e sair pisando forte sendo seguida por suas amigas. Então ele começou a falar.

— Toda vez que paro para pensar, você vem em meus pensamentos. Quando vou dormir, você aparece em meus sonhos – ele fez uma pausa e passou a mão nos cabelos – Porque isso acontece comigo? Será que e só paixão, ou será que estou e amando de verdade? Sei lá, mais sei que é gostoso estar perto de você, é bom saber que você está na casa ao lado, na janela ao lado.

Ele fez outra pausa e se aproximou pegando a minha mão.

— Estar com você é como se uma tarde chuvosa e fria, se tornasse um dia quente e ensolarado, com o céu azul e pássaros cantando em cima das arvores – ele beijou minha mão – Então comecei a lembrar do dia em que te conheci, do jeito que você me olhava enquanto carregávamos a mudança para dentro da nossa nova casa, como foi bom olhar pela janela, e te ver lá. Eu te olhava todos os dias, em vários momentos. Eu te via dançando como uma doida segurando a escova de cabelo como se fosse um microfone, ouvia você cantando completamente desafinada.

Eu já sentia as lágrimas escorrerem de meus olhos, e ao olhar em volta, vi que eu não era a única, muita das pessoas que ali estava, também choravam em silencio ao ouvir as palavras de Peeta.

— Não chora princesa – ele enxugou meus olhos com seus dedos e continuou a falar – E quando demos nosso primeiro beijo naquele telhado, parecia que meu coração saltaria para fora do meu peito.

É tão gostoso estar contigo, você sabe o jeito de me beijar, de me dar carinho, e de me fazer sentir especial, pois você é quem eu quero ao meu lado todos os dias e não consigo mais segurar aqui dentro de mim o que eu sinto por você. Quero descobrir todos os seus mistérios, saciar todas as suas vontades, realizar todos os seus desejos, estar contigo quando estiver triste, te dar carinho quando estiver doente, enfim, te fazer feliz é o que eu mais quero. Acho que agora eu sei que você não é mais uma pessoa qualquer em minha vida, não é méis minha amiga e confidente do telhado da casa ao lado. Agora eu sei que você é o grande amor da minha vida, e quero poder amar você enquanto o meu coração estiver batendo.

Hoje já se passaram cinco anos desde aquele dia, e nunca mais eu e Peeta nos afastamos, nunca terminamos e nunca fomos dormir com raiva um do outro.

Peeta cumpriu todas as promessas que me fez aquele dia. Ele sempre esteve ao meu lado, sempre foi presente em todas as minhas conquistas, sempre vibrou por minhas realizações. Eu o amo muito além do que qualquer pessoa possa imaginar, e hoje eu estou aqui, na porta da igreja me preparando para me casar com meu vizinho da janela ao lado. Sei que ainda enfrentaremos muitas coisas, mas sempre teremos um ao outro.

Ao entrar, eu o vejo perfeito me esperando no altar.

— Senhorita Everdeem, pode dizer seus votos – disse o padre depois que fiquei algum tempo esperando sem dizer nada, depois de ouvir os votos de Peeta, mas eu não falaria nada, eu simplesmente mostraria a ele o que fez com que tudo isso aqui começasse.

Devagar, eu tirei o papel que estava enrolado junto ao meu bouquet, e mostrei a ele.

“ Eu te amo”

E vi que seus olhos brilharam com aquilo. Peeta colocou a mão dentro do terno, retirando uma folha de papel dobrada do bolso. Ele então me mostrou o que estava escrito ali.

“ Eu te amarei para sempre”

— Sempre – eu disse a ele

— sempre.


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