Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente!
Bom, já somos 11, e eu (assim como a Miimi) estamos muito felizes.
Agradecimento especial à Tini Comello Blanco pelas lindas palavras que nos encantaram, vc é Incrível kkkk
#Incrível



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— Você o que!? — grita Diego no telefone e eu afasto o celular do ouvido para não ter meus tímpanos estourados.

— Eu aceitei — repito tranquilamente.

— Você é louco? — grita num tom mais baixo, mas ainda sim tenso.

— Não vejo por que tanto espanto, Diego. Se eu seguisse o caminho do meu pai iria até me acostumar a matar pessoas. Qual o problema se eu matar uma única pessoa e deixar as outras viverem?

— As outras pessoas teriam feito algo contra a máfia do seu pai, ou coisa do tipo. Você nem sabe quem é essa pessoa. Ela não fez nada pra você — diz, implorando ocultamente para que eu recusasse a proposta de meu pai.

— Não adianta, Diego. Já tomei minha decisão. Quero ter uma vida. Odeio a máfia do meu pai mais do que qualquer um, pode ter certeza. E não quero fazer isso.

— Não faça, fuja — pede.

— Meu pai me encontraria. Alias, fugir pra que? Estudo aqui, meu pai não me ameaça... Minha vida está ótima a não ser pela Máfia.

— Não importa. Leon, não mate um inocente.

— É "uma" - digo me deitando em minha cama.

– Uma garota!? - grita novamente fazendo meus ouvidos doerem.

– Dá pra parar de gritar? Meus ouvidos vão sofrer sérios danos desse jeito — reclamo. — e sim, é uma garota, se chama... — tiro o papel que meu pai me deu do bolso — Violetta, Violetta Castillo.

— Se é menina é pior ainda. Ela deve ser frágil e ter medo de tudo. Você a mataria à sangue frio? — argumenta.

— Eu não vou mata-la literamente — digo. — Meu pai só quer que eu a conquiste e ganhe sua confiança, depois encontre um meio de ficar sozinho com ela. Então eu aviso pra ele, e ele manda alguém vir terminar o serviço — termino.

— Cara, isso é loucura — diz claramente frustrado.

— Não sei por que está assim, sendo que você vai me ajudar.

— Eu? Pode esquecer! — diz.

— Ok, então eu vou dizer pro meu pai que não aceito a proposta e vou ser o herdeiro da máfia pra matar centenas, provavelmente milhares de pessoas. Talvez eu até peça para meu pai pra você ser meu ajudante.

— Isso se chama chantagem — diz após alguns resmungos.

— Não, isso se chama pedir ajuda de um amigo gênio, que pode facilitar o seu trabalho - digo rindo fracamente.

— Que seja! — diz irritado. — então, o que quer que eu faça?

— Descubra tudo que puder sobre ela — digo curtamente.

— Tá bom. Mas só faço isso porque não quero que você se meta em encrenca — diz relutantemente.

— Obrigado, agente se fala depois — digo.

— Beleza, até mais — diz.

Encerro a chamada e por alguns minutos fico admirando o teto do meu quarto.

Aquilo, não era a coisa mais certa a se fazer, mas muito menos era a coisa mais errada. Eu não conhecia a garota, talvez ela fosse alguém ruim. As coisas seriam bem mais fáceis. Sabia que isso dificilmente seria real.

Mas pelo menos, não seria eu a sujar minhas mãos de sangue. A partir de amanhã começaria a minha caçada por Violetta Castillo.

Já era tarde, então eu fui pra cozinha preparar algo pra comer. Sempre fazia isso. Não gostava de estar junto com meu pai, principalmente no jantar, quando o silêncio era insuportável. Ele, nem se incomodava em me chamar pra comer, sinal claro de que também não gostava de estar comigo. Então eu esperava ele ir dormir pra jantar, sozinho.

Logo, vou pra cama. Demorei certo tempo pra dormir, pois fiquei pensando em duas garotas. A primeira era Violetta Castillo. Queria encontra-la e acabar logo com isso.

E a segunda, era aquela linda garota que eu esbarrei no parque. Sem dúvidas ela era alguém especial, apesar de eu não saber nada sobre ela, queria conhecê-la, mas acho que não dei uma boa primeira impressão.

No dia seguinte eu acordo com meu celular tocando. Ao olhar no identificador, vejo que é Diego.

— O que é? — digo nervosamente após atender o celular.

— Bom dia pra você também, Leon! — ri.

— Bom dia, Diego. Você me acordou às 6 da manhã. Então, a não ser que queira morrer antes da hora, me diga o que quer — digo ironicamente simpático.

— Aposto que não vai estar mais nervoso depois que eu contar o que achei sobre Violetta Castillo — diz e mesmo não o vendo, sabia que sorria.

— O que? — digo ficando instantaneamente alerta.

— Nada — diz rindo.

— Então tchau — digo pronto para desligar o celular.

— Calma, cara. Olha eu procurei em tudo quanto é canto na internet, e só achei o endereço dela. Germán não deixa que coloquem nada sobre ele ou sobre a filha na web.

— Se você sabe o endereço, vou ficar de tocaia na casa dela pra ver se consigo algo mais — digo me sentando na cama.

— Ok, mas eu vou com você — avisa.

— Ora, ora. Então agora gosta da ideia de me ajudar? — pergunto divertidamente.

— Não, é só que não quero que você faça alguma besteira. Pelo menos não agora.

— Calma, Di — brinco com seu apelido — não vou chegar nela dando um tiro em sua cabeça.

— Mesmo assim, eu vou. Só por garantia.

— Ok. To indo te buscar agora.

— Até mais.

Desligando o celular, me troquei, lavei o rosto, peguei as chaves de meu carro e saí.

Peguei Diego em sua casa e fomos à casa de Violetta. Estacionei o carro algumas quadras antes. Diego resmungou metade do caminho por termos de andar até a casa, mas logo ficou tenso e se calou.

Quando chegamos em frente a casa, nos escondemos atrás de arbustos, no jardim da casa ao lado. Por um bom tempo seguimos apenas observando, e logo já estávamos completamente entediados.

— Acho melhor deixarmos pra outro dia — diz Diego ficando em pé.

— Senta ai e fecha o bico — digo assim que ouço passos e o barulho de chaves.

Poucos segundos depois o portão se abre, e uma garota de vestido sai de lá. Não pude ver seu rosto por conta da distância e do ângulo em que nos encontrávamos.

— É ela, é ela, cara... Ferrou — diz Diego desesperadamente me chacoalhando.

— Relaxa, Diego. Tá muito tenso - digo rindo fracamente — vamos só segui-la.

Após trancar o portão, ela se virou para o lado oposto ao nosso e começou a caminhar. Esperamos ela ganhar distância, e tendo feito isso nos levantamos e começamos à segui-la.

Para não parecermos dois maníacos, quando alguém caminhava perto de nós, fingíamos que éramos turistas, e apontávamos para todos os lados dizendo coisas como "isso não tem no nosso país", "olha aquilo" e "agente já passou por essa rua?".

A garota andava tranquilamente pela rua, cantarolando a melodia de uma música. Não sabia por que, mas tinha vontade de me aproximar e ouvi-la cantar a música pra mim.

Após 10 minutos de caminhada, Violetta chegou a um local chamado Studio On Beat e logo adentrou no mesmo.

— E agora? O que fazemos? — pergunta Diego esperançoso por eu dizer para irmos embora.

— Vamos entrar — digo como se fosse óbvio, voltando a caminhar.

— Não podemos — diz me segurando pelo braço.

— É claro que podemos. Todos entram e saem, eles nem vão nos notar — digo.

— Eu não vou — diz.

— Ok, eu vou. Antes que a perca de vista — digo me soltando de seu braço e caminhando decididamente para a entrada, como se eu fosse um aluno regular do local.

Atraí alguns olhares enquanto caminha pelo tal de Studio, mas ninguém me barrou. Olhava para todas as pessoas ao meu redor, tentando encontrar Violetta entre eles, o que não era muito fácil porque só sabia que usava um vestido lilás e que tinha cabelos lisos. Além de que todos achavam que eu era um louco, por conta de encara-los como se fosse um Serial Killer à procura de sua próxima vítima.

Quando já me dava por vencido, escutei uma linda voz que cantava uma canção. Não sei o que aconteceu comigo, mas me deixei guiar por aquele som. Procurar Violetta era outra estória, eu precisava chegar mais perto e ouvir melhor. Saber quem era a dona de uma voz tão doce e envolvente.

Cheguei a uma sala. A porta estava entreaberta e eu espreitei por ela, tentando ver a garota que havia conseguido me conduzir diretamente a sua voz.

E então eu vi quem era, e uma alegria se apoderou de mim. Era a garota com que eu havia esbarrado.

Seu rosto, sem a aspereza de quando nos conhecemos, era angelical. Seus olhos tinham um brilho intenso. E ela sorria, cantando alegremente, cheia de vida. Ela tocava o teclado, enquanto uma garota de cabelos pretos, outra de cabelos ruivos e um garoto de boné, escutavam atentamente. Prestei atenção à letra, não desde o começo, mas a parte que ouvi era algo como:

...Ni un minuto más

Sé que puedo soñar

Quiero cantar

Decreto el sueño real

Sé que podemos confiar

Y nada nos detendrá

Hoy quiero cantar

Qué el miedo no volverá

Porque mi angel guardian

Sabrá el camino a tomar.

Linda... Pensei sorrindo levemente. Quem diria que alguém com a capacidade de ficar tão irritada, conseguisse deixar todos ao seu redor encantados.

Assim que ela acabou, suspirou.

— Só consegui essa parte, e acho que ela é melhor no refrão. Eu tinha a parte inicial mas eu esbarrei com um garoto ontem e a perdi — diz a garota.

— Tá muito bom, Vilu diz a garota de cabelos negros.

Então o nome da garota era Vilu? Não, provavelmente era apelido.

— Não acho que tenha ficado tão bom, precisa de muitas melhoras e eu preciso da parte inicial — diz Vilu arrumando o vestido lilás que usava.

— Não ficou muito bom? — diz o garoto sem acreditar. — Tudo o que você faz fica bom. Você é Violetta Castillo!

Eu congelei naquela hora. ELA era Violetta. Não podia acreditar. Então eu liguei os pontos: a melodia que ela cantarolava era a mesma da música que acabara de cantar, o vestido lilás e os cabelos lisos. Afastei-me da porta, não entendendo porque me sentia tão abalado.

Um homem se aproximou de mim e falou algo, mas como Violetta estava rodando meus pensamentos, não prestei atenção. Fiquei o encarando, tentando entender o que ele havia dito.

— Hã? — digo confuso.

— Perguntei se veio para se inscrever — diz sorrindo.

— Pra que? — sigo confuso.

— Pra entrar pro Studio — esclarece.

Era perfeito! Eu poderia entrar no Studio e me aproximar de meu alvo. Violetta ser a garota que eu havia esbarrado não mudava nada, e eu tinha que deixar de me sentir assim.

— Sim, claro — digo abrindo um sorriso fraco.

— Venha comigo e eu te entrego a ficha — diz.

— Posso pegar uma pra meu amigo? — peço.

— Claro, venha! — diz caminhando e eu logo o segui.

Após pegar as fichas eu fui para a saída do Studio. La fora, encontrei Diego sentado num banco, olhando fixamente para algo ou alguém.

Sentei-me ao seu lado e segui seu olhar. Vi a garota de cabelos pretos que havia falado com Violetta.

— Ainda bem que eu peguei uma ficha pra você — digo rindo fracamente.

— Como assim? — pergunta confuso.

— Nós vamos entrar pro Studio e não me diga que você não gostou da ideia porque eu sei que gostou da morena — digo rapidamente.

— Tudo bem — concorda sem tirar os olhos da garota.

— Nossa, isso foi... Fácil — digo confuso. — Vamos?

— Sim — diz. Levanto-me, mas ele segue sentado, observando a garota.

— Diego... — chamo sua atenção, estalando os dedos em sua frente.

— O que? — diz irritado por eu ter atrapalhado seu momento de contemplação.

— Vamos — digo.

— Ah, claro — diz voltando à realidade e se levantando.

Caminhamos em meio à conversas paralelas. E logo estávamos no carro. Durante o caminho fiquei pensando em Violetta. Não queria fazê-lo, tudo que fazia no momento era para matar Violetta, e não para ter vontade de conhecê-la.

Fomos para minha casa, ou melhor, dizendo: mansão. Meu pai não economizava quando o assunto era ostentar seu poder e dinheiro. Por sorte, ele não havia voltado do "trabalho", então eu podia ficar à vontade em casa.

Após almoçarmos tranquilamente, fomos para meu quarto e ficamos estudando para a prova que teríamos na semana seguinte. As horas passaram rapidamente, então fomos pegar os instrumentos em outro quarto da mansão.

— Então temos que criar uma música? — pergunta Diego.

— Sim, e vamos passar a noite aqui se for necessário, porque o teste é amanhã — digo sorrindo.

— O que? É muito pouco tempo, e nem temos experiência em música. Exceto por você tocar violão e teclado, e eu tocar guitarra.

— Pois é. Mas preciso entrar no Studio pra me aproximar da Violetta — digo ajeitando o teclado.

— Eu também preciso entrar.

— Por quê?

— Por... Você — diz.

— Sei... — digo sorrindo largamente.

— "Sei" o que? — diz inocentemente.

– Não disfarça, eu vi como você olhou pra garota de cabelos negros.

— Cala a boca, Leon! Vamos começar logo essa música, já estamos com tempo curto e você ai, inventando historias — diz evasivo, pegando a guitarra.

Ri levemente, não o contestando. Tínhamos que começar logo a música e deixar o resto de lado.

Estocamos salgadinhos, bolachas e chocolates em meu quarto e realmente viramos a noite para compor a música. Levando 3 horas para criar a melodia, e incontáveis horas para a letra.

Meu pai não voltou do trabalho, ou voltou, mas não quis me ver.

Devíamos ter pegado no sono às 04h30min da manhã, mais ou menos. Só sei que acordei às 9 e 50 da manhã e vi que estávamos atrasados.

— Diego, acorda cara — digo chacoalhando-o. — Faltam 10 minutos pra começar os testes e estamos atrasados - digo.

Ele se levantou rapidamente, completamente atordoado.

— Nossa — diz esfregando os olhos. — Vamos.

Nos arrumamos o mais rápido possível e fomos ao Studio numa velocidade de 90 km por hora. Devia ter ganhado uma coleção de multas.

Era incrível a minha capacidade de me atrasar para metade dos meus compromissos. Mas eu sempre dava um jeito de chegar à tempo, não sabia como.

Estacionei o carro uma quadra antes e fomos correndo para o Studio. Entrando lá, vemos que todos estavam reunidos num local chamado Zoom, então nos aproximamos. Deixamos nossas fichas numa mesa, junto com as outras.

O homem que havia me entregado as fichas ontem e que eu descobri que se chamava Pablo, falava com um sorriso no rosto.

— ...Então, antes de começarmos os testes, gostaríamos de mostrar para vocês, como o Studio trabalha com a música — termina descendo do palco.

Deixei Diego e me aproximei mais, conseguindo ficar na frente. Pelo menos assim os professores não ficariam me encarando como se dissessem: "está atrasado".

Então uma música começou a tocar, e uma garota loira apareceu, começando a cantar:

Quién le pone límite al deseo?

Cuándo se quiere triunfar

No importa nada

Lo quiero

Es cantar y bailar.

La diferencia esta aquí adentro

En mí circuito mental,

Soy una estrella destinada a brillar.

Nessa hora, garotos e garotas invadiram o palco, cantando e dançando animadamente:

Encuentro todo en mi música

Porque estoy siempre bailando

Yo necesito que mi música

Me diga que estoy buscando

Buscando en mi.

Violetta estava no meio deles. Na frente e no centro, pra ser mais exato. Seus passos eram soltos, e sua voz se sobressaia com relação à seus colegas. Sorri involuntariamente. Foi então que o garoto de boné começou a cantar:

Si hay duda no hay duda

La única verdad esta en tu corazón

Si hay duda no hay duda

Se hace claro el camino

Llegaré a mi destino

Violetta começou a cantar, fazendo todos os olhares se atraírem para ela. Notei que ela estava muito próxima da beirada do palco, mas ignorei esse pensamento.

Quién le pone límite al deseo?

Cuando se quiere triunfar

No importa nada

Lo que quiero

Es cantar y bailar

O refrão começou a ser repetido, e foi então que tudo aconteceu. Num dos passos da dança, Violetta gira, assim como todos os outros, mas ela é empurrada pela garota loira. Num movimento rápido, empurrei levemente a garota ao meu lado e avancei em direção ao palco, bem a tempo de segurar Violetta em meus braços.

Violetta estava com os olhos arregalados e a respiração descompassada enquanto me olhava, já me reconhecendo.

— Sempre vamos nos encontrar assim? — digo involuntariamente, com um leve sorriso nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Bom... é isso :)
Comentem para sabermos o que estão achando, please!
Obrigado à todos por acompanharem.
Bye!