A Nossa Música escrita por Aline Jinguji


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic, espero que gostem. Se divirtam :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624000/chapter/1

Ele já havia ficado com muitas mulheres, e tinha que admitir, com um número considerável de homens, mas então porque sua mente insistia em sempre vagar para o belo aquariano de cabelos verdes, cada encontro não era suficiente para suprimir seus pensamentos desejosos por aqueles olhos gélidos

Mais uma garota saia pela porta de sua casa, eram três horas da manhã, aproximadamente, e ele havia educadamente expulsado ela. Enquanto ela saia, ele só conseguia pensar que, há algumas casas a cima, estava seu desejo mais secreto, seu melhor amigo, e aquele que fazia com que suas noites cada vez mais se tornassem algo maçante e vazio.

Ele saia com essas outras pessoas para que sua mente se desviasse da distração principal, mas toda vez que o via com o olhar desaprovador, mandando ele quietar e abraçar uma vida mais tranquila, ele só conseguia pensar que ele só teria calma quando Camus o acolhesse como algo mais que um amigo de longa data

Sem esperanças de isso acontecer, ele se embrenhava mais nas noites, procurando alguém que acendesse pelo menos um terço do que o aquariano acendia com apenas um olhar.

–-------***--------

Eram três horas da manhã, e o Aquariano não dormiria tranquilo até ver que as luzes de escorpião foram definitivamente apagadas.

Porque aquele maldito não podia desistir de sua vida de libertinagem, e finalmente deixar o aquariano tranquilo? Porque Milo não percebia quão triste ele deixava Camus, toda vez que aparecia de ressaca, por ter passado mais uma noite bebendo e namorando com qualquer um?

Mas, apesar de ferido emocionalmente, Camus sempre estaria cuidando do amigo. Como ele se manteria longe do alegre escorpião afinal? Se a única coisa que ele poderia ter como mais pessoal entre ele e o melhor amigo era isso, amizade, ele aceitaria de bom grado. Só de poder observar a alegria do amigo, ele já se sentia parte da vida dele, apesar de desejar mais.

Sim, ele sempre desejaria mais...

–------***-------

Milo estava decidido, enquanto subia as escadas, ele finalmente iria se declarar para seu melhor amigo, não importava que resposta tivesse do frio aquariano, ele pelo menos tiraria aquela incansável dor de seu peito, ou só aumentaria mais

Não aguentava mais, e dia de hoje havia sido a gota d’agua. Sabia que não tinha o direito de ter ciúmes, e de ter feito aquela cena, mas que culpa ele tinha? A amazona estava praticamente se jogando nos braços de SEU CAMUS. E aquilo ele não iria tolerar, elas não viam que Camus era especial de mais para qualquer uma delas?

Mas, o pior de toda a cena foi ver o rancor nos olhos do amigo, sem nunca levantar a voz, o aquariano tinha um fogo desconhecido por Milo no olhar, algo que parecia antigo, e que tudo indicava, havia sido cultivado por longas datas.

Depois que Camus lhe deu as costas aquela tarde, ele sentiu como se seu mundo fosse desmoronar. Ele precisava finalmente esclarecer as coisas, e ser aceito, como amante, ou como amigo.

Com estes pensamentos ele entrou pela porta da casa de Aquário, e foi no lugar que ele tinha certeza que seu amigo estava, a biblioteca. O refúgio pessoal do culto francês.

Entrando por ela, viu Camus debruçado por sobre a mesa escrevendo algo. Com uma música que Milo nunca ouvira, afinal, nem sabia que Camus escutava música.

Ele pigarreou, chamando a atenção do amigo, que dardejou seus olhos para ele, mas não largou a caneta, e friamente perguntou:

–O que você quer?

O escorpiano juntou o resto de coragem, afinal ele suspeitava que o tanto que havia acumulado durante todos os anos havia ficado no meio das escadas, em algum lugar entre sagitário e capricórnio.

–Camus...Eu...

–Se não vai falar nada de produtivo, vá embora, está me atrapalhando.

Ah como ele ficava lindo sob a luz da janela ao entardecer, como aquela música parecia se encaixar com a visão, como ele queria poder segurar Camus em seus braços, e nunca mais deixa-lo partir, ele juntou a coragem de novo.

–Desculpe por hoje, desculpe por ter ciúme infundados, é só que você e meu melhor amigo e...

Droga, ele havia falado melhor amigo, onde estava a declaração??

–Ficou com ciúmes por eu ser seu melhor amigo?

–Sim, quero dizer, quase isso...Não diria que foi por isso....

Ele olhou para baixo, as raras vezes em que Camus expressava emoções o deixavam desconcertado, e no olhar dele haviam muitas no momento para que Milo conseguisse o encarar.

–Milo, olhe para mim, e termine de dizer o que veio dizer, e se não consegue faze-lo olhando para mim, não é homem suficiente.

Camus não aguenta mais a angústia, não consegue mais tolerar a falta de senso do escorpiano, ele acabará com sua dor, as cartas em cima da mesa diziam tudo, uma era para a Deusa, ainda inconclusa, pedindo para se afastar em missões ,a outra lacrada era para Miro, com todos seus sentimentos, e o desejo de que fosse compreendido, o desejo de que não precisasse abandoná-lo, não foi aquela tarde que fez Camus se ressentir, e tomar aquela decisão, foram as várias noites e dias que via Milo sem podar tocá-lo de uma forma mais amorosa. Ele estava pronto para o que Milo falaria, não importavam as desculpas, ele iria embora, não aguenta ser só um Melhor Amigo para o belo homem à sua frente.

Ele viu Milo levantar o olhar em um rompante, com chamas no olhar, e se aproximar rapidamente.

Milo havia tomado sua decisão, iria se declarar da forma mais fácil.

Quando estava perto o suficiente, segurou a cabeça do aquariano, e o beijou.

Ambos estavam assustados com aquele rompante de emoções, o gesto mostrava todo o amor de Milo, que pouco tempo depois se viu retribuído, ele conseguira ultrapassar a camada fria de Camus, conseguira fazer as emoções do olhar passarem para a boca, e para os braços, e para todo o corpo.

E a cálida música, apesar de em francês, parecia embalar aquele doce momento, se tudo desse certo, Milo se decidira, aquela seria a música deles, música que mesmo sem saber a tradução, parecia saber tudo que se passava entre os dois

O beijo era calmo, mas tantas emoções deixavam ele quase sufocante, inebriável, e ambos queriam mergulhar naquilo.

Milo se afastou, olhou nos olhos ainda espantados de seu amado, tocando suas testas disse:

–Eu te amo, por favor, entenda isso, é só por isso que estou aqui, não aguento mais a angústia de te ver e não te ter, e saber que outros podem ter aquilo que é meu.

Camus arregalou os olhos, ele ouvira as palavras que sempre sonhou em ouvir, ele finalmente se sentiu completo. O escorpião o olhava ansioso, o beijo pode ter tido sentimentos, mas ele se sentia receoso, poderia só ter sido um reflexo do amigo.

Camus finalmente abriu a boca.

–Eu também te amo, sempre amei, não vou aguentar viver sem você Milo.

O sorriso radiante de Milo de longe ultrapassava o brilho do do pôr-do-sol que entrava na biblioteca.

Eles se aproximaram novamente, ambos completos pela primeira vez, o beijo foi embalado pelo final da música, que havia passado para um tom feliz desde o momento que Milo entrara pela porta, ela parecia ter seguido todos os sentimentos dos dois em apenas poucos minutos, a dor, a aflição, o amor, e finalmente a felicidade.

Quando se afastaram, Camus pegou as cartas em cima da mesa, colocou em uma pequena tigela prateada, e colocou fogo em ambas, enquanto fazia isso o Escorpiano o observava, e ficava tentado a voltar a música que acabara, quando Camus virou-se para ele, ele só pensava em uma coisa, que resolveu falar.

–Camyu, qual o nome daquela música?

O aquariano deu um leve sorriso e disse:

–A partir de agora vamos simplesmente dizer que ela tem nossos nomes, meu amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Nossa Música" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.