As Crônicas dos Astros - Signo de Fogo escrita por MonaVampire


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

Ola minna, essa é uma historia dedicada ao meu falecido avô.espero que gostem.


For my grandfather, Sebastian, ave atque vale in perpetum.



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Ano 3054- Center City, Centauros 13

A chegada em Center City não era nada animadora para ele. Significava voltar para casa, para o tormento da mãe super-protetora e as velhas exigências do pai.

Na verdade, a cidade centro não mudou quase nada. Com a mesma protuberância exuberante e aparentemente perturbadora, em seus arranha-céus bem situados. Canteiros de rosas e narcisos bem organizados, ruas de Paralelepípedos de pedra polidas. Árvores cuneiformes e diversas sete copas aparadas em cada extremidade das ruas, alastrando- se por toda a grande metrópole.

Ele olhava ansioso para além do vidro embasado do trem, vindo de chesler ao leste. A linha do trem passava por quatro dos doze estado do país. Ao longe o jovem rapaz podia ver o arco de metal com o letreiro de neon onde está escrito em letras brilhantes de vermelho quente e verde fluorescente 〝 BEM-VINDO A CENTER CITY〞.

Já não conseguia mais conter o entusiasmo apesar de ter todo o peso de um reino prestes a cair em suas costas, uma mãe tagarela e um pai rabugento feito um velhinho. Mesmo assim ficou aliviado quando chegou a estação e constatou que a imprensa não estava presente para acompanhar a sua volta definitiva para casa. Pelo menos nisso ele estava tranquilo por enquanto. Em um de seus gestos involuntários, passou à mão no cabelo grudado a testa pelo suor, completamente perdido em seus pensamentos. Uma vez em um milhão não teria de dar sorrisos falsos e cumprimentos desconfortáveis. Só que desta vez ele não irá volta para o colégio como sempre fazia quando as ferias de verão e inverno terminava. É definitivo.

Com um resvalo o trem para, e seu copo com vinho sai voando e se esborracha no vestido azul anil de uma garota incrivelmente linda, de cabelos loiros claros. Ela se sobressaltou e olhou espantada para seu vestido manchado e depois para o jovem com feições bobas. Seu rosto lindo se transformando em uma carranca deixou ele com um frio na barriga e uma sensação desconhecida, mas agridoce. A garota deu um típico olhar de desaprovação para o rapaz que tratou logo de demonstrar seu profundo pesar.

── Desculpe-me senhorita eu... ── ele começou, mas foi interrompido por um aceno de mão demonstrando que não era necessário tal desculpas e imediatamente ele retirou um lenço estampado com o símbolo real e ofereceu a garota cuja a beleza lhe chamou a atenção.

Os dois ficaram ali se encarando. O pobre rapaz com o braço estendido feito idiota e a garota, com seus enormes olhos verdes negando qualquer tipo de contato físico com ele. Esses olhos, os mesmos olhos verdes de seu pai. Pensou. A pequena quantidade de luz que vinha da fresta de uma janela fume atrás da garota fez com que ela se parecesse ainda mais com um anjo. A aureola que se formou em seu arredor ressaltou seu belo cabelo loiro e pele pálida como a de uma porcelana e tudo dando uma qualidade extraordinária a bela que estava a sua frente. Para ele não importava se ela o insultasse ou se ela era de uma casta inferior, ele soube que a atração que sentia por ela era algo real. Uma necessidade de saber seu nome tomou conta dele. Enquanto isso ela sacudia o vestido manchado de vinho e praguejava baixinho.

── Oh céus, você o estragou, meu melhor vestido. ── expôs ela. Ele ergueu as sobrancelhas em surpresa. Melhor vestido, pensou ele e não conseguiu conter o riso.

── Sinto muito, perdoe-me. Mas não tive a intensão, eu posso pagar não se preocupe irei dar um jeito nisso agora mesmo. Então quanto à senhorita acha que daria pra cobrir o estrago? ── ele retirou a carteira de couro do bolso e começou a tirar notas de ciros de dentro da mesma.

── Posso saber qual é o motivo da graça? Eu também quero rir. ── ela balançou a cabeça e os cabelos caíram nos olhos e com um gesto impaciente ela os tirou do rosto e limpou a garganta ── Pelos Deuses quantas palavras são precisas para você se desculpar?

── Perdão. Mas eu gostaria de recompensa-la pelo vestido.

── Ah é, o preço não importa. Não quero seu dinheiro ── ela retrucou friamente. O jovem arregalou os olhos castanhos incrédulos. ── Além disso, o valor é sentimental, foi minha avó que o fez para mim, não existe outro igual. Ah, mas é claro como um riquinho mimado iria entender tal coisa. Só uma tola pen...

── Perdão, mas se pensa que sou mimado e fútil a ponto de não entender o valor sentimental que está peça de roupa representa para senhorita, devo dizer que não me conhece o suficiente para saber de fato como sou. E levando em conta que acabamos de nos conhecer e eu nem sequer sei o seu nome.

── De onde venho é cortesia comum estranhos se apresentarem antes de perguntarem o nome de quem por acidente estragaram o vestido! ── explicou ela, ficando ereta e erguendo o queixo.

Ele a fitou como se tivesse acabado de ser estapeado na cara. Era evidente que ela não sabia que se tratava de sua alteza real o príncipe e duvidava que ela gostasse de saber. Por isso ele decidiu deixar que ela o descobrisse sozinho. Ele suspirou e estendeu a mão para a garota e por fim disse:

── Sou Ben, prazer em conhecê-la. ── ela hesitou alguns estantes, mas pegou a mão firme do garoto.

── Sou Celine Castle, mas eu não posso dizer que o prazer foi meu, já que isso seria uma mentira. E de qualquer forma obrigada por ocupar meu tempo a viajem estava demasiadamente chata.

Não que ele não a achasse grossa, pois ela era. Mas também ele admirava sua fúria indomável e sua coragem. Como diria sua mãe 〝damas não são criaturas selvagens, mas certos tipos de homens são atraídos pelas as que são〞. E Ben começava a achar que fazia parte deste minúsculo tipo de homens. Ela deu as costas para o príncipe e sem se despedir saiu do trem acompanhado dos espectadores de sua discussão com ele. Quando finalmente desceu do trem percebeu que um burburinho tomava conta da estação Faernot que dava para 24th Betria street, não muito longe do Palácio Arquias. Ele conteve seus gestos descuidados, afinal de contas ele era o príncipe e devia manter a compostura diante de seus súditos, mesmo a imprensa não estando presente para noticiar sua chegada a capital.

Após se recompor seguiu seus guardas reais Velásquez e Martins que também eram seus amigos. Os únicos na verdade. O infeliz rapaz passou pelas fileiras de bancos de plástico azul marinho, tentando conter o turbilhão que se encontrava sua mente naquele momento. A infelicidade de voltar para casa, conhecer Celine e ter somente dois amigos que na verdade eram encarregados de protegê-lo mesmo que para isso custassem suas vidas. Não era uma relação saudável tinha de admitir. Tudo aquilo o estava deixando zonzo e enjoado, uma sensação que só tinha quando navegava. Olhou para as vitrines das lojas a procura de uma distração, e as mesmas já estavam com enfeites natalinos uns dos poucos feriados que restaram do antigo governo, já que não se pode mudar a data de uma celebração de nascimento de uma divindade. Mas ele não acreditava muito neste tipo de coisa, para ele servia para ganhar lucros com as vendas e manter a população feliz e contida como aprendeu com seu pai que por sua vez aprendeu com o pai dele.

***

A Mercedes preta um modelo novo e muito bonito estacionou em frente ao grã- palácio real Arquias meia hora depois de sua chegada a cidade. Ele se lembrou da descrição que seu professor de literatura antiga deu sobre a estrutura imponente a sua frente 〝 Vivem dentro, mesquinhamente, vergônteas estioladas de famílias fidalgas,〞Ben passou pelas enormes portas de cedro se projetando para os salões vazios ainda relembrando〝 cuja os frisos dourados se recobrem de um recém polimento, e estuque, recém reformado, outrora, lagarteado de fendas, que esbroava a força de goteiras.〞mas isso ocorreu na infância de seu pai.〝 Nas paredes velhos quadros, crayons, moldurando a monarquia, há candelabros de dezoito velas, mas quase nunca se acendem as velas e se guardam os nomes enquadrados.〞Um dia seria ele a se tornar um retrato num quadro velho e esquecido. Nada estava exatamente como ele se lembrava da sua ultima visita.

O salão estava iluminado com archotes flamejantes, o que é bem démodé, e uma imponente escada de mármore escuro em frente, levava aos andares superiores. Vasos antigos do século XXI, estavam em lugares elaborados portando nada além de belíssimas dedaleiras colidas a pouco. São as flores preferidas de sua mãe e rainha da perfeição.

A recepção seria ao cair da noite do próximo dia no salão de festas, e certamente sua Majestade a rainha não deixaria passar a oportunidade de fazer um baile de boas- vindas. Ele estremeceu ao pensar no assunto, mas então aos poucos uma ideia tomou forma em sua mente e o deixou repentinamente animado. Com a maior idade chegando, chegavam também múltiplos fardos: a escolha de uma princesa entre plebeias ou filhas de outros ministros e a coroação como o próximo rei de Centauros 13. O logico seria ele escolher seguindo a vontade de seu coração, mas como disse sua mãe certa vez que conversaram sobre o assunto amor, onde ele tinha perguntado se ela o amou desde o primeiro momento em que o viu , seu pai. Ele ainda tinha a suas palavras frescas na memoria 〝 São raros os que encontram o amor a primeira vista, mas raros ainda aquele que os vive. Mas não existe só este tipo de amor e sim uma infinidade, cada um com sua beleza e complexidade. Para ter o amor que tanto almeja basta correr atrás e construi-lo gradativamente. E isso era o que ele iria fazer. Correr atrás dela.

Tratou logo de arranjar papel e caneta e, pois se a escrever um convite a manuscrito para a senhorita Celine. A principio se perdeu em meio às palavras, tomando o cuidado para não pisar em seu calo dolorido.


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Notas finais do capítulo

Hey esse foi só o começo. mas já viram que teve umas tretas kkk.



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