Estava habituada a correr muito no campo de basquete por isso corri durante vinte minutos, sem olhar para trás.

Parei junto de uma árvore e encostei-me. Não se ouvia nada…

Dois minutos passaram e mesmo assim não aparecia ninguém. Assustada, com medo de ter acontecido alguma coisa a algum deles, gritei “MIKOTO” mas continuava a não se ouvir nada.

Passaram-se dez, vinte minutos e eu pensava nas possibilidade de algum estar ferido ou pior. Levantei-me e decidi ir atras deles mas um barulho aproximava-se. Havia possibilidade de ser um deles, mas também havia possibilidades de ser o lobo. Ganhei coragem, peguei num pau do chão e fui direita ao barulho. Com um salto, cai em cima de alguém que exclamou um “Aí!” Com esperança de ser o Mikoto, foquei a forma do Castiel com a testa a escorrer algo vermelho. Desorientada como estava, o que me veio a cabeça foi ideia de a tinta do seu cabelo tivesse a sair, o que era uma ideia parva quando senti o cheiro a sangue.

Quando brincava com o Mikoto quando eramos pequenos, acabávamos sempre por algum cair e magoar-se. Cada um cuidava do outro que se magoava, até ao assidente dos meus pais onde a dor e o cheiro imenso a sangue me traumatizou. Desde esse momento, comecei a cheirar o sangue em todo o lado.

Continuando: A primeira coisa que fiz foi abraçar o Castiel. Ele debatia-se mas eu não o largava.

Ele obrigou-me a larga-lo e levantamo-nos. Voltamos para a árvore onde eu me tinha sentado e pedi que tirasse a camisola. “Ainda a alguns dias atras pedias-me para a vestir e beijei-te, agora pedes para tirar para seres tu a beijar?” Normalmente, eu chateava-me ou atacava-o, mas naquele momento posso admitir que estava preocupada.

Demorou a tirar mas finalmente a consegui esmaga-la na ferida. Ele disse que enquanto corria, olhou para trás e depois deu com a cabeça num tronco e desmaiou. Acordou quando eu gritava o nome do Mikoto e decidiu seguir.

Eu não tinha sido seguida pelo lobo, o Castiel também não, isso significa que o lobo foi atrás do Mikoto. Fiquei mais assustada. Estava escuro, muito escuro. O professor e todos deviam estar muito preocupados. A May deveria estar super preocupada. E se eu nunca mais voltasse? E se o Mikoto também não voltasse? E se nenhum de nós voltasse? Teria de viver no meio desta floresta com o Castiel para o resto das nossas vidas. Fazer uma casa na árvore, conhecer amigos macacos, alimentar de fruta e coelhos. Ter filhos com o único homem da floresta e contar-lhes a história do pai e da mãe terem-se perdido numa visita de estudo.

Muita coisa passou pela cabeça naquele momento. Até o meu estomago começar a roncar de fome. Fiquei vermelha porque foi tao alto que supostamente o Mikoto, tivesse onde tivesse, teria ouvido. Castiel começou a rir-se e a escalar a árvore. Uns minutos depois desceu com uma manga na mão e disse que tinha visto um lago do outro lado, mas não tinha visto a clareira. Ficou combinado que iriamos dormir naquele lugar e no dia seguinte íamos para o lago. Estava cansada de correr que acabei a manga e adormeci que nem um patinho.

Amanha é o exame e estou super nervosa. Vou estudar e dormir o que devo para amanhar estar bem disposta.

Até amanhã!

DastanDrake