O Castiel começava a ser mais simpático, ou tentava. Não usava mais aquelas brincadeiras. Não que eu me importasse … Ele agora esta mais … sentimental. Não ofende muito.

Um dia atras, o Lysandre veio ter comigo e convidou-me para um concerto num bar perto da cidade. Deu-me a morada e disse que gostava que eu aparecesse e podia levar companhia. Pensei logo na May. Depois desconfiei porque é que o Lysandre me estava a convidar e por isso questionei-o: “Foi o Castiel que te pediu para fazer isto?” A resposta dele foi rápida e simples “Ele prometeu procurar o meu bloco se o fizesse.” Bom, foi uma troca justa e eu aceitei o convite. Perguntei a May se ele iria comigo, ela aceitou logo cheia de alegria e disse que já arranjava transporte.

No dia do concerto, a May apareceu num carro com o seu pai e eu entrei sem pensar duas vezes. O Mikoto não estava em casa nem a tia Banner por isso deixei um recado.

Quando chegamos ao bar, na tabuleta estava escrito “Homra” e parecia de qualidade. Quando entramos, estava um monte de gente. Havia um palco no canto onde Castiel e Lysandre estava a arranjar o microfone. Castiel imediatamente olhou-nos e chamou a atenção do Lysandre. Veio na nossa direção e perguntou o que estava ali a fazer. Resposta foi simples: “Para ajudar o Lysandre a encontrar o bloco de notas.” Ele pareceu intender, bem feito para ele. Ele fez uma cara feia e dirigiu-se ao dono do bar que conversava com um ruivo. Este estava de costas para mim mas eu o identificar rapidamente. Era o Mikoto! Agora fazia sentido. Isto é um bar, e só abre a noite! É por isso que o Mikoto chega a casa muito tarde! Castiel explicou-me depois que o Mikoto era o melhor amigo do dono do bar. Ele falava com o Castiel porque ele e Lysandre trabalhavam nesse bar em concertos.

Sentamo-nos e apreciamos o concerto. Estava tudo tao bem, quando a May me contou que o Mikoto vinha na nossa direção. Ele agarrou-me no braço e perguntou-me “O que estas a fazer aqui?” A cara dele estava super assustadora! Pude admitir que tive medo dele naquele momento. Não respondi, então ele obrigou-me a levantar e quase me levava a rastejar para fora do bar. Ele fez um grande sermão. “Que estás tu aqui a fazer?”, “Responde-me!”, “Sabias que este bar é para maiores de 18 anos?”, ”Vai para casa já!”. Ignorei-o completamente. “É aqui que passas todas as noites! É por isso que quando chegas a casa só cheira a álcool?” ele também me ignorou. “Volta para casa antes que te leve pessoalmente!” Era uma ameaça mas eu não queria saber. “Eu fui convidada para ver o concerto, e tu não és meu pai para me ordenar!” Íamos discutir outra vez. Ele achou piada ao “Convidaram-me” por isso perguntou quem me convidou. “Fui eu!” Já devem adivinhar quem foi que disse isto. Não, não foi o Lysandre, mas sim o Castiel. Ele estava na entrada e encarava a mão do Mikoto que ainda segurava o meu pulso com força. Ele largou-o, olhou-me e voltou a entrar no bar.

Castiel disse que nos tínhamos uma ligação muito estranha. Queria voltar para a beira da May mas o Castiel não me deixou e perguntou se não queria ir dar uma volta e contar-lhe a história. Bem, não estava segura em nenhuma das partes por isso aceitei as ofertas. Entrei para avisar a May e nesse momento Mikoto estava a sair. Não me disse nada, limitou-se apenas a olhar para a frente.

Eu e Castiel lá fomos pelas ruas escuras, contei-lhe sobre os meus pais, a minha avó, tia Banner, e sobre a casa que partilhava com o Mikoto. Claro que não lhe contei sobre o casamento arranjado desde o momento em que nasci, nem que muito menos partilhava o quarto com supostamente o meu futuro marido. Ele ouviu tudo atentamente sem dizer nada. Quando finalmente acabei o meu discurso e começou a falar da sua vida também. Que os pais viajavam muito, não vivia com ninguém, simplesmente sozinho. Achei muito triste e sozinho apesar de ele dizer que era melhor assim. Segurou-me pelos ombros e disse algo que não percebi bem e que ate hoje é um mistério. “Eu quero dizer-te uma coisa. Quando estavas debaixo de mim … Não é isto … Eu …” O meu telemóvel começou a tocar. Tive de atender, era a tia Banner. Parece que o Mikoto fez queixas quando chegou a casa. Tive de me despedir de Castiel e ir ter com a May para voltar para casa.

Mikoto não estava na sala. Expliquei tudo a tia Banner e ela disse que confiava em mim e por eu ser sempre sincera não me ia deixar de castigo por sair de casa num dia da semana a noite. Disse que estava com o pai da May, ela perdoou.

Quando me dirigi ao quarto, Mikoto encontrava-se sentado na cama dele. Supostamente a minha espera porque mal entrei ele levantou-se foi na minha direção e segurou-me nos ombros. “Porque aceitaste o convite dele?” Desta vez ele não estava assustador. Respondi da mesma maneira que respondi ao Castiel. “Para ajudar o Lysandre a encontrar o bloco de notas.” Ele não percebeu, por isso largou-me e voltou a sentar na cama. Sentei-me na minha exatamente a frente dele. “Porque que com ele respondes e comigo limitas-te a calar?” Não percebi esta. Ele explicou a personalidade do Castiel e disse que com ele respondia ao seus insultos e ameaças, e quando Mikoto falava eu ficava chateada e desatava a discutir ate me calar para sempre. Não sabia responder, nunca tinha pensado dessa maneira. Era estranho. Ele levantou-se segurou-me pelos ombros e beijou-me. Não consegui reagir. Já tinha beijado alguém claro, mas nunca tinha sentido aquilo por ninguém. Aquele beijo foi estranho e a partir daquele momento não me lembro de mais nada. Amanha conto o que aconteceu. Tenho alguém a resmungar por causa da luz.

Até amanha!

DastanDrake