Não conte a ninguém. escrita por clareFray


Capítulo 2
Capitulo 2.


Notas iniciais do capítulo

comentem caso gostem e mesmo que não gostem comentem pois assim eu vou saber se esta bom ou não.



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Capitulo- 2.

Vontade De Morrer.

A cada instante Sakura ficava mais assustada, a sua frente, como se estivesse de frente a um espelho, estava ela mesma. Vestida simplesmente com um longo vestido branco de renda; a única real diferença entre elas era o tom de seus cabelos, os de Sakura eram de um tom de rosa claro vívido, os da outra um tom mais escuro, quase chegando a vinho. Ela parecia gélida, seus olhos assim como os da outra mulher não demonstravam nenhum tipo de sentimento.

–O que está acontecendo? Porque você tem a mesma aparência que eu? – Sakura enrolava o longo cabelo compulsivamente em sinal de nervosismo. Os olhos arregalavam na medida em que tentava associar a imagem a sua frente com o que estava acontecendo.

–Sou o espelho das almas. Um espírito guia. Mais você talvez me conheça como shinigami.

Sakura simplesmente encarou a “si mesma” sem dizer mais nada. Por um momento pensou estar enlouquecendo, que talvez tudo aquilo fosse fruto de sua imaginação por conseqüência de um forte sedativo que talvez tivessem lhe aplicado.

– Porque isso esta acontecendo comigo? – Sakura desviava os olhos cada vez que seu olhar se cruzava com os da shinigami que caminhava para perto de Sakura.

– Por que você, assim como outras raras criaturas humanas, foi poupada de uma morte deveras singular.

–O que? Como assim morte e... –ela se interrompe e olha para a shinigami. – O que aconteceu comigo?

–Você não pôde morrer agora. –os olhos da shinigami adquiriram um tom mais escuro, quase negro. – Ainda tens uma tarefa a cumprir.

– Tarefa? -Sakura sentiu o ar faltar. - Que tipo de tarefa?

– Isso tu terás de descobrir sozinha. –no mesmo instante em que diz a shinigami toca a testa de sakura com o indicador pressionando-o de leve. – Que tenhas um bom retorno ao corpo.

– O que você fez? – foi interrompida por uma tontura repentina. As pernas não estavam firmes e os olhos aos poucos perdiam o foco, impedindo-lhe de enxergar o que estava a sua volta. –espere... –Sakura cai de joelhos, não conseguia respirar. Tentou desesperadamente se arrastar até conseguir tocar os pés da shinigami.

– Mais uma coisa, cuidado e não se confundas. Sua missão é apenas uma. – ela abaixa-se ficando na mesma altura de Sakura fechando os olhos dela. –não resista. –ela sussurra no ouvido de Sakura. A escuridão tomou conta de sakura mais uma vez, no entanto, parte de Sakura pensava desesperadamente que fosse morrer, outra pensou que talvez morrer não fosse tão ruim no momento.

não morras menina...

Sakura estava acordando em um lugar totalmente diferente. Olhando em volta encontrou paredes brancas e o som do bip assustador que indicava que seu coração ainda estava batendo. Um quarto de hospital. Tentou se levantar mais as pernas não obedeceram lançando-a de encontro ao chão frio do quarto. O cheiro de ferro se instalou e uma poça pequena de sangue tomou conta do chão envolta de Sakura como que se para lembrá-la de que tentar forçar as pernas tinha sido uma péssima idéia.

Após vários minutos tentando mover as pernas o corpo estava dormente e incapaz de andar, Sakura abaixou a cabeça derrotada. O som da porta abrindo e fechando fez com que Sakura levanta-se a cabeça para encontrar uma senhora com os olhos arregalados encarando-a como se fosse uma espécie de espírito. –Shinigami – pensou. Em sua cabeça as lembranças do ocorrido passaram rápido demais para serem acompanhadas, mais as ultimas palavras do espírito estavam tão vivas em sua mente como se tivessem sido entalhadas na carne de Sakura com uma adaga enferrujada.

–Oh meu Deus! Como você...? Você está bem menina? –dizia a mulher em, ao que parecia, russo, o sotaque carregado parecia quase forçado, enquanto a segurava pelos braços, com força e delicadeza que espantaram Sakura, e a colocando sobre a cama novamente, o olhar de surpresa permanecia inalterado, provavelmente se perguntando como e desde quando ela estava acordada. –não faça mais nenhum esforço, vou chamar o médico agora mesmo. – segundos depois a mulher já estava atravessando a porta de uma forma atrapalhada e enquanto tentava apresar o passo tropeçava nos próprios pés o que fez Sakura levantar um meio sorriso divertido.

Sakura estremeceu. O vento gelado que passava pela janela aberta a fez encolher entre os lençóis, seu primeiro instinto foi o de cobrir a cabeça mais ao tentar movimentar as mãos estas travaram quase que por completo permitindo que fizesse apenas um breve movimento com os dedos.

– Não me preocuparia em tentar mover o corpo agora. – uma voz fina se fez presente na sala assustando Sakura que por impulso fecha os olhos. – me desculpe se te assustei, você estava tão concentrada que não deve ter me ouvido entrar. Meu nome é Melliane e sou sua médica. Venho cuidando de você desde que deu entrada no hospital á seis meses.

Sakura arregalou os olhos em surpresa – seis meses? O que houve comigo?– pensou nervosa. Duvida refletia nos olhos de Sakura. Tentou por em palavras mais o que saiu foram gruídos baixos. A voz também não lhe obedecia. Melliane vendo a reação de Sakura tratou de se explicar.

– Você estava em coma desde que saiu da emergência. –suspirou pesado. Pensou se deveria prosseguir com a explicação ou encerrar a conversa. Melliane continuou. – Sakura, você está se recuperando e precisa descansar. –sentou na beirada da cama ao lado de Sakura. Olhando para ela podia vê a própria imagem refletida nos olhos da garota a sua frente. Levantou-se virando em direção a saída. – é melhor descansar e... – sentiu o pulso sendo pressionado e virou o rosto de volta para Sakura.

– Me... conta... – o tom grosso da voz surpreendeu até mesmo Sakura que com muito esforço tentava segurar mesmo que sem firmeza a mão da médica. Aos poucos a mão deslizava sem força pelos dedos de Melliane tentando inutilmente mantê-la ali por mais algum tempo.

Melliane suspirou derrotada.

– Você e sua mãe sofreram um acidente na estrada, aparentemente o carro em que vocês estavam estava muito rápido o que impediu que desviassem do outro veiculo que vinha na contramão, o carro colidiu de frente e capotou... – Melliane respirou fundo, parecia esta escolhendo as palavras antes de continuar. – você conseguiu chegar ao hospital mais... – passou a mão sob os cabelos ruivos bagunçando-os de leve pousando-a sobre a barriga lisa. - Lamento ter que lhe dizer isso Sakura, mais só você sobreviveu ao acidente.

Sakura entrou em choque. Olhou em volta e sentiu o ar fugir dos pulmões, a vontade de gritar rasgava-lhe a garganta que latejava.

– Eu matei minha mãe. –concluiu horrorizada. A voz rachada e rouca saia quase distorcida. - Ela está morta e a culpa é minha. Minha culpa.


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