Essa não é a sua vida escrita por Chibi


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vão?One que eu escrevi porque não tinha nada pra fazer...mentira, tinha sim, tipo os trabalhos da faculdade :3Espero que gostem.Escrevi ouvindo a música Spaces, da one direction, então se quiserem ouvir enquanto leem.



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Quinn está à espera de Rachel Berry, sua aluna do quarto ano do McKinley. Em pé em frente à porta da casa, sua dor física, que começa em seu calcanhar e estende até os ombros, só não é maior que a dor psicológica que Rachel vem lhe causando.

A morena é a verdadeira tentação. Ela esbarra em Quinn nos corredores, apóia a mão em seu ombro e a puxa discretamente para baixo, até onde ela possa alcançar e sussurrar, com aquela voz sexy e melodiosa: desculpa. Então ela sorri. Tão sacana que é quase impossível associá-la a doce e inocente aluna de literatura, e a aplicada cheerio de Sue Sylvester. E ela o faz em questão de segundos. Sem que ninguém perceba. Nem mesmo a esposa de Quinn, professora de inglês avançado e mentora do glee club, cujo qual Rachel também integra.

Quinn passa diariamente por essa tortura. E ela se cala. Cala porque não pode simplesmente dizer que uma de suas alunas anda lhe provocando nos corredores do colégio, não pode dizer que gosta das sensações pelas quais as pequenas mãos de Rachel Berry causam ao tocar seu corpo, mesmo que nos ombros. Tampouco pode confessar que tem um caso com essa mesma garota e que já se trancou no armário do zelador com ela para que pudessem transar.

A porta da casa é aberta por Rachel, que sorri ao ver a mais velha. Ela ainda está com o uniforme de líder de torcida, e os cabelos castanhos suados na nuca deixam Quinn supor que ela estava no treino de Sue até agora. À postura antes relaxada da professora torna-se rígida e desconfortável, até para ela que está acostumada com aquilo à maior parte do tempo em que leciona.

Rachel a abraça. Ela está com o rosto escondido na curva do pescoço de Quinn e aspira o perfume amadeirado. Nada cheira melhor do que a loira. Ela puxa a professora para dentro da casa, encosta a porta e guia Quinn até o sofá. Ambas parecem ansiosas.

Rachel está no colo de Quinn, com o rosto enfiado em seu pescoço. Ela sobe e desce as mãos pelos ombros tensos da loira.

– Suponho que você já saiba da novidade. – Quinn sussurra, seus dedos estão enlaçados nos cachos da garota. Sua voz é tão carregada que Rachel sente seus ombros pesarem.

A morena apenas assente, o que para Quinn é mais como um tapa na cara.

– Ela disse para todo mundo no final da aula. – Sussurra. – A notícia contagiou a todos.

– Rach…

– Sam teve a ideia estúpida de abraçá-la, então todos o seguiram e eu também tive que fazê-lo. – Sua voz embarga. O peito de Quinn está apertado.

Ela não tinha que passar por isso. Por outro lado, Marley não merecia ser enganada.

– Rach…

– Kurt e Mercedes sequer perguntaram como eu estava me sentindo. – Ela funga. A camisa de Quinn recebe as primeiras lágrimas da cheerio. – Mesmo depois do treino, nenhum deles…

– Meu amor, pare.

– Eu sou uma vadia, não sou? – Quinn passa a embalar Rachel em seu colo. Ela circula os pulsos da morena com os polegares e os acaricia na mesma intensidade na qual a garota chora. – Como eu fui me envolver com você?

– Shhh, não diga isso. – Ela beija o maxilar da morena. – Eu amo você, pequena. Eu amo você.

No entanto, como ela podia explicar o que sentia por Marley?

A válvula de escape de Rachel estava naquela frase.

– Você disse que não se relacionavam mais. – Seus pulsos se desvencilham das mãos da amante - Mentiu pra mim, Quinn. Esse tempo todo você mentiu. – Ela cerra a mão direita em punho, acertando o ombro da loira. Repete o movimento várias vezes.

– Eu não menti, Rachel. – Exclama. – Desde que começamos a nos encontrar, Marley e eu nunca mais transamos.

– Então como ela pode estar grávida? – Rachel grita. Seus lábios tremem tamanha sua raiva. Os olhos castanhos correm o rosto da maior, ela está tão ressentida quanto à morena. – Vai dizer que o filho não é seu? Que ela também tem um amante?

– O filho é meu. – Sussurra. Uma confissão tão dura que seu corpo parece querer desabar. De repente ela está com frio, então ela nota que Rachel não está mais em seu colo, e sim do outro lado da sala, andando de um lado para o outro, esfregando a face como se não pudesse acreditar. E ela não acredita. – Aconteceu na semana em que você disse que ia começar a sair com o Hudson.

– Eu expliquei meus motivos, Quinn. – Ela abre os braços. – Eu disse, muito mais que uma vez, que precisava sair com alguém antes que meus pais desconfiassem. Desde que te viram aqui em casa eles começaram a fazer perguntas estranhas: “o que ela fazia aqui? Ela não é sua professora? Ela não é casada? Rachel, o que você está aprontando?”.

– E como você queria que eu aceitasse você saindo com aquele moleque? – Quinn levanta. Os olhos verdes estão castanhos, sinal de que ela está extremamente irritada.

– Da mesma forma que eu aceitei você casada com a Marley, minha professora de inglês, minha mentora no glee club. – Sua voz sobressai à voz de Quinn. Ela aponta o dedo para a mulher. – Aceitei ser um casinho seu, a menininha idiota que aceitava qualquer situação para estar por alguns minutos com você. Que aceitou seus presentes como forma de suprir todas as vezes que me deixou esperando.

– Ah, claro, coitadinha da Rachel. – Quinn revira os olhos, sua voz está carregada de sarcasmo – Você não me deu um minuto de paz desde que entrei no McKinley, sempre me segurando depois da aula com dúvidas idiotas, sempre dando um jeito de me tocar, de estar perto, esbarrando em mim a cada corredor que virava.

– Cala a boca. – A menina murmura.

Quinn dá alguns passos em direção a ela.

– Devo te lembrar daquela vez que você foi até minha mesa questionar uma questão da prova, e aproveitou que ninguém estava olhando pra passar a mão no meu pênis? E todas as vezes que você sussurrou que pensava em mim sem roupa?

– Cala a boca. – Ela pede outra vez, mais baixo que a primeira.

– Ou então quando você deixou um bilhete…

– Cala a boca. – Grita e interrompe Quinn. Ela cai no sofá, cansada de discutir. Coloca sua cabeça entre as pernas e deixa as lágrimas lavarem seu rosto. – Vai embora.

– Eu vou – Ela pega o celular caído no assento do sofá. - A Universidade de Cambridge me fez uma proposta no início da semana. Pensei em recusar, não queria ficar longe de você, mas diante das circunstâncias tenho certeza de que é o melhor momento para aceitar.

Todo o corpo de Rachel se contrai. Sua respiração é densa, quase pode tocá-la com as pontas dos dedos. Ela nunca pensou que Quinn realmente pudesse deixá-la. Ela quer dizer alguma coisa, mesmo que sejam ofensas contra Quinn. Mas ela não consegue. A informação não parece ser capaz de fazer seu cérebro raciocinar.

A voz dura da Fabray parece cortar cada pedaço da alma da Berry.

– Marley vai ficar em Lima até o final do ano letivo, assim eu tenho mais tempo de me organizar na nova cidade.

Os passos de Quinn tomam o rumo da porta, e Rachel não precisa olhar para saber que ela está deixando-a. O barulho da maçaneta abrindo é a mesma coisa que dizer…

– Adeus, Rachel. – A voz de Quinn é abafada do lado de fora, mas ela pôde escutar quando a loira disse que a amava.

Rachel estava caindo em um espiral de coisas ruins. Gritou, e com ele mais lágrimas e soluços vieram à tona.

Rachel também a amava. Mas ela não seria a outra para sempre, tampouco sua namorada ou esposa. Ela via como Quinn cuidava de Marley no McKinley, ou como as duas tinham uma conexão incrível apenas com o olhar, ou até mesmo como a mão da castanha encaixava-se perfeitamente na mão da loira. Rachel sequer sabia se a mão de Quinn era perfeita para a sua, ou se algum dia seria capaz de arrancar um sorriso tão bobo dela como quando Marley estava com o mesmo vestido que as garotas do New Directions nas Regionais, simplesmente porque todas – desde Mercedes até Brittany – estavam se sentindo ridículas e menosprezadas pela roupa de segunda mão que usavam. Ela nunca seria tão fiel, sincera e otimista quanto à castanha era, não só para Quinn, como para todos.

Jamais seria a esposa ideal.


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Notas finais do capítulo

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