Mine L.T escrita por Anne Fernandes


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, boa leitura! :)x



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Portland, uma cidade situada no Noroeste dos Estados Unidos mais conhecida como 'Cidade das rosas'. É um bom lugar de se viver. Uma cidade considerada totalmente ecológica por tanto 'verde' cobrindo-a, sua beleza magnífica é mais exposta na primavera, quando o parque fica todo florido e os casais saíem com seus pequenos para passear. A cidade é calma e alegre, contagiante por seus pequenos detalhes e também pela felicidade entre os casais.

'Alguns casais' visto que eu passei toda minha infância a viver no meio de intrigas dos meus pais. Eu achava que eles se amavam, eu achava que eles eram felizes mas essa era apenas o papel de pais deles a minha frente. Eles tinham contas a pagar, coisas não resolvidas entre eles e por isso viviam a brigar. Eu saía para fora de casa, sentava-me na varanda e deixava as lágrimas escorrerem pelo meu rosto enquanto observava o céu estrelado de Portland.

Mas isso mudou. Eles separaram-se no mesmo dia em que eu comecei a faculdade e tive que mudar-me para um alojamento mais perto. Se fosse antes, eu choraria como uma criança que perderá seu doce favorito mas não. Eu já estava preparada para isso e tenho uma total certeza que o amor é uma terrível farsa. Não acredito no amor, jamais acreditarei, jamais amarei alguém. Não sou insensível apenas não acredito no amor e em paixões.

Arrumo alça da bolsa bege em meu ombro enquanto vago pelas ruas de Portland atrás de uma cafeteria aberta. Incrível como uma cidade apaixonada por café não tenha uma cafeteria aberta. Eu poderia ter comido algo na faculdade mas não apetecia-me nada, queria mesmo é um bom café amargo e quente. Como tenho aulas só a tarde, decidi que após ir a cafeteria vou visitar minha mãe, já que não vejo-a um bom tempo. Os estudos oculpam-me demasiado tempo e quase não consigo visitar meu pai ou minha mãe.

Viro a esquina e vejo uma cafeteria com um estilo antigo e já sinto minha boca salivar. Apresso-me a andar, chego a uma porta de vidro que continha escrito em destaque "Open". Empurro-a para trás e entro. Um ambiente acolhedor e não tão frio como o resto da cidade, a decoração é mesmo antiga mas uma decoração bonita. O cheiro de café entra pelas minhas narinas enquanto procuro por uma mesma vazia. Perto da janela tinha uma, caminho até lá e sento-me. Fico a espera do garçom que nunca vêm e tiro meu laptop de dentro da minha bolsa. Pouso-o na mesa, ligando-o em seguida. A medida em que ele liga começo a pensar no que escrever. Eu escrevo sobre assuntos do momento, que de fato em Portland há muitos. Como faço faculdade de manhã e por vezes a tarde, deixo a noite para escrever. Posso ter umas 6 colunas prontas para ser publicadas mas gosto sempre de adianta-las e tenho que aproveitar quando a inspiração vêm, o que é bem raro.

Fazer faculdade de letras foi algo de última hora, então como dar aulas seria uma péssima ideia consegui um bom emprego em uma revista famosa em Portland.

Nunca fui daquelas raparigas que tem tudo o que quer, minha mãe ainda quis pagar minha faculdade mas eu impedi a mesma. Acho que preciso ser independente e isso significa: trabalhar, e pagar as coisa com o próprio dinheiro. Não que esteje a ser ingrata mas pronto, vocês já perceberam.

"Bom dia, qual vai ser o pedido?"-uma voz leve, bastante suave e arrepiante, chamou-me de volta a terra. Meus olhos vagam o corpo do emprego musculado a minha frente, não posso negar que este uniforme lhe caí bem. Após um caminho pelos seu corpo, meus olhos finalmente encontram os azuis dele. Coro instantaneamente ao ver um sorriso aberto em seu belo rosto. Ele é realmente muito lindo e acho que já estou há um bom tempo a observa-lo, por isso resolvo finalmente responde-lo.

"Um café amargo, se faz favor."-falo sorrindo, ainda com as bochechas fervendo.

"Claro, mais alguma coisa?"-ele após escrever o meu pedido em um papel volta a encarar-me.

"Não, obrigada."-Ele assente e saí logo a seguir, deixando-me finalmente soltar o ar que prendi no pulmão. Mas por que eu segurei o ar?

Resolvo deixar isso de lado e volto a concentrar-me no que estava a fazer antes do empregado chegar. Os meus dedos automaticamente afundam as teclas do laptop, formando-se as devidas palavras que eu precisava para montar outra coluna. Ao pouco as ideias fluíam e eu estava realmente amando o que escrevia.

"Cá está, senhora."-o empregado de outra hora diz metendo sob a mesa o meu café que soltava algumas fumaças de ar quente.

"Por favor, sem 'senhora'. Só Eleanor."-digo já mais calma que dantes.

"Okay, Eleanor. Sou Louis."-Ele estica sua mão e eu aperto-a, sua força deixa-me com um certo friozinho na barriga. Nossas mãos parecem encaixar-se perfeitamente, exceto pelo fato de eu ter a mão bem menor que a dele.

"É um prazer, Louis."-Sorrio.

"O prazer é meu."-Ele retribuí o sorriso.

Ficamos em um silêncio constrangedor, e eu estava quase saindo correndo mas fui salva por um cliente que chamou por Louis. Este despediu-se de mim com um sorriso carinhoso e saiu da minha beira.

Finalmente a minha respiração volta ao normal, sinto meu corpo relaxar e minha mente funcionando aceleradamente. Começo a observa-lo atender as outras pessoas e sorriso ao ver sua educação para com os outros.

Após consumir todo meu café, guardo meu laptop e vou até o caixa. Retiro da minha carteira uns trocados e entrego para Louis, o mesmo sorri e a minha vontade é de vir cá todos os dias só para vê-lo sorrir. Ao sair daquele espaço quente levo um choque por causa da corrente fria que se estabiliza cá fora. Mais a frente apanho um automóvel com destino a casa da minha mãe. Sento-me em um dos últimos bancos e meu pensamento vai para o empregado de a pouco. Será que ele namora? Onde ele mora? Por que eu fiquei daquele jeito na sua frente? Será que voltarei a vê-lo? Tantas perguntas sem respostas. Mas uma coisa é certa, ele mexeu comigo como ninguém.

Avisto a casa da minha mãe de longe e aciono a campainha do automóvel, o mesmo logo para e assim eu desço. Caminho até a casa da minha mãe onde passei a maior parte da minha infância e adolescência. Dou leves murros na porta que em poucos minutos é aberta, revelando minha mãe.

"Querida! Quanto tempo!"-Ela exclama, sorrindo enquanto abraça-me.

"Pois! Tenho saudades."-Confesso ao entrarmos dentro da casa que continua com a mesma decoração de quando saí, exceto pelo fato de que eu notei a falta de alguns retratos da família, suspiro.

"Almoças cá hoje, sim?"-ela pede.

"Sim."-Sorrio.

"Então, como vão as aulas?"-mamãe pergunta.

"Bem.."-respondo, sentando-me na cadeira a sua frente. "E como vão as coisas cá?"-Pergunto.

"Ahn..bem, você sabe...não é muito legal, quer dizer..sinto falta de seu pai."-Ela diz e vejo um misto de sentimentos passar na frente de seus olhos.

"Mamãe.."-Levanto e abraço-a de lado."Sinto muito mas as vezes pode ter sido o melhor para os dois."-digo, brincando com seu cachos.

Eles separaram-se há exatamente 1 ano e meio, pouco tempo para ela habituar-se. Ela ama-o muito, já não digo o mesmo sobre ele. Por mais que brigassem, papai sempre teve respeito por ela, nunca abusou-a, agrediu-a ou traiu-a e o mesmo pode se dizer dela.

"É, talvez."-ela suspira, indo para o fogão terminar a comida. "E os garotos?"-ela muda de assunto rapidamente.

"Ahn...tu sabes que não acredito em amor e essas cenas."-Falo, ajudando-a a por a mesa.

"Sei, mas ainda te vai aparecer um que mexa contigo, um que te faça prender o ar nos pulmões, um que te faça querer vê-lo todos os dias."-Ela diz, talvez lembrando do dia em que se apaixonou por papai. Após ela dizer isso, automaticamente meus pensamentos vão para o garçom de hoje mais cedo. Ele realmente mexeu comigo, de uma forma estranha. Mas eu mal o conheço. Decido mandar os meus pensamentos para onde não deveriam ter saído e volto a concentrar em minha mãe.

"Eu não consigo acreditar nessas cenas, mamãe."-Falo, calma. Ajusto o avental em minha cintura fina e começo a fazer um sumo de laranja.

"Querida, não é porque eu e teu pai não demos certo, que o amor deixa de existir!"-Ela explica, colocando suas mãos em meu ombro esquerdo. "Não vês os teus avós? Ou as pessoas felizes que há nesta cidade?"

"Avós este que nunca deram se quer importância para nós! E vocês também eram felizes como toda a população ou era o que vocês demonstravam."

Meus avós quando descobriram que minha mãe e meu pai iriam casar-se, não os abençoou ou aceitou o casamento. Principalmente quando minha mãe anunciou que estava grávida de mim, isso foi o fim para eles. Então, eles mudaram-se para Carolina do Norte, já os avós paternos nunca cheguei a conhecê-los. Eles morreram quando meu pai ainda era pequeno. Mas segundo meus pais, eles viveram uma estoria linda de amor.

"Eles apenas reagiram mal."-A minha progenitora contrária e da de ombros.

"Mesmo assim, eles trataram-te como se fosses um...sei lá!"

Ela ri.

"Isso é passado."-Ela pega no sumo qual eu acabará de fazer e coloca-o na mesa.

"Certo,Christina. "-falo, rindo. Ela odeia quando chamo-a pelo nome.

"Estas abusando da sorte, Eleanor?"-Ela joga um pano molhado em meu rosto, o que fez me, estremecer.

"Não disse nada demais!"-Coloco minhas mãos no alto em sinal de redenção.

"Senta-te e come."-ela fala, sorrindo. Fico feliz que eu consiga fazê-lá sorrir, ficar nesta casa sozinha não deve ser nem um pouco animado.

O resto do almoço resumiu-se em perguntas desnecessárias. Despedi-me dela e vi sua expressão triste, eu deveria mudar-me para cá mas não posso. Já tenho o meu alojamento, não o posso deixar. Vou para o ponto de camboio mas percebi que perdi o mesmo, teria que andar até a faculdade ou era isso ou era esperar 50 minutos por um camboio. Suspiro frustada e coloco minhas pernas para funcionar, talvez uma caminhada até a universidade seja uma boa ideia.

Em minutos estou apenas uma rua da universidade, com minha bolsa em ombros e a respiração ofegante quando vou contra alguém, ou melhor alguém contra mim.

"Desculpa!"-o rapaz pede já pegando suas coisas que cairá a pouco quando esbarrou-se em mim, no chão. Dobro meus joelhos no chão grosso para ajudá-lo.

"Tudo bem."-Pego em uns livros no mesmo momento que ele, sua mão encosta na minha e sinto um arrepio percorrer a minha espinha. Juntos levantamos nossa cabeça, olho no olho e meu coração dispara ao ver o rapaz dos olhos claros a minha frente, Louis. Ele sorri para mim que apenas sinto minhas bochechas fervendo. Preciso urgentemente de um blush preto, quem sabe assim não fique tão evidente a vermelhidão das minhas bochechas sempre que vejo-o.

"Tudo bem?-Ele pergunta, quando já estamos em pé.

"Sim."-Sorrio.

"Vais para aula?"-Pergunta, apontando para a universidade atrás de si.

"Sim e você?"-pergunto.

"Na verdade estou vindo delas, me parece que a aula de físico químico fora cancelada. Alguém inundou a sala de laboratório."-Ele explica, organizando os livros em seus braços.

"Oh, tinha esta aula agora."

"Eu também."-Ele sorri.

"Estas na área de letra?"

"Não, estou em fotografia."-Ele sorri.

"Oh, fixe."-comento, lembrando que hoje a stora juntaria as turmas.

"Tens algum compromisso agora?"-Ele pergunta e eu nego."Gostarias de tomar um gelado comigo?"


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Notas finais do capítulo


Olá, como estão?
Uau, este capítulo conteve 2000 palavras *-*

P.S ---» Comentem/Votem/Partilhem «--- P.S
/AnneNandes



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