Maternidade escrita por Xokiihs


Capítulo 17
Retornando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Eu estava cansada como há muito tempo não ficava. Meu corpo estava um pouco dolorido, e sujo, meus cabelos certamente pareciam um ninho de pássaro, mas sabe quando nada disso importa?

Ao meu lado, Sasuke caminhava calmamente, enquanto ouvia Naruto falando pelos cotovelos sobre sua vida como Hokage e como a vila estava. A minha frente, caminhando com ChouChou, estava minha filha, com um sorriso no rosto, enquanto ria de alguma besteira que a amiga falava. De vez em quando, ela olhava para trás, especificamente para Sasuke, e seus olhos brilhavam.

Já eu não podia estar mais feliz. Depois de toda a confusão de Sarada fugindo da vila para encontrar Sasuke, duvidando da minha maternidade – o que me deixou bem ofendida, já que a criei a vida toda. Mas o que fazer? Toda criança tem essa fase de questionar se seus pais são seus pais mesmo.

De qualquer forma, ela tinha me deixado preocupada. Larguei tudo o que estava fazendo para ir atrás dela, nessa missão louca. Chegando lá, fiquei surpresa por encontrar Sasuke e Naruto. Logo entendi que ela tinha seguido Naruto, em um dos encontros dele com Sasuke. Fiquei agradecida aos céus por Naruto estar lá, já que aqueles Shins queriam pega-la por ela ser uma Uchiha.

Enfim, foi uma verdadeira confusão, que no final terminou bem. Agora, iriamos para casa, e pela primeira vez em muito tempo, Sasuke ficaria conosco.

Chegamos a entrada da vila, encontrando Ino e Chouji lá, conversando.

– Sasuke- kun! Quanto tempo...- ouvi a porca dizer, e o mais engraçado foi a Sarada entrando na frente, como se fosse para proteger o Sasuke. – Ehhh?

– Olá Ino, Chouji! – eu cumprimentei, ficando ao lado de Sarada. – Voltaram da missão agora?

– Oi, Testuda. Sim, acabamos de voltar. – Ino respondeu, sorrindo. – E vocês? Onde estavam?

– Resolvendo uns problemas por aí. – ao dizer isso, Sarada me olhou sem graça, o que me fez rir. – Agora vamos para casa, estamos cansados.

Todos pareceram concordar, e fomos caminhando para dentro da vila. Naruto seguiu para a torre do Hokage, e deixou Sasuke entregar um relatório escrito para ele, ao invés de ir pessoalmente. Com isso, eu, Sarada e Sasuke fomos para casa.

– Por que estamos indo por esse caminho? – Sasuke perguntou, ao ver que não estávamos indo em direção a nossa casa. Eu arregalei os olhos, me lembrando do que tinha acontecido.

– Érr... – eu dei uma risadinha sem graça, coçando a cabeça. – Aconteceu uma coisa...

Ele franziu a sobrancelha, um pedido silencioso para que eu continuasse, e eu engoli em seco. Como contar para seu marido que você quebrou a casa a qual vocês ainda estavam pagando, tudo por causa de um momento de nervoso?

– A mamãe quebrou a casa. – Sarada falou antes que eu pudesse, e Sasuke me olhou com a sobrancelha arqueada. Eu o encarei de volta, sem saber exatamente o que dizer. Ficamos assim, até Sarada começar novamente. – Mas a culpa foi minha. Eu que fiz perguntas bobas... e ela se irritou.

Eu não sei se ficava aliviada ou com raiva quando uma sombra de entendimento passou sobre os olhos de Sasuke, que assentiu. Eu esperava que ele fosse ficar bravo, ou coisa assim, mas ele nem se incomodou. Sasuke e imprevisibilidade.

– Bem, eu aluguei um apartamento para nós, por enquanto. Já mandei consertarem a casa, mas vai custar um bom dinheiro. – Lê-se muito dinheiro. A sorte é que com a minha clínica e as missões de longa data de Sasuke, podíamos conseguir o dinheiro rápido. Mesmo assim, era um dinheiro que poderia não ter sido gasto.

– Hn. – Sasuke respondeu, e assim seguimos em silêncio de volta para o apartamento.

Quando chegamos ao apartamento, que era bem menor que nossa casa, mas ainda assim era grande e confortável, Sasuke deu uma analisada.

– Até que não é ruim. – disse, enquanto ia em direção ao sofá e se sentava. Sarada ficou olhando para ele, e depois para mim, como se estivesse pensando se seria certo ir até ele. Dei um empurrão em seu braço, e um sorriso confortante, e ela sorriu. Foi em direção ao pai, meio hesitante, enquanto eu apenas observava.

Parecia até mesmo os primeiros passos dela, indo em direção ao pai. Sasuke a olhou, com aquele olhar penetrante dele, e ela ficou vermelha como um pimentão. Saiu correndo em direção ao quarto dela sem nem dizer nada.

– O que foi isso? – Sasuke perguntou, sem entender. Eu ri, indo me sentar ao seu lado.

– Sasuke, você tem que ir com calma com ela.- eu disse, pegando sua única mão entre as minhas e sorrindo.- Sentimos sua falta.

Ele ficou vermelho, o que o deixou uma gracinha, e desviou o olhar envergonhado.

– Vou te ajudar a se aproximar dela. Como deve ter percebido, ela é tão temperamental quanto você. – seus olhos negros voltaram para mim, enquanto ele franzia o cenho.

– Quanto eu? Pois até agora eu só vi a sua personalidade nela.

– Lógico que não, Sasuke. Ela é igual a você, quase não tem nada de mim.

– E de onde ela tirou aquela força toda? – ele rebateu, dando um sorriso de canto.

– Oras, eu ensinei umas coisas para ela, ao que ela aprendeu bem rápido. Mas e o sharingan? Você terá que ensina-la a controlar.

– Sim. Ela despertou bem mais cedo do que eu esperava. – ele tentava conter, mas eu via o orgulho em suas palavras. Chegava a ser cômico.

– Sim, eu fiquei bem surpresa. Como foi que ela o despertou?

– Não sei. Quando nos encontramos, ela já estava com ele ativado. – ele respondeu, pensativo.

– Acha que talvez ela o tenha despertado por emoção ao te ver? – ele arregalou os olhos, e eu sorri, percebendo que ele não tinha pensado naquela possibilidade.

– Será que ela sente tanta raiva de mim para isso? – ele murmurou, parecendo triste, fazendo a mesma cara que Sarada fazia.

– O Sharingan pode ser despertado com fortes emoções, não é? Portanto, podem ser boas ou ruins. Acho que no caso de Sarada, não foi ruim.

Ele ficou em silencio, absorvendo a informação que ele mesmo me dera, algum tempo atrás.

– Como ela está? – perguntou, depois de alguns minutos em silencio.

– Muito bem. Formou na academia com honras, as melhores notas da turma. – ele deu um sorriso de canto. – Ela é muito reservada, ao mesmo tempo em que é um livro aberto para quem a conhece. É gentil, amorosa, curiosa... me fazia perguntas sobre você quase todos os dias quando era mais nova.

Me lembrei e ri, sendo acompanhada por Sasuke.

– É uma menina de ouro. – eu sabia que devia estar fazendo a cara de boba que toda mãe fazia ao falar dos filhos, mas não me importei. – É muito parecida com você, em muitos quesitos. Adora ouvir histórias sobre quando nós éramos mais novos, já sabe de todas praticamente de cor. Ah! Ela e Boruto são como cão e gato.

– Boruto? O pirralho do Naruto?

– Sim. – eu ri, lembrando dos dois. – Fico imaginando se eles acabarão sendo como você e Naruto. Quem sabe até algo mais...

– Como assim algo mais? – ele perguntou, o cenho franzido, me fazendo rir.

– Vai saber né? Aliás, seria algo bem interessante, imagina. O time sete todo em duas pessoas.

Eu sentia Sasuke me fuzilar, e apenas ri mais ainda.

– Relaxa, Sasuke. Eles são apenas crianças, só pensam em se morder. Enfim, eles estão no mesmo time, junto com o filho do Orochimaru, Mitsuki. E o sensei é o Konohamaru.

– Hm. E de onde ela tirou aquela história de que você não era a mãe dela?

– Ah, daquela foto. – eu revirei os olhos, ao lembrar da foto que eu tinha colado, e que foi pivô de toda a desconfiança de Sarada.- Ela viu a sua foto com o Taka, e achou que Karin fosse a mãe dela.

– Como assim? - perguntou, com o cenho franzido.

– Bem, ela vivia perguntando se você usava óculos, já que eu não usava. E quando eu disse que não, ela desconfiou. Quando viu a foto de Karin, logo pensou que ela que fosse a mãe.

– Nossa, que imaginação. – ele resmungou, passando a mão sobre o rosto. Percebi que ele estava bem cansado, com olheiras sob os olhos.

– Conversaremos com ela depois. Aliás, por que não vai tomar um banho? Quando sair, vamos conversar e depois farei o jantar.

– Sim. – peguei uma toalha para ele, e quando ele foi tomar banho, fui no quarto de Sarada.

Ao entrar, vi ela deitada sobre a cama, fingindo ler um livro. Mal ela sabia que eu tinha percebido que ela estava ouvindo por trás da porta a toda a minha conversa com Sasuke.

– Ei. – sorri, me sentando perto dela. – Vai ficar aqui dentro do quarto, enquanto seu pai está lá fora?

Ela ficou vermelha, e desviou o olhar para o colo.

– Não precisa ficar com vergonha. Ele parece um pouco assustador e rabugento, mas é legal. – pisquei, e ela riu, assentindo.

– Ele realmente parece assustador. – rimos mais um pouco, até que ela ficou séria novamente. – Mãe?

– Sim?

– Me desculpe por ter duvidado da senhora. Eu sou uma idiota... – ela abaixou os olhos novamente, mas eu apenas ri, a abraçando.

– Não se preocupe. Eu também já duvidei que meus pais fossem meus pais de verdade. Mas olha, - peguei seu queixo e levantei, vendo seus orbes negros. – eu sou sua mãe, 100% de certeza, tudo bem?

– Sim! – ela assentindo, me surpreendendo ao retribuir o abraço. – Eu fiquei com muito medo de você não ser...

– Bem, não precisa mais ter medo. Eu e seu pai estamos aqui com você, e sempre estaremos.

– Obrigada, mãe. – ela sorriu, o que me fez sorrir também.

– Agora, pare de se esconder no quarto e vá conversar com o seu pai. Há quanto tempo você não esperou por isso, não é mesmo?

– Você acha que ele vai responder minhas perguntas?

– Claro, Sarada. Aliás, nós dois vamos. Tudo o que você quiser saber, será respondido hoje. Por isso, vá tomar um banho, botar seu uniforme para lavar, e depois eu vou te curar. Está cheia de arranhões, tsc.

Ela riu, assentindo. Pegou a toalha e foi correndo até o banheiro, me deixando sozinha no quarto. Aquela seria uma noite boa.

~

Estávamos todos reunidos na sala, sentados no kotatsu e conversando sobre besteiras. Sarada finalmente perdera a vergonha de falar com Sasuke, e contava sobre suas primeiras missões, enquanto eu ouvia e bebericava meu chá. Sasuke também parecia menos assustado, ouvia tudo o que Sarada dizia com muito interesse, comentando algumas vezes.

– Bem, acho que te devemos algumas explicações, não é? – eu perguntei, quando ela chegou ao assunto.

Eu sabia que ela estava ansiosa para ouvir o que tínhamos a dizer, mas não tinha coragem para perguntar. Por isso, decidi facilitar para ela.

Eu ia começar a falar, mas Sasuke me olhou, pedindo silenciosamente para que ele pudesse falar. E eu deixei, sem pensar duas vezes. Afinal, era bom ela ouvir da perspectiva dele, já que a minha ela já tinha ouvido várias vezes.

Ele começou a falar da missão, omitindo algumas coisas, claro, mas ainda assim explicou desde o início o motivo pelo qual ele teve que ficar longe de casa por tanto tempo.

– Por que só você foi? – ela perguntou, um pouco emburrada. Sasuke ficou a observando por alguns segundos, vendo aquele bico que ela fazia, e eu reprimi uma risada.

– Isso era algo que apenas eu podia fazer. E como shinobi, é minha obrigação fazer o melhor para o meu país, você já deve saber disso, agora que é gennin. Infelizmente, tive que abrir mão de muitas coisas, mas é assim que a vida funciona.

Sarada ficou em silencio, mastigando a informação.

– E você não podia nem mesmo aparecer aqui as vezes?

– Não.- ele suspirou, fechando os olhos. – Se eu voltasse, provavelmente desistiria de toda a missão.

Silencio novamente.

– Entendi. – ela murmurou, por fim, olhando para baixo. – Eu... eu gostaria que vocês tivessem me falado isso antes. Eu sempre me senti excluída, sem saber o que estava acontecendo. Quando eu perguntava para a mamãe, ela sempre dizia que nossos sentimentos estavam conectados, ou que você pensava em nós... mas era difícil acreditar quando eu nem mesmo o conhecia.

Sarada estava com a voz embargada, e eu apertei sua mão, incapaz de vê-la chorando sem fazer nada. Sasuke pareceu ficar incomodado, e eu sabia que ele também queria segurar sua mão e dizer que tudo ficaria bem.

– Apesar de seu pai estar longe, Sarada, ele sempre esteve aqui. – resolvi falar, para cortar o silencio. – Ele sempre soube de tudo o que você fazia, se estava crescendo saudável, suas notas e brigas na escola...

– Sério? – ela perguntou, com os olhos arregalados. Eu assenti, sorrindo para Sasuke, que estava vermelho.

– Lógico. Ou você acha que quando eu dizia que nossos sentimentos estavam conectados, eu falava da boca para fora?

Dessa vez, ela fungou, olhando para as mãos. Sasuke me olhou sem saber o que fazer, mas eu apenas sorri. Era bom ela desabafar depois de tantos anos com as perguntas entaladas na garganta. No entanto, quando o primeiro soluço veio, não aguentei e a abracei.

– Sarada. – Sasuke chamou, atraindo sua atenção. – Somos uma família, e eu sempre estarei com vocês, não importa onde eu esteja.

Ela fungou de novo, limpando as lagrimas por baixo do óculos. Depois, sorriu, assentindo.

– Eu percebo isso agora. – eu também sorri, e vi que Sasuke dava um sorriso de canto. – Eu quero saber outra coisa.

– Sim? – Sasuke falou.

– Quem é Karin? – Sasuke suspirou, dando um sorriso de canto logo depois, provavelmente lembrando o antigo time.

– Bem, Karin era uma companheira de time minha, do Taka. Quando sua mãe engravidou de você, e me contou, resolvemos que ela não teria você aqui em Konoha, já que eu vivia fora em missões. Por isso, nos mudamos por um tempo para uma casa nos arredores da vila. Moramos lá durante alguns meses da gravidez, até sua mãe te ter. Como ter um Uchiha requer muito chakra, e, mesmo sua mãe tendo o controle perfeito de chakra, a gravidez tornava tudo perigoso.

“Portanto, pedi para Karin para que ela ajudasse. Karin pode dar o chakra dela através de mordidas em seu corpo, sendo assim, seria perfeito para a situação.”

– Então ela apenas ajudou no parto? – Sarada perguntou, com o cenho franzido.

– Sim. Ajudou muito, aliás. – eu respondi, me lembrando da ruiva. Agora éramos boas amigas, até mesmo trocávamos mensagens.

– Entendi... agora tudo faz sentido. – ela resmungou, ajeitando os óculos.

– Tem mais alguma pergunta?

– Sim. Por que vocês não queriam me ter aqui em Konoha? – dessa vez quem respondeu foi Sasuke.

– Os Uchihas sempre foram perseguidos por causa do poder do sharingan, e sendo você a única Uchiha, além de mim, a existir, tive medo de que alguém tentasse fazer algo contra você.

Sarada assentiu, e mudou o foco das perguntas para a viagem de Sasuke, ou coisas sobre a família Uchiha. E enquanto eles conversavam, fui fazer a janta, pois já era de noite.

Deixei os dois conversando, e quando tudo estava pronto, os chamei. Sarada estava bem mais solta que antes, e falava com Sasuke com entusiasmo, sobre tudo da vida dela.

Comemos em família, como nunca fizemos, e eu só podia expressar meus sentimentos com uma palavra: alegria. Eu estava muito feliz por ver que finalmente tudo estava encaminhando, se encaixando, e que nossa família poderia finalmente ficar junta. Era um sentimento bom, que só florescia ainda mais quando eu via os dois amores da minha vida conversando descontraidamente um com o outro.

Estava tudo perfeito.


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Notas finais do capítulo

Oioi, gente!
Cá estou eu com o 17º capítulo de Maternidade *-*. Como eu disse antes, aqui está a surpresa de vocês: a volta de Sasuke, ahahah. Bem, agora vamos tomar um rumo fora do Gaiden. Espero que gostem dessa nova fase. Lembrando que o foco da fic ainda é na relação mãe e filha, e não pai e filha. Então, Sasuke volta, mas ele é coadjuvante nessa fic. ^^
É isso, obrigada por todos os comentários, favoritos e acompanhamentos!
Bjs



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