The Secret of a Promise escrita por Leh


Capítulo 4
Não há o que comemorar




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Merida não podia acreditar no que via no espelho pela milionésima vez em menos de cinco minutos, sua mãe tinha saído para pegar água ou alguma coisa que ela mal tinha feito questão de dar ouvidos, estava em choque. Por ter feito a loucura de aceitar o pedido de casamento dos estrangeiros de Berk, vikings. Não fora sua escolha, mas os argumentos apresentados por todos que conversavam com a princesa a respeito daquilo pareciam certos e totalmente coesos.

Era muito estranho estar se vendo no espelho daquele jeito. Como sua mãe no passado, casando com alguém que nunca tinha visto na vida. Um Viking, mas não um qualquer, o filho de um líder, provavelmente áspero, ríspido e todas e qualquer característica ruim aos olhos da princesa. Aquele jovem que se manteve distante do castelo o dia inteiro desde a brincadeira que seus irmãos tentaram pregar a ponto da princesa ter a esperança dele ter fugido, mas não.

Ela caminhou em passos rápidos até a janela estreita do quarto do imenso castelo de pedra e pode ver as chamas das tochas acesas por toda região do castelo e poucas fora dele. Parecia tarde de mais para fugir, tarde de mais para qualquer coisa. Mesmo assim, se pôs a imaginar táticas para escapar enquanto estava à procura de passagens secretas pelo assoalho como seus irmãos faziam e parou apenas quando ouviu o barulho da porta novamente. Era a rainha estranhando a postura da filha a ponto de largar o jarro de água que trazia no chão e correr em direção da filha auxiliando a se levantar.

–Merida, pelos céus, o que está fazendo? – Ela perguntou preocupada, vendo Merida arfar derrotada e, mais uma vez bagunçar o cabelo que com tanta dificuldade fora preso.

–Eu mudei de ideia. Não posso fazer isso! Não posso me casar!

Elinor ficou imóvel por segundos, vendo a aflição estampada na face de Merida, não tinha respingos de deboche em seu tom de voz, a rainha suspirou demoradamente, segurou as mãos da filha ficando de frente para ela.

–Filha, é seu casamento. É absolutamente aceitável estar nervosa.

A rainha ignorava os gestos de negação que Merida fazia com a cabeça com dificuldades na medida do possível, era tão difícil ver a primogênita naquele estado, sabia que fora tão difícil convencê-la que aquela era a decisão certa, todos os dias nas aulas que precisava ter para ser uma boa esposa foi necessário diálogos profundos sobre o acordo com Berk.

Elinor a abraçou tentando acalmar a respiração acelerada de Merida enquanto acariciava os cabelos volumosos da filha e cantarolava a canção antiga que cantava para a filha desde que nascera.

–--x---

Soluço sentia que colocaria o almoço para fora a qualquer momento, tinha muitas pessoas que desconhecia no local iluminado pelo fogo das tochas espalhadas onde no meio tinha um grande banquete intocado. Pelo menos quase, se não considerasse a falta de bolinhos que Soloço constatou sendo roubados pelos príncipes trigêmeos pelo menos cinco vezes. Ele não abaixou a guarda um segundo se quer e em todos os lugares onde podia ver os príncipes se sentia aliviado, mas parecia que os pequenos mal davam atenção para o noivo e mesmo assim não conseguia ficar calmo. Seu pai estava distante conversando com o pai de sua noiva, o rei. E o pensamento de lembrar que sua noiva logo desceria do castelo para se casar a comida pareceu subir seu esôfago cada vez mais, mas apenas um olhar da governanta desconfiada do castelo o fez lembrar que precisava manter a postura até o fim.

Stoico e Rei Fergus conversavam todo momento sobre muitas coisas sobre cada uma das terras, Soluço sabia que aquele homem não sabia o que aguardava a princesa em Berk, dragões seria o suficiente para que ele não concordasse com aquele casamento. Seria o suficiente para conseguir impedir aquela união que por algum motivo bizarro tinham decidido até dar uma festa.

Ele estava paralisado observando a movimentação rápida de todos a sua volta para se prepararem até que sentiu a mão de seu pai o puxando pelo ombro.

–Vamos Soluço, não temos a noite toda não é? – Foi uma piada que Soluço se forçou a dar um pequeno riso. Mal se deu ao luxo de pensar no final de sua noite após o casamento.

–Claro... Não temos. – Seu tom foi totalmente irônico o que não passou despercebido por Stoico que lançou um olhar de desaprovação para o filho. Mas qualquer discussão seria interrompida pela imagem de Merida caminhando até onde eles estavam.

Era a primeira vez que Soluço a via,o olhar dela era totalmente vago, ela nem parecia estar prestando atenção em nada a sua volta ou no próprio casamento, percebeu também o como andava rápido, com sua mãe do lado, caminhando igualmente rápido, com o olhar um pouco aflito, até o local onde seria selada a união

Acabou sendo um pouco diferente do que ele imaginou, ela não aparentava estar nenhum pouco feliz com a união de prestigio, seus olhos azuis eram quase mortos e seus movimentos automáticos. Soluço percebeu que toda vez que os olhos dela marejavam, Merida desviava o olhar para o chão e logo voltava ao olhar vago. Até trocarem seus votos.

A “festa” acabou logo, Merida sentada ao seu lado mal tocara seu prato e Soluço também não tinha muito apetite. A maior parte da conversa quem ministrava era Stoico, falando sobre Berk e algumas vantagens do filho que ele não fez questão de desmentir o exagero das palavras.

Passado o tempo foram direcionados para um quarto e Merida não disfarçara o seu pesar. Era tão estranho estar no mesmo quarto que um homem, um homem completamente desconhecido. Ele poderia força-la a se deitar com ele e de certo o faria, afinal era seu marido agora e tinha esse direito. Ela caminhou rapidamente até o outro lado do quarto tentando manter a maior distancia o possível e se virou para ele assim que a porta foi fechada.

O silencio foi absoluto. Merida conseguia sentir seu coração palpitando de forma alterada o que lhe deu a impressão de que Soluço também o ouvia, suas mãos suadas eram um incomodo maior e a obrigavam a apertar o tecido de seu vestido para tentar limpa-las inutilmente.

Soluço estava tão agonizado quanto ela, e talvez pior pelas circunstâncias, e simplesmente não sabia o que dizer naquele momento. Por mais que tenha aberto a boca diversas vezes para dizer algo útil, as palavras não vinham.

–É... Eu me chamo Soluço, isso é tão estranho para mim quanto pode estar sendo para você.

Ele gesticulava muito quando falava e ao parar segurou a respiração e encarou o chão a sua frente alguns segundos, escolhendo cuidadosamente todas as palavras que podia dizer, soltou o ar e fixou os olhos na moça distante a ele.

–Você pode ficar aí desse lado e eu aqui desse lado. É isso. Essa é uma boa solução para mim, Não se ofenda. Tudo bem? – Ele terminou de falar e soltou o resto do ar, demonstrando o nervosismo, o que naquele momento passou desapercebido pela princesa, que se preocupava cada vez mais com o seu próprio estado psicológico.

Merida suspirou aliviada e colocou a mão no próprio peito acalmando seu coração acelerado.

–Obrigada, obrigada mesmo.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, eu sei que eu disse lá no primeiro capítulo que eu pretendia postar toda sexta... Bem, não está dando muito certo. Meu notebook não está carregando *cry* e eu estou usando o computador, fazia anos que eu não mexia nesse PC só pra vocês terem uma ideia do caos. Tem um horário permitido que eu posso usá-lo, e isso atrapalha. Então vou deixar marcado para vocês entre sexta-feira até domingo os capítulos vão aparecer aqui. Ah e sobre esse capítulo e esse primeiro conhecimento da Merida e do Soluço, eu achei importante mostrar essa parte, ah vocês sabem o que vem depois do casamento na idade média, o casamento precisa ser selado né e... Ah é isso que eu queria falar. Obrigada a todos que comentaram o anterior e até semana que vem.



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