A história de duas vidas. escrita por Juliana Rosa


Capítulo 13
Um novo começo com esperança.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal me desculpem pelo atraso. Na segunda quando liguei meu PC, tava com problemas na net e meu antivírus sumiu. Resultado: Manutenção. Só chegou hoje a tarde. Quase surtei sem internet o dia todo. Espero que vocês gostem e não me matem com as armas da Capital. rsrrsrrs



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– Ela será o Tordo, ela vai nos lidera. - diz Plutarch convicto.

A presidenta Coin balança a cabeça com descrença.

– Ela não vai conseguir.

– Vai sim. Ela é a cara de revolução.

– Os jogos a destruíram, ela não tem mais esperança.

Plutarch a olha sério.

– Ainda resta uma.

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DISTRITO 13

Bem no fundo da campina,embaixo do salgueiro

Um leito de grama, um macio e verde travesseiro

Deite a cabeça e feche esses olhos cansados

E quando eles se abrirem, o sol já estará alto nos prados.

Aqui é seguro, aqui é um abrigo

Aqui as margaridas lhe protegem de todo perigo

Aqui seus sonhos são doces e amanhã serão lei

Aqui é o local onde eu sempre lhe amarei.

Quando termino a canção estou sorrindo. E a pequena bebezinha em meus braços me olha com olhos arregalados prestando atenção como se entendesse o que estou cantando enquanto mama o leite no meu peito. Ela tem olhos azuis serenos e tranquilos, o cabelo delicado é dourado e sedoso e ela me faz rir facilmente como ele faz. Peeta. Não consigo falar dele no passado por que não consigo aceitar, ou não quero aceitar que seja melhor ele estar morto. Ninguém sobrevive tanto tempo assim. Não na Capital. E nesses momentos me sinto confusa, então faço os exercícios que o médico mandou, começando pelas coisas principais:

"Meu nome é Katniss Mellark, participei dos jogos vorazes e escapei. Me casei com Peeta Mellark. Destruí a arena, a Capital me odeia e eles levaram Peeta como refém. Após destruir a arena a Capital mandou bombardear o distrito 12 em retaliação."

A Capital destruiu a minha casa, me tirou Peeta e quase matou a minha família. Nos tornaram um bando de refugiados de todos os distritos, vivendo no 13. Eles me tiraram tudo, mas existe algo, uma esperança que vive e eles não vão tocar com suas mãos sujas de sangue inocente. Minha filha. Minha e de Peeta. Pérola. É assim que eu a chamo, por causa da pérola negra que ele me deu quando ainda estávamos na arena, antes de tudo acontecer. A única lembrança que tenho dele e que agora está em meu pescoço presa com uma das fitinhas de Prim. É por nossa filha que me arrasto, luto e sobrevivo todos os dias já que eu me tornei o Tordo. A voz, a força, a imagem e a líder da revolução.

Vivemos de maneira diferente no 13. Tudo é muito disciplinado, de manhã, ao acordar recebemos a programação para o dia todo e temos direito ao banho de sol duas vezes por semana, já que vivemos no subterrâneo. Sempre trago Pérola comigo.

Gale e eu temos permissão para caçar durante um hora, na floresta dentro do perímetro considerado seguro.Isso rende um pouco de carne a mais na cozinha e como estou amamentando, rende uma colherada de comida a mais para mim, para que meu leite não fique fraco e Pérola continue saudável, já que ela é a única criança bebê do distrito.Comida também é algo muito complicado e rígido. Quase sempre ficamos com fome por isso deixo minha filha mamar o quanto quiser. Não me importo de passar fome, mas ela não.Sempre vou lutar para ela ter tudo o que merece inclusive a liberdade.

Ela termina, eu abotoo a blusa e a coloco em pé sobre os ombros para que ela arrote.Aprendi que bebês precisam disso ou vomitam tudo.

Enquanto Pérola balbucia sons que ainda não se entendem. Fecho os olhos absorvendo mais o calor do sol e a brisa fresca, pois a hora já está quase acabando. Então sinto uma sombra tampando a claridade, abro os olhos e vejo Gale. Ele se senta.

– Pegue. - diz tirando algo do bolso e me passando rápido. É um pãozinho de batata que ele roubou da cozinha.

– Obrigada. - digo partindo-o ao meio, lhe dando a metade. - Você não devia fazer isso, vai acabar sendo pego. - dou uma mordida no pão.

Gale guarda a metade dele.

– Bem se me pegarem digo estava tentando alimentar uma mãe faminta.

Rimos e ele fica sério de repente.

– Se fôssemos uma família teríamos direito a uma refeição familiar e Pérola teria todo leite que precisa. - ele diz.

No 13, famílias completas com marido, mulher e crianças tem direito a um pouco mais de comida para as crianças. Isso não quer dizer que os adultos possam comer mais e sim que as criança não vão ficar desnutridas. Também não significa que elas não vão continuar com fome. Eu suspiro cansada.

– Não preciso de mais comida e minha filha não passa fome. Além disso não posso me casar com você, já sou casada.

Gale bufa.

– Só por que você quer. A presidenta Coin já te ofereceu a declaração de viúva várias vezes e você nunca quis assinar.

Como o ultimo pedacinho de pão e olho triste para ele.

– Vamos voltar a esse assunto de novo Gale? - mesmo baixa, minha voz demonstra o sofrimento que isso me trás.

– Só estou tentando te mostras que você está se iludindo nessa espera inútil.

– Que espera?

Ele joga as mãos para cima, impaciente.

– É óbvio Katniss. Você está esperando que Peeta volte. Ele não vai voltar, ninguém dura tanto tempo assim nas mãos da Capital.

– Gale, por favor pare. - estou a beira das lágrimas e odeio quando isso acontece. Me sinto fraca e sem controle.

– Você esta negando a Pérola o direito de ter um pai.

– Ela tem um pai.

– Um pai que ela nunca vai conhecer.

– Por que vocês o abandonaram na arena. - rebato com raiva. Ele tocou fundo na ferida.

Gale se encolhe e pisca duas vezes.

– Isso não é justo. - sua voz está carregada de mágoa. - Eu não estava na arena. Estava salvando a sua família e a minha quando a Capital mandou arrasar com tudo.

Engulo em seco e pisco para as lágrimas não caírem, mas uma escapa sorrateira e corre pelo meu rosto.

– Me desculpe. - me sinto culpada.

Ajeito Pérola no colo. Ela parece sentir a tensão e começa a choramingar. Gale tem me ajudado muito e para falar a verdade, se não fosse por ele, não sei o que teria sido de mim e minha família. A culpa aumenta e eu respiro fundo. Ele se levanta.

– Eu sinto muito mesmo Gale, de verdade. Eu nunca poderei agradecer pelo o que você fez. Me desculpe, não quis dizer aquilo.

Ele se abaixa de novo.

– Eu sei Katniss, eu sei. - não há mais nenhum sorriso em seu rosto ou olhos. Apenas uma sombra triste. Ele acaricia a cabeça da bebê e se afasta.

Fico olhando ele voltar para o 13. Nenhuma lágrima corre. Só fica o nó na garganta e a sensação de que tudo está errado. Minha vida está toda errada... e confusa.

Vejo Prim se aproximando e não gosto da expressão do seu rosto. Parece séria demais, concentrada demais. Como tudo tem sido, mas parece que tenho uma tendência a não me acostumar. " Que droga vai acontecer agora?"

– O Comando quer falar com você. - diz Prim.

Ela estica os braços para minha filha.

– Vou descer com ela pelo elevador.

Eu a entrego com cuidado. Eu confio nela e minha mãe. Elas sempre cuidam de Pérola quando não estou perto. A protegem com suas vidas.

Sigo para a escada. Elevadores me deixa nervosa, com a sensação de que estou sendo lançada de volta a arena. A primeira vez que desci num dele, abri um berreiro tão grande que todos pensaram que estávamos sendo atacados.

Chegamos ao Comando e a presidenta Coin me olha séria e mais alguma coisa. Como se estivesse temendo minha reação antecipadamente. Haymitch e Gale também está lá, com a mesma cara. Meu coração começa a acelerar.

– O que foi? - pergunto.

A presidenta Coin hesita um pouco e me olha nos olhos.

– Temos notícias da Capital.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Sinto um cheiro de mistério no ar.