POV DANIEL

Um clarão é originado da cela.

–Julie! - grito ao mesmo tempo que Ethan chama Lena.

Lena sai da cela, arrastando-se e tossindo muito. Sem hesitar, Ethan se joga ao lado dela, perguntando se está bem, mas nenhum som sai da garganta de Lena.

–Acharam que seria fácil assim? - diz Demetrius calmamente. - Infiltraram dois estranhos no meu complexo e querem sair sem mais nem menos? Saibam que agora a garota pertence à Comunidade dos Fantasmas - termina com um sorriso

–Você a matou? - grita Felix ao mesmo tempo que Ethan diz:

–Juliana pertence à Comunidade dos Conjuradores e...

Demetrius estala os dedos e alguém dentro do prédio grita em agonia. Ethan continua falando, mas não sai nenhum som de sua boca. Talvez Demetrius tenha descoberto uma maneira de usar os poderes de Julie como quisesse, e por isso emudeceu Lena - para que ela não pudesse nos contar.

–Melhor assim - diz ele. - Só nós quatro. Como eu ia dizendo, agora Julie trabalha para mim e...

–Isso é mentira! - acusa Martim.

Demetrius estala os dedos novamente, mas obtém como resposta um forte clarão. Assim que ele se apaga e meus olhos se readaptam, vejo Lena entrando no prédio e Ethan usando um aspirador de pó para limpar um montinho de poeira - que até alguns segundo atrás era Demetrius.

–O que aconteceu? - pergunto.

–Julie acaba de se libertar do julgo de Demetrius - Ethan bate o pé no aspirador. - Vamos atrás das meninas.

Lena está ajoelhada no meio da cela, ao lado de uma Julie inconsiente e tenta aplicar-lhe Conjuros, mas nada dá certo.

–Não sei mais o que fazer - Lena bate as mãos nas coxas.

–Chame Ryan - propõe Ethan, sacando seu celular.

Minutos depois, chegam uma senhora e uma garotinha. Elas cumprimentam Lena e Ethan, logo em seguida, a garotinha se senta ao lado de Julie e executa Conjuros. Ficamos em silêncio por muito tempo até que Ryan - a garotinha - se levanta e olha a senhora - que é avó dela e de Lena. A boca da senhora se escancara e seus olhos vacilam para mim.

–Você é Daniel? - assinto.

–Vovó, deixe-me fazer isso - pede Lena.

–Não - ela nega com firmeza. - Sinto dizer, mas Juliana morreu.